Nesta quinta-feira (12), o presidente da Câmara, Marco Maia, recepcionou o presidente da United Auto Workers (UAW), Bob King. A UAW é um sindicato metalúrgico internacional do setor automobilístico dos Estados Unidos.

Bob King disse que os sindicalistas americanos tem o Brasil como fonte de renovação e esperança. “Somos inspirados pelo Brasil, que está fazendo um progresso exemplar na construção de uma economia próspera, tem uma classe média crescente e onde os sindicatos e o Governo trabalham juntos. Estamos aqui para aprender mais sobre o Brasil e como podemos trazer um pouco do modelo brasileiro de sindicalismo para os EUA”, destacou King.

Segundo King, entre as décadas de 60 e 70 cerca de 35% dos trabalhadores norte-americanos eram sindicalizados, quando os apoios e dissídios coletivos garantiam uma qualidade de vida melhor. Hoje, apenas 7% dos trabalhadores do setor privado estão em sindicatos. Até empresas transnacionais, que funcionam bem com os sindicatos em seus próprios países, adotam agressivas políticas anti-sindicais nos EUA. Outro dado revelado por King é de que as empresas privadas dos EUA só permitem a sindicalização de seus funcionários quando estes forem 50% mais um do total de trabalhadores do local.

Marco Maia ressaltou os projetos votados na Câmara, neste ano, que dialogam com a vida do trabalhador brasileiro, como a política de valorização do salário mínimo, a regulamentação da profissão de motorista, a regulamentação do aviso prévio proporcional, entre outros. Marco Maia também lembrou que um desafio até o fim do ano é a negociação para votar a alteração das regras do fator previdenciário. “Temos uma legislação trabalhista muito interessante, que já garantiu bons direitos aos nossos trabalhadores. Os acordos coletivos também ajudam a avançar essa legislação”, disse o presidente da Câmara, referindo-se à CLT.

A UAW atua há 75 anos e foi o primeiro sindicato a conseguir o Seguro Saúde pago aos trabalhadores por uma empresa, assim como negociou os primeiros reajustes salariais na indústria. Teve papel pioneiro na melhoria da qualidade de vida do trabalhador, das condições, da garantia do seguro desemprego, além da implantação de treinamentos e programas educacionais para os funcionários das empresas.

Além dos sindicalistas americanos que acompanhavam King, também participaram da agenda o deputado federal e presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, Ricardo Berzoini, e o Secretário Geral da CUT e do Conselho Nacional dos Metalúrgicos (CNM), João Cayros.