28/08/2013 Bancada feminina se reúne com partidos políticos para discutir campanha sobre incentivo à filiação de mulheres
Com o objetivo de aumentar a participação das mulheres nas próximas eleições, a Bancada Feminina e as Procuradorias da Mulher da Câmara dos Deputados e do Senado realizam audiência pública nesta quinta-feira (29), no Plenário 3, às 10h, com as representantes dos diretórios femininos dos partidos políticos.
O tema do debate é a campanha de filiação suprapartidária que será lançada em setembro pelo Congresso Nacional com o apoio do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e da Secretaria de Políticas para Mulheres da Presidência da República (SPM).
A intenção das deputadas e senadoras é incentivar uma maior participação das mulheres como candidatas no próximo pleito eleitoral, não apenas para preencher a cota de 30% determinada pela Lei 12.034/09.
Atualmente, as mulheres representam 51,5% da população brasileira. Porém, nas eleições de 2010, apenas 45 mulheres foram eleitas deputadas federais, representando 8,77% em relação ao número de cadeiras na Câmara dos Deputados. Para a coordenadora da Bancada Feminina, deputada Jô Moraes (PCdoB-MG), “é preciso desfraldar a bandeira da reforma política democrática, com financiamento público e alternância de gênero”. A Procuradoria da Mulher na Câmara é coordenada pela deputada Elcione Barbalho (PMDB-PA).
Pesquisa do IBGE
A Bancada Feminina e as Procuradorias da Mulher usam como referência da campanha a pesquisa “Mais Mulheres na Política”, realizada pelo Ibope e pelo Instituto Patrícia Galvão em abril de 2013, com 2.002 pessoas. Os dados mostram que 71% dos entrevistados consideram a reforma política muito importante/importante para garantir que as listas de candidatos dos partidos sejam montadas com equivalência entre homens e mulheres.
Além disso, 80% entendem que, como as mulheres hoje representam mais de 50% da população brasileira, a representatividade feminina nas câmaras de vereadores, assembleias legislativas e Congresso Nacional deveria ser equivalente.
Ainda segundo a pesquisa, 74% dos entrevistados acreditam que só há democracia de fato com a presença de mais mulheres nos espaços de poder e de tomada de decisão. Uma maioria expressiva das pessoas ouvidas (75%) entende que a lei deve mudar para garantir a igualdade entre homens e mulheres em cargos políticos.
Entre os entrevistados, 48% são do sexo masculino, 53% têm níveis médio e superior de escolaridade; e 82% integram as classes A/B/C. O intervalo de confiança da pesquisa é de 95%, com margem de erro máxima de dois pontos percentuais para mais ou menos.