12/05/2014 Obras raras digitalizadas pela Biblioteca da Câmara já estão disponíveis para consulta na internet

Agora já é possível ter acesso rápido, pela internet, a diversas obras raras do acervo da Biblioteca da Câmara dos Deputados. A Coordenação de Biblioteca e a Coordenação de Preservação de Conteúdos Informacionais estão digitalizando publicações como a "Nova Lusitania", escrita por Francisco de Brito Freire em 1675, e os 12 volumes do "Sermoens" (1679), de Padre Antonio Vieira. Até o final de fevereiro, 52 obras já haviam sido incluídas na Biblioteca Digital.

O projeto prevê a digitalização de cerca de 200 obras raras e a respectiva disponibilização, na íntegra, na Biblioteca Digital da Câmara. Entre os principais objetivos da iniciativa, está a ampliação do acesso ao acervo e à informação, bem como a divulgação e a preservação das obras, visto que não haverá necessidade de manusear os originais.

Para a gerente do projeto, Maria Cristina Silvestre, "é fundamental proceder à digitalização de parte do notável repertório de obras raras sob a tutela da Câmara dos Deputados, tendo em vista princípios como a necessidade de preservar o patrimônio bibliográfico raro sem, contudo, limitar sua consulta, e a função inerente às bibliotecas de organizar, preservar e permitir acesso às obras raras".

O projeto foi iniciado em maio de 2013, após discussões preliminares para definir os critérios e os procedimentos que seriam utilizados no desenvolvimento do trabalho. Maria Cristina observa que muitas variáveis tiveram de ser observadas, como os critérios para a seleção dos volumes, a legislação sobre direitos autorais e requisitos técnicos.

A conclusão do projeto está prevista para dezembro deste ano. No entanto, Maria Cristina destaca que, dentro do possível, outros acordos de serviço poderão ser firmados para a digitalização de uma quantidade maior de obras raras. "Torna-se conveniente e oportuno, tendo em vista o interesse que despertam, permitir que interessados ao redor do mundo possam 'folhear' as obras. Não pretendemos parar. O limite são as cerca de 4.600 obras que compõem nosso acervo", afirma.

Cuidados especiais

Por se tratar de obras raras, o processo de digitalização é mais lento e criterioso que o normal. A preocupação com a preservação da obra é constante. De acordo com o diretor da Coordenação de Preservação de Conteúdos Informacionais, Francisco de Jesus, todas as obras passam por uma avaliação preliminar. "Um restaurador verifica se o livro pode passar pelo processo de digitalização sem que haja danos. Em caso positivo, o restaurador orienta os operadores sobre como devem manusear a obra durante a digitalização. Esse processo é feito livro por livro, isoladamente", explica.

O operador Roberto Gonçalves Júnior, um dos responsáveis pelo desenvolvimento do projeto, destaca que são utilizados escâneres planetários, específicos para esse tipo de publicação, que minimizam a necessidade de manuseio da obra, além de compensar a diferença nas lombadas, sem precisar prensar o livro para que seja escaneado.

Treinamentos foram realizados para garantir que a obra digitalizada fique o mais semelhante possível à obra original.

Serviço:
Conheça a coleção no link https://bd.camara.gov.br/bd/handle/bdcamara/5