Presidente busca diálogo para evitar crise nos portos

Henrique Eduardo Alves recebeu líderes de estivadores que ameaçam fazer greve em protesto contra Medida Provisória. Ele pretende realizar reunião com o relator da comissão especial para auxiliar nas negociações
19/02/2013 15h44

J Batista

Presidente busca diálogo para evitar crise nos portos

Henrique Eduardo Alves (ao fundo) recebe líderes dos estivadores: urgência na negociação

O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, recebeu na tarde desta terça-feira (19) líderes de estivadores e representantes de trabalhadores dos portos do Rio de Janeiro, Vitória, Suape, Manaus e  Paranaguá, entre outros. Eles estavam acompanhados dos deputados Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), Márcio França (PSB-SP), Ademir Camilo (PSD-MG) e Manoel Junior (PMDB-PB).

Os estivadores ameaçam realizar uma greve nacional nos portos em protesto contra a Medida Provisória 595/12, que muda as regras no sistema portuário. Henrique Eduardo Alves anunciou que pretende reunir-se nesta quarta-feira (20) com o relator da MP na comissão especial, senador Eduardo Braga, (PMDB-AM), com o objetivo de auxiliar nas negociações. "Esta Casa é para buscar o diálogo e o entendimento, não para gerar crises nem aprofundá-las", apontou, destacando a urgência de avançar nas negociações por causa do prazo curto para análise da medida.

O ponto mais criticado da MP é o que dispensa os terminais privados de contratar mão de obra por intermédio do órgão de gestão de mão de obra (OGMO). “Os direitos dos trabalhadores não estão sendo mexidos hoje, mas vão ser mexidos no futuro”, afirmou Paulo Pereira da Silva.

Segundo o deputado do PDT,  os estivadores temem que a concorrência do novo sistema de portos privados acabe com os portos públicos. "Os portuários não vão aceitar. Isso pode dar em uma grande confusão", alerta, observando que a categoria está mobilizada. "O ideal seria retirar a MP."

Márcio França analisou que está ocorrendo um processo de verticalização dos armadores internacionais, que passam a concentrar o controle dos terminais portuários em todo o mundo. "Eles podem quebrar os portos públicos e depois determinar o preço que quiserem para o transporte de carga."