13/02/2019 21:04 - Política
Radioagência
Deputados mineiros cobram votação de projetos sobre mineração e segurança de barragens
Novo coordenador da bancada de Minas Gerais na Câmara dos Deputados aposta em união e mobilização para tirar o estado da crise econômica e do risco de novos crimes ambientais. Nesta quarta-feira, o deputado Diego Andrade, do PSD, assumiu a coordenação dos 53 deputados mineiros, no lugar do deputado Fábio Ramalho, do MDB, que ocupava o cargo há sete anos. O enfrentamento dos reflexos socioambientais do rompimento da barragem da mineradora Vale em Brumadinho é a principal prioridade. Assim como já foi sugerido na comissão externa sobre Brumadinho, Andrade defende o esforço concentrado do Plenário da Câmara para votar os vários projetos de lei sobre mineração e segurança de barragens que deixaram de ser aprovados após tragédias anteriores, como a de Mariana.
"Como coordenador da bancada, o grande desafio é unir todos os deputados. Tenho certeza que, com os 53 deputados e os três senadores juntos, podemos exigir o respeito que Minas Gerais merece, porque esse caso da Vale e todos esses anos aqui sem votações consistentes foram um grande desrespeito com Minas Gerais e tenho certeza que isso vai mudar".
Diego Andrade disse que a CPI mista de deputados e senadores é outra reivindicação da bancada mineira para punir com rapidez os responsáveis pelo crime socioambiental de Brumadinho.
"Propusemos uma comissão mista e estamos pedindo a todos que tomaram a iniciativa que juntem força. A comissão externa já está avançando: já fizemos visita a Brumadinho e foi muito triste o que nós ouvimos lá. Você escuta relatos lá como o de um bombeiro com salário atrasado e trabalhando que encontrou uma criança: na hora em que ele puxou, ela estava abraçada com a mãe morta na lama. Outro relato de um legisla sobre um ônibus soterrado em que havia 12 pessoas que não morreram na hora: fecharam a janela e foram morrendo aos poucos. A gente não sabe se pelo calor da lama ou sufocados. Esse é o crime que a Vale cometeu. Se essa empresa trabalhar o resto da vida para dar o lucro dela para as famílias ainda é um pouco. Não podemos permitir mais que aconteçam operações covardes de risco".
Com déficit de R$ 21 bilhões, sérios problemas na prestação de serviços públicos e atraso no pagamento ao funcionalismo, Minas Gerais enfrenta uma das maiores crises financeiras da história. Vários deputados se comprometeram a ajudar o governo estadual a enfrentar a crise por meio de emendas parlamentares ao Orçamento da União. Ao deixar a coordenação da bancada mineira, o deputado Fábio Ramalho informou que as emendas impositivas de 2017 e 2018 garantiram cerca de mil novas viaturas para as polícias militares (625) e civil (cerca de 300). O comandante-geral da PM de Minas Gerais, coronel Giovanne da Silva, agradeceu o apoio que, segundo ele, "ajudará na prestação de serviço mais digno à população".