Legislação Informatizada - Medida Provisória nº 1.567-11, de 31 de Dezembro de 1997 - Publicação Original
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Medida Provisória nº 1.567-11, de 31 de Dezembro de 1997
Dispõe sobre a regularização, administração, aforamento e alienação de bens imóveis de domínio da União, altera dispositivos dos Decretos-Leis nº 9.760, de 5 de setembro de 1946, e 2.398, de 21 de dezembro de 1987, regulamenta o § 2º do art. 49 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , no uso da atribuição que lhe confere o
art. 62 da Constituição, adota a seguinte Medida Provisória, com força de lei:
CAPÍTULO I
DA REGULARIZAÇÃO E UTILIZAÇÃO ORDENADA
Art. 1º. Fica o Poder Executivo
autorizado a agilizar ações, por intermédio da Secretaria do Patrimônio da União
- SPU, do Ministério da Fazenda, no sentido de identificar, demarcar, cadastrar,
registrar, fiscalizar, regularizar as ocupações e promover a utilização ordenada
dos bens imóveis de domínio da União, podendo, para tanto, firmar convênios com
os Estados e Municípios em cujos territórios se localizem e, observados os
procedimentos licitatórios previstos em lei, celebrar contratos com a iniciativa
privada.
Art. 2º. Concluído, na forma da
legislação vigente, o processo de identificação e demarcação das terras de
domínio da União, a SPU lavrará, em livro próprio, com força de escritura
pública, o termo competente, incorporando a área ao patrimônio da União.
Parágrafo único. O termo a que se refere
este artigo, mediante certidão de inteiro teor, acompanhado de plantas e outros
documentos técnicos que permitam a correta caracterização do imóvel, será
registrado no Cartório de Registro de Imóveis competente.
Art. 3º. A regularização dos imóveis de
que trata esta Medida Provisória, junto aos órgãos municipais e aos Cartórios de
Registro de Imóveis, será promovida pela SPU e pela Procuradoria-Geral da
Fazenda Nacional - PGFN, com o concurso, sempre que necessário, da Caixa
Econômica Federal - CEF.
Parágrafo único.
Os órgãos públicos federais, estaduais e municipais e os Cartórios de Registro
de Imóveis darão preferência ao atendimento dos serviços de regularização de que
trata este artigo.
SEÇÃO I
Da Celebração de Convênios
Art. 4º. Os Estados, Municípios
e a iniciativa privada, a juízo e a critério do Ministério da Fazenda,
observadas as instruções que expedir sobre a matéria, poderão ser habilitados,
mediante convênios ou contratos a serem celebrados com a SPU, para executar a
identificação, demarcação, cadastramento e fiscalização de áreas do patrimônio
da União, assim como o planejamento e a execução do parcelamento e da
urbanização de áreas vagas, com base em projetos elaborados na forma da
legislação pertinente.
§ 1º Na elaboração
e execução dos projetos de que trata o caput deste artigo, serão sempre
respeitados a preservação e o livre acesso às praias marítimas, fluviais e
lacustres e a outras áreas de uso comum do povo.
§ 2º Como retribuição pelas obrigações
assumidas, os Estados, Municípios e a iniciativa privada farão jus a parte das
receitas provenientes da:
a) | arrecadação anual das taxas de ocupação e foros, propiciadas pelos trabalhos que tenham executado; |
b) | venda do domínio útil ou pleno dos lotes resultantes dos projetos urbanísticos por eles executados. |
§ 3º A participação nas
receitas de que trata o parágrafo anterior será ajustada nos respectivos
convênios ou contratos, observados os limites previstos em regulamento e as
instruções a serem baixadas pelo Ministro de Estado da Fazenda, que considerarão
a complexidade, o volume e o custo dos trabalhos de identificação, demarcação,
cadastramento, recadastramento e fiscalização das áreas vagas existentes, bem
como de elaboração e execução dos projetos de parcelamento e urbanização e,
ainda, o valor de mercado dos imóveis na região e, quando for o caso, a
densidade da ocupação local.
§ 4º A
participação dos Estados e Municípios nas receitas de que tratam as alíneas "a"
e " b " poderá ser realizada mediante repasse de recursos financeiros.
§ 5º Na contratação, por intermédio da
iniciativa privada, da elaboração e execução dos projetos de que trata este
artigo, quando os serviços contratados envolverem, também, a cobrança e o
recebimento das receitas deles decorrentes, poderá ser admitida a dedução
prévia, pela contratada, da participação acordada.
Art. 5º. A demarcação de terras, o
cadastramento e os loteamentos, realizados com base no disposto no art. 4º,
somente terão validade depois de homologados pela Secretaria do Patrimônio da
União.
SEÇÃO II
Do Cadastramento das Ocupações
Art. 6º. O cadastramento de terras
ocupadas dependerá da comprovação, nos termos do regulamento, da existência de
edificações de caráter permanente e do efetivo aproveitamento do imóvel.
§ 1º Será considerada de efetivo
aproveitamento, para efeito de inscrição, a área de até duas vezes a área de
projeção das edificações de caráter permanente existentes sobre o terreno,
acrescida das medidas correspondentes às demais áreas efetivamente aproveitadas,
definidas em regulamento, principalmente daquelas ocupadas com outras
benfeitorias de caráter permanente, observada a legislação vigente sobre o
parcelamento do solo.
§ 2º As áreas de
acesso necessárias ao terreno, quando possível, bem como as remanescentes que
não puderem constituir unidades autônomas, a critério da Administração, poderão
ser incorporadas àquelas calculadas na forma do § 1º, observadas as condições
previstas em regulamento.
§ 3º Poderão ser
consideradas, a critério da Administração e nos termos do regulamento, no
cadastramento de que trata este artigo, independentemente da comprovação de que
trata o caput deste artigo, as faixas de terrenos de marinha e de terrenos
marginais que não possam constituir unidades autônomas, utilizadas pelos
proprietários de imóveis lindeiros, observado o disposto no Decreto nº 24.643,
de 10 de julho de 1934 (Código de Águas), e legislação superveniente.
