PROCD-04-08-05-Aroldo Cedraz


194.3.52.O Sessão Ordinária - CD 03/08/2005-15:40

Publ.: DCD - 04/08/2005 - 35512 AROLDO CEDRAZ-PFL -BA

CÂMARA DOS DEPUTADOS GRANDE EXPEDIENTE OUTROS

DISCURSO

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Sumário

Saudação, na condição de Presidente da Comissão de Relações Exteriores, ao Deputado Josep Borrell Fontelles, Presidente do Parlamento Europeu por ocasião de sua visita oficial à Casa. Boas-vindas ao Presidente do Parlamento Europeu, Deputado Josep Borrell Fontelles, e à sua comitiva.

 

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O SR. AROLDO CEDRAZ (PFL-BA. Sem revisão do orador.) - Exmo. Sr. Presidente desta Casa, Deputado Severino Cavalcanti; Exmo. Sr. Presidente do Parlamento Europeu, Deputado Josep Borrell Fontelles; Sras. e Srs. Deputados; membros da Mesa; Sr. Embaixador da Espanha no Brasil, Ricardo Peidró, que muito nos honra com sua presença; membros da representação da Comunidade Européia, minhas saudações.

Inicialmente, quero expressar a imensa satisfação em apresentar ao ilustre Deputado Josep Borrell Fontelles e a sua comitiva oficial as boas-vindas, em nome da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional. É uma honra muito grande recepcionar a autoridade máxima da Casa que representa as altas aspirações do povo europeu.

O Parlamento é a instituição política maior, é a cúpula para o debate de todas as grandes questões que afetam ou preocupam a sociedade. A construção do Parlamento europeu espelha o compromisso de aprofundar a integração que sempre esteve presente na formação do povo europeu.

Muito podemos apreender dessa experiência. Com efeito, o Mercado Comum do Sul - MERCOSUL, o mais bem-sucedido experimento de integração do Cone Sul, é inspirado na União Européia. Não poderia ser diferente. Temos com a Europa uma comunidade de idéias e valores. Nossa história é compartilhada, e os fundadores da nossa Pátria seguiram os exemplos dos ideais europeus, já que foram formados pelos grandes centros de ensino universitários daquele Continente.

Na atualidade, mantemos com o continente europeu relações bilaterais e multilaterais bastante profícuas. A Europa é o mais importante parceiro comercial brasileiro, bem como o nosso maior centro provedor de investimentos.

Além disso, compactuamos valores comuns nas relações exteriores, como a busca de soluções pacíficas e a eleição do Direito Internacional como solução dos conflitos internacionais.

Atravessamos período de grandes decisões em nossa política externa. Procuramos estreitar nossos laços de integração com os demais países da América do Sul, por meio do MERCOSUL. Ao mesmo tempo, negociamos também a aproximação entre MERCOSUL e União Européia.

Temos certeza de que a parceria nos trará êxitos. Contudo, ainda existem arestas a aparar, como, por exemplo, a questão dos subsídios agrícolas, eterno dilema na agenda de discussão entre países em desenvolvimento e países desenvolvidos.

Embora seja possível compreender que são difíceis as decisões em política agrícola e que estas envolvem pontos extremamente sensíveis nos âmbitos nacionais, os princípios do livre mercado e da competição internacional não podem nem devem ser renegados. A diplomacia brasileira tem atuado bravamente nesse campo, e esperamos chegar a bom termo em nossas negociações.

A nossa diplomacia parlamentar está cada vez mais ativa e participativa. Entre nossos objetivos está a promoção do comércio exterior como finalidade última de aplacar os graves problemas econômicos e as disparidades sociais que ocorrem em nosso Continente.

Nesse contexto, o aprendizado a partir da experiência européia será também proveitoso, pois naquela região se localizam os países que mais se destacam na solução dos problemas de desigualdades internas.

Também no instante em que o mundo, perplexo, assiste à morte pela polícia britânica de Jean Charles de Menezes, um brasileiro que lá residia e trabalhava, por ser confundido com suspeito de terrorismo no metrô londrino, é evidente que o episódio marca os povos e Governos de 2 países amigos e serve para indicar o grau de insegurança coletiva a que se chegou em todo o globo.

É um momento em que os Parlamentos devem trocar experiências, de modo que, no âmbito de suas competências, possam buscar alternativas que reprimam essa forma brutal de violência do terrorismo internacional, que inclusive já paralisou seu país de origem, a Espanha.