Em entrevista no final da tarde desta segunda (25/2), o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, anunciou que pretende colocar em votação no plenário, esta semana, o Projeto de Decreto Legislativo 569/2012 que acaba com a ajuda de custo recebida pelos parlamentares no início e no final de cada sessão legislativa ordinária, chamados de 14º e 15º salários. O projeto, de autoria da senadora licenciada Gleisi Hoffmann, atual ministra-chefe da Casa Civil, já foi aprovado pelo Senado. A ajuda de custo corresponde ao valor de um subsídio mensal (R$ 26.723,13) e, pela proposta em análise, passará a ser paga apenas no início e no final dos mandatos.

"Não tem sentido ficar sem votar, não é o perfil dessa Casa", disse o presidente da Câmara. Na primeira reunião de líderes, realizada na terça-feira (19/2), Henrique Eduardo Alves pediu que todas as bancadas fossem consultadas sobre suas prioridades em relação à pauta do plenário. E avisou que não vai mais esperar que seja obtida a unanimidade sobre os assuntos que devem ser analisados.

"Reforma política é um exemplo. Quero ver se até o mês de março nós pautamos a reforma política. Fica-se procurando um consenso que nunca se consegue. Chega a hora de se colocar em pauta, a votação, a maioria quer aprovar, aprovado, tem que ser respeitada", defendeu o presidente.

Para Henrique Eduardo Alves, a Câmara precisa responder a uma demanda da sociedade, intensificando os debates e as decisões da Casa: "Temos que decidir, isso vai criar essa interação necessária entre o Parlamento e a sociedade brasileira, que quer ver essa Casa trabalhando, votando, decidindo, debatendo, tendo o contraditório, palpitando".