PROCD-25-05-05-Max Rosenmann
225.3.52.O Sessão Extraordinária - CD 24/08/2005-17:20
Publ.: DCD - 25/08/2005 - 42003 MAX ROSENMANN-PMDB -PR
CÂMARA DOS DEPUTADOS BREVES COMUNICAÇÕES BREVES COMUNICAÇÕES
DISCURSO
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Sumário
Importância da visita do Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, a Israel.
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O SR. MAX ROSENMANN (PMDB-PR. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, nos últimos dias 22 a 27 de junho, o Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, fez uma visita a Israel que representa mais um passo para o fortalecimento das relações comerciais entre o Brasil e o Estado judeu.
Ao retornar, o Ministro previu que as exportações brasileiras para Israel deverão dobrar nos próximos 3 anos.
No entanto, para que isso aconteça, deverá ser elaborada uma agenda que identifique e avalie as oportunidades e áreas nas quais poderão ser criadas vantagens competitivas explícitas.
Furlan viajou acompanhado de Juan Manuel Quirós, Presidente da Agência de Promoção de Exportações do Brasil - APEX, e uma delegação integrada por técnicos de diferentes esferas governamentais, presidentes e diretores de entidades e associações de vários segmentos da indústria e empresários.
Essa visita a Israel é a primeira da Pasta de Desenvolvimento, Indústria e Comércio desde 1995, quando a então Ministra Dorothéa Werneck esteve no país.
Segundo o Embaixador do Brasil em Israel, Sérgio Eduardo Moreira Lima, essa iniciativa é um marco importante nas relações econômicas, comerciais e tecnológicas entre os 2 países e dá continuidade a um processo de reaproximação que se iniciou com a visita ao Brasil, em março deste ano, de Ehud Olmert, Ministro israelense da Indústria, Comércio e Trabalho, e atualmente, também Ministro interino das Finanças.
A mesma foi seguida da visita a Israel em maio último, do Ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, acompanhado por uma missão de empresários.
De acordo com o embaixador brasileiro, está havendo uma aproximação que decorre de um maior conhecimento mútuo e da percepção de que os 2 países têm algo a oferecer um ao outro.
A visita de Amorim foi realizada logo após a Cúpula dos Presidentes do MERCOSUL, que autorizou o início das negociações para a assinatura de um acordo de livre comércio entre Israel e o bloco.
Para o Embaixador Moreira Lima as possibilidades de aumento das exportações regionais são amplas, principalmente considerando-se 2 fatores: Israel figura atualmente entre os 40 maiores exportadores mundiais e a renda anual per capita do país está em torno de 18 mil dólares.
Israel é um país pequeno, com recursos naturais escassos, sua economia está baseada no comércio internacional e o país precisa importar grande volume de mercadorias. A importação per capita alcançou quase 6 mil dólares em 2004.
A visita do Ministro Furlan a Israel deve ser analisada sob 2 aspectos: econômico, em função do perfil da delegação que o acompanhou, dos encontros mantidos e dos temas analisados; e político, pelo fato de o Ministro ter sido portador de cartas do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, convidando o Presidente Moshe Katsav e o Primeiro-Ministro Ariel Sharon a visitarem o Brasil.
A agenda ministerial em Israel incluiu encontros com Katsav, Sharon e os Ministros Olmert, Binyamin (Fuad) Bem-Eliezer, da Defesa; e Meir Sheetrit, dos Transportes, além de visitas às principais empresas israelenses na área da tecnologia aeroespacial, em defesa e segurança aérea; ao Parque Industrial Tefen, sede da Iscar, empresa especializada em ferramentas de corte para a indústria automobilística, com uma subsidiária no Brasil; a gigante da indústria de medicamentos Teva Pharmaceutical, que anunciou planos de investir no País em breve com a implantação de uma unidade fabril; e à Elite-Strauss, um dos maiores grupos do segmento de alimentos de Israel e dono da empresa de café Três Corações, situada em Minas Gerais.
Na área de tecnologia aeroespacial, os visitantes tiveram a oportunidade de conhecer os avanços israelenses no segmento de aviões não tripulados.
Como parte da programação, a comitiva visitou ainda o Instituto Weizmann de Ciências e o Instituto Tecnológico Technion, 2 dos principais centros de pesquisa de Israel.
Um dos pontos altos foi o terceiro Encontro Empresarial Brasil-Israel, que reuniu cerca de 30 empresários brasileiros e 60 israelenses interessados em conhecer com maior profundidade as perspectivas de negócios.
Durante o evento, o Ministro Furlan destacou que Israel obteve sucesso em um amplo e diverso conjunto de setores econômicos e aumentou significativamente seus padrões de desenvolvimento humano.
Ele ressaltou ainda que o Brasil vem recebendo com satisfação e alegria os israelenses e que nosso País foi beneficiado com a coragem, a determinação, a garra e o empreendedorismo da comunidade judaica no Brasil.
O acordo de livre comércio entre Israel e o MERCOSUL foi um tema constante nos encontros realizados durante a missão brasileira no País. Além da expansão do comércio, o acordo abre também novas perspectivas para a cooperação em pesquisa, desenvolvimento e tecnologia. Como ainda não há esse tratado, Israel importa a maioria das matérias-primas necessárias de países como Estados Unidos e da União Européia e outros com os quais mantém tais acordos.
O Ministro Furlan avalia que um possível acordo entre o MERCOSUL e Israel produziria significante aumento no fluxo comercial do país com o bloco, assim como ocorreu com o intercâmbio entre o México e Israel desde que celebraram um acordo de livre comércio.
De janeiro a junho deste ano, o intercâmbio comercial entre o Brasil e Israel atingiu pouco mais de 300 milhões de dólares, ou 6,5% superior ao do primeiro semestre de 2004.
Os principais produtos industrializados exportados pelo Brasil são compostos de função nitrogenada, calçados, éteres alcoólicos, tubos de cobre e polímeros.
Entre os produtos básicos destacam-se a carne bovina, a soja e o café em grão.
O Brasil importa cloreto de potássio, adubos e fertilizantes, inseticidas e herbicidas, ferramentas, aparelhos transmissores e receptores e medicamentos.
Temos convicção de que esse trabalho de aproximação tanto entre os setores governamentais quanto entre os empresariais privados de Brasil e Israel trará grandes benefícios a ambos os países.
Fazemos votos para que essa busca por um relacionamento mais próximo entre Brasil e Israel continue frutificando, já que acreditamos pode contribuir mutuamente para que aumente não só o comércio, mas principalmente a troca de experiências e conhecimento para o desenvolvimento dessas duas grandes nações democráticas.
Sr. Presidente, peço a V.Exa. que autorize a divulgação do meu pronunciamento no programa A Voz do Brasil.
Muito obrigado.