§ 4º Fica vedada a inscrição de posse sem
a comprovação da existência de edificações de caráter permanente e do efetivo
aproveitamento de que trata este artigo.
Art. 7º. Os inscritos até 15 de fevereiro
de 1997, na Secretaria do Patrimônio da União, deverão recadastrar-se, situação
em que serão mantidas, se mais favoráveis, as condições de cadastramento
utilizadas à época da realização da inscrição originária, desde que estejam ou
sejam regularizados os pagamentos das taxas de que tratam os arts. 1º e 3º do
Decreto-Lei nº 2.398, de 21 de dezembro de 1987, independentemente da existência
de edificações de caráter permanente e de efetivo aproveitamento.
Parágrafo único. A vedação de que trata o
§ 6º do art. 3º do Decreto-Lei nº 2.398, de 1987, com a redação dada por esta
Medida Provisória, não se aplica aos casos previstos neste artigo.
Art. 8º. Na realização do cadastramento ou
recadastramento de ocupantes, serão observados os procedimentos previstos no
art. 128 do Decreto-Lei nº 9.760, de 5 de setembro de 1946, com as alterações
desta Medida Provisória.
Parágrafo único.
As eventuais despesas que a Administração tiver com o cadastramento ou
recadastramento poderão ser repassadas ao ocupante, na forma do regulamento.
Art. 9º. Fica vedada a inscrição de
ocupações que:
I - vierem a ocorrer após
15 de fevereiro de 1997;
II - estejam
concorrendo ou tenham concorrido para comprometer a integridade das áreas de uso
comum do povo, de segurança nacional, de preservação ambiental, das necessárias
à proteção dos ecossistemas naturais, das reservas indígenas, das ocupadas por
comunidades remanescentes de quilombos, das vias federais de comunicação, das
reservadas para construção de hidrelétricas, ou congêneres, ressalvados os casos
especiais autorizados na forma da lei.
Art. 10. Constatada a existência de posses
ou ocupações em desacordo com o disposto nesta Medida Provisória, a União deverá
imitir-se sumariamente na posse do imóvel, cancelando-se as inscrições
eventualmente realizadas.
Parágrafo único.
Até a efetiva desocupação, será devida à União indenização pela posse ou
ocupação ilícita, correspondente a dez por cento do valor atualizado do domínio
pleno do terreno, por ano ou fração de ano em que a União tenha ficado privada
da posse ou ocupação do imóvel, sem prejuízo das demais sanções cabíveis.
SEÇÃO III
Da Fiscalização e Conservação
Art. 11. Caberá à Secretaria do Patrimônio
da União a incumbência de fiscalizar e zelar para que sejam mantidas a
destinação e o interesse público, o uso e a integridade física dos imóveis
pertencentes ao patrimônio da União, podendo, para tanto, por intermédio de seus
técnicos credenciados, embargar serviços e obras, aplicar multas e demais
sanções previstas em lei e, ainda, requisitar força policial federal e solicitar
o necessário auxílio de força pública estadual.
§ 1º Para fins do disposto neste artigo,
quando necessário, a SPU poderá, na forma do regulamento, solicitar a cooperação
de forma militar federal.
§ 2º A
incumbência de que trata o presente artigo não implicará prejuízo para:
a) | as obrigações e responsabilidades previstas nos arts. 70 e 79, § 2º, do Decreto-lei nº 9.760, de 1946; |
b) | as atribuições dos demais órgãos federais com área de atuação direta ou indiretamente relacionada, nos termos da legislação vigente, com o patrimônio da União. |
§ 3º As obrigações e prerrogativas
previstas neste artigo poderão ser repassadas, no que couber, às entidades
conveniadas ou contratadas na forma dos arts. 1º e 4º.
§ 4º Constitui obrigação do Poder Público
em todas as suas esferas, federal, estadual e municipal, observada a legislação
específica vigente, zelar pela manutenção das áreas de preservação ambiente, das
necessárias à proteção dos ecossistemas naturais e de uso comum do povo,
independentemente da celebração de convênio para esse fim.
SEÇÃO IV
Do Aforamento
Art. 12. Observadas as condições previstas
no § 1º do art. 22 e resguardadas as situações previstas no inciso I do art. 5º
do Decreto-Lei nº 2.398, de 1987, os imóveis dominiais da União, situados em
zonas sujeitas ao regime enfitêutico, poderão ser aforados, mediante leilão ou
concorrência pública, respeitado, como preço mínimo, o valor de mercado do
respectivo domínio útil, estabelecido em avaliação de precisão, realizada,
especificamente para esse fim, pela Secretaria do Patrimônio da União ou, sempre
que necessário, pela Caixa Econômica Federal, com validade de seis meses a
contar da data de sua publicação.
§ 1º Na
impossibilidade, devidamente justificada, de realização de avaliação de
precisão, será admitida a avaliação expedita.
§ 2º Para regularização das avaliações de
que trata este artigo, a SPU e a CEF poderão contratar serviços especializados
de terceiros, devendo os respectivos laudos, para os fins previstos nesta Medida
Provisória, ser homologados por quem os tenha contratado, quanto à observância
das no técnicas pertinentes.
§ 3º Não
serão objeto de aforamento os imóveis que, por sua natureza e em razão de norma
especial, são ou venham a ser considerados indisponíveis e inalienáveis.
Art. 13. Na concessão do aforamento será
dada preferência a quem, comprovadamente, em 15 de fevereiro de 1997, já ocupava
o imóvel há mais de um ano e esteja, até a data da formalização do contrato de
alienação do domínio útil, regularmente inscrito como ocupante e em dia com suas
obrigações junto à Secretaria do Patrimônio da União.
§ 1º Previamente à publicação do edital de
licitação, dar-se-á conhecimento do preço mínimo para venda do domínio útil ao
titular da preferência de que trata este artigo, que poderá adquiri-lo por esse
valor, devendo, para este fim, sob pena de decadência, manifestar o seu
interesse na aquisição e apresentar a documentação exigida em lei na forma e nos
prazos previstos em regulamento e, ainda celebrar o contrato de aforamento de
que trata o art. 14 no prazo de seis meses, a contar da data da notificação.
