Programa Um Computador Por Aluno é avaliado
Reunião do Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica, realizada esta tarde, deu início ao relatório que analisará o programa Um Computador por Aluno – UCA, do governo federal, que pretende ligar à Internet todos os estudantes da rede pública (federal, estadual e municipal) do país. Esta será a primeira avaliação de política pública do Conselho, que já promoveu estudos sobre biodiesel, dívida pública e centros vocacionais de tecnologia.
Proposta pelo deputado Marcondes Gadelha (PSB-PB), a avaliação será relatada pelo deputado Paulo Henrique Lustosa (PMDB-CE). Lustosa acompanhou nos últimos dias 22 e 26 uma comitiva do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) que veio ao Brasil conhecer a experiência brasileira em duas escolas de ensino fundamental, nas cidades de São Paulo e Porto Alegre. Em abril deste ano, o governo deu início aos testes com 1.640 computadores portáteis (notebooks) em cinco escolas públicas escolhidas para o projeto piloto: CIEP Rosa da Conceição Guedes, em Piraí/RJ; Colégio Estadual Dom Alano Marie Du Noday, em Palmas/TO; Escola Estadual Luciana Abreu, em Porto Alegre/RS; Escola Municipal Ernani Silva Bruno, em São Paulo/SP; e CIEF da Vila Planato, em Brasília/DF.
Os protótipos foram desenvolvidos por três fabricantes: Intel, Mobilis e OLPC. Este último é a sigla em inglês para um notebook por aluno (one laptop per child) desenvolvido pela pesquisador Mário Negromonte, do Massachusets Institute Technology (MIT). Idealizador do projeto, Negromonte criou a Fundação OLPC para disseminar a inclusão digital no mundo.
No encontro de hoje com os deputados do Conselho, o coordenador do programa UCA e assessor especial da Presidência da República, Cezar Santos Alvarez, explicou que o governo vai investir R$ 60 milhões para adquirir 150 mil unidades no ano que vem e dar início a uma rede experimental. O número de estudantes equivale a apenas 0,5% do universo total de alunos da rede pública brasileira, mas representa uma escala importante para demonstração da viabilidade do programa. Um dos protótipos que está sendo experimentado custa US$ 170 a unidade, mas o preço pode ser reduzido com a fabricação em escala.
O presidente do Conselho, deputado Inocêncio Oliveira (PR-PE), ressaltou o alcance social do projeto para a juventude brasileira, que, segundo ele, será o próximo foco da crise que o país atravessará se nada for feito para promover a inclusão dos mesmos na era do conhecimento. O deputado Ariosto Holanda (PSB-CE) sugeriu a integração do programa às escolas técnicas e centros vocacionais de tecnologia dos governos federal e estaduais.
Os computadores, que também serão disponibilizados aos professores, terão configuração básica que permita aos estudantes usarem a Internet para pesquisa e ao mesmo tempo estarem integrados numa rede que integre todo o sistema. Para isso, os computadores serão dotados de antena de recepção e transmissão de sinal da rede sem fio (rede wi-mesh), o que significa que cada um será uma antena de transmissão do sinal em banda larga. A escola instala uma antena de recepção e os computadores retransmitem o sinal à medida que se afastam da escola, permitindo integração de todos à rede.
Cid Queiroz
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