04/05/2017 18:34 - Direitos Humanos
04/05/2017 18:34 - Direitos Humanos
O líder do PT, deputado Carlos Zarattini (SP), criticou nesta quinta-feira (4) o acirramento dos conflitos agrários no País e também o relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Funai-Incra. Segundo Zarattini, o relatório aumenta a radicalização dos conflitos.
"Os ruralistas mais radicais resolveram desencadear violência de todos os tipos contra os trabalhadores rurais, contra os índios contra quilombolas. O relatório da CPI Funai-Incra é um verdadeiro abuso, além de falar mal de toda política indigenista histórica no Brasil, toda política de reforma agrária, decide indiciar mais de 30 índios, indicia lideranças sindicais do campo, funcionários da Funai e do Incra, 15 procuradores do Ministério Público Federal, 16 padres e 2 bispos. A bancada do PT resolveu fazer essa denúncia e vamos fazer de tudo para que não seja aprovado, porque ele é um verdadeiro absurdo. Ele só aumenta a radicalização"
O líder Zarattini afirmou que os últimos conflitos ocorridos no campo, como o assassinato de nove trabalhadores rurais no Mato Grosso no último mês e o mais recente ataque a índios Gamela no Maranhão são de responsabilidade de ruralistas mais radicais.
O relator da CPI da Funai-Incra, deputado Nilson Leitão (PSDB-MT), defendeu seu parecer e afirmou que há muita fragilidade nos trabalhos da Funai e do Incra.
"Ele concluiu uma fragilidade enorme nos trabalhos e no rito do trabalho da Funai e também do Incra. Essa fragilidade causa acima de tudo um prejuízo enorme do objetivo do Incra em assentar e um prejuízo da Funai em demarcar, porque a corrupção acaba aparecendo em várias situações desde o início da desapropriação da área até o momento de assentar os seus clientes. Vários atores que por razões ideológicas motivados por seus desejos ideológicos acabam entrando no meio dessa bagunça e dessa fragilidade"
Leitão destacou que espera que a comissão aprove o relatório e que seu objetivo é gerar discussão sobre o tema.
Na última semana, uma diligência da Comissão de Direitos Humanos esteve no município de Colniza, em Mato Grosso, para colher informações sobre o assassinato de nove trabalhadores rurais. Já nos próximos dias, a comissão também pretende acompanhar de perto os desdobramentos do ataque aos índios Gamela, na região de Viana, no Maranhão. A visita ao local deve ser feita em conjunto com a Comissão de Direitos Humanos do Senado. De acordo com a comissão, há mais de dez indígenas feridos, alguns por arma de fogo e em estado grave.
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