Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro no Câmara das Artes

29/01/2014 13h04

Show que será gravado na TV Câmara e espetáculo no Teatro Paulo Autran, em Taguatinga, marcam nova temporada do projeto cultural da Câmara

 

Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro são dois dos mais afinados e criativos músicos da MPB. E, em mais um encontro em Brasília, terão a companhia do pianista Antônio Carlos Bigonha. É deles "Desenredo", um clássico da música popular na melhor tradição das modas de viola feito narrativa: "O mundo todo marcado a ferro, fogo e desprezo /A vida é o fio do tempo a morte é o fim do novelo".

O espetáculo, que abre o projeto Câmara das Artes em 2007, é uma iniciativa do Espaço Cultural da Câmara dos Deputados em parceria com o SESC-DF e a TV Câmara. Este encontro será dia 19, uma segunda-feira, às 12h30, no auditório da TV Câmara, com espetáculo e gravação ao vivo. O show será reapresentado na mesma data, somente para convidados, às 20h, no Teatro Garagem do SESC, na 913 sul. E no dia 20, às 20h, mais um espetáculo no Teatro Paulo Autran (SESC-Taguatinga Norte). Os ingressos custarão apenas R$ 2,00 (dois reais) a inteira .

Dori Caymmi
Filho de Dorival Caymmi e Stella Maris e irmão de Nana e Danilo Caymmi, desde a infância estudou piano, violão e teoria musical. Seu primeiro trabalho como profissional foi acompanhar a irmã Nana ao piano. Suas principais influências foram a música do pai, de João Gilberto, Tom Jobim e o jazz norte-americano de Nat King Cole, Sarah Vaughan e Ella Fitzgerald. Ainda jovem, começou a compor trilhas sonoras para programas de televisão e peças de teatro.

Nos anos 60 foi também produtor, arranjador e diretor musical. Sua atuação como compositor é destacada e, nos festivais dos anos 60, teve músicas defendidas por MPB-4 ("Cantigo"), Nana Caymmi ("Saveiros", com Nelson Motta) e Elis Regina ("O Cantador", com Nelson Motta). Nos anos 70 compôs trilhas para cinema e televisão e, na década de 80, dedicou-se mais ao mercado norte-americano, onde passou a trabalhar como arranjador e compositor, radicado em Los Angeles.

Sua maneira de tocar violão, com afinações pouco convencionais, e suas harmonias criativas o projetaram internacionalmente. Outros de seus sucessos foram "De Onde Vens" (com N. Motta), gravada por Elis e Nara Leão, e "Festa", gravada por Jair Rodrigues, Elis e Sergio Mendes.

Paulo César Pinheiro
Paulo César Pinheiro está associado ao que de melhor a música brasileira produziu na segunda metade do século XX. É, de longe, o letrista que mais parcerias assinou em mais de 1.500 músicas, atravessando três gerações de autores, de Pixinguinha a Lenine, passando por Radamés Gnattali, Tom Jobim, Carlos Lyra, Baden Powell, Sivuca, Edu Lobo, Francis Hime, Dori Caymmi, João Nogueira e Raphael Rabello.

Suas composições fizeram (e ainda fazem) sucesso em todo o país ao longo dos 39 anos de profissão nas vozes consagradas de intérpretes como Elizeth Cardoso, Clara Nunes, Elis Regina, Nélson Gonçalves, MPB-4, Paulinho da Viola, Nana Caymmi e Sarah Vaughn. Algumas delas: "Lapinha", "Refém da Solidão" e "Quaquaraquaquá" (com Baden); "Matita Perê" (com Tom Jobim), "Ingênuo" (Pixinguinha), "Viagem" (João de Aquino), "Vento Bravo" (Edu Lobo) e outras.

A comparação inevitável é com Vinícius de Moraes, que, em vida, o considerou seu herdeiro ("o filho que poderia ter e não tive, mas que é como se tivesse"), não apenas pelo volume e ecletismo de suas parcerias, como pela qualidade poética e musicalidade de seus versos.

Antonio Carlos Bigonha
Mineiro de Ubá, Minas Gerais, radicou-se em Brasília há 20 anos. Começou aos sete anos o estudo do piano erudito e, desde cedo, interessou-se pela arte da composição. Cresceu sob a influência da música sacra da Matriz de São Januário, de festividades tradicionais mineiras como a Congada e sob o mito e legado de seu conterrâneo mais ilustre, Ary Barroso.

Concluiu o estudo técnico de piano junto à Academia Lorenzo Fernandes, no Rio de Janeiro. Obteve na Escola de Música de Brasília conhecimentos básicos de violino, flauta doce, canto coral e teoria musical. Estudou harmonia funcional com Nelson Faria e teoria de arranjo com Ian Guest.

Em 2004 lançou seu primeiro CD, "Azulejando", integralmente autoral, com a participação de artistas de renome como Toninho Horta, Marina Machado, Chico Amaral e Juarez Moreira e de grandes músicos de Brasília e de Belo Horizonte, em projeto coordenado pelo destacado compositor e produtor musical mineiro Flávio Henrique.

Atualmente prepara a produção de seu segundo CD, com arranjos e direção artística de Dori Caymmi. (Fonte: UOL)