§ 2º O prazo para celebração do contrato
de que trata o parágrafo anterior poderá ser prorrogado, a pedido do interessado
e observadas as condições previstas em regulamento, por mais seis meses,
situação em que, havendo variação significativa no mercado imobiliário local,
será feita nova avaliação, correndo os custos de sua realização por conta do
respectivo ocupante.
§ 3º A notificação de
que trata o § 1º será feita por edital publicado no Diário Oficial da União e,
sempre que possível, por carta registrada a ser enviada ao ocupante do imóvel
que se encontre inscrito na SPU.
§ 4º O
edital especificará o nome do ocupante, a localização do imóvel e a respectiva
área, o valor de avaliação, bem como o local e horário de atendimento aos
interessados.
§ 5º No aforamento com base
no exercício da preferência de que trata este artigo, poderá dispensada, na
forma do regulamento, a homologação da concessão pelo Secretário do Patrimônio
da União, de que tratam os arts. 108 e 109 do Decreto-Iei nº 9.760, de 1946.
Art. 14. O domínio útil, quando adquirido
mediante o exercício da preferência de que os arts. 13 e 17, § 3º, poderá ser
pago:
I - à vista, no ato da assinatura do
contrato de aforamento;
II - a prazo, mediante
pagamento, no ato da assinatura do contrato de aforamento, de entrada mínima de
vinte por cento do preço, a título de sinal e princípio de pagamento, e do saldo
em até 120 prestações mensais e consecutivas, devidamente atualizadas,
observando-se, neste caso, que o do parcelamento não poderá ultrapassar a data
em que o adquirente completar oitenta anos de idade.
Parágrafo único. As vendas a prazo serão
formalizadas mediante contrato de compra e venda em que estarão previstas, entre
outras, as condições de que trata o art. 26.
Art. 15. A SPU promoverá, mediante
licitação, o aforamento dos terrenos de domínio da União, situados em zonas
sujeitas ao regime enfitêutico, que estiverem vagos ou ocupados há até um ano em
15 de fevereiro de 1997, bem assim daqueles cujos ocupantes não tenham exercido
a preferência ou a opção de que tratam os arts. 13 e 17 desta Medida Provisória
e o inciso I do art. 5º do Decreto-Lei nº 2.398, de 1987.
§ 1º O domínio pleno das benfeitorias
incorporadas ao imóvel, independentemente de que as tenha realizado, será também
objeto de alienação.
§ 2º Os ocupantes com
até um ano de ocupação em 15 de fevereiro de 1997, que continuem ocupando o
imóvel e estejam regularmente inscritos e em dia com suas obrigações junto à
Secretaria do Patrimônio da União na data da realização da licitação, poderão
adquirir o domínio útil do imóvel, em caráter preferencial, pelo preço,
abstraído o valor correspondente às benfeitorias por eles realizadas, e nas
mesmas condições oferecidas pelo vencedor da licitação, desde que manifestem seu
no ato do pregão ou no prazo de 48 horas, contado da publicação do resultado do
julgamento da concorrência.
§ 3º O edital
de licitação, nesses casos, especificará, com base na proporção existente entre
os valores apurados no laudo de avaliação, o percentual a ser subtraído da
proposta ou do lance vencedor, correspondente às benfeitorias realizadas pelo
ocupante, caso este exerça a preferência de que tratam o § 2º.
§ 4º Ocorrendo a venda, na forma deste
artigo, do domínio útil do imóvel a terceiros, será repassado ao ocupante,
exclusivamente neste caso, o valor correspondente às benfeitorias por ele
realizadas calculado com base no percentual apurado na forma do § 3º, ficando
vedada a extinção deste benefício a outros casos, mesmo que semelhantes.
§ 5º O repasse de que trata o § 4º será
realizado nas mesmas condições de pagamento, pelo adquirente do preço do domínio
útil.
§ 6º Caso o domínio útil do imóvel
não seja vendido no primeiro certame, serão promovidas, após a reintegração
sumária da União na posse do imóvel, novas licitações, um qual não será dada
nenhuma preferência ao ocupante.
§ 7º Os
ocupantes que não exercerem, conforme o caso, as preferências de que tratam os
arts. 13 e 15, § 2º, e a opção de que trata o art. 17, nos termos e condições
previstos nesta Medida Provisória e em seu regulamento, terão o prazo de
sessenta dias para desocupar o imóvel, findo o qual ficarão sujeitos ao
pagamento de indenização pela ocupação ilícita, correspondente a dez por cento
do valor atualizado do domínio pleno do terreno, por ano ou fração de ano, até
que a União seja reintegrada na posse do imóvel.
Art. 16. Constatado, no processo de
habilitação, que os adquirentes prestaram declaração falsa sobre pré-requisitos
necessários ao exercício da preferência de que tratam os arts. 13, 15, § 2º, e
17, § 3º, desta Medida Provisória, e o inciso I do art. 5º do Decreto-Lei nº
2.398, de 1987, os respectivos contratos de aforamento serão nulos de pleno
direito, sem prejuízo das sanções penais aplicáveis, independentemente de
notificação judicial ou extrajudicial, retornando automaticamente o imóvel ao
domínio pleno da União e perdendo os compradores o valor correspondente aos
pagamentos eventualmente já efetuados.
SEÇÃO V
Dos Direitos dos Ocupantes Regularmente Inscritos até
5 de Outubro de 1988
Art. 17. Os ocupantes regularmente
inscritos até 5 de outubro de 1988, que não exercerem a preferência de que trata
o art. 13, terão os seus direitos e obrigações assegurados mediante a celebração
de contratos de cessão de uso onerosa, por prazo indeterminado.
§ 1º A opção pela celebração do contrato
de cessão de que trata este artigo deverá ser manifestada e formalizada, sob
pena de decadência, observando-se os mesmos prazos previstos no art. 13, para
exercício da preferência ao aforamento.
§
2º Havendo interesse do serviço público, a União poderá, a qualquer tempo,
revogar o contrato de cessão e reintegrar-se na posse do imóvel, após o decurso
do prazo de noventa dias da notificação administrativa que para esse fim
expedir, em cada caso, não sendo reconhecidos ao cessionário quaisquer direitos
sobre o terreno ou a indenização por benfeitorias realizadas.
