Legislação Informatizada - Decreto nº 14.784, de 27 de Abril de 1921 - Publicação Original

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Decreto nº 14.784, de 27 de Abril de 1921

Approva o Regulamento de Instrucção Physica Militar, destinado a todas as armas, 1ª parte

O Presidente da Republica dos Estados Unidos do Brasil, usando da attribuição que lhe confere o art. 48, n. I, da Constituição, resolve approvar o Regulamento de Instrucção Physica Militar, destinado a todas as armas, 1ª parte, que com este baixa, assignado pelo Dr. João Pandiá Calogeras, Ministro de Estado da Guerra.

Rio de Janeiro, 27 de abril de 1921, 100º da Independencia e 33º da Republica.

EPITACIO PESSÔA.
João Pandiá Calogeras.

    REGULAMENTO A QUE SE REFERE O DECRETO N. 14.784, DE 27 DE ABRIL DE 1921

    INTRODUCÇÃO

     O presente regulamento baseia-se nas leis physiologicas que regulam o crescimento e o densenvolvimento do homem e nos methodos preconizados em França para a preparação physica dos soldados.

     Tal tem sido a excellencia dos resultados obtidos com esses methodos, que haverá certamente interesse em applical-os no Brasil, quer para a educação das creanças até 16 annos, quer dos adultos.

     O methodo seguido por este regulamento é simples e accessivel a todos, e os processos empregados são bastante variados e flexiveis para se adaptarem a todas as constituições. Comprehende diversos grupos de exercicios, correspondendo cada um delles a uma classe de soldados de um determinado valor physico e physiologico. (*).

     A classificação dos soldados no que concerne ao valor em instrucção physica é feita neste regulamento por meio de uma folha de classificação, estabelecida de accôrdo com os trabalhos mais recentes e as experiencias praticas feitas nas escolas francezas.

_________________

     (*) Deve-se todavia attender que o recruta, nas provas de instrucção physica feitas no momento de incorporação, não fornece tudo que é possivel obter de seu valor intriseco.

     O methodo de instrucção physica, tem, precisamente, por objecto:

     - aperfeiçoar a instrucção do recruta,

     - o que importa tambem augmentar seu valor intrinseco;

     - emfim, permittir ao homem manifestar, nos diversos ramos da instrucção, os recursos do seu valor intrinseco.

     As exigencias das provas indicadas na dita folha são por consequencia dadas a titulo provisorio e serão modificadas ulteriormente em funcção dos resultados praticos obtidos no Brasil nos diversos corpos de tropa.

     Não tendo a maioria dos soldados recebido educação physica, antes da incorporação, convirá, no começo, dosar os exercicios com attenção especial e por isso submettel-os ao treinamento do grupo dos fracos de modo que se evite qualquer excesso.

     Este periodo inicial, de duração variavel segundo a aptidão physica dos individuos, será unicamente consagrado á adaptação do desenvolvimento physico do recruta á vida militar, isto é, a uma verdadeira preparação physica para o serviço do Exercito.

    A instrucção physica militar

    REGRAS GERAES

    1. O valor physico. Sua importancia

     O valor de um exercito depende do valor individual dos que o compõem.

     O valor individual de um combatente, official ou soldado comprehende:

     O moral.

     O physico.

     O technico:

     Todos tres são indispensaveis, mas sem o valor physico, os dous outros diminuem rapidamente e mesmo se annullam. Um homem physicamente insufficiente é susceptivel apenas de um esforço limitado que o esgotará; o mesmo em boas condições physicas fornecerá sem fadiga um esforço normal, que poderá repetir quasi em seguida.

     O exercicio da funcção de soldado exige um minimo de faculdades physicas. E' uma necessidade absoluta para o soldado poder em combate satisfazer ás mais frequentes provas physicas impostas pela pratica da guerra, isto é, supportar peso superior á carga normal, mover-se em terrenos difficeis, mostrar-se apto a uma successão rapida de esforços, demonstrar resistencia, etc. A esta ultima condição cumpre ligar especial importancia.

     Todo o methodo que não vise augmentar a resistencia do individuo deve ser abandonado.

     Todo soldado, deve fazer cabedal de achar-se sempre em bom estado physico, quer por interesse proprio, quer pelo da collectividade.

