Eliene Lima-CD 17-10-2007
O SR. ELIENE LIMA (PP-MT. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero me somar à preocupação da colega, Deputada Thelma de Oliveira, também do Estado de Mato Grosso, com a necessidade de conscientização da sociedade para as queimadas.
Dissemos desta tribuna que este ano foi atípico. Houve queimadas exageradas, a ponto de, na Capital Cuiabá, a respiração humana ficar 3 vezes acima do nível tolerado.
Conversei com o Secretário do Meio Ambiente Luís Henrique Daldegan, e ele me disse que o ano ainda não terminou, mas o número de desmatamentos no Estado foi reduzido, em relação ao ano passado, a aproximadamente 60%. As queimadas independem do desmatamento, ocorrem em capoeiras, pastagens e fazendas, e muitas vezes são criminosas.
O Governo preocupou-se em tentar amenizar essa grave situação no Estado, mas este ano foi realmente atípico.
Quero destacar a importância da preservação do meio ambiente e associar esse momento ao Prêmio Nobel da Paz. No Painel Intergovernamental sobre Aquecimento Global, Al Gore chama a atenção para o aquecimento global.
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, passo a abordar assunto que diz respeito não só a meu Estado, Mato Grosso, mas ao desenvolvimento deste País.
Trata-se da pavimentação da BR-158. Essa rodovia, para quem não conhece, começa na cidade de Alto Araguaia, passa pelas cidades de Barra do Garças, Nova Xavantina, Água Boa e Ribeirão Cascalheira. Percorre ainda os Municípios de Alto da Boa Vista, Porto Alegre do Norte, Confresa e, por fim, Vila Rica, onde está localizado o Porto de Parauapebas.
Amanhã, quinta-feira, às 9 horas, haverá uma audiência pública na cidade de Ribeirão Cascalheira, para discutirmos o traçado da rodovia e ouvirmos os anseios da população sobre a importância do asfaltamento da rodovia para a região.
Convidado todos a participarem dessa audiência pública. Quero ressaltar nesta Casa o quanto a pavimentação dessa rodovia é importante.
Como muitos sabem, não se pode falar em recordes na agricultura no Brasil sem falar de Mato Grosso. O meu Estado é referencia mundial no agronegócio. Mato Grosso é o maior produtor de soja, maior produtor de algodão em pluma e ainda tem excelente posição no ranking do arroz, do sorgo e do milho. É ainda líder na produção de biodiesel nacional, com 88 milhões de litros por ano.
Com tantos números positivos, não resta dúvida que Mato Grosso ajuda em muito o Brasil a conquistar excelência mundial na agricultura.
Caros colegas, se o meu Estado, com tantas dificuldades em infra-estrutura, no escoamento da produção, é líder nacional no agronegócio, imaginemos, então, se Mato Grosso tivesse rodovias em boas condições, que o interligassem a portos importantes para exportações, como o de Parauapebas, no Pará. Mato Grosso seria a maior potência da agricultura da América do Sul nobres colegas! E quem ganharia com isso seria o Brasil.
Por isso, defendo a pavimentação da BR-158, porque é vital para este País. A rodovia representaria a concretização do Corredor Multimodal Centro Norte, que impulsionaria o desenvolvimento da região do Araguaia, já que facilitaria a integração com outros modais, como a Ferrovia Norte-Sul, a Rodovia PA-150 e o Porto de Itaqui, no Maranhão.
Vale destacar que o asfaltamento da BR-158 não beneficiaria apenas o Mato Grosso, porque ligaria ainda os corredores de exportação da Região Sudeste, como o Porto de Santos, em São Paulo, à região Centro-Nordeste, no Porto de Parauapebas, no Pará.
Como todos sabem, o Brasil perde por ano algo em torno de 5 bilhões de dólares por não ter logística integrada no escoamento da produção nacional. E o principal gargalo para esse problema está na falta de uma logística nacional, como no caso, a falta de infra-estrutura de rodovias federais e de portos.
Portanto, não podemos fechar os olhos para isso: a BR-158 precisa ser concluída! Afinal, ela não beneficiaria somente os produtores de soja, milho, algodão e de gado bovino mato-grossenses, mas também os produtores de outras regiões, que passam a ter alternativas para escoar o que produzem.
Não é surpresa para ninguém que a região do Vale do Araguaia sonha, há muito, com o asfaltamento da BR-158. A importância dessa obra em âmbito regional é muito grande, pois quando concluída será um importante fator de desenvolvimento econômico, principalmente se compreendido como elo integrador de movimentos da economia do MERCOSUL.
Conclamo o Governo Federal, a bancada do meu Estado a nos unirmos mais ainda no intuito de fazer com que a BR-158, um dos símbolos do Programa de Aceleração do Crescimento em Mato Grosso, seja concluída.
Força de vontade em fazer valer o sonho dos moradores do Vale do Araguaia não falta. Há um problema a ser superado para que esse sonho seja realizado. Trata-se dos processos ambientais pendentes junto ao IBAMA, já que a rodovia corta a terra indígena Maraiwatsede, protegida por lei federal.
No entanto, para contornar esse grave problema, dois outros novos traçados foram desenhados. O primeiro é chamado de Alternativa Oeste e possui 159 quilômetros, terminando no Município de São José do Xingu. A Alternativa Oeste aumenta o trajeto original em apenas 29 quilômetros.
Já o segundo traçado é a Alternativa Leste, que possui 162 quilômetros, termina em São Félix do Araguaia e tem 32 quilômetros a mais que o percurso original. Amanhã, em Ribeirão Cascalheira, esses dois novos traçados serão colocados em discussão durante a audiência pública.
Temos pressa em acelerar as obras da BR-158. Além de ajudar o Brasil a se desenvolver, temos mais pressa ainda em ajudar milhares de famílias da região do Araguaia, que vêem na BR-158 a única saída para uma vida melhor.
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, aproveito a oportunidade para dizer que, no último dia 15 de outubro, não pude estar presente nesta Casa para a sessão solene em homenagem ao Dia do Professor por motivo de compromissos no meu Estado, Mato Grosso. Na condição de integrante dessa categoria e da Comissão de Educação e Cultura, não poderia deixar de fazer este registro. No entanto, quero fazê-lo de forma diferente. Afinal, falar da importância dos professores e das suas necessidades atuais seria o que se chama chover no molhado, porque outros colegas já o fizeram brilhantemente nesta Casa.
Por isso, Sr. Presidente, escolhi recitar a poesia a mim enviada pelo cidadão José Reinaldo do Carmo, mais um de tantos e tantos mestres deste nosso imenso País.