§ 3º A qualquer tempo, durante a vigência
do contrato de cessão, poderá o cessionário pleitear novamente a preferência à
aquisição, exceto na hipótese de haver sido declarado o interesse do serviço
público, na forma do art. 5º do Decreto-Lei nº 2.398, de 1987.
SEÇÃO VI
Da Cessão
Art. 18. A critério do Poder Executivo
poderão ser cedidos, gratuitamente ou em condições especiais, sob qualquer dos
regimes previstos no Decreto-Lei nº 9.760, de 1946, imóveis da União a:
I - Estados, Municípios, entidades
educacionais, culturais ou de finalidades sociais;
II - pessoas físicas ou jurídicas, em se
tratando de interesse público ou social ou de aproveitamento econômico de
interesse nacional, que mereça tal favor.
§ 1º A cessão de que trata este artigo
poderá ser realizada, ainda, sob o regime da concessão de direito real de uso
resolúvel, previsto no art. 7º do Decreto-Lei nº 271, de 28 de fevereiro de
1967.
§ 2º O espaço aéreo sobre bens
públicos, o espaço físico em águas públicas, as áreas de álveo de lagos, rios e
quaisquer correntes d'água, de vazantes, da plataforma continental e de outros
bens de domínio da União, insusceptíveis de transferência de direitos reais a
terceiros, poderão ser objeto de cessão de uso, nos termos deste artigo,
observadas as prescrições legais vigentes.
§ 3º A cessão será autorizada em ato do
Presidente da República e se formalizará mediante termo ou contrato, do qual
constarão expressamente as condições estabelecidas, entre as quais a finalidade
da sua realização e o prazo para seu cumprimento, e tornar-se-á nula,
independentemente de ato especial, se ao imóvel, no todo ou em parte, vier a ser
dada aplicação diversa da prevista no ato autorizativo e conseqüente termo ou
contrato.
§ 4º A competência para
autorizar a cessão de que trata este artigo poderá ser delegada ao Ministro de
Estado da Fazenda, permitida a subdelegação.
§ 5º A cessão, quando destinada à execução
de empreendimento de fim lucrativo, será onerosa e, sempre que houver condições
de competitividade, deverão ser observados os procedimentos licitatórios
previstos em lei.
§ 6º Não será
considerada utilização em fim diferente do previsto no termo de entrega, a que
se refere o § 2º do art. 79 do Decreto-Lei nº 9.760, de 1946, a cessão de uso a
terceiros, a título gratuito ou oneroso, de áreas para exercício de atividades
de apoio, definidas em regulamento, necessárias ao desempenho da atividade do
órgão a que o imóvel estiver jurisdicionado.
§ 7º A cessão de que trata o § 6º será
formalizada pelo chefe da repartição, estabelecimento ou serviço público federal
a que tenha sido entregue o imóvel, desde que aprovada a sua realização pelo
Secretário-Geral da Presidência da República, respectivos Ministros de Estado ou
autoridades com competência equivalente nos Poderes Legislativo ou Judiciário,
conforme for o caso, e tenham sido observadas as condições previstas no
regulamento o os procedimentos licitatórios previstos em lei.
Art. 19. O ato autorizativo da cessão de
que trata o art. 18 poderá:
I - permitir a
alienação do domínio útil ou de direitos reais de uso de frações do terreno
cedido mediante regime competente, com a finalidade de obter recursos para
execução dos objetivos da cessão, inclusive para construção de edificações que
pertencerão, no todo ou em parte, ao cessionário;
II - permitir a hipoteca do domínio útil ou de direitos reais de uso de frações
do terreno cedido, mediante regime competente, e de benfeitorias eventualmente
aderidas, com as finalidades referidas no inciso I;
III - permitir a locação ou o arrendamento de
partes do imóvel cedido e benfeitorias eventualmente aderidas, desnecessárias ao
uso imediato do cessionário;
IV - isentar o
cessionário do pagamento de foro, enquanto o domínio útil do terreno fizer parte
do seu patrimônio, e de laudêmios, nas transferências de domínio útil de que
trata este artigo;
V - conceder prazo de
carência para início de pagamento das retribuições devidas, quando:
a) | for necessária a viabilização econômico-financeira do empreendimento; |
b) | houver interesse em incentivar atividade pouco ou ainda não desenvolvida no País ou em alguma de suas regiões; ou |
c) | for necessário ao desenvolvimento de microempresas, cooperativas e
associações de pequenos produtores e de outros segmentos da economia
brasileira que precisem ser incrementados. |
Art. 20. Quando o projeto envolver
investimentos cujo retorno, justificadamente, não possa ocorrer dentro do prazo
máximo de dez anos, estabelecido no parágrafo único do art. 96 do Decreto-lei nº
9.760, de 1946, a cessão sob o regime de arrendamento poderá ser realizada por
prazo superior, observando-se, neste caso, como prazo de vigência, o tempo
seguramente necessário à viabilização econômico-financeira do empreendimento.
SEÇÃO VII
Da Permissão de Uso
Art. 21. A utilização, a título precário,
de áreas de domínio da União para a realização de eventos de curta duração, de
natureza recreativa, esportiva, cultural, religiosa ou educacional, poderá ser
autorizada, na forma do regulamento, sob o regime de permissão de uso, em ato do
Secretário do Patrimônio da União, publicado no Diário Oficial da União.
§ 1º A competência para autorizar a
permissão de uso de que trata este artigo poderá ser delegada aos titulares das
Delegacias do Patrimônio da União nos Estados.
§ 2º Em áreas específicas, devidamente
identificadas, a competência para autorizar a permissão de uso poderá ser
repassada aos Estados e Municípios, devendo, para tal fim, as áreas envolvidas
lhes serem cedidas sob o regime de cessão de uso, na forma do art. 18.
CAPÍTULO II
DA ALIENAÇÃO
Art. 22. A alienação de bens imóveis da
União dependerá de autorização, mediante ato do Presidente da República, e será
sempre precedida de parecer da Secretaria do Patrimônio da União quanto à sua
oportunidade e conveniência.
