Legislação Informatizada - MEDIDA PROVISÓRIA Nº 185, DE 4 DE MAIO DE 1990 - Publicação Original
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MEDIDA PROVISÓRIA Nº 185, DE 4 DE MAIO DE 1990
Dispõe sobre a interposição de recurso nos dissídios coletivos e a concessão de efeito suspensivo.
Art. 1º. Nos dissídios coletivos de natureza econômica ou jurídica, os recursos deverão ser interpostos por petição fundamentada, não se admitindo recurso genérico.
Parágrafo único. O prazo recursal é de oito dias, contado da publicação do acórdão no Diário da Justiça , e, em dobro, para o Ministério Público do Trabalho, que deverá ser intimado da decisão por via postal.
Art. 2º. Interposto o recurso, poderá o recorrente solicitar ao Ministro-Presidente do Tribunal Superior do Trabalho que se lhe dê efeito suspensivo, no todo ou em parte.
Parágrafo único. A petição, contendo o pedido de efeito suspensivo, fundamentada em razões de fato e de direito, que justifiquem a sua concessão, deverá ser protocolizada no Tribunal Superior do Trabalho até oito dias após a data da intimação do recorrente do despacho que admitir o recurso, acompanhada dos seguintes elementos;
I - cópia das razões recursais;
II - prova de que o recurso foi admitido;
III - prova do pagamento tempestivo do valor integral das custas processuais, mesmo na hipótese de litisconsórcio, salvo se o requerente for o Ministério Público do Trabalho;
IV - prova da tempestividade do pedido.
Art. 3º. O Ministro-Presidente do Tribunal Superior do Trabalho fundamentará necessariamente seu despacho, e, caso defira o pedido no todo ou em parte, especificará os limites da suspensão da sentença normativa.
§ 1º O despacho será publicado no Diário da Justiça da União, para ciência dos litigantes. A Procuradoria-Geral da Justiça do Trabalho será sempre intimada, por via postal, ainda que outro seja o requerente do efeito suspensivo.
§ 2º Na hipótese de litisconsórcio, o deferimento do pedido em favor de um dos recorrentes aproveitará aos outros.
§ 3º O efeito suspensivo, deferido por solicitação do Ministério Público do Trabalho, alcança a todos os litigantes, inclusive aos não recorrentes.
§ 4º Do despacho proferido pelo Ministro-Presidente, caberá agravo, na forma do Regimento Interno do Tribunal Superior do Trabalho. A Procuradoria-Geral da Justiça do Trabalho tem legitimidade para agravar, mesmo quando não tenha requerido o efeito suspensivo.
Art. 4º. A suspensão da sentença normativa terá eficácia pelo prazo improrrogável de cento e cinqüenta dias, a contar da publicação do despacho que a conceder, no Diário da Justiça da União, salvo se o recurso for julgado antes do seu termo final.
Art. 5º. As ações de cumprimento das sentenças normativas poderão ser propostas após a publicação do acórdão no Diário da Justiça salvo se concedido o efeito suspensivo ao recurso, pelo Ministro-Presidente do Tribunal Superior do Trabalho, nos termos e condições desta medida provisória.
Art. 6º. Dar-se-á prioridade ao julgamento de recurso interposto em dissídio coletivo, cuja sentença normativa recorrida esteja submetida a efeito suspensivo.
Art. 7º. Ficam revogados os parágrafos 2º, 3º, 4º e 6º do artigo 7º e o art. 10, todos da Lei nº 7.701, de 21 de dezembro de 1988, e demais disposições em contrário.
Art. 8º. Esta medida provisória entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 4 de maio de 1990; 169º da Independência e 102º da República.
FERNANDO COLLOR
Bernardo Cabral
- Diário Oficial da União - Seção 1 - 7/5/1990, Página 8517 (Publicação Original)
- Diário do Congresso Nacional - 10/5/1990, Página 2755 (Exposição de Motivos)
- Diário do Congresso Nacional - 1/6/1990, Página 3129 (Perda de Eficácia)
- Coleção de Leis do Brasil - 1990, Página 1846 Vol. 3 (Publicação Original)