     2. Fim da Instrucção Physica Militar

     O fim da instrucção physica militar é adaptar o soldado a sua funcção de combatente, desenvolvendo-lhe o valor physico, por um treinamento comedido e racional, apropriado aos meios disponiveis nos corpos de tropa.

     O presente regulamento tem por fim indicar um methodo geral, simples e accessivel a todos, cujos processos assás variados e flexiveis são adaptaveis a todas as constituições.

     Comprehende duas partes:

     a) Primeira parte: Instrucção physica militar.

     b) Segunda parte: Adaptação ás especialidades.

     3. A instrucção physica militar deve ser ministrada a todos os homens de todas as armas. Seu escopo é que os quadros e a tropa augmentem ou conservem o valor physico na sua funcção geral de combatentes. Procura dar-lhes força muscular, resistencia, agilidade e virilidade. E' obtida pela execução methodica dos movimentos naturaes de applicação immediata em combate. Deve ser ministrada sob a fórma mais simples e mais attrahente que for possivel.

     Jamais se deverá esquecer, com effeito, que a instrucção physica, como a saude que della decorre, reclamam expansão e alegria.

     Toda monotonia provoca aborrecimento, isto é, fadiga nervosa, destruidora do moral e mais grave que a fadiga physica.

     4. A adaptação ás especialidades, tem por fim adaptar o soldado ao ataque é bayoneta, á luta corporal e ao uso de certas armas especies (granada, metralhadora, fuzil-metralhador, engenho de acompanhamento, espada, lança, etc.).

     5. Terrenos de treinamento ou stadios. A instrucção physica é dada nos terrenos de que se dispõe, tão planos quanto possivel, e de quando em vez em terrenos variados e de combate (terrenos de trincheiras revolvidas).

     O stadio comprehenderá uma pista de cantos arredondados, com uma largura de um a cinco metros, para as marchas, corridas, etc.

     Por si mesmo, isto é, pelo uso ella se adaptará ao fim a que se destina. Bastará demarcar seu perimetro interior e reservar uma parte recta, com um comprimento minimo de 60 metros, para as corridas de velocidade.

     Dispor-se-ha além disso:

     De barreiras reaes ou apenas indicadas (sólo um tanto revolvido, estacas e cordeis);

     De uma base para os exercicios de arremessar (linha recta ou circular);

     De arvores plantadas nas proximidades, ou postes, eventualmente, de cordas suspensas nas arvores para trepar nas mesmas;

     De alguns obstaculos fixos ou moveis para os saltos ou escaladas (muro ou tronco de arvores, trincheira profunda, etc);

     De um terreno acamado (gramma ou areia) para os jogos de luta corporal (Jiu-jitsu, boxe);

     De manequins, varas com amortecedores, fuzis ou mosquetões para a esgrima de bayoneta.

     Estas indicações representam recursos médios de obtenção facil em qualquer logar.

    PRIMEIRA PARTE

Instrucção physica militar

CAPITULO I

DO FIM, DOS PRINCIPIOS E DA ORGANIZAÇÃO DA INSTRUCÇÃO PHYSICA MILITAR

     6. Fim - Ensinar o soldado a marchar, trepar, saltar, suspender e carregar pesos, correr, arremessar, atacar, defender-se e nadar.

     7. Os exercicios correspondentes a este ensino dão saude, agilidade e equilibrio nervoso e desenvolvem a resistencia aos esforços continuos e a destreza, qualidade que na guerra são tão necessarias quanto o desenvolvimento puramente muscular. 8. Principios - A instrucção physica militar assenta nos principios geraes:

     1º, conhecimento do valor physico do soldado;

     2º, adaptação do exercicio ao valor physico;

     3º, Atracção despertada pelo exercicio;

     4º, verificação periodica da Instrucção Physica.

     9. 1 principio - Determinação do valor physico.

     O valor physico de cada soldado deve ser nitidamente determinado antes mesmo que elle seja submettido ao treinamento.

     Só esta determinação permitte dosar com cuidado o esforço que se póde obter tendo em mira o objectivo collimado, sem correr o risco de exigir demasiadamente de uus e muito pouco de outros.