§ 1º A
alienação ocorrerá quando não houver interesse público, econômico ou social em
manter o imóvel no domínio da União, nem inconveniência quanto à preservação
ambiental e à defesa nacional, no desaparecimento do vínculo de propriedade.
§ 2º A competência para autorizar a
alienação poderá ser delegada ao Ministro de Estado da Fazenda, permitida a
subdelegação.
SEÇÃO I
Da Venda
Art. 23. A venda de bens imóveis da União
será feita mediante concorrência ou leilão públicos, observadas as seguintes
condições:
I - na venda por leilão
público, a publicação do edital observará as mesmas disposições legais
aplicáveis à concorrência pública;
II - os
licitantes apresentarão propostas ou lances distintos para cada imóvel;
III - a caução de participação, quando
realizada licitação na modalidade de concorrência, corresponderá a dez por cento
do valor de avaliação;
IV - no caso de leilão
público, o arrematante pagará, no ato do pregão, sinal correspondente a, no
mínimo, vinte por cento do valor da arrematação, complementando o preço no prazo
e nas condições previstas no edital, sob pena de perder, em favor da União, o
valor correspondente ao sinal e, em favor do leiloeiro, se for o caso, a
respectiva comissão;
V - o leilão será
realizado por leiloeiro oficial ou por servidor especialmente designado;
VI - quando o leilão público for realizado por
leiloeiro oficial, a respectiva comissão será, na forma do regulamento, de até
cinco por cento do valor da arrematação e será paga pelo arrematante, juntamente
com o sinal;
VII - o preço mínimo de venda
será fixado com base no valor de mercado do imóvel, estabelecido em avaliação de
precisão feita pela SPU, cuja validade será de seis meses;
VIII - demais condições previstas no
regulamento e no edital de licitação.
§ 1º
Na impossibilidade, devidamente justificada, de realização de avaliação de
precisão, será admitida avaliação expedita.
§ 2º Para realização das avaliações de que
trata o inciso VII, poderão ser contratados serviços especializados de
terceiros, devendo os respectivos laudos, para os fins previstos nesta Medida
Provisória, ser homologados pela SPU, quanto à observância das normas técnicas
pertinentes.
§ 3º Poderá adquirir o
imóvel, em condições de igualdade com o vencedor da licitação, o cessionário, o
locatário ou o arrendatário que esteja em dia com suas obrigações junto à
Secretaria do Patrimônio da União, bem como o expropriado.
§ 4º A venda, em qualquer das modalidades
previstas neste artigo, poderá ser parcelada, mediante pagamento de sinal
correspondente a, no mínimo, vinte por cento do valor de aquisição e o restante
em até 48 prestações mensais e consecutivas, observadas as condições previstas
nos arts. 26 e 27.
Art. 24. A preferência
de que trata o art. 13, exceto com relação aos imóveis sujeitos aos regimes dos
arts. 80 a 85 do Decreto-Lei nº 9.760, de 1946, e da Lei nº 8.025, de 12 de
abril de 1990, poderá, a critério da Administração, ser estendida, na aquisição
do domínio útil ou pleno de imóveis residenciais de propriedade da União, que
venham a ser colocados à venda, àqueles que, em 15 de fevereiro de 1997, já os
ocupavam, na qualidade de locatários, independentemente do tempo de locação,
observadas, no que couber, as demais condições estabelecidas para os ocupantes.
Parágrafo único. A preferência de que
trata este artigo poderá, ainda, ser estendida àquele que, atendendo as demais
condições previstas no caput deste artigo, esteja regularmente cadastrado como
locatário, independentemente da existência de contrato locativo.
Art. 25. Em se tratando de projeto de
caráter social, para fins de assentamento de famílias de baixa renda, a venda do
domínio pleno ou útil observará os critérios de habilitação fixados em
regulamento, podendo o pagamento ser efetivado mediante um sinal de, no mínimo,
dez por cento do valor da avaliação, permitido o parcelamento deste sinal em até
quatro vezes, e do saldo em até trezentas prestações mensais e consecutivas,
observando-se, como mínimo, a quantia correspondente a trinta por cento do valor
do salário mínimo vigente.
§ 1º Quando o
projeto se destinar ao assentamento de famílias carentes, será dispensado o
sinal, e o valor da prestação não poderá ser superior a trinta por cento da
renda familiar do beneficiário, observando-se, como mínimo, o valor de que trata
o art. 40.
§ 2º As situações de baixa
renda e de carência serão definidas e comprovadas, por ocasião da habilitação e
periodicamente, conforme dispuser o regulamento.
§ 3º Nas vendas de que trata este artigo
aplicar-se-ão, no que couber, as condições revistas no art. 26, não sendo
exigido, a critério da Administração, o pagamento de prêmio mensal de seguro,
nos projetos de assentamento de famílias carentes.
Art. 26. As vendas a prazo serão
formalizadas mediante contrato de compra e venda ou promessa de compra e venda
em que estarão previstas, dentre outras, as seguintes condições:
I - garantia, mediante hipoteca do domínio
pleno ou útil, em primeiro grau e sem concorrência, quando for o caso;
II - valor da prestação de amortização e juros
calculados pela Tabela Price , com taxa nominal de juros de dez por cento ao
ano, exceto para as alienações de que trata o art. 25, cuja taxa de juros será
de sete por cento ao ano;
III - atualização
mensal do saldo devedor e das prestações de amortização e juros e dos prêmios de
seguros, no dia do mês correspondente ao da assinatura do contrato, com base no
coeficiente de atualização aplicável ao depósito em caderneta de poupança com
aniversário na mesma data;
IV - pagamento de
prêmio mensal de seguro contra morte e invalidez permanente e, quando for o
caso, contra danos físicos ao imóvel;
V - na
amortização ou quitação antecipada da dívida, o saldo devedor será atualizado,
pro rata die , com base no último índice de atualização mensal aplicado ao
contrato, no período compreendido entre a data do último reajuste do saldo
devedor e o dia do evento;
VI - ocorrendo
impontualidade na satisfação de qualquer obrigação de pagamento, a quantia
devida corresponderá ao valor da obrigação, em moeda corrente nacional,
atualizado pelo índice de remuneração básica dos depósitos de poupança com
aniversário no primeiro dia de cada mês, desde a data do vencimento até a do
efetivo pagamento, acrescido de multa de mora de dois por cento, bem como de
juros de 0,033% por dia de atraso ou fração;
VII - a falta de pagamento de três prestações
importará o vencimento antecipado da dívida e a imediata execução do contrato;
VIII - obrigação de serem pagos, pelo
adquirente, taxas, emolumentos e despesas referentes à venda.
