Alves encerra nesta segunda participação na audiência parlamentar da ONU
O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, se encontra nesta segunda-feira (18) com o presidente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, Liu Jieyi. A reunião é o último compromisso de Henrique Alves em Nova York, onde está desde quinta-feira (14) para participar da Audiência Parlamentar Anual das Nações Unidas – evento paralelo da 68ª Assembleia Geral da ONU.
O evento discute o papel dos parlamentos na definição e implementação da agenda de desenvolvimento da entidade pós-2015, quando se encerra o prazo final para o cumprimento das metas estabelecidas em setembro de 2000 na Cúpula do Milênio.
Segurança cibernética
Na quinta-feira (14), ele se reuniu com o secretário-geral adjunto das Nações Unidas, Jan Eliasson. Na reunião foram discutidos temas como segurança cibernética, desenvolvimento sustentável e o papel do Brasil nas missões de paz coordenadas pela ONU. O embaixador do Brasil na ONU, Antonio Patriota, também participou do encontro. Durante a reunião, Jan Eliasson questionou o presidente da Câmara sobre o impacto das denúncias de espionagem de autoridades brasileiras por parte do governo dos Estados Unidos.
Henrique Alves disse que a repercussão foi grande e a maioria das lideranças políticas e da população manifestou apoio à postura de Dilma - que se recusou a visitar os Estados Unidos e cobrou explicações do governo americano. Ele lembrou, no entanto, que as relações econômicas entre os dois países foram preservadas. Sobre esse assunto, Alves destacou ainda que a Câmara já negocia a votação de um marco civil da internet - principal item na pauta do Plenário da Câmara dos Deputados nesta semana. "É muito difícil alcançar o consenso sobre esse tema, pois são muitas visões e facetas, mas ainda estamos tentando um acordo para viabilizar a votação da matéria”, afirmou Alves.
Já Eliasson relatou experiências nas quais constatou o "poder da internet". Em uma delas, vivenciada na África, líderes tribais que não liam ou escreviam conseguiram compreender a mediação da ONU a partir do uso de aparelhos celulares. "A internet é uma força do bem que não permite mais o encobrimento da verdade", declarou o líder da ONU. Eliasson disse ainda que quando veio ao Brasil na década de 1990, ficou "impressionado" com o grau de informatização das pessoas.
Desenvolvimento Sustentável
Alves e Eliasson debateram também as experiências de Suécia (pais natal do secretário da ONU) e Brasil no desenvolvimento sustentável. Sobre esse assunto, Alves destacou que o Brasil avançou na erradicação da pobreza nos últimos anos, mas precisa reduzir as desigualdades regionais. "Vivemos uma democracia plena, com liberdade e respeito aos direitos humanos, mas precisamos melhorar o desenvolvimento regional", declarou o presidente da Câmara, salientando que no mês passado foi comemorado os 25 anos da Constituição.
Jan Eliasson acrescentou que a situação da Suécia em meados do século passado era semelhante, sendo o pais um dos mais pobres da Europa. "Demos um salto a partir de três ações: investimentos em infraestrutura, educação e no fortalecimento das instituições". O dirigente apoiou ainda as ações brasileiras no combate ao desmatamento florestal.
Jan Eliasson também aproveitou a reunião com o presidente da Câmara para elogiar a atuação do Brasil nas missões de paz coordenadas pela ONU, especialmente a do Haiti, iniciada em 2004, e a ação do general Santos Cruz no Congo. "Desde que ele chegou, a situação naquele pais melhorou muito", afirmou o dirigente da ONU.
Na sexta-feira (15), o presidente da Câmara e a delegação parlamentar que o acompanha se reuniram com o embaixador Antonio Patriota, que explicou aos parlamentares o debate sobre segurança cibernética que o Brasil lidera na 68ª Assembleia Geral da ONU. Também foi discutido na reunião os temas da Audiência Parlamentar Anual das Nações Unidas - desenvolvimento sustentável e os objetivos para o mundo após 2015.
Patriota também fez um breve relatório da participação do Brasil nas missões de paz da ONU e afirmou que essas ações constituem uma forte credencial para a aspiração do Brasil em participar do Conselho de Segurança da entidade.
Além de Henrique Eduardo Alves, integram a comitiva o segundo vice-presidente da Câmara, deputado Fábio Faria (PSD-RN); o primeiro secretário da Câmara, deputado Márcio Bittar (PSDB-AC); os líderes do PP, deputado Eduardo da Fonte (PE), e do PDT, deputado André Figueiredo (CE); e os deputados Danilo Forte (PMDB-CE) e Esperidião Amin (PP-SC).