11/11/25 - Continua em visitação mostra “Isabel Pons – Percurso de uma exímia gravadora”
O público tem até o dia 27 de novembro para conferir, na Galeria Décimo da Câmara dos Deputados, uma seleção de mais de quarenta gravuras em metal da premiada artista hispano-brasileira Isabel Pons. Promovida pelo Centro Cultural da Casa, com curadoria do colecionador e pesquisador Oto Reifschneider, a retrospectiva é a primeira exposição individual da gravurista nas últimas três décadas.
A artista e professora soube explorar, em seus trabalhos, tanto temas religiosos quanto matérias de seu tempo, como a cultura pop e a corrida ao espaço. Mas o que mais sobressaiu na criação de Pons foram as cores, texturas e tramas, aliadas ao arquétipo do pássaro, que simboliza a liberdade. A exposição contém obras que casam abstrações com elementos figurativos, como anjos, emigrantes, jabutis, gafanhotos, crianças e brinquedos.
Referência na gravura artística
A história de Isabel Pons (Barcelona, 1912 – Rio de Janeiro, 2002) se confunde com a história da gravura brasileira e com o reconhecimento do país como referência na gravura artística, a partir dos anos 1960. De origem catalã, Pons teve seus estudos formais e se estabeleceu como retratista ainda em terras ibéricas. De passagem pelo Brasil, a caminho de Buenos Aires, ela se encantou pelo Rio de Janeiro e decidiu ficar. Seu traço e seus temas se modificaram nessa imersão tropical e, quando descobriu a gravura, durante o primeiro ateliê do Museu de Arte Moderna, tomou um novo rumo nas artes.
Naturalizou-se brasileira em 1958, mas manteve os laços com a Espanha. Assim, ao longo dos anos, foi convidada a expor em diversas ocasiões, tanto em Madri quanto em Barcelona, ganhando prêmios e comendas. Esse esforço contribuiu para uma forte presença de sua obra na Europa.
Pons participou de exposições coletivas e individuais em países como Suécia, Itália, Argentina, Bélgica, França, Japão, Alemanha, Angola, Israel e Polônia, entre outros, tendo sido uma das gravadoras mais premiadas da história brasileira. Em 1960, recebeu a medalha de ouro na II Bienal do México. No mesmo ano foi premiada no IX Salão Nacional de Arte Moderna. Em 1961 ganhou o prêmio de Melhor Gravador Nacional e, no ano seguinte, na XXXI Bienal de Veneza, o Prêmio Fiat. Em 1963, ganhou uma sala especial na VII Bienal Internacional de São Paulo. Ao longo da década de 1970, seu nome continuou em destaque, com importantes premiações nas bienais de Cracóvia e São Paulo.
Neste link é possível encontrar imagens da exposição.
Serviço:
Exposição “Isabel Pons – Percurso de uma exímia gravadora”
Visitação: até 27 de novembro, de segunda a sexta, das 9h às 17h
Local: Galeria Décimo / Anexo IV, 10º andar, Câmara dos Deputados - Brasília/DF