Câmara suspende irrigação de jardins e adota ecolavagem

Medidas visam a economizar água no período de seca em Brasília. Além dos benefícios ambientais, serão poupados anualmente R$130 mil em recursos públicos
08/07/2010 13h50

A Câmara dos Deputados passou a utilizar neste mês em seus estacionamentos públicos a ecolavagem, como mais uma medida para economizar água. Também a partir deste mês está suspensa a irrigação artificial dos jardins externos do anexo IV durante o período de seca em Brasília.
 
Com a adoção da ecolavagem, a Câmara cumpre lei distrital que proíbe o uso de água para lavagem de carros em estacionamentos públicos. Desde o início do ano, a área de Responsabilidade Social do Ecocâmara vem preparando os lavadores para este momento, que para eles significará reconhecimento da atividade. Em breve, a frota oficial da Câmara também só será lavada pelo novo método, que além de preservar o meio ambiente conserva melhor o veículo.
 
A lavagem de automóveis pelo processo tradicional gasta cerca de 80 litros de água em média e seu resíduos podem contaminar os mananciais. A Câmara está adquirindo kits para que seus veículos passem a ser submetidos ao processo de ecolavagem, que gasta apenas 200 ml por automóvel e não polui.
 
Os lavadores dos estacionamentos públicos próximos à Câmara também já foram treinados para aderir à novidade – obrigatória no caso deles a partir de 1º de julho de 2010, de acordo com o Decreto Distrital nº 30.522, de 3 de julho de 2009. Espera-se uma economia de 500 mil litros por mês.

 
Irrigação suspensa
Com a suspensão da irrigação nos jardins do Anexo IV, a Câmara deve economizar 1.620.000 litros de água que seriam utilizados apenas nos seis meses mais secos do ano para regar a área. Tomando por base o consumo médio do brasileiro, isso equivale à água usada por 10.728 pessoas em um dia, ou por uma pessoa adulta durante 29 anos.
 
Além dos enormes benefícios ambientais relativos à redução do uso de água, especialmente importantes no Distrito Federal devido à escassez natural de recursos hídricos, serão poupados anualmente R$130 mil em recursos públicos.

As plantas do espaço, nativas do cerrado ou adaptadas ao clima deste bioma, não sofrerão com o projeto, que respeita o ciclo natural de chuvas e estiagem. O jardim em frente ao Anexo IV é formado, atualmente, por grama batatais (Paspalum notatum), ipês amarelos (Tabebuia serratifolia) e palmeiras gariroba (Syagrus oleraceae) – todas espécies originais do cerrado –, além de bouganviles (Bouganvilea spectabilis), planta nativa da mata atlântica, mas resistente ao período de seca.

A grama ressecará, os ipês perderão as folhas e florirão, os bouganviles continuarão sua  florada e nada acontecerá com as palmeiras.  A vegetação rasteira, qu e  aparentará estar morta, entrará em um período de dormência natural, semelhante à hibernação dos ursos. Inclusive, a rega extemporânea (como era feita) pode enfraquecê-la, fazendo que as plantas consumam de modo rápido os nutrientes que deveriam ser gastos lentamente até o seu “despertar”, no início das chuvas.

É importante  lembrar que  mudas que foram transplantadas em função dos novos estacionamentos serão molhadas manualmente, pois não tiveram tempo de estabelecerem sua raízes para resistirem aos meses de seca. O período sem regas será aproveitado para algumas medidas de manutenção que são mais bem realizadas com a terra seca, como furar o solo para melhorar a aeração e a irrigação posterior, ação que poderia aumentar a compactação se fosse realizada com o solo úmido.

 
Veja abaixo outras medidas adotadas pela Câmara para economizar água:
 
-- A Câmara deixou de substituir constantemente o conteúdo do seu espelho d’água em torno do Anexo I e a tratá-lo como uma piscina, com aspiração e filtragem. Antes, o lago era esvaziado cinco vezes por ano – agora é apenas uma vez. Só essa iniciativa já significa a economia de 17,5 milhões de litros de água por ano, que correspondem a R$ 70 mil.

-- Os 800 litros de água que são retirados por mês do ar pelos desumidificadores da biblioteca são agora coletados e usados para irrigação de jardins. As torneiras e válvulas de toda a Casa estão sendo gradualmente substituídas por modelos que gastam 70% menos do que os tradicionais.

-- A Câmara já instalou filtros de água por todo o Anexo I. A iniciativa visa diminuir o grande número de garrafas plásticas que eram descartadas – causadoras de grandes prejuízos ambientais –, combater o desperdício de água – uma vez que muitas sobras das garrafas acabavam sendo jogadas fora –, assim como obter economia de recursos, dado que os custos diretos água filtrada são significativamente menores. Despesas com transporte e armazenamento também são eliminados com os novos equipamentos, ao mesmo tempo em que água de qualidade (duplamente filtrada e rigorosamente testada a cada quatro meses) está sendo oferecida a servidores e visitantes. O próximo edifício a receber os filtros será o Anexo II. Estima-se que R$ 700 mil por ano serão economizados quando a substituição estiver concluída em toda a Casa.

-- Há cerca de quatro anos, a Câmara inaugurou, próximo ao Anexo II, o Jardim Xerófito, com plantas de baixo consumo de água, áreas de seixos e rodeado por piso permeável de material reciclado. Associado à diminuição, em outros jardins, do uso de plantas com alto consumo de água, substituindo-as por plantas xerófitas ou seixos, e a técnicas de manejo de grama, obteve-se uma economia de cerca de 30% do uso da água na rega dos jardins da Casa. A partir deste ano, a Casa também não regará mais, durante o período da seca, os jardins em frente ao Anexo IV, o que deixará de consumir 1,6 milhão de litros de água, ou cerca de 10% do gasto total do edifício, apenas nos seis meses mais secos do ano.
   
 
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