     E' o remate de um methodo racional; deve constituir o acto preliminar de toda a intrucção physica racionalmente dirigida e resultar de um duplo exame: primeiro medico e depois physico. Donde a necessidade de collaboração constante do medico e do instructor.

     Applicando esse principio, poder-se-hão constituir grupos homogeneos de soldados que serão conjuntamente exercitados.

     10. Exame medico - Antes do treinamento todos os soldados devem ser préviamente submettidos a um exame medico, muito meticuloso, destinado a excluir definitivamente dos exercicios os affectados de uma tara excepcionalmente grave, ou a afastar. temporariamente os affectados de uma tara curavel ou, ainda, como succede na maioria dos casos, a dar simplesmente ao instructor todas as indicações precisas para guial-o na dosagem do treinamento a que tem de sujeital-os.

     Essas observações, consignadas na primeira parte da ficha individual (ver modelo annexo), permittem ao medico classificar os soldados em:

     Indivíduos normaes;

     Individuos que devem ser poupados.

     11. Exame physico - Os «normaes» são submettidos a sete provas, além da de natação.

     O exame physico effectua-se durante dous dias e um mez após a incorporação (1).

     Cada prova é eliminatoria, estrictamente individual e definitiva.

     A natação constitue assumpto de uma sessão especial.

     Para cada prova existe um indice limite inferior (ver annexo I).

     O soldado deve exceder todos os limites da linha A para ser classificado no grupo dos médios; todos os indices limites na linha B para o ser no grupo dos fortes.

     Os indices attingidos nas differentes provas são annotados na segunda parte da ficha individual (ver modelo annexo).

     O exame physico permitte classificar cada soldado em uma destas categorias: fracos, médios, fortes:

     O grupo dos fracos é formado:

     1º, pelos normaes tendo um ou varios indices inferiores ao da linha A;

     2º, pelos soldados que devem ser poupados, em virtude do exame medico.

     O grupo dos médios é formado pelos normaes tendo obtido indices iguaes ou superiores aos da linha A e um ou varios indices inferiores ao da linha B.

     O grupo dos fortes é formado pelos normaes tendo obtido indices superiores ou iguaes aos da linha B.

     12. 2º principio - Adaptado do exercicio ao valor physico.

     A instrucção phyisica militar deve ser dada a grupos homogeneos: fracos, médios, fortes. Para cada um delles comprehende:

     a) fracos:

     Flexionamentos, exercicios educativos, applicações simples, pequenos jogos collectivos, grandes jogos collectivos.

     b) Médios:

     Flexionamentos, exercicios educativos, applicações, pequenos e grandes jogos collectivos, exercicios desportivos.

     c) Fortes:

      Applicações, grandes jogos e jogos desportivos.

     13. 3º Principio - Atracção despertada pelo exercicio.

     O instructor procurará tornar a instrucção physica militar especialmente atrahente. Conseguirá esse desideratum, com a introducção, nas lições, no momnto opportuno, dos jogos de que trata o n. 12 e com a escolha judiciosa dos exercicios que fará variar alternando os da parte superior do corpo com os da parte inferior finalmente com a emulação e o prazer que desenvolverá judiciosamente no seu grupo.

     14. 4º Principio - Verificação periodica da Instrucção.

     De tres em tres mezes repetem-se os exames feitos um mez depois da incorporação para verificar o aproveitamento da Instrucção Physica.

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     (1) Esse prazo é necessario para que os recrutas fiquem em condições de pôr em acção os meios physicos de que dispõem, o que seria impossivel na occasião da incorporação, pois, na sua maioria, nunca foram submettidos a treinamentos physicos.

     Em seguida á inspecção de saude, cujos resultados são consignados na ficha individual, o medico dará indicações sobre o estado geral dos soldados.

     Após o exame physico todos os soldados que tiverem attingido os indices limites passarão para o grupo superior.

     O exame dos fortes comprehenderá concursos desportivos.

     Os soldados que devem ser poupados só poderão ser submettidos ao exame physico depois de ouvida a opinião do medico.

CAPITULO II

PROGRAMMA E OBSERVAÇÕES CONCERNENTES EXECUÇÃO DO TRABALHO

     15. Programma - A Instrucção Physica Militar é ministrada por lições completas, sessões de estudo e sessões de jogos desportivos.

