PROCD-09-07-04 Francisco Turra

150.2.52.O Sessão Extraordinária - CD 08/07/2004-10:14
Publ.: DCD - 09/07/2004 - 32201 FRANCISCO TURRA-PP -RS
CÂMARA DOS DEPUTADOS BREVES COMUNICAÇÕES BREVES COMUNICAÇÕES
DISCURSO

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Sumário
Relevância do papel exercido pelo Mercado Comum do Sul - MERCOSUL na integração do continente sul-americano. Repúdio aos obstáculos impostos pelo Governo da Argentina às importações de carne bovina e eletrodomésticos do País. Defesa de unificação da data das eleições brasileiras e de realização dos pleitos eleitorais a cada cinco anos.


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O SR. FRANCISCO TURRA (PP-RS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, desde o início da década passada, no Tratado de Assunção, estamos acompanhando a formação de importante bloco, o MERCOSUL, que para nós significa o início do grande sonho de integração do continente.
Acompanhamos a consolidação de um bloco aduaneiro que tem absolutas dificuldades de convergir e, acima de tudo, de solidificar-se. Seguidas vezes, há estremecimento nas relações, especialmente comerciais, com nossos países vizinhos e, particularmente, com a Argentina. Mas esse bloco é fundamental, é importante para argentinos, uruguaios, paraguaios e brasileiros, porque, em conjunto, formamos o segundo maior bloco de produtores agrícolas do mundo. Isoladamente somos poucos, pequenos, e pouco podemos avançar em relação à integração com outros grandes blocos.
Vivemos há pouco duas crises sucessivas, injustificadas e provocadas até por uma reação argentina incompreensível para nós. Uma delas foi em relação ao foco da febre aftosa no Pará. A Argentina, sabendo que o Pará não é exportador de carne e que ainda não está liberado da febre aftosa, anuncia o bloqueio para a carne brasileira - atitude inusitada e absolutamente irresponsável.
A outra crise é que, alegando protecionismo brasileiro - o que é piada -, a Argentina ameaça retalhar e criar tarifas para a importação de eletrodomésticos produzidos no Brasil.
Acreditamos que a sensibilidade e o bom senso irão prevalecer e que teremos como parceiros, e não como concorrentes, argentinos, paraguaios e uruguaios. E mais, imagino que a presença do Presidente Vicente Fox facilitará uma maior integração da América do Sul, da América Central e que os países do Pacto Andino vão aderir a um bloco importante que poderemos formar.
É necessário ter tolerância, paciência e compreensão, mas também é fundamental que persistamos. A União Européia teve tropeços, problemas, e hoje é um bloco importante - até uma moeda única foi criada para proteger seus interesses. Enfim, é um bloco que tem despontado no mundo como exemplo e como modelo.
Por isso mesmo eu diria que temos de ter tolerância, a virtude de quem sabe dialogar, compreender e, às vezes, até suportar atitudes inconsistentes e inconvenientes por parte de parceiros.
Sr. Presidente, ocupo ainda esta tribuna para manifestar posição que cada vez mais se torna clara para mim. Estamos às vésperas de importantes eleições. Considero as eleições municipais as mais importantes de todas, porque podem reformar o próprio mapa da geografia política do Brasil e fortalecer a democracia.
Entretanto, temos de pensar de forma mais clara e objetiva a unificação das eleições no Brasil. Creio que, para um País que busca estabilidade, eleições conjuntas e em todos os níveis, a cada 5 anos, seriam, a meu juízo, muito importantes.
Eleições a cada 2 anos é crise anunciada a cada 2 anos; é porre de democracia. Segue-se a exploração do capital, que aqui vem para migrar e repentinamente fugir com grande volatilidade, deixando-nos à mercê dessa economia sem sustentação.
Por isso, Sr. Presidente, a unificação de todas as eleições seria efetivamente uma grande conquista, além de muito fácil de discutirmos e aprimorarmos no Congresso Nacional.
Obrigado.