05/12/2018 20:23 - Educação
05/12/2018 20:23 - Educação
A comissão especial que analisa a proposta conhecida como Escola sem Partido se reuniu nesta quarta-feira, pela sexta vez, para tentar votar o relatório do deputado Flavinho, do PSC paulista.
Os deputados contrários ao projeto, apesar de estarem em menor número, conseguiram mais uma vez obstruir o processo de votação até que as votações no Plenário da Câmara se iniciassem e a sessão tivesse de ser interrompida.
O presidente da comissão, deputado Marcos Rogério, do Democratas de Rondônia, afirmou que vai continuar pautando a votação da proposta, mesmo com a obstrução dos deputados contrários ao projeto.
"Há um processo de obstrução sistemático na comissão, o que é natural, faz parte do processo legislativo, mas é papel do presidente da comissão conduzir os trabalhos com vistas ao encerramento com aprovação do texto ou rejeição deste."
Para Marco Feliciano, do PSC de São Paulo, que é favorável à proposta, só em ser discutido o projeto já é vitorioso na defesa da liberdade dos alunos.
"O Escola sem Partido já venceu porque os alunos não se calam mais. Alunos que tinham sido constrangidos - nós passamos dois anos na comissão da escola sem partido ouvindo casos, foram quase 500 - de alunos e professores que foram cerceados dentro de sala de aula porque pensavam diferente de seus professores de esquerda."
Já para a deputada Maria do Rosário, do PT do Rio Grande do Sul, a proposta não traz nenhum benefício e ainda pode prejudicar muito o trabalho dos professores dentro de sala de aula. Ela destacou que a proibição de discutir certos assuntos em sala de aula, como violência sexual por exemplo, pode prejudicar milhares de crianças em todo o país.
"Quando a criança confia na professora e sabe que ela pode tratar qualquer assunto, pode perguntar ou contar, sobretudo nas séries iniciais ela vai procurar ajuda dessa pessoa em quem ela confia, que é a segunda pessoa em quem ela mais confia. Ela confia nos pais e quando ela perde essa referência ela confia nesse educador. Eu já fui um professor em sala de aula que ouviu esse relato e, sinceramente é a coisa mais difícil de ouvir, a gente não quer acreditar, mas qual é a obrigação? Salvar a criança. Agora se tiver um cartaz escrito ali que tem temas que a criança não possa falar e como está sendo disseminado que ela não pode jamais falar de determinado temas, que a professora não vai poder responder. Tudo isso que está sendo colocado, sinceramente, as violências vão aumentar e os abusadores vão ficar impunes."
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