     Todas começam sempre por uma sessão preparatoria e terminam por uma volta á calma.

     16. Observações geraes - A Instrucção Physica Militar é diaria e na Infantaria dura de 45 a 60 minutos; nas demais armas a duração é a mesma incluidas porém as lições de adaptação ás especialidades (espada, lança, etc.), que são atacadas simultaneamente. As sessões de jogos desportivos podem ir até uma hora e 30 minutos.

     Realiza-se em horas tão afastadas quanto possivel das refeições, salvo quando absolutamente for impossivel proceder dessa fórma.

     Local - Ao ar livre, nos terrenos de treinamento descriptos no n. 5.

     Uniforme - De desportos sempre que for possivel, ou pelo menos qualquer uniforme leve que não embarace a circulação.

     17. Sessão preparatoria - A sessão preparatoria comprehende para todos os grupos e em todas as lições, exercicios bem suaves e de energia crescente: Marchas, flexionamentos, movimentos combinados ou asymetricos, exercicios respiratorios.

     Durante esta primeira parte do trabalho, ter-se-ha especial cuidado em corrigir as más posições.

     18. Lição propriamente dita - Comprehende, de conformidade com o regimen proprio a cada grupo, um ou varios exercicios de:

     1º, marchar;

     2º, trepar, escalar, equilibrar;

     3º, saltar;

     4º, levantar e carregar pesos;

     5º, correr;

     6º, arremessar;

     7º, atacar e defender-se.

     A lição assim composta activa todas as grandes funcções e interessa todas as partes do corpo.

     19. Volta á calma - E' a mesma para todos os grupos e em todas as lições; compõe-se de exercicios de energia decrescente:

     1º, marcha lenta com exercicios respiratorios;

     2º, marcha com canto ou assobio;

     3º, evoluções.

     Prolonga-se até que se tenha restabelecido a calma do organismo.

     20. Caracteristico da lição completa - Começa sempre pela sessão preparatoria e termina pela volta á calma. Deve ser continua, alternada, gradual, attrahente e disciplinada.

     E' continua, quando só é cortada pela mudança de exercicios respiratorios destinados a normalizar a respiração e a circulação.

     E' alternada quando constituida de uma successão de exercicios interesando alternadamente as partes superior e inferior do corpo.

     Gradual, quanto á intensidade, quando os exercicios são escolhidos de tal modo que a energia necessaria para executal-os vae crescendo do começo da sessão preparatoria até dous terços da lição e dahi decrescendo até a volta á calma.

     E' gradual, quanto á difficuldade, quando no decurso da instrucção comprehende exercicios cada vez mais difficeis.

     E' attrahente, quando se variam frequentemente os exercicios em cada categoria de applicações e quando os jogos introduzidos em tempo opportuno durante a lição para despertar o interesse dos soldados, constituem realmente uma diversão e não são tratados como um exercicio.

     E' disciplinada, quando dirigida com firmeza e ordem.

     21. Composição da lição completa - Cada uma das partes da lição completa comprehende um certo numero de exercicios classificados nos quadros do capitulo seguinte por ordem de difficuldade crescente.

     1º Para compor a sessão preparatoria, e instructor escolhe, no quadro dos elementos (Capitulo III), exercicios de marcha cada vez mais intensos variados, e progressivos, depois um flexionamento em cada uma das categorias (braços, pernas, troncos, asymetricos) e termina por um exercicio respiratorio.

     No começo escolheria exercicios simples e faceis. Esses movimentos prepararão os homens para os flexionamentos combinados, nos quaes especiaImente insistirá quando a instrucção estiver mais desenvolvida.

     2º Para compor a lição propriamente dita, o instructor começa pondo as sete categorias de applicações de applicações na ordem indicada pelo n. 18. Depois, levando conta seu gráo de difficuldade escolhe no quadro dos elementos, de conformidade com o regimen (2) correspondente á cada classe, um ou dous exercicios educativos e uma applicação para formar cada categoria da lição considerada.

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     (*) Chama-se regimen da lição, a proporção de movimentos educativos, jogos ou applicações que cada categoria de exercicios fundamentaes deve abranger no decurso da lição completa. O proprio instructor executando o exercicio tem o melhor meio de verificar sua intensidade.

