Neudo Campos-CD 11-06-2007

O SR. NEUDO CAMPOS (PP-RR. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, gostaria de abordar um assunto que está na baila na imprensa e nos discursos de alguns Parlamentares. Refiro-me a considerar-se o Presidente Hugo Rafael Chávez Frias como inimigo do Brasil.
Isso não é verdade. Falo com a autoridade de quem mora num Estado fronteiriço à Venezuela, onde existe a única fronteira viva em que convivem brasileiros e venezuelanos, e com a autoridade de ter governado meu Estado por 2 mandatos e procurado, intensivamente, a integração com a Venezuela.
No contato diário, por meio dos projetos grandiosos que fizemos, como a linha de transmissão de energia elétrica de Guri a Boa Vista, encontramos no Presidente Chávez um aliado, um amigo. Seguidas vezes, em território venezuelano, comunidades indígenas, seguidoras de ONGs, preparadas com altíssima tecnologia, derrubavam torres com espessura de 10 centímetros de aço. Elas levavam equipamentos sofisticados para fazer essa derrubada. Foi a interveniência do Presidente Chávez que pacificou a situação e permitiu que essa linha de transmissão chegasse até Boa Vista, libertando meu Estado dos históricos apagões.
O Presidente Chávez é amigo de Roraima. Quando foi eleito pela primeira vez, o primeiro país que visitou - por 2 vezes seguidas antes de tomar posse - foi o Brasil, numa clara demonstração de que os Presidentes da Venezuela, que sempre olhavam para o Norte, desta vez estavam olhando para o Sul.
O Presidente Chávez é amigo do Brasil. Não permitiremos que uma pequena divergência impeça a integração com esse país irmão. Os venezuelanos são nossos irmãos e descendentes de europeus, índios e africanos, como nós. Temos uma identidade muito grande com eles. Nós de Roraima convivemos com isso bem de perto. Não queremos ver esse clima de acirramento, essa separação acontecer, no momento em que a Venezuela está inserida no MERCOSUL. Queremos a Venezuela no MERCOSUL.
Roraima quer e precisa que a Venezuela esteja nesse mercado comum. Afinal de contas, o Brasil está no MERCOSUL, mas Roraima não. Quando Roraima entrará? Quando a Venezuela também participar. Portanto, o nosso destino está atado, unido pela geografia, pela proximidade, pela convivência.
Os Governadores dos Estados de Bolívar e Roraima têm feito projetos comuns, como os das universidades, em que se ensinam as línguas espanhola e portuguesa. Além disso, professores de Roraima vão para as escolas públicas da Venezuela ensinar português, e professores venezuelanos vão para as escolas públicas de Boa Vista ensinar espanhol. Essa proximidade entre as 2 nações não pode ser quebrada por algo menor.
Muito obrigado, Sr. Presidente.