Depoimentos dos servidores - Contos da Câmara (Volume I)

Aqui "estão depoimentos e reminiscências de servidores que colaboraram com os parlamentares em vários momentos da vida pública nacional e com eles compartilharam da experiência de realizar o processo legislativo e ainda das decisões que aqui foram tomadas ao longo de várias legislaturas para o benefício do cidadão, do país e da instituição parlamentar".

 

  • "A idéia da mudança da capital gerou sentimentos múltiplos, alguns de entusiasmo, outros de preocupação, sem falar nos de muita má vontade. Nesse clima, nesse ambiente, foi afinal aprovada a data de 21 de abril de 1960 para a transferência. (...) Corria o ano de 1957. Presidia a Câmara o saudoso deputado Ulysses Guimarães, que deu realmente o passo inicial de todo o processo da transferência, constituindo a primeira comissão de deputados engenheiros. Alguns membros da Comissão vieram visitar o local onde seria construída Brasília. Organizado o grupo, o presidente Ulysses Guimarães designou-me engenheiro da Casa para secretariar a Comissão." (Luciano Brandão Alves de Souza)
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  • "Eu já era funcionário da Câmara dos Deputados; vim transferido, mas não vim obrigado. (...) Eu acreditava que a transferência da capital era necessária, que Brasília daria certo, que a interiorização da capital daria certo. Eu tinha muita esperança nisso. (...) Além de acreditar em Brasília, de achar que era uma iniciativa importantíssima para o Brasil, para o nosso povo, eu, embora mineiro, passei uma parte boa da minha infância em Goiás – em Goiás Velho e Goiânia. Então, a região não era um absoluto desconhecido para mim." (Anderson Braga Horta)
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  • No início foi difícil trabalhar. Os deputados não tinham comunicação para fora, não tinham nem condução. (...) Quando eu vim para Brasília, comprei uma lambreta porque eu não tinha condições de comprar carro. (...) Carreguei muito deputado, quando trabalhávamos na Comissão de Orçamento, e saíamos daqui de madrugada na época da votação do Orçamento. (...) Eu saía daqui de madrugada, carregando deputado na garupa da lambreta. Assim era a Câmara daquela época. Tomando chuva e poeira por aí afora." (Maurílio Penna Groba)
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  • "Enquanto a Câmara pedia para eu vir – não exigia, mas era quase uma imposição –, eu tinha muito receio de deixar o Hospital dos Servidores. E, nessa dúvida, acabei vindo, claro, o que foi um gesto realmente de maior acerto em minha vida. (...) Nessa época eu já tinha muita influência no Serviço Médico da Câmara, porque eu implantei, ainda no Rio de Janeiro, uma maneira diferente de examinar doentes. (...) E, assim, eu fui transformando realmente aquilo que era um posto médico, onde se dava atestado e aspirina, num serviço médico de ambulatório razoável." (Renault Mattos Ribeiro)
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    contos_camara_01_pdf.jpgVeja a íntegra desses e outros depoimentos no Contos da Câmara: depoimentos de servidores nos 180 anos do Legislativo