Barbosa Neto-CD 20-11-2007

BARBOSA NETO (Bloco/PDT-PR. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Osmar Serraglio, é uma honra contar com V.Exa. na Presidência neste momento.
Sras. e Srs. Deputados, fazemos uso da tribuna para registrar nossa satisfação com a visita da Presidenta da Argentina eleita, Senadora Cristina Kirchner, que veio ao Brasil encontrar-se com o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e apresentar uma proposta considerada por nós importante sinal de novos tempos nas relações entre países da América Latina e demais blocos econômicos. Felizmente a receptividade à idéia pelo Governo brasileiro foi positiva.
Referimo-nos ao abandono do dólar como moeda nas transações comerciais entre os 2 países, Brasil e Argentina, sinalizando com isso que, em paralelo a essa tese, poderão surgir outras iniciativas visando ao fortalecimento dos países latino-americanos para fazer frente a interesses igualmente legítimos de outros continentes.
A eleição de Cristina Kirchner, no nosso modo de entender, é importante porque, de certa forma, consolida o crescimento que vem sendo verificado na Argentina desde que foram adotadas políticas independentes, em face de receitas externas que se revelaram trágicas às economias nas quais foram aplicadas.
Por outro lado, é de domínio público que a moeda norte-americana não sobrevive a uma criteriosa avaliação de sua sustentabilidade, pois se trata de papel pintado, impresso por uma maquineta que não pára de funcionar 24 horas por dia. Assim é que os Estados Unidos acumulam dívida externa de US$40 trilhões. Levarão 3 anos para quitá-la, se usarem todo o seu Produto Interno Bruto - PIB, que gira em torno de US$13 trilhões/ano.
Portanto, a proposta da Presidenta argentina deve ser posta em prática. Ela deve servir de sinalizadora das novas relações do Brasil e de outros países da América Latina frente aos demais blocos e continentes.
O Governo do Presidente Lula pode avançar nesse sentido, com ações e medidas que visem proteger os interesses do nosso País, inclusive promovendo gradativa substituição de suas reservas internacionais, que atualmente se encontram contabilizadas em dólar, para uma moeda mais confiável, como o euro.
Por outro lado, o Governo brasileiro poderia dar bom exemplo de soberania suspendendo os leilões dos poços de petróleo, que se encontram programados e em vias de serem executados, ou enviando ao Congresso Nacional projeto de lei proibindo a aquisição de terras por estrangeiros. Inclusive, isso chegou a ser cogitado entre a eleição e o início do segundo mandato presidencial.
Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente