Marco Maia defende modelo brasileiro de matriz energética
O presidente da Câmara, Marco Maia, participou da 10ª edição da Conferência das Assembleias do G8 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão, Reino Unido e Rússia) além dos países convidados Brasil e África do Sul, que aconteceu entre 08 e 10 de setembro, em Paris, França. Na plenária sobre "Energias do Futuro: O Papel dos Parlamentos", Maia usou o exemplo brasileiro para discutir a importância de fontes alternativas de energia para recompor a matriz energética mundial. "Hoje, os combustíveis fósseis (como carvão, petróleo e gás natural) representam 87% da matriz energética mundial. No Brasil, o número é um pouco mais otimista. Temos quase 50% de utilização de fontes renováveis, entre elétrica, eólica e solar", disse Marco Maia. No setor de transportes, merece destaque os biocombustíveis, como o etanol e o biodiesel. O Brasil é o único país onde o consumo de etanol é maior que o de gasolina, pois o preço do combustível produzido a partir da cana-de-açúcar é competitivo com o preço do derivado de petróleo, em função das peculiaridades geográficas e da tecnologia própria do país. Marco Maia defendeu o papel dos Parlamentos de analisar as possibilidades de construir um calendário de mudança na produção e no consumo de energia. "Essa é a difícil tarefa que cabe aos Parlamentos: elaborar leis que incentivem a introdução de novas fontes de energia sem desequilibrar as contas públicas e sem retirar competitividade à economia", afirmou o presidente da Câmara brasileira, reforçando que as nações mais ricas devem investir mais em novas tecnologias. "Muitas vezes são tecnologias experimentais, ainda não testadas em escala real e que exigem grande esforço de pesquisa e desenvolvimento. Só os países mais ricos possuem a capacidade de desenvolvê-las e os países mais pobres não têm condições de pagar o seu custo a preço de mercado", discursou Maia. Brics A conferência marcou também a aproximação entre os países que integram os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e o encaminhamento da assinatura de um protocolo de cooperação parlamentar entre os países em desenvolvimento. Em uma reunião entre o presidente da Câmara, Marco Maia, o presidente da Assembleia Nacional da África do Sul, Max Vuyisile Sisulu, e vice-presidente da Câmara Baixa da Rússia, Oleg Morozov, as lideranças políticas definiram para o início do ano que vem uma reunião no Brasil para assinar o acordo de cooperação. "Será fundamental a institucionalidade dos Brics para termos poder de decisão em bloco", reforçou Marco Maia.