14/06/2019 19:12 - Trabalho
Radioagência
Câmara vai aprovar reforma da Previdência apesar da desarticulação do governo, diz Maia
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, reafirmou o compromisso da Casa com a aprovação da reforma da Previdência, apesar da desarticulação do governo. A afirmação foi uma resposta a declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que a Câmara teria "abortado" a reforma com o parecer apresentado quinta-feira (13) pelo deputado Samuel Moreira (PSDB-SP).
"Nós blindamos a reforma da Previdência de crises que são muitas vezes geradas todos os dias pelo governo. Cada dia um ministério gerando crise. Hoje, infelizmente, é meu amigo Paulo Guedes, gerando uma crise desnecessária, num momento em que o Parlamento assumiu a reforma da Previdência. Nós vamos fazer a reforma da Previdência e garantir uma economia da ordem de 900 bilhões de reais".
Rodrigo Maia disse que não quer entrar em disputas. Ele reafirmou o compromisso dos líderes partidários com a aprovação da reforma, e prestou solidariedade ao relator, deputado Samuel Moreira que, segundo ele, fez um trabalho espetacular.
"Na democracia as nossas vitórias não são absolutas, é isso que talvez o ministro Paulo Guedes não saiba. Na democracia existe uma coisa chamada Parlamento, onde com diálogo se constrói maiorias. E nós estamos construindo a maioria que a sociedade quer para a reforma da Previdência, a sociedade elegeu 513 deputados."
Rodrigo Maia também considerou uma injustiça a declaração de Guedes de que a Câmara teria cedido ao lobby dos servidores públicos ao propor uma nova regra de transição específica para a categoria.
"O que eu gostaria muito é que o ministro Paulo Guedes explicasse a transição que ele assinou para as Forças Armadas. A transição das Forças Armadas é 17% do tempo que falta, na nossa proposta é 100%, é o dobro do tempo que falta. Então, quem fez uma transição que beneficiou as corporações foi o ministro Paulo Guedes e o presidente da República."
O presidente da Câmara afirmou que sua prioridade agora é conseguir o apoio dos governadores para a proposta. A intenção é recolocar no texto a Previdência de estados e municípios até a votação no Plenário, o que geraria uma economia adicional de 350 bilhões de reais.
"Essa não é a reforma do Bolsonaro, é a reforma do Brasil, é a reforma da federação com o Parlamento. Essa é a reforma que nós vamos fazer, nós deputados e depois senadores. Os governadores têm uma grande oportunidade, de junto conosco mostrar que é um novo momento de fato da política brasileira, aonde mesmo com a desarticulação do governo, deputados, senadores, e os governadores e prefeitos podem e devem aprovar uma grande reforma."
Rodrigo Maia disse que continua negociando com os estados, e revelou que já teve conversas inclusive com governadores da oposição.