Senado aprova impeachment e Maia assume presidência interinamente

Presidente da Câmara disse que maior desafio do país é superar a “grave crise fiscal”
31/08/2016 19h45

J Batista

Senado aprova impeachment e Maia assume presidência interinamente

Segundo Maia, base aliada de temer "se mostrou forte" em votação do impeachment

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), classificou como “momento histórico” o impedimento da ex-presidente da República Dilma Rousseff, aprovado nesta quarta-feira (31) pelo Senado. Segundo ele, a decisão marca o momento em que "os três poderes devem se unir para reconstruir o Brasil" e sair da crise econômica e política.

"O país teve grandíssima vitória hoje e a base aliada ao presidente Michel Temer se mostrou forte. Com isso, também dialogando com a nova oposição, vamos conseguir aprovar projetos que vão reorganizar o Estado brasileiro e fazer o país voltar a crescer", afirmou Maia.

Além de votar pelo impeachment de Dilma, o Senado aprovou um destaque rejeitando a aplicação da proibição para que ela ocupasse cargos públicos pelos próximos oito anos. 

Questionado se essa decisão pode influenciar na votação da cassação do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), marcada para o próximo dia 12, Maia disse que isso pode abrir um precedente, mas a Câmara dos Deputados nem sempre segue as mesmas orientações que são votadas no Senado Federal.

Segundo Maia, até agora, as cassações de mandato na Câmara são colocadas em votação em forma de parecer. Ou seja, os deputados simplesmente votam "sim" ou "não" a um relatório. Mas, no caso do impeachment de Dilma Rousseff, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, que presidiu o julgamento no Senado, tomou a decisão de colocar o impedimento em votação na forma de proposição.

"Em tese, você muda o processo de cassação de qualquer um. Votando como proposição, há a possibilidade de suprimir parte do texto ou de apresentar emenda para acrescentar ou modificar o texto", explicou o presidente da Câmara. "Não estou dizendo que isso vai acontecer, estou dizendo que pode ser que aconteça. Devemos avaliar com cuidado, até porque a sessão de impeachment tem força diferente de uma decisão estritamente política. Vou analisar se há impacto na Câmara, mas qualquer decisão a respeito será feita de forma coletiva", adiantou Maia.

Com o impeachment, Maia passa a ser o substituto imediato do presidente Michel Temer e vai ocupar a Presidência da República interinamente a partir desta quarta-feira, já que Temer viaja para a China, para uma reunião do G-20. Questionado como serão suas atitudes durante o período no Palácio do Planalto, Maia disse que vai se inspirar no ex-vice-presidente Marco Maciel, e atuar "com muita discrição".

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