Parágrafo único. Os contratos de compra e
venda de que trata este artigo deverão prever, ainda, a possibilidade, a
critério da Administração, da atualização da prestação ser realizada em
periodicidade superior à prevista no inciso III, mediante recálculo do seu valor
com base no saldo devedor à época existente.
Art. 27. O término dos parcelamentos de
que tratam os arts. 23, § 3º, 25, caput , e 26 não poderá ultrapassar a data em
que o adquirente completar oitenta anos de idade.
Art. 28. As condições de que os arts. 12 a
16 e 17, § 3º, poderão, a critério da Administração, ser aplicadas, no que
couber, na venda do domínio pleno de imóveis de propriedade da União situados em
zonas não submetidas ao regime enfitêutico.
SEÇÃO II
Da Permuta
Art. 29. Poderá ser autorizada, na forma do
art. 22, a permuta de imóveis de qualquer natureza, de propriedade da União, por
imóveis edificados ou não, ou por edificações a construir.
§ 1º Os imóveis permutados com base neste
artigo não poderão ser utilizados para fins residenciais funcionais, exceto nos
casos de residências de caráter obrigatório; de que tratam os arts. 80 a 85 do
Decreto-Lei nº 9.760, de 1946.
§ 2º Na
permuta, sempre que houver condições de competitividade, deverão ser observados
os procedimentos licitatórios previstos em lei.
SEÇÃO III
Da Doação
Art. 30. Mediante ato do Poder Executivo e
a seu critério, poderá ser autorizada a doação de bens imóveis de domínio da
União a Estados, Municípios e a fundações e autarquias públicas federais,
estaduais e municipais, observado o disposto no art. 22.
§ 1º No ato autorizativo e no respectivo
termo constarão a finalidade da doação e o prazo para seu cumprimento.
§ 2º O encargo de que trata o parágrafo
anterior será permanente e resolutivo, revertendo automaticamente o imóvel à
propriedade da União, independentemente de qualquer indenização por benfeitorias
realizadas, se:
a) | não for cumprida, dentro do prazo, a finalidade da doação; |
b) | cessarem as razões que justificaram a doação; ou |
c) | ao imóvel, no todo ou em parte, vier a ser dada aplicação diversa da prevista. |
§ 3º Fica vedada ao beneficiário a
possibilidade de alienar o imóvel recebido em doação, exceto quando a finalidade
for a execução, por parte do donatário, de projeto de assentamento de famílias
carentes, na forma do art. 25, e desde que o produto da venda seja destinado à
instalação de infra-estrutura, equipamentos básicos ou de outras melhorias
necessárias ao desenvolvimento do projeto.
CAPÍTULO III
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 31. Os arts. 79, 81, 82, 101, 103,
104, 110, 118, 123 e 128 do Decreto-Lei nº 9.760, de 1946, passam a vigorar com
a seguinte redação:
" Art. 79. A entrega de imóvel para uso da Administração Pública Federal direta compete privativamente à Secretaria do Patrimônio da União - SPU. ................................................................................ ................................................................................
|
" Art. 81. ...................................................................................... ...........................................................................................................
|
" Art. 82.
..........................................................................................
|
" Art.
101.
..........................................................................................
Parágrafo único. O não-pagamento do foro durante três anos consecutivos, ou quatro anos intercalados, importará a caducidade do aforamento. " |
" Art.
103. O aforamento se extinguirá por inadimplemento de cláusula
contratual, por acordo entre as partes, ou, a critério do Presidente da
República, por proposta do Ministério da Fazenda, pela remição do foro nas
zonas onde não mais subsistam os motivos determinantes da aplicação do
regime enfitêutico. § 1º Consistindo o inadimplemento de cláusula contratual no não-pagamento do foro durante três anos consecutivos, ou quatro anos intercalados, é facultado ao foreiro, sem prejuízo do disposto no art. 120, revigorar o aforamento mediante as condições que lhe forem impostas. § 2º Na consolidação pela União do domínio pleno de terreno que haja concedido em aforamento, deduzir-se-á do valor do mesmo domínio a importância equivalente a 17%, correspondente ao valor do domínio direto. " |
" Art.
104. Decidida a aplicação do regime enfitêutico a terrenos
compreendidos em determinada zona, a SPU notificará os interessados com
preferência ao aforamento nos termos dos arts. 105 e 215, para que o
requeiram dentro do prazo de cento e oitenta dias, sob pena de perda dos
direitos que porventura lhes assistam.
Parágrafo único. A notificação será feita por edital afixado na repartição arrecadadora da Fazenda Nacional com jurisdição na localidade do imóvel, e publicado no Diário Oficial da União, mediante aviso publicado três vezes, durante o período de convocação, nos dois jornais de maior veiculação local e, sempre que houver interessados conhecidos, por carta registrada. " |
" Art. 110. Expirado o
prazo de que trata o art. 104 e não havendo interesse do serviço público
na manutenção do imóvel no domínio pleno da União, a SPU promoverá a venda
do domínio útil dos terrenos sem posse, ou daqueles que se encontrem na
posse de quem não tenha atendido à notificação a que se refere o mesmo
artigo ou de quem, tendo requerido, não tenha preenchido as condições
necessárias para obter a concessão do aforamento.
...............................................................................................................
" |
" Art.
123. A remição do aforamento será feita pela importância
correspondente a 17% do valor do domínio pleno do terreno.
