Sibá Machado SF 18-02-2008

O SR. SIBÁ MACHADO (Bloco/PT - AC. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Papaléo Paes, é muito bom ver os números divulgados na pesquisa, realizada pela Confederação Nacional dos Transportes e pelo Instituto Sensus, que avalia a performance do Governo Federal e a performance do Presidente da República, o Presidente Lula.
Fico muito bem impressionado, Sr. Presidente, porque, com tantos debates mais acirrados, especialmente aqui no Senado, tivemos poucas oportunidades de fazer um debate mais qualificado sobre a performance do Governo. Aqui não é em busca de consenso, não é em busca de fazer com que as pessoas deixem de lado suas convicções, mas de poder pensar de fato nos rumos do Brasil.
Sr. Presidente, eu morava na Transamazônica, no Estado do Pará, e tinha a imagem do Brasil como a de um carro atolado. A imagem do Brasil, como de todos os países de economia mais insipiente, era a de um país que procurava cumprir à risca os manuais do Fundo Monetário Internacional, de regras canibais, ao Direito, à soberania desses países, especialmente para as populações mais pobres.
Esse receituário, no meu entendimento, Sr. Presidente, faliu, acabou, não se sustenta mais. Ou o Fundo Monetário Internacional muda de rumo de uma vez por todas e se torna um instituto financeiro de fato para fomentar as pequenas economias ou ele não tem mais razão de existir. E nós recusamos esse caminho, que quebrou o México, que quebrou a Argentina, que quebrou a Coréia do Sul, que colocava em polvorosa os brasileiros cada vez que vinha uma missão do FMI ao País para dizer o que era bom e o que era ruim para o povo brasileiro. Felizmente, esse momento está encerrado. Os números da pesquisa são muito positivos, muito positivos. O que nos dizem os números, Sr. Presidente, muito claramente?
Se juntarmos o que considera de ótimo, bom e regular, a população brasileira dá ao Governo do Presidente Lula a aprovação de 85%. Quando olhamos para os números da pessoa do Presidente, a sua imagem, sua confiabilidade como Chefe da nossa Nação, ela dá ao Presidente Lula a aprovação de 66,8%.
Isso é muito positivo. Até acho que o Presidente Lula talvez não esperasse esses números, dada a dificuldade de comunicação entre o seu Governo e o todo da sociedade, por conta de tantos outros debates que são tidos como mais importantes.
A Mensagem do Presidente, remetida ao Congresso Nacional na abertura dos trabalhos de 2008, os números positivos, a alegria de se ler um documento daquele, tudo demonstra que o nosso Brasil, de fato, dá a volta por cima. É um receituário, sim, a ser continuado. É um receituário, sim, que está funcionando muito bem. E a população, graças a Deus, está sabendo discernir essas coisas. A população nos diz nessa pesquisa que o Governo está indo muito bem e que, se houver qualquer problema, que ele seja trabalhado nos fóruns competentes. É isso que eu traduzo dessa pesquisa.
Fico muito feliz, Sr. Presidente, porque, há muito tempo, na minha vida, enquanto eu era sindicalista, eu olhava para o nosso País e achava que era destino natural do Brasil ser um país pobre, que era um destino natural do Brasil ser um país endividado, comandado pelos outros, sem identidade própria, porque o povo lá fora só nos conhecia pelo carnaval, pelo futebol e mais nada, porque ninguém sabia sequer onde era a capital do nosso Brasil, porque ninguém sabia onde ficavam as coisas e a base da nossa cultura. Agora nós estamos dialogando com o mundo, não só o mundo dos mais ricos, mas também com o mundo dos mais pobres também.
O nosso Mercosul dá seus passos, criamos um novo intercâmbio com a Índia, com a África do Sul, com os países da África, dialogamos com a OMC, exportamos tecnologias. O País aponta para outros caminhos, divide riquezas com os mais pobres, abre oportunidades nas universidades para o ensino superior.
É claro que respeitamos todas as pessoas que vêm à tribuna do Senado ou que vão a qualquer tribuna do nosso Brasil e faz críticas pelas conquistas não obtidas. Ninguém aqui tem varinha de condão, ninguém aqui é mágico. Basta olharmos para as condições em que o nosso País estava vivendo, vendendo suas empresas para poder pagar suas contas. Não precisamos mais disso.
Sr. Presidente, relembro aqui o aparte que fiz ainda há pouco. Se nós ainda tivéssemos a CMPF, se mantivermos um crescimento do PIB de 5% por três anos consecutivos, Sr. Presidente, inevitavelmente, o nosso Brasil vai ser um País credor das economias mais pobres do mundo. E eu só espero que o Brasil, ao chegar a esse patamar, seja um país não economicista, que não seja um país que procure usar da usura com os países mais pobres para poder crescer, mas, sim, que use o intercâmbio por meio da solidariedade entre os povos para que possamos crescer juntos.
Aqui, o povo brasileiro manda um recado objetivo à sociedade, a todos nós: o povo está acompanhando o que acontece na conjuntura política e econômica do nosso Brasil. Esse acompanhamento é claro! O País está dando certo, o País está agora tomando um rumo que é bom para todos.
Sr. Presidente, muitos criticam que, nos anos 80, todos os congressos do nosso Partido tratavam que tinha de haver um rompimento com o FMI. Foi feito o rompimento! Pagamos a conta e ele foi embora. Acabou-se. Não foi preciso fazer uma guerra armada aqui dentro.
Falou-se tanto na reforma agrária. É claro que a reforma agrária no Brasil ainda não está nos ideais que sonhamos, mas já demos passos significativos!
Falávamos que os mais pobres tinham de ter uma condição de vida um pouquinho melhor. Hoje, graças a Deus, temos, no Brasil, mais de dez milhões de pessoas migrando das classes D e E para a classe C.
Portanto, Sr. Presidente, com toda esta felicidade, quero agradecer a todas as pessoas que ajudam na construção do brilhante governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva! Foi muito bom para o Brasil, está sendo muito bom para os países vizinhos nossos e está sendo um exemplo para o mundo. Este é o caminho.
Esperamos, findadas as eleições nos Estados Unidos, firmar um novo marco das intenções de negociações, seja no campo político, seja no campo econômico, com os países mais pobres do mundo inteiro.
Sr. Presidente, muito obrigado.
Peço somente a V. Exª que complemente meu pronunciamento com os dois artigos que trago aqui, dos jornais O Estado de S. Paulo e Folha de S.Paulo, sobre essa pesquisa.
Agradeço a tolerância de V. Exª.