     Além disso a observação attenta dos soldados durante a lição, dá preciosas indicações. Antes da lição, deve-se fazer assoar, urinar, etc., e examinar o asseio do corpo e, si for preciso, mandar lavar a pelle.

     Finalmente, separa dous jogos, um em cada série, que reserva para introduzir na lição, como premio ou derivativo.

     3º Para compor a volta á calma o instructor escolhe dous ou tres exercicios de marcha, entre os quaes a marcha lenta com exercicios respiratorios, e termina por uma marcha com canto ou assobio.

     22. Direcção da lição completa.

     1º Sessão preparatoria - Mais ou menos viva, conforme a duração da lição e o estado atmospherico. Os flexionamentos são executados á voz de commando, depois de demonstrados pelo instructor. O instructor indica um rithmo mais ou menos lento, conforme a importancia das massas musculares que se tem de mover.

     Cada soldado exercita-se individualmente sem se preoccupar com o conjunto, mas esforçando-se por obter a cadencia indicada.

    Os flexionamentos são executados de uma maneira continua com toda a amplitude possivel e em todas os planos.

    O instructor corrige as más posições, cuida de endireitar as curvaturas exaggeradas da columna vertebral e de fixar o recuo das espaduas e o jogo dá caixa toraxica.

    Faz executar em cada lição, para educar o systema nervoso, alguns exercicios de conjunto.

    2º Lição propriamente dita - De accôrdo com o programma da lição que traçou, o instructor terá o cuidado de não prolongar certos exercicios com prejuizo de outros e exigir que os jogos cessem logo que dér o respectivo signal.

    Os exercicios educativos e as applicações são executadas individual ou colIectivamente.

    O instructor verifica as posições e corrige os movimentos, faz rithmar a respiração pelo exercicio e manda executar exercicios respiratorios que se tornarem necessarios, principalmente depois do salto dos exercicios de levantar pesos e da corrida, que podem provocar uma acceleração exaggerada da respiração e da circulação.

    A inspiração e a expiração fazem-se de preferencia pelo nariz.

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    Sessão preparatoria - Será lenta quando fizer calor ou com tempo normal.

    Lição propriamente dita - Consagrar as primeiras lições ao estudo dos exercicios e jogos escolhidos para comporem a primeira lição completa.

    Na lição completa dirigir os exercicios e jogos de maneira a não prolongar uns com prejuizo de outros.

    Em regra, fazer cessar um exercicio ou um jogo quando elle tiver produzido o effeito que delle se exigia. Exigir silencio e ordem nos exercicio.

    Ao contrario, dar liberdade nos jogos (rir, gritar, etc.) Prestar especial attenção ao desenvolvimento respiratorio pelo nariz.

    3º Volta á calma - O instructor prolonga a marcha lenta com exercicios respiratorios, até julgar restalecido o equilibrio da respiração e circulação. Si reconhecer a persistencia de acceleração exaggerada da respiração, interromperá momentaneamente a marcha com canto ou assobio, recomeçando os exercicios respiratorios.

    23. Sessão de estudo - E' uma sessão especial analoga á precedente, tendo por fim ministrar, sem precipitação, elementos novos ou rectificar certos exercicios mal executados pelo soldados. Devido ás explicações do instructor, não é continua e nem sempre póde ser completa.

    No inicio da instrucção prepara para o exame inicial, e, ulteriormente, serve para organizar a lição completa e continua.

    No decurso da instrucção deve-se appellar para esse recurso, sempre que houver necessidade, porque a perfeição do movimento é de maior utilidade do que sua repetição mal executada. A sessão de estudo permitte treinar para os differentes desportes. Deve possuir quanto possivel as caracteristicas enunciadas no n. 20.

    24. Composição de uma sessão de estudo - Antes de compor uma sessão de estudo, o inspector reportar-se-ha ao n. 21 para á sessão preparatoria e a volta á calma.

    A lição propriamente dita poderá deixar de comportar exercicios que interessam ás sete categorias de applicações. Mas, considerando que a marcha, a corrida, e o salto interessam especialmente o treinamento da parte inferior do corpo; que o trepar, o levantar e o arremessar interessam especialmente o treinamento da parte superior do corpo e que o ataque e a defesa aos dous, o instructor terá o cuidado de organizar uma lição de maneira que abraja uma série de exercicios comprehendendo os dous treinamentos.

