João Pedro SF 31 -03-2008
O SR. JOÃO PEDRO (Bloco/PT - AM. Pronuncia o seguinte discurso. sem revisão do orador.) - Serei rápido, Sr. Presidente.
Na realidade, quero agradecer aos dois Senadores, Sibá Machado e Paulo Paim, com quem fiz uma permuta.
Sr. Presidente, neste início de noite nesta sessão, quero registrar que estive no Equador nos dias 26, 27 e 28 passados, a convite da Universidade Nacional de Loja e do Presidente da Unamaz...
O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Permita-me interromper. Esta sessão de 31 de março termina regimentalmente neste momento. Prorrogo por mais uma hora para que todos usem a palavra com tranqüilidade.
O SR. JOÃO PEDRO (Bloco/PT - AM) - Certo, Sr. Presidente.
Eu estava dizendo que, nos dias 26, 27 e 28, a convite da Universidad Nacional de Loja, da Presidência da Unamaz (Associação de Universidades Amazônicas), e do Reitor Max Gonzáles, professor, educador, pesquisador, participei de um seminário internacional que tratava de pesquisas na Amazônia, de energia alternativa e das questões sociais dos países que compõem a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA).
Ora, Sr. Presidente, por que fui convidado para participar desse seminário internacional? Porque apresentei, Senador Paulo Paim, no final de outubro de 2007, um projeto de lei que propõe a criação de uma universidade entre os países da OTCA, a organização dos países do Pacto Amazônico.
Apresentei essa proposta - e o Mercosul a tem; V. Exª defende e propõe uma universidade entre os países do Mercosul - porque, se é verdade e importante que o Mercosul crie essa instituição, é de fundamental importância para a Amazônia e para os países do Pacto Amazônico que se crie também a sua universidade.
Presidente Mão Santa, Senador do Piauí, precisamos dominar a Amazônia, precisamos conhecer a Amazônia, e só há um caminho: o do conhecimento. A melhor resposta a esse debate que é travado em nível internacional acerca da importância da Amazônia, acerca do impacto ambiental, acerca das populações que moram e vivem na Amazônia é o caminho do ensino, da pesquisa, do conhecimento.
E não basta o Brasil estudar a Amazônia. Não basta que o Peru ou o Equador estudem a Amazônia, sem que o Brasil a estude também. É preciso entender a Amazônia - esse grande bioma, ou a composição de grandes biomas, de dezenas, de centenas de biomas - como uma estratégia de importância para os povos da Amazônia. E para a humanidade também ela tem o seu papel.
Agora, é preciso dizer - e sou daqueles que frisam permanentemente isto - que a Amazônia é dos países, dos povos que a compõem. A Amazônia brasileira, em vez de ser patrimônio da humanidade, é do Brasil e pode e deve servir à humanidade, a partir de um olhar comprometido com a pesquisa, com o ensino, com o saber e com a tecnologia.
Então, a proposta da universidade que venho defendendo é no sentido de estudarmos juntos todos os países que compõem o Pacto Amazônico. Estou falando, Sr. Presidente, da Colômbia, da Bolívia, do Brasil, da Guiana, do Peru, do Suriname e da Venezuela. Os países que compõem o Tratado, a OTCA.
Saí do seminário internacional com uma boa impressão de todos os pesquisadores, de todos os educadores que participaram desse evento no Equador, promovido pela Universidad Nacional de Loja. Impressão no sentido do comprometimento e do desejo inarredável dos pesquisadores em estudarem a Amazônia, de compreenderem melhor a Amazônia.
Saí de lá mais animado com a OTCA e com a Unamaz, visto que senti essas instituições se comprometerem com o presente, mas, acima de tudo, com o futuro da Amazônia.
E aqui quero falar dos povos indígenas, dos ribeirinhos, das populações tradicionais, da juventude, das mulheres e dos homens que vivem e que trabalham na Amazônia pan-americana.
Sr. Presidente, Srªs e Srs Senadores, quero fazer o registro da minha ausência do Senado nos dias 26, 27 e 28, por ter tido a oportunidade não só de defender o projeto que apresentei nesta Casa e que está tramitando, mas também de, nesses três dias de convivência com professores, com estudiosos, com dirigentes das universidades desses países que acabo de mencionar aqui, assistir ao comprometimento deles para com a Amazônia democrática, com a Amazônia verde, trabalhando em defesa dos seus países, respeitando a sua soberania. Acima de tudo, pude ver o comprometimento deles com o ensino e pesquisa.
É o meu registro, Sr. Presidente, sobre a minha ausência nesses três dias do Senado, mas é também o registro da minha alegria de ter participado de um seminário proporcionado pela Unamaz, que é a associação das universidades que trabalham, que vivem, que pesquisam a Amazônia.
Muito obrigado, Sr. Presidente.