Art. 128. Para cobrança da taxa, a SPU fará a inscrição dos ocupantes, ex offício , ou à vista da declaração destes, notificando-os para requererem, dentro do prazo de cento e oitenta dias, o seu cadastramento. § 1º A falta de inscrição não isenta o ocupante da obrigação do pagamento da taxa, devida desde o início da ocupação. § 2º A notificação de que trata este artigo será feita por edital afixado na repartição arrecadadora da Fazenda Nacional, publicado no Diário Oficial da União, e mediante aviso publicado três vezes, durante o período de convocação, nos dois jornais de maior veiculação local. § 3º Expirado o prazo da notificação, a União imitir-se-á sumariamente na posse do imóvel cujo ocupante não tenha atendido à notificação, ou cujo posseiro não tenha preenchido as condições para obter a sua inscrição, sem prejuízo da cobrança das taxas, quando for o caso, devidas no valor correspondente a dez por cento do valor atualizado do domínio pleno do terreno, por ano ou fração. " |
Art. 32. Os arts. 3º, 5º e 6º do Decreto-Lei nº 2.398, de 1987, passam a vigorar com a redação:
" Art. 3º........................................................................................................... ...........................................................................................................................
§ 3º SPU procederá ao cálculo do valor do laudêmio, mediante solicitação do interessado. § 4º Concluída a transmissão, o adquirente deverá requerer ao órgão local da SPU, no prazo máximo de sessenta dias, que providencie a transferência dos registros cadastrais para o seu nome, observando-se, no caso de imóvel aforado, o disposto no art. 116 do Decreto-Lei nº 9.760/46. § 5º A não-observância do prazo estipulado no § 4º sujeitará o adquirente à multa de 0,05% (cinco centésimos por cento), por mês ou fração, sobre o valor do terreno e benfeitorias nele existentes. § 6º Fica vedado o loteamento ou o desmembramento de áreas objeto de ocupação sem preferência ao aforamento, nos termos dos arts. 105 e 215 do Decreto-Lei nº 9.760/46, exceto quando:
|
" Art.
5º. Ressalvados os terrenos da União que, a critério do Poder
Executivo, venham a ser considerados de interesse do serviço público,
conceder-se-á o aforamento: I - independentemente do pagamento do preço correspondente ao valor do domínio útil, nos casos previstos nos arts. 105 e 215 do Decreto-Lei nº 9.760/46; II - mediante leilão público ou concorrência, observado o disposto no art. 99 do Decreto-Lei e 9.760/46. Parágrafo único. Considera-se de interesse do serviço público todo imóvel necessário ao desenvolvimento de projetos públicos, sociais ou econômicos de interesse nacional, à preservação ambiental, à proteção dos ecossistemas naturais e à defesa nacional, independentemente de se encontrar situado em zona declarada de interesse do serviço público, mediante portaria do Secretário do Patrimônio da União. " |
" Art.
6º. A realização de aterro, construção ou obra e, bem assim, a
instalação de equipamentos no mar, lagos, rios e quaisquer correntes de
água, inclusive em áreas de praias, mangues e vazantes, ou em outros bens
de uso comum, de domínio da União, sem a prévia autorização do Ministério
da Fazenda, importará: I - na remoção do aterro, da construção, obra e dos equipamentos instalados, inclusive na demolição das benfeitorias, à conta de quem as houver efetuado; e II - na automática aplicação de multa mensal em valor equivalente a R$30,00 (trinta reais), atualizados anualmente em 1º de janeiro de cada ano, mediante portaria do Ministério da Fazenda, para cada metro quadrado das áreas aterradas, construídas ou em que forem realizadas obras ou instalados equipamentos, que será cobrada em dobro após trinta dias da notificação, pessoal, pelo correio ou por edital, se o infrator não tiver removido o aterro e demolido as benfeitorias efetuadas. " |
Art. 33. A Caixa Econômica Federal representará a União na celebração dos contratos de que tratam os art. 14 e 26, e cabendo-lhe, ainda, administrá-los no tocante à venda do domínio útil ou plena, efetuando a cobrança e o recebimento do produto da venda.
§ 1º Os contratos celebrados pela Caixa Econômica Federal, mediante instrumento particular, terão força de escritura pública.
§ 2º Em se tratando de aforamento, as obrigações enfitêuticas, inclusive a cobrança e o recebimento de foros e laudêmios, continuarão a ser administradas pela Secretaria do Patrimônio da União.
§ 3º O seguro de que trata o inciso IV do art. 26 será realizado por intermédio de seguradora a ser providenciada pela Caixa Econômica Federal.
Art. 34. A Caixa Econômica Federal fará jus a parte da taxa de juros, equivalente a 3,15% ao ano, nas vendas a prazo de que trata o art. 33, como retribuição pelos serviços prestados à União, de que dispõe esta Medida Provisória.
Art. 35. Nas vendas de que trata esta Medida Provisória, quando realizadas mediante licitação, os adquirentes poderão, a critério da Administração, utilizar, para pagamento à vista do domínio útil ou pleno de imóveis de propriedade da União, créditos securitizados ou títulos da dívida pública de emissão do Tesouro Nacional.
Art. 36. Fica instituído o Programa de Administração Patrimonial Imobiliário da União - PROAP, destinado ao incentivo à regularização, administração, aforamento, alienação e fiscalização de bens imóveis de domínio da União, ao incremento das receitas patrimoniais, bem como à modernização e informatização dos métodos e processos inerentes à Secretaria do Patrimônio da União.
Parágrafo único. Comporão o fundo instituído pelo Decreto-Lei nº 1.437, de 17 de dezembro de 1975, e integrarão subconta especial destinada a atender às despesas com o Programa instituído neste artigo, que será gerida pelo Secretário do Patrimônio da União, as receitas patrimoniais decorrentes de:
a) | multas; e |
b) | parcela do produto das alienações de que trata esta Medida Provisória, nos percentuais adiante indicados, observado o limite de R$25.000.000,00 (vinte e cinco milhões de reais) ao ano: |
1. vinte por cento, nos anos 1997 e 1998;
2. quinze por cento, no ano 1999;
3. dez por cento, no ano 2000;
4. cinco por cento, nos anos 2001 e 2002.