    25. Sessão de jogos - Duas vezes por semana as lições completas e as sessões de estudos serão substituidas por sessões compostas unicamente de grandes jogos e jogos desportivos.

    Ao mesmo tempo que são um excellente meio de recompensa, tres sessões desenvolvem a iniciativa e emulação, e quando se formam grupos de jogadores, a solidariedade e a disciplina.

    O instructor variará os jogos escolhendo-os entre os indicados no n. 50.

    26. Composição de uma sessão de jogos - Antes de compor uma sessão de jogos, o instructor reportar-se-ha ao n. 21 para a sessão preparatoria e a volta á calma.

    O instructor escolherá um ou dous jogos no respectivo quadro, consultando o gosto dos soldados, porque estas sessões, tendo um fim recreativo e ao mesmo tempo hygienico, é preferivel deixar aos executantes a iniciativa de escolher os jogos que mais lhe agradam.

    27. Hygiene corporal - Sempre que fôr possivel, a volta á calma será seguida de uma ablução com agua fria, seccagem da pelle e fricções.

    28. Papel do instructor - Commandos - O instructor mostra como se fazem os movimentos executando o exercicio. Commanda-o rectifica, si houver mistér. Colloca-se em um lugar de onde possa ver todos os soldados e ser visto por elles.

    Execução dos movimentos - O instructor obtem a attenção dos alumnos - pelo commando - Attenção! E a esta voz os homens ficam immoveis.

    Quando quizer que os soldados o imittem, enunciará o movimento e dirá: Façam como eu, e o executará.

    Quando se trata de exercicio á voz de commando, indica e mostra o exercicio que se tem de fazer e commanda: Posição! e depois, Começar!

    Os soldados exercitam-se até o commando Alto! O instructor marca então a cadencia em voz alta. Evita contar sem interrupção, salvo si se tratar de exercicio de rythmo especial. Faz variar o rythmo.

    O commando Alto! importa na volta á posição inicial. Nos deslocamentos exigidos pela execução do exercicio, os saldados caminham livremente, mantendo cada um seu logar no grupo. Quando estão bem exercitados as vozes de commando podem ser substituidas por silvos de apito.

    Nos jogos o instructor diz: Vamos jogar... A... (nome do jogo)! Começar! Alto! Tendo sempre presente o programma geral, o instructor compõe préviamente suas lições, prepara-as materialmente, de accôrdo com as circumstancias, e pensa nas formações que adoptará, de modo que suas lições se desenrolem com ordem e exito, se sem perder tempo inutilmente. O instructor impor-se-ha aos soldados pela sua attitude, affabilidade e competencia. Seu papel é capital, porque do seu valor pedagogico depende o de todos os seus alumnos.

    29. - Natação - A natação constitue objecto de sessões especiaes.

    As lições de natação obedecem ao mesmo typo que as de instrucção physica propriamente dita.

CAPITULO III

COMPOSIÇÃO DAS LIÇÕES

    Exemplo de licções para fracos, médios e fortes - duração da lição: 45 a 60 minutos

    30. Fim a attingir:

    1º, por movimentos educativos e correctivos, preparar os fracos para applicações simples em terreno plano e horizontal;

    2º, exercitar os médios em todas as applicações em terreno preparado;

    3º, exercitar os fortes em todas as applicações e em todos os terrenos.

    31. Trabalho para fracos:

    Execução.

    Lição para fracos:

    Sessão de estudo;

    Sessão de grandes jogos.

    Regimen da lição para fracos - Em principio exercicios educativos tomados em tres categorias desses exercicios; applicações tomadas em quatro categorias e dous pequenos jogos collectivos no decorrer da lição.

    Exemplo de uma lição para fracos (vide n. 51).

    32. Trabalho para médios:

    Execução.

    Lição para médios:

    Sessão de estudo;

    Sessão de grandes jogos;

    Jogos desportivos.

    Regimen da lição para médios - Em principio uma applicação por categoria e dous pequenos jogos collectivos no decorrer da lição.

    Exemplo de uma lição para médios (vide n. 52)

    33. trabalho para fortes:

    Execução.

