Relatos sobre o Brasil feitos por estrangeiros nos séculos XVII a XIX
KOSTER, Henry, 1793-1820.Travels in Brazil. London: Longman, Hurst, Rees, Orme and Brown, 1816
BARLAEUS, Caspar A obra foi encomendada ao autor pelo príncipe Maurício de Nassau. Barlaeus, que nasceu em Antuérpia, em 1584, e morreu em Amsterdã, em 1648, produziu um dos mais bonitos livros sobre o Brasil durante o período do domínio holandês no país. Seriam suficientes para imortalizar esta obra as estampas e mapas gravados em cobre, em páginas duplas, assinados por Franz Post, o grande pintor que acompanhou Nassau ao Recife. Elas foram as primeiras representações da natureza tropical fixadas por um artista especializado no gênero. Há também um magnífico retrato do príncipe, assinado por Theodore Matkam. |
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SANTA TERESA, João José de, 1658-1733 Esta edição, com belíssimas estampas, foi impressa em Roma, em 1698. Trata-se de um trabalho suntuoso, figurando entre as duas ou três mais belas obras ilustradas sobre o Brasil, publicados no século XVII. Suas ilustrações foram feitas pelos mais famosos gravadores da época. Os retratos de D. Pedro Il e D. João VI foram desenhados pelo famoso artista romano Antonio Horacio Andreas e gravados por Benedito Farjat, um conhecido artista francês, nascido em Lyon, em 1646. Foi produzida por João José de Santa Teresa, religioso da Ordem das Carmelitas Descalças, que nasceu em Lisboa, em 1658, e morreu após 1733. Quando completa e em perfeitas condições, é considerada uma das “mais caras peças seiscentistas sobre o Brasil”. A publicação só se tornou possível quando Portugal resolveu financiar esta monumental edição, na qual destaca a posição de preponderância das armas e dos brasões portugueses em todas as imagens. |
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HENDERSON, James, 1783-1848 Este é um livro muito útiI para o estudo da sociedade pernambucana antes de 1817. Reveste-se de importância histórica por ter publicado, pela primeira vez, a carta de Pero Vaz de Caminha. Seus primeiros exemplares, exibiam a ilustração “Uma sesta brasileira vespertina”, que causou polêmica ao retratar, sem meios termos, a escravatura. A reação foi de tal ordem que esta imagem deixou de ser incluída nos exemplares posteriores. |
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NIEUHOFF, Johann, 1618-1672 Johann Nieuhoff, viajante alemão, trabalhou na Companhia das Índias Ocidentais, e permaneceu no Brasil de 1640 a 1649. A obra teve sua primeira edição em 1682, em Amsterdã, e é considerada indispensável ao estudo da revolução luso-brasileira contra os holandeses no período de 1640 a 1649. |
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LINDLEY, Thomas, n. 1771? O livro narra a viagem do autor ao Brasil e oferece um registro cheio de interesse sociológico e até científico sobre a vida e os costumes dos habitantes do país. É obra valiosíssima sobre a Bahia colonial, sendo esta edição mais preciosa que a inglesa, de 1805. |
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KOSTER, Henry, 1793-1820 Este livro é considerado a melhor descrição do Nordeste brasileiro na primeira metade do século XIX. O depoimento de Koster é o primeiro, cronologicamente, sobre a psicologia e a etnografia tradicional do povo nordestino, o sertanejo no seu cenário. São incomuns as cópias com lâminas coloridas à mão. |
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MIKAN, Johan Christian, 1769-1844 Este álbum é um dos primeiros, mais completos e mais belos registros da fauna e da flora brasileira impressos no século XIX. Ricamente ilustrado, apresenta espécies de pássaros, mamíferos, répteis, plantas e insetos. A obra, publicada em Viena, foi realizada sob os auspícios do Imperador Francisco I da Áustria, configurando uma parte dos resultados da expedição científica ao Brasil da qual o autor do álbum, Johan Christian Mikan, médico e naturalista tcheco, participou, entre 1817 e 1818. |
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AGASSIZ, Jean Louis Rodolphe, 1807-1873 O professor e naturalista Agassiz, suíço naturalizado americano, permaneceu no Brasil por quinze meses, explorando o Rio Amazonas e o interior cearense, período em que classificou 1.800 espécies da fauna ictiológica. Seus estudos de zoologia e paleontologia, assim como os dos glaciares da Europa e da América, tornaram-se célebres. |
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TAUNAY, Hippolyte, DENIS, Ferdinand. 1793-1864 Os autores, Taunay e Denis, foram magnificamente bem sucedidos no propósito de apresentar uma publicação geral sobre o Brasil, que, até então, não existia em língua francesa. Tanto o texto como a parte iconográfica são excelentes. A obra completa, com os seus seis volumes e com todas as estampas, é muito rara. Hippolyte Taunay nasceu em 1793, em Paris, onde morreu, em 1864. Foi o autor quem desenhou a maior parte das encantadoras estampas do livro. |
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SAINT-HILAIRE, Auguste de, 1779-1853 O autor percorreu várias províncias do país, e também a Cisplatina e as Missões do Paraguai, coligindo grande quantidade de plantas e animais para o Museu de História Natural de Paris. Seus livros estão entre as maiores obras da bibliografia de viagem de todos os tempos, e são notáveis pela contribuição científica e também como fonte primordial de informações sobre os prédios coloniais do Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Santa Catarina e Goiás. Poucas obras no gênero atingem o valor de Saint-Hilaire. |
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GRAHAM, Maria, 1785-1842 A escritora inglesa Maria Graham relata neste livro as suas viagens ao Brasil. Descreve o país, seus habitantes e os costumes das diferentes classes sociais, principalmente em Pernambuco, na Bahia e no Rio de Janeiro. A obra constitui importante fonte de informações sobre a época da independência e uma das melhores publicações do século XIX. As ilustrações, com desenhos da autora, são excelentes. |
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WALSH, Robert, 1772-1852 A obra contém notas detalhadas sobre a viagem do autor, em meados do século XIX, às províncias do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, e dá especial atenção aos fenômenos sociais, enfatizando a situação dos escravos no Brasil, seu tráfico e condições do transporte. Faz um resumo muito interessante da história do Brasil, abordando desde o descobrimento até a coroação de D. Pedro I. Reproduz documentos históricos e a partitura do Hino Imperial, composto por D. Pedro I. Traz informações raras e importantes – como sobre o interior da então sede da Câmara dos Deputados (Cadeia Velha) –, que contribuem notavelmente para a melhor iconografia do período. |
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MAXIMILIAN, Alexander Philipp, Príncipe de Wied-Neuwied, 1782-1867 Magnífica obra publicada em fascículos, com estampas coloridas, gravadas em metal, e texto explicativo em alemão e francês. As gravuras representam espécies da fauna brasileira identificadas pelo autor durante a expedição científica que empreendeu ao Brasil, entre 1815 e 1817. Admirada por grandes cientistas como Alexander von Humboldt, e sucesso editorial comprovado pelas muitas traduções que se seguiram imediatamente na Europa, o trabalho permanece como uma das primeiras e maiores contribuições para o conhecimento do Brasil. O príncipe-naturalista Maximilian nasceu na Alemanha, em 1782, e morreu no mesmo país, em 1867. |