Silenciosa e sistêmica, doença celíaca precisa ser conhecida

“Milhões de pessoas, por todo o mundo, seguem suas vidas sem sequer ter o conhecimento de que são portadoras da doença cilíaca. Sem o diagnóstico e o tratamento correto, essas pessoas estão sujeitas a várias complicações de saúde, que podem culminar até mesmo em seu óbito”. O alerta foi dado pelo presidente da Comissão de Legislação Participativa (CLP), deputado Chico Lopes (PCdoB-CE), na abertura da Audiência Pública que debateu as políticas públicas voltadas para os portadores de doença celíaca, bem como propor a instituição do Dia Nacional da Pessoa com Doença Celíaca. O evento ocorreu na Câmara dos Deputados, na manhã de 6 de outubro.
06/10/2016 12h52

PCdoBnaCâmara

Silenciosa e sistêmica, doença celíaca precisa ser conhecida

Audiência sobre doença cilíaca

Para o autor do requerimento da Audiência, realizada em conjunto com a Comissão de Seguridade Social e Família, deputado Odorico Monteiro (PROS-CE), que foi secretário de Saúde em quatro municípios de seu Estado, “a doença tem um componente genético forte, é sistêmica e silenciosa. Precisa sair do consultório e ganhar o conhecimento público. Daí a importância de instituirmos um dia nacional para divulgar o que é, seus efeitos e como conviver com ela, já que não tem cura”.

Primeira expositora sobre o tema, a doutora Zaíra Tronco Salerno, do Conselho Nacional de Saúde, é necessário elaborar um guia alimentar para o celíaco. “Trata-se de uma doença do intestino delgado e caracteriza-se pela intolerância permanente ao glúten. O único tratamento é a dieta isenta de glúten, por toda a vida”, explicou.

Clea Bento, professora do Centro Universitário UNINOVAFAPI em Teresina, Piauí, afirmou que “é preciso garantir a segurança alimentar para os 2 milhões de brasileiros celíacos. Precisamos incluir essas pessoas no mercado de alimentos e garantir que os alimentos sem glúten não tenham contaminação cruzada, quando associados a outros alimentos na sua produção”.

A doutora Elda Regina Leite Galvão, assessora técnica da Associação de Celíacos do Mato Grosso do Sul, lembrou da “dificuldade diária para cuidar da promoção da saúde. O diagnóstico da doença celíaca requer uma mudança de atitude dos hábitos alimentares, uma reeducação alimentar e cuidados no preparo dos alimentos”.

Representante do Ministério da Saúde, Neli Muraki Ishikawa, relatou o teor do protocolo governamental sobre o assunto, destacando que “os gestores estaduais e municipais do SUS deverão estruturar a rede, estabelecer os fluxos e definir os serviços de Clínica Médica, Gastroenterologia ou Pediatria para o atendimento dos doentes celíacos.

Presente à audiência, o deputado Luiz Couto (PT-PB) destacou a importância dos parlamentares estarem informados sobre a doença, lamentando que “temos muitos gestores, mas poucos cuidadores da saúde pública”.

Os principais sintomas

Os sintomas típicos da doença celíaca são diarreia ou prisão de ventre, perda de peso e fadiga, dores e distensão abdominal, enjoo e atraso no crescimento em crianças. Os sintomas extraintestinais são anemia por carência de ferro, osteoporose, ausência de menstruação, carência de vitaminas e minerais.

Vários presentes fizeram depoimentos e perguntas sobre a doença. Veja a íntegra da audiência no link:

https://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-permanentes/clp/reunioes/videoArquivo?codSessao=57961&codReuniao=45240

Carlos Pompe, Ascom/CLP