    Lição para fortes:

    Sessão de estudo;

    Sessão de desportos e de jogos desportivos.

    Regimen da lição para fortes - Em principio uma applicação para categoria sem obrigação de alternal-as; um jogo á vontade do instructor.

    Exemplo de um lição para fortes (vide n. 53).

    QUADRO DOS EXERCICIOS ELEMENTARES

    Sessão preparatoria:

    34. Primeira categoria.

    Marchas:

    1 - marcha de gymnastas.

    2 - Marcha na ponta dos pés.

    3 - Marcha alongada com grande balanceamento dos braços.

    4 - Marcha no passo de caçador (extensão do passo).

    5 - Marcha para frente, para traz; marcha lateral, marcha obliqua.

    6 - Marcha com movimento giratorio dos hombros.

    7- Marchas normal (em cadencia differentes).

    8 - Marcha batendo com os pés no solo.

    9 - Marcha com mudança de passo.

    10 - Evoluções.

    35. Segunda categoria.

    Flexionamento dos braços:

    1- Elevação vertical dos braços (em differentes planos); o com flexão e distensão da mão.

    2 - Elevação horizontal dos braços (em planos differentes) e afastamento para traz.

    3 - Elevação lateral dos braços e flexão dos ante-braços em um plano horizontal; o mesmo movimento com flexão dos ante-braços em um plano vertical.

    4 - Movimento giratorio dos braços, da frente para traz e de traz para a frente.

    5 - Movimento giratorio dos braços flexionados.

    Nota - Todos esses movimentos se executam marchando, depois de terem sido estudados a pé firme.

    36. Terceira categoria.

    Flexionamento das pernas.

    1 - Elevação dois joelhos, distensão da pena (em planos differentes).

    2 - Elevação da perna distendida (em planos differentesé.

    3 - Movimento giratorio da perna, da frente para traz (de traz para a frente).

    4 - Elevação sobre a ponta dos pés, flexão e distensão das pernas, joelhos afastados (joelhos unidos).

    5 - Flexão das pernas, distensão lateral da perna.

    37. Quarta categoria.

    Flexionamento do tronco:

    1 - Em decubito dorsal; elevação dos joelhos, distensão das pernas.

    2 - Em decubito dorsal: elevação das pernas distendidas, movimento giratorio das pernas separadas.

    3 - Flexão e distensão do tronco.

    4 - Movimento giratorio do tronco.

    5 -Passagem do abrir para a frente, perna da frente, flexionada, ao abrir para traz, perna de traz flexionada (do abrir para a esquerda ao abrir para a direita).

    38. Quinta categoria.

    Flexionamentos combinados:

    1 - Elevação da perna distendida com elevação vertical dos braços.

    2 - Movimento giratorio da perna da frente para traz (de traz para a frente), como movimento giratorio dos braços da frente para traz (de traz para a frente).

    3 - Abrir para a frente, pernas distendidas, com rotação do tronco e da cabeça (para o lado da perna avançada) e com elevação lateral dos braços.

    4 - Flexão de uma perna com elevação lateral da outra, elevação horizontal dos braços seguida de flexão e distensão dos ante-braços.

    5 - Em marcha: flexão do tronco, braços cahindo naturalmente, depois distensão do tronco com movimento giratorio dos braços flexionados.

    39. Sexta categoria.

    Exercicios asymetricos:

    1 - Elevação vertical (lateral) de um braço e elevação lateral (para a frente) do outro.

    2 - O mesmo com elevação alternada da perna distendida.

    3 - Flexão das pernas com elevação lateral dos braços, flexão é distensão dos ante-braços, um em um plano Horizontal e outro em um plano vertical.

    4 - passagem do abrir para a frente, perna da frente flexionada, ao abrir para traz, perna de traz flexionada, com elevação vertical do braço opposto á perna flexionada e elevação para traz do outro.

    5 - Flexão de uma perna e elevação para traz da outra com elevação vertical do braço opposto á perna elevada e elevação lateral do outro braço.

    40. Setima categoria.

    Exercicios respiratorios:

    1 - Com movimento giratório dos hombros.

    2 - Com elevação dos braços flexionados.

    3 - Com movimento giratorio dos braços.

    4 - Com flexão e distensão do tronco.

