Marco Maia presta homenagem à família de operário que deixou mensagem na Câmara

Filha esteve na Câmara para conhecer o espaço onde José Silva Guerra registrou seu pensamento em 1959
23/08/2011 17h05

Rodolfo Stuckert

Marco Maia presta homenagem à família de operário que deixou mensagem na Câmara

O presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT/RS), recebeu, nesta terça-feira (23), em seu gabinete, Francisca Alrileide Guerra, filha do operário cearense José Silva Guerra que trabalhou na construção do Congresso Nacional na década de 1950. Há poucos dias, durante o conserto de um vazamento no Salão Verde, operários descobriram mensagens escritas nas paredes. Uma delas é de José Silva Guerra: "Que os homens de amanhã que aqui vierem tenham compaixão dos nossos filhos e que a lei se cumpra".

A enfermeira de 41 anos veio de Joinville, Santa Catarina, para reviver um pouco da história do pai, falecido no ano passado aos 81 anos. "Quando vimos pela televisão, foi uma emoção muito grande. Tínhamos certeza que era ele porque reconhecemos a assinatura", conta Alri, como é chamada por todos.

Ela lembra que o pai - caminhoneiro de ofício e pedreiro quando necessário - sempre foi um homem muito trabalhador, incansável, para poder sustentar os 12 filhos e esposa que ficaram no Ceará. "Ele sempre foi muito preocupado com o futuro, se teríamos comida e educação. Isso explica a mensagem escrita por ele", diz a filha emocionada.

O presidente da Câmara dos Deputados fez questão de conhecer a filha do operário, que veio acompanhada da neta de José, Daniela Guerra, que hoje mora em Brasília. Ele se interessou pela história da família que começou no Ceará, parte se mudou para o Maranhão, São Paulo e Santa Catarina. "Os operários queriam expressar um sentimento de paz, de democracia e de orgulho por estarem construindo a história do Brasil. Que bom que nós conseguimos encontrar os familiares para a reconstruir essa história", afirmou Marco Maia.

À família, foi feito o convite de participar das comemorações dos 52 anos da Câmara que acontece em abril de 2012, inclusive com a vinda da esposa do José Guerra, Maria Mesquita Guerra. O presidente Marco Maia defendeu mais uma vez que o departamento técnico da Casa avalie a possibilidade de o espaço servir de visitação para o público. "O sentimento é de estar mais perto da história. É sempre bom na construção do futuro, você olhar para o seu passado, para o pensamento dos que viveram naquela época", concluiu Marco Maia.