O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), debateu nesta terça-feira (27), o papel dos BRICS – grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – numa conferência na Universidade de Colúmbia, em Nova York. O encontro foi promovido pelo Laboratório BRICS da Escola de Relações Internacionais da universidade, que tem um brasileiro – Marcos Troyjo – como diretor. O evento também fez parte da primeira Missão Mentes Verdes nos Estados Unidos, iniciativa de Revista Voto para divulgar ações voltadas à inovação e sustentabilidade.

No debate, estudiosos dos países emergentes reforçaram que, apesar de características geopolíticas tão diferentes, Brasil, China, Índia, Rússia e África do Sul já demonstraram que são mais fortes unidos. Juntos, eles constituem uma das locomotivas da economia mundial. Os cinco países ocupam cerca de 26% da área terrestre do planeta, abrigam 41% da população mundial e detêm 46% de força de trabalho global. Os BRICS foram responsáveis, em 2010, por 18% do PIB global em termos nominais, correspondentes a U$ 11 trilhões.

Marco Maia ressaltou, em seu discurso, a importância das relações comerciais que se estabeleceram entre os BRICS. “Sinal da pujança econômica dos BRICS é dado pela evolução do comércio entre o grupo, que passou de U$27 bilhões em 2002 para mais de U$200 bilhões no ano passado. Além disso, o comércio dos BRICS com o mundo aumentou quase seis vezes, passando de U$790 bilhões em 1999 para U$4,4 trilhões em 2008”, disse o presidente da Câmara. Em relação ao comércio exterior brasileiro, Marco Maia defendeu o grupo como parceiro estratégico. “A importância dos BRICS para o Brasil pode ser avaliada ao se constatar que o comércio entre meu país e o grupo saltou de U$10 bilhões em 2003 para U$96 bilhões em 2011, um crescimento de quase dez vezes”.

A conferência também contou com a participação do secretário executivo do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil, Alessandro Teixeira, e do vice-presidente da Braskem, Marcelo Lyra.

Almoço com empresários

Também na terça-feira, o presidente da Câmara foi o palestrante do painel sobre o cenário brasileiro para 2013, no Council of the Americas, entidade que reúne os principais empresários para discutir tendências do mercado mundial.

Marco Maia defendeu a política de desenvolvimento econômico com inclusão social, iniciada no Brasil há 10 anos, como a mola propulsora para a nova realidade brasileira, onde 40 milhões de brasileiros saíram da linha da pobreza e outros tantos ascenderam à classe média. Para o futuro, Marco Maia defendeu investimentos pesados em educação para transformar o Brasil numa potência mundial também em tecnologia e inovação. “Aprovamos na Câmara três projetos que gostaria de destacar. O Pronatec, que levará ensino técnico para os jovens; a renegociação das dívidas das universidades comunitárias com a União em troca de bolsas de estudo, gerando mais de 500 mil novas vagas; e o Plano Nacional de Educação, que prevê a destinação de 10% do PIB para a educação. Assim o Brasil dará um grande salto rumo ao país que sonhamos para nossos filhos e netos”, concluiu Marco Maia.