Art. 37. No desenvolvimento do PROAP, a SPU priorizará ações no sentido de desobrigar-se de tarefas operacionais, recorrendo, sempre que possível, à execução indireta, mediante convênio com outros órgãos públicos, federais, estaduais e municipais e contrato com a iniciativa privada, ressalvadas as atividades típicas de Estado e resguardados os ditames do interesse público e as conveniências da segurança nacional.
Art. 38. As disposições previstas no art. 29 aplicam-se, no que couber, às entidades da Administração Pública Federal indireta, inclusive às autarquias e fundações públicas e às sociedades sob controle direto ou indireto da União.
Art. 39. Será de competência exclusiva da SPU, observado o disposto no art. 37 e sem prejuízo das competências da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, previstas no Decreto-Lei nº 147, de 3 de fevereiro de 1967, a realização de aforamentos, concessões de direito real de uso, locações, arrendamentos, entregas e cessões a qualquer título, de imóveis de propriedade da União, exceto nos seguintes casos:
I - cessões, locações e arrendamentos especialmente autorizados nos termos de entrega, observadas as condições fixadas em regulamento;
II - locações de imóveis residenciais de caráter obrigatório, de que tratam os arts. 80 a 85 do Decreto-Lei nº 9.760, de 1946;
III - locações de imóveis residenciais sob o regime da Lei nº 8.025, de 1990;
IV - cessões de que tratam os §§ 6º e 7º do art. 18; e
V - as locações e arrendamentos autorizados nos termos do inciso III do art. 19.
Art. 40. Será observado como valor mínimo para efeito de aluguel, arrendamento, cessão de uso onerosa, foro e taxa de ocupação, aquele correspondente ao custo de processamento da respectiva cobrança.
Art. 41. Serão reservadas, na forma do regulamento, áreas necessárias à gestão ambiental, à implantação de projetos demonstrativos de uso sustentável dos recursos naturais e dos ecossistemas costeiros, de compensação por impactos ambientais, relacionados com instalações portuárias, marinas, complexos navais e outros complexos náuticos, desenvolvimento do turismo, de atividades pesqueiras, da aqüicultura, da exploração de petróleo e gás natural, de recursos hídricos e minerais, aproveitamento de energia hidráulica e outros empreendimentos considerados de interesse nacional.
Parágrafo único. Quando o empreendimento necessariamente envolver áreas originariamente de uso comum do povo, poderá ser autorizada a utilização dessas áreas, mediante cessão de uso na forma do art. 18, condicionada, quando for o caso, à apresentação do Estudo de Impacto Ambiental e respectivo relatório, devidamente aprovados pelos órgãos competentes, observadas as demais disposições legais pertinentes.
Art. 42. Nos aterros realizados até 15 de fevereiro de 1997, sem prévia autorização, a aplicação das penalidades de que tratam os incisos I e II do art. 6º do Decreto-Lei nº 2.398, de 1987, com a redação dada por esta Medida Provisória, será suspensa a partir do mês seguinte ao da sua aplicação, desde que o interessado solicite, junto ao Ministério da Fazenda, a regularização e a compra à vista do domínio útil do terreno acrescido, acompanhado do comprovante de recolhimento das multas até então incidentes, cessando a suspensão trinta dias após a ciência do eventual indeferimento.
Parágrafo único. O deferimento do pleito dependerá da prévia audiência dos órgãos técnicos envolvidos.
Art. 43. As condições previstas nesta Medida Provisória aplicar-se-ão às ocupações existentes nas terras de propriedade da União situadas na Área de Proteção Ambiental - APA da Bacia do Rio São Bartolomeu, no Distrito Federal, que se tomarem passíveis de regularização, após o rezoneamento de que trata a Lei nº 9.262, de 12 de janeiro de 1996.
Parágrafo único. A alienação dos imóveis residenciais da União, localizados nas Vilas Operárias de Nossa Senhora das Graças e Santa Alice, no Conjunto Residencial Salgado Filho, em Xerém, no Município de Duque de Caxias (RJ), e na Vila Portuária Presidente Dutra, na Rua da América nº 31, no Bairro da Gamboa, no Município do Rio de Janeiro (RJ), observará, também, o disposto nesta Medida Provisória.
Art. 44. As receitas líquidas provenientes da alienação de bens imóveis de domínio da União, de que trata esta Medida Provisória, deverão ser integralmente utilizadas na amortização da dívida pública de responsabilidade do Tesouro Nacional, sem prejuízo para o disposto na alínea "b" do § 2º e 4º do art. 4º, no art. 34 e na alínea "b" do parágrafo único do art. 36.
Art. 45. O Poder Executivo regulamentará esta Medida Provisória no prazo de noventa dias, contados da sua publicação.
Art. 46. O Poder Executivo fará publicar no Diário Oficial da União, no prazo de noventa dias, após a conversão desta Medida Provisória em lei, texto consolidado do Decreto-Lei nº 9.760, de 1946, e legislação superveniente.
Art. 47. Ficam convalidados os atos praticados com base na Medida Provisória nº 1.567-10, de 4 de dezembro de 1997.
Art. 48. Esta Medida Provisória entra em vigor na data da sua publicação.
Art. 49. Ficam revogados os arts. 65, 66, 125, 126 e 133, e os itens 5º, 8º, 9º e 10 do art. 105 do Decreto-Lei nº 9.760, de 5 de setembro de 1946, o Decreto-Lei nº 178, de 16 de fevereiro de 1967, o art. 195 do Decreto-Lei nº 200, de 25 de fevereiro de 1967, o art. 4º do Decreto-Lei nº 1.561, de 13 de julho de 1977, a Lei nº 6.609, de 7 de dezembro de 1978, o art. 90 da Lei nº 7.450, de 23 de dezembro de 1985, o art. 4º do Decreto-Lei nº 2.398, de 21 de dezembro de 1987, e a Lei nº 9.253, de 28 de dezembro de 1995.
Brasília, 31 de dezembro de 1997; 176º da Independência e 109º da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Pedro Pullen Parente
- Diário Oficial da União - Seção 1 - 2/1/1998, Página 17 (Publicação Original)
- Diário do Congresso Nacional - 1/4/1998, Página 1689 (Perda de Eficácia)
- Coleção de Leis do Brasil - 1997, Página 9352 Vol. 12 (Publicação Original)