Neuto de Conto-SF 10-10-07
SR. NEUTO DE CONTO (PMDB - SC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Mão Santa, Srªs e Srs. Senadores, ocupamos a tribuna nesta tarde para falar um pouco sobre educação.
O Presidente da República tem anunciado que serão inúmeras as regiões do País atendidas pelas escolas técnicas e pelas novas universidades federais. Em Santa Catarina, temos somente uma universidade federal na capital do Estado. Já foi anunciado que ela terá três extensões: uma no sul do Estado, na região de Tubarão; uma no norte do Estado, em Jaraguá do Sul; e uma terceira extensão no meio-oeste, na cidade de Curitibanos. A região oeste, minha região, o grande oeste produtor, ficou alijada de universidades gratuitas e federal. Apesar de as que estão lá serem de extrema valia e terem com competência e capacidade conduzido o ensino de terceiro grau naquela região, nós teremos de ser iguais, queremos a universidade gratuita, como existe em grande parte do Brasil e também em outras regiões de Santa Catarina.
Por essa razão, nós estamos trabalhando para que se crie em Chapecó e em São Miguel do Oeste a Universidade do Mercosul, que, além de atender o sudoeste do Paraná, parte do Rio Grande do Sul e oeste de Santa Catarina, poderia agregar todas as universidades dentro dessa mesma linha de raciocínio dos países que fazem com o Brasil não só a fronteira, mas que também atuem com o Brasil por meio do Mercosul.
Deveremos apresentar no PPA da próxima semana uma proposta de emenda e também no Orçamento da União para que lá se possa dar oportunidade ao jovem e ao estudante não só aos cursos, mas principalmente à pesquisa naquele importante celeiro, não só para o Brasil, pois abastece principalmente de carne de frango e suíno o mundo.
Outro assunto, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, também relacionado à educação, é o projeto que apresentamos na semana passada e que foi aprovado na Comissão de Educação. Trata-se do Projeto de Lei nº 310, de 2007, que cria o Fundo Nacional de Apoio à Biblioteca. Aprovado já naquela Comissão, seguiu para a Comissão de Assuntos Econômicos, como terminativo, para que possamos criar no País o hábito da leitura. Não só nas universidades, nas grandes cidades, mas também nos pequenos Municípios, nas associações de classe, nas pequenas escolas do interior, com recursos do Município, do Estado, da União, com doações de empresas e também com a colocação dos livros lidos - porque, depois de ser lido, normalmente ele vai para a prateleira -, para que eles possam circular e muitas pessoas tenham oportunidade do conhecimento por meio da leitura.
E, com o hábito da leitura, certamente, terão sua elevação no conhecimento, no bem-estar social e, particularmente, na participação efetiva no meio da sociedade.
Dentro dessa visão e dessa ótica, pensamos que estamos também participando no auxílio, na complementação da lei que aprovamos nesta Casa, a de nº 10.753, de outubro de 2003, que já estabelece a criação das bibliotecas, mas não especifica como serão abastecidas. E o nosso projeto faz com que se complemente e se dê oportunidade a todos os segmentos sociais, seja no bairro, na escola, no clube, para que se tenha a oportunidade do conhecimento por meio da leitura. Também ficamos muito satisfeitos porque se está criando a biblioteca digital mundial, em que o Brasil faz coro.
O terceiro assunto, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, diz respeito à XI Feira Regional de Matemática. Foi a primeira vez que ouvi. Em Santa Catarina, no Município de Salete, em um trabalho extraordinário da Secretaria de Desenvolvimento Regional, as regionais de Rio do Sul e Taió e a Prefeitura Municipal de Salete criaram um programa fantástico, que é a Feira Regional de Matemática, de que participam 80 escolas de primeiro e segundo graus do Estado e do Município, onde estudam os jovens daquela região, e, dentro desse trabalho, em sua 11ª edição, desenvolveram, em cada classe, em cada escola, um tema muito importante.
Tem escola cujo tema é a água. Então, aplicam sobre a água a matemática - o volume de cada frasco, a velocidade da água que sai da torneira, e, pela matemática, calculam-se o uso, o consumo e, especialmente, o aprendizado dentro da proposta.
A segunda proposta que vi - vou citar só duas ou três - é a casa, a moradia do aluno, em que eles aprendem a fazer todos os cálculos para que, ainda no primeiro grau, saibam dimensionar a sua propriedade e qualquer outra propriedade que exista na região, na área ou no conhecimento. Até no esporte, em todas as quadras possíveis, eles calculam, e foi um aprendizado fantástico, muito bom, muito importante e muito significativo.
Por isso, registro esses três assuntos nesta tarde até para fugir do debate contínuo, permanente e persistente da situação em que vive a nossa Casa, da situação em que vivemos nós, Senadores, perante a Nação. Estou trazendo uma nova visão para que a sociedade comece a entender que precisamos, sim, trabalhar, prosperar e, principalmente, trazer temas ao debate, como o da educação.
Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, encerro citando um filósofo chinês que viveu nos anos 300 A.C. e cuja filosofia ainda se faz presente em nossos dias. Dizia ele, Sun Tzu: "Se queres projetar a vida para um ano, plante cereais, porque dá para plantar e dá para colher. Mas, se queres projetar a vida por 50, 60, 70 anos, plante árvores". Dá uma visão mais longa e uma oportunidade maior de conhecimento. Mas dizia ele também: "Se queres projetar a vida para sempre, treine e eduque o homem". Treinando e educando o homem, certamente, não teremos somente as nossas comunidades e os nossos Estados, mas também, em particular, o crescimento do nosso querido Brasil.
Muito obrigado.