João Cabral de Melo Neto em postais

O Centro Cultural apresenta, de 29/6 a 6/8, a exposição "João Cabral de Melo Neto em postais", que celebra a poesia de João Cabral (Recife, PE, 1920 – Rio de Janeiro, RJ, 1999).
28/06/2021 18h55

Na mostra histórica, montada no corredor Tereza de Benguela (corredor de acesso ao Plenário da Câmara dos Deputados), destacam-se aspectos importantes da vida e da obra do escritor, com textos ilustrados por colagens, fotos e pinturas em aquarela. Trata-se de uma homenagem tardia ao centenário de nascimento do grande poeta, autor de Morte e vida severina

Estarão disponíveis para distribuição, dentro de caixinhas acrílicas localizadas ao longo da exposição, 13 diferentes cartões-postais impressos, com trechos de poemas representativos da obra cabralina. As artes dos postais foram plotadas nas paredes. Também poderão ser consultados pelo público alguns dos livros publicados por João Cabral. Esses exemplares físicos encontram-se dependurados no teto, num dos cantos da mostra, podendo ser facilmente manuseados.

Por enquanto, a visitação está aberta apenas para o público interno (parlamentares e servidores), já que a Casa está fechada ao público externo desde março de 2020. 

Com curadoria da escritora e jornalista Maria Amélia Elói, a exposição contou com assessoria de conteúdo do acadêmico Antonio Carlos Secchin, maior especialista na obra de João Cabral, autor de João Cabral de ponta a ponta (Editora Cepe, 2020) e organizador de Poesia completa — João Cabral de Melo Neto (Alfaguara, 2020).

João Cabral de Melo Neto

João Cabral de Melo Neto é mais conhecido por seus poemas de cunho regionalista e de denúncia social, como Morte e vida severina (Auto de Natal pernambucano) e O cão sem plumas, nos quais enfatizou a aridez do Nordeste, a escassez de recursos, a vida cheia de morte dos retirantes, a lama e a pobreza nos rios do Recife, a fome. Mas o poeta e ensaísta – que, como diplomata, morou em vários países – também escreveu sobre a Espanha, o Chile, Equador, Senegal... 

Contrário ao sentimentalismo romântico subjetivo, João Cabral propôs uma obra cerebral e de estética apurada, tendo conseguido consumar um projeto literário admiravelmente coeso, sistemático e grandioso, de elevadíssimo domínio técnico e consciência formal. Tanto em suas experiências surrealistas quanto na poesia popular, nos textos metalinguísticos e mais filosóficos, ele sempre se mostrou preocupado em trabalhar exaustivamente a linguagem. 

Obras-primas como O engenheiro, Psicologia da composição, Paisagens com figuras, Uma faca só lâmina (ou: serventia das ideias fixas), Quaderna, A educação pela pedra, Serial, Museu de tudo, A escola das facas e Sevilha andando, por exemplo, enobrecem a literatura brasileira. 

Muito celebrado pelo público e pela crítica, João Cabral tem outros parentes ilustres, como o historiador Evaldo Cabral de Mello (irmão), o poeta Manuel Bandeira e o sociólogo Gilberto Freyre (primos). Integrou a Academia Brasileira de Letras, recebeu importantes prêmios nacionais e internacionais e é considerado um dos maiores poetas da língua portuguesa.

Confira aqui o catálogo virtual da mostra histórica.

 

Exposição João Cabral de Melo Neto em postais

Data: 29 de junho a 6 de agosto de 2021

Local: Corredor Tereza de Benguela (corredor de acesso ao Plenário da Câmara dos Deputados)

 

Registro da exposição
João Cabral 12
Fotos: Najara Araujo / Acervo Câmara dos Deputados
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