Relações exteriores

Vice-presidente da juventude islâmica diz que Brasil não precisa de lei contra terrorismo

27/05/2015 - 17:18  

Na audiência que discutiu o terrorismo, o presidente do Conselho de Ética da União Nacional Islâmica (UNI) e vice-presidente da União Mundial da Juventude Islâmica (WAMY), sheik Jihad Hassan Hammadeh, minimizou o efeito de uma legislação de combate ao terrorismo no Brasil. Segundo ele, mais do que uma lei específica, o Brasil precisa aplicar as leis existentes no combate ao crime.

"Se as leis que existem não diminuíram a criminalidade, não são as leis novas que vão impedir o terrorismo", disse o sheik.

Ele defendeu ainda a disseminação de valores e disse que isso tem sido feito nas mesquitas. "Temos que fazer uma rede de conscientização dos nossos jovens para que eles não migrem para a criminalidade", disse em referência ao recrutamento de jovens por organizações terroristas.

Os participantes da audiência consideraram pouco provável que existam representantes do Estado Islâmico no Brasil recrutando jovens, como foi noticiado recentemente na imprensa brasileira. Por outro lado, eles disseram que esse aliciamento pode ser feito por meio de redes sociais.

Preconceito
Jihad Hassan Hammadeh também lamentou a imagem de terrorista que hoje pesa sobre a comunidade muçulmana, que reúne mais de 1,5 bilhão de pessoas ao redor do mundo.

"Nós, muçulmanos, não reconhecemos o que se fala do islã hoje. Esses grupos [terroristas] não são reconhecidos. Não aceito ninguém me comparar a eles, nem me ligar a atos terroristas. Essas pessoas são sequestradoras. Infelizmente, elas encontram eco em diversos setores da sociedade em diversos países, principalmente na mídia", afirmou.

Reportagem – Noéli Nobre
Edição – Natalia Doederlein

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