Seminário critica ameaças aos direitos de pessoas LGBT

As forças políticas que querem o afastamento da presidenta Dilma visam também retroceder na afirmação de direitos dos homossexuais, bissexuais, travestis e transexuais. Esta foi a preocupação de todos os oradores da abertura do 13º Seminário LGBT do Congresso Nacional: O próximo pode ser você! Na solenidade, ocorrida no Auditório Nereu Ramos, o Hino Nacional foi executado pelas travestis da banda As Bahias e a Cozinha Mineira.
16/08/2016 13h55

Alex Ferreira / Câmara dos Deputados

Seminário critica ameaças aos direitos de pessoas LGBT

Execução do Hino Nacional, na abertura

O Seminário, promovido pelas comissões de Legislação Participativa (CLP), de Direitos Humanos e Minorias, de Educação, e de Cultura, foi aberto na manhã de terça-feira, 16, pelo presidente da CLP, deputado Chico Lopes (PCdoB-CE), que afirmou que o evento se realiza “num momento em que o país vive um ambiente de ódio, intolerância e violência contra quem desafia os padrões da sociedade”.

O vice-presidente da Comissão de Cultura, Celso Pansera (PMDB-RJ), considerou que “o combate à violência de gênero transcende qualquer outra pauta, quando pensamos numa sociedade democrática e solidária”. Paulo Pimenta (PT-RS), da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, argumentou que a normalidade democrática está sendo ameaçada “por um grupo extremamente conservador, fundamentalista, com discurso de ódio e intolerância com a comunidade LGBT”.

Jean Willys (PSOL-RJ), um dos proponentes da realização do Seminário, dedicou-o a Elke Maravilha, que morreu na madrugada da terça-feira, e relatou a situação de um homossexual universitário em Pernambuco que pensou em suicídio devido aos ataques que vem sofrendo.  “Quando alguém é vítima de difamação, calúnia, violência por sua orientação sexual, todos estamos ameaçados. Daí a frase deste Seminário, ‘O próximo pode ser você!’ “, disse. Erika Kokay (PT-DF), a outra proponente do evento, refletiu que “nos momentos de ruptura democrática, todos os direitos estão ameaçados, porque é a democracia que alimenta e garante os direitos”. Chico Alencar (PSOL-RJ), outro proponente, não pode comparecer e enviou mensagem defendendo “a igualdade como fator indispensável para a sociedade democrática”.

Leo Mendes, da Articulação Brasileira de Gays (ARTGAY); Andrey Lemos, da União Nacional LGBT (UNA-LGTB);  Toni Reis, da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT); Amanda Anderson, do PDT- Diversidade; Tathiane Araujo, representante da RedeTrans; e Lam Matos, do Instituto Brasileiro de Transmasculinidade (IBRAT), abordaram as dificuldades vividas numa sociedade machista e homofóbica.

O Seminário tem prosseguimento até quarta-feira (17),  às 17 horas, com painéis, discussões e talk shows.  A programação pode ser acompanhada ao vivo, pela Internet, no endereço https://goo.gl/6yZDmw.

Carlos Pompe, AscomCLP