PROCD-30-04-03 Gonzaga Mota


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Documento 19/422

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059.1.52.O Sessão Ordinária - CD 29/04/2003-15:04

Publ.: DCD - 30/04/2003 - 17394 GONZAGA MOTA-PSDB -CE

CÂMARA DOS DEPUTADOS PEQUENO EXPEDIENTE PEQUENO EXPEDIENTE

DISCURSO

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Sumário

Crise socioeconômica na América Latina. Necessidade de consolidação do MERCOSUL, do Pacto Andino e da Comunidade do Caribe antes da implementação da Área de Livre Comércio das Américas. Relevância do Parlamento Latino-Americano para a integração continental.

 

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O SR. GONZAGA MOTA (PSDB-CE. Sem revisão do orador) Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, precisamos fazer uma reflexão acerca do que historicamente vem acontecendo com a América Latina, com maior ou menor dificuldade em certos países. Ao contrário do Primeiro Mundo, onde há bolsões de miséria em meio à prosperidade, na América Latina há bolsões de prosperidade em meio à miséria geral.

A região tem, possivelmente, uma das mais perversas distribuições de renda de todo o planeta, o que propicia que suas elites detenham o monopólio do poder político, do poder econômico, dos transportes, dos veículos de comunicação etc.

Em passado recente, a Cúpula das Américas se reuniu em Quebec, Canadá, para tratar de assuntos inerentes à ALCA. Acreditamos que, antes de a ALCA ser formalizada, é preciso consolidar o MERCOSUL, o Grupo Andino e a Comunidade do Caribe, ou seja, os interesses das Américas do Sul e Central, para que se faça uma negociação em bloco, e não isoladamente, com os três países que formam o NAFTA: México, Estados Unidos e Canadá.

Estrategicamente, cremos na globalização sem explorados e exploradores, sem discriminação e vinculada a um debate amplo sobre tecnologia, pobreza, crescimento, meio ambiente e políticas sociais. A globalização deve ser analisada mais como um processo político e cultural do que econômico.

Por sua vez, não podemos concordar com as exigências muitas vezes irrealistas e cruéis de organismos internacionais, principalmente quando essas instituições são dominadas por nações fortes. É claro que as condições para concessão de ajuda devem existir, mas não à custa de exagerado sacrifício das populações.

Vários países da América Latina e do Caribe passam, no momento, por crises políticas e econômicas, e todos, sem exceção, se caracterizam por um perverso processo de exclusão social. Precisa-se criar, no Hemisfério Sul, significativas correntes de pensamento voltadas para o bem comum, respeitando, é claro, os princípios básicos da democracia.

Dentro dessa linha de raciocínio, o Parlamento Latino-Americano — PARLATINO, formado por Parlamentares de 22 países da América Latina e do Caribe, com sede na cidade de São Paulo e que tem por objetivo principal promover maior integração entre os países das regiões mencionadas, poderá ser um organismo fundamental para atingirmos os objetivos pretendidos.

Por fim, vale ressaltar que, isoladamente, nós, latino-americanos, somos fracos, mas unidos e atuantes em bloco, somos fortes.

Obrigado.