Ortotanásia em debate na Rádio Câmara
Procedimento conhecido como ortotanásia, destinado abreviar a agonia de pacientes sem chances de cura, foi aprovado pelo Conselho Federal de Medicina
O programa Palavra de Especialista desta quarta-feira (6), às 8h30, vai abordar um tema polêmico: a ortotanásia, procedimento que reduz tratamentos que prolongam a vida dos doentes em estado terminal e sem chance de cura.
No início do mês de novembro, o Conselho Federal de Medicina aprovou uma resolução que permite aos médicos interromper o tratamento nesse casos. Os médicos argumentam que o procedimento é diferente da eutanásia por não provocar diretamente a morte do paciente. Com a ortotanásia, os médicos não insistem em procedimentos que só prolongariam por dias ou semanas a vida de um paciente prestes a morrer. Isso com o consentimento do próprio paciente ou dos familiares e com a garantia da adoção de todos os cuidados necessários para o alívio do sofrimento.
A decisão já provocou reações na sociedade. O Ministério Público quer questionar a medida na Justiça. Por outro lado, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou nota favorável à ortotanásia, citando um texto de João Paulo II, de 1995. No texto, o Papa dizia que, quando a morte se anuncia iminente e inevitável, pode-se em consciência renunciar a tratamentos que dariam somente um prolongamento precário e penoso da vida.
No Palavra de Especialista desta quarta-feira (6), a jornalista Adriana Magalhães vai conversar sobre a polêmica com o diretor do Conselho Federal de Medicina, Roberto D'ávila. Ele faz parte da Câmara Técnica sobre a Terminalidade da Vida, que elaborou o parecer do CFM.