    5 - Com flexão das pernas, depois, distensão das pernas e elevação lateral e em seguida para traz, dos braços.

    LIÇÃO PROPRIAMENTE DITA

    41. Primeiras categoria.

    Marchas:

    a) Exercicios educativos:

    1 - Marcha para a frente, para traz, marcha lateral, marcha obliqua.

    2 - Marcha na ponta dos pés.

    3 - Marcha sobre os calcanhares.

    4 - Marcha com movimento giratorio dos hombros.

    5 - Marcha com elevação dos joelhos.

    6 - Marcha alongada, tronco vertical, balanceamento os braços.

    7 - Marcha alongada, tronco inclinado no prolongamento da perna de traz, balanceando os braços.

    8 - Marcha em distensão.

    b) Applicações:

    1 - Marcha alongada rapida.

    2 - Marcha de quatro pés.

    3 - Marcha subindo.

    4 - Marcha descendo.

    42. Segunda categoria.

    Trepar, escalar, equilibrar:

    a) Exercicios educativos:

    1 - Suspensão inclinada, flexão dos braços;

    2 - Suspensão inclinada, elevação do joelho (perna flexionada), distensão da perna.

    3 - Suspensão da perna inclinada, elevação da perna distendida.

    4 - Os mesmos movimentos com flexão dos braços.

    5 - Saltar a uma ou duas barras, ficando na suspensão alongada, saltar ao solo (executar o movimento diversas vezes).

    Nota - As suspensões inclinadas podem ser feitas sem barra, servindo-se de cadeias, formadas pelos braços dos homens ditendidos lateralmente ou agarrando-se aos pulsos destes, tendo os braços flexionados ou cahindo naturalmente.

    6 - Suspensão alongada, flexão dos braços.

    7 - Suspensão alongada, elevação do joelho (perna flexionada), distensão da perna.

    8 - Suspensão alongada, elevação da perna distendida.

    9 - Suspensão alongada, elevação dos joelhos (pernas flexionadas), distensão das pernas.

    10 - Suspensão alongada, elevação das pernas distendidas.

    11 - Suspensão alongada, movimento giratorio das pernas distendidas.

    12 - Os mesmos movimentos com flexão dos braços.

    Apoio:

    1 - Apoio sobre uma barra.

    2 - Tomar apoio sobre uma barra por salto, saltar, ao sol (executar os movimentos diversas vezes).

    3 - Apoio sobre uma barra, flexão e distensão dos braços.

    4 - Apoio de frente sobre uma barra ou sobre o solo, passar ao apoio lateral sobre um só braço.

    5 - Apoio de frente sobre o solo, flexão e distensão dos braços.

    6 - Apoio sobe duas barras, cavalgar as duas barras.

    7 - Apoio sobre duas barras, deslocamento para a frente (para trás), cavalgando - as.

    8 - Apoio sobre duas barras, deslocamento para a frente (para trás), deslocando alternadamente (simultaneamente) as mãos.

    b) Applicações:

    1 - Suspensão alongada, traslação lateral com balanceamento do corpo, braços distendidos.

    2 - O mesmo movimento, braços flexionados.

    3 - Suspensão alongada em duas barras, deslocamento para a frente (para trás) com ou sem balanceamento do corpo.

    4 - O mesmo movimento, braços flexionados.

    5 - Passar entre duas barras, servindo-se de ambas (barras em um mesmo plano vertical).

    6 - O mesmo movimento utilizando sómente a barras superior.

    7 - Transpor a barra superior, utilizando-se das duas barras (barras em um mesmo plano vertical).

    8 - Estando na posição de apoio (braços distendidos) transpor a barra ou uma trave com o apoio de um pé.

    9 - Estando na posição de apoio (braços distendidos), transpor a barra ou uma trave passando as pernas pela direita, pela esquerda ou por entre os braços afastados.

    10 - O mesmo exercicio no cavallo de páo.

    11 - Estando na posição de apoio (braços distendidos), cavalgar a trave, assentar-se, pôr-se de pé sobre ella.

    12 - Andar sobre a trave, para a frente, para trás, lateralmente, parar, cavalgar a trave.

    13 - Trepar em escadas obliquas verticaes, com o auxilio das mãos e dos pés.

    14 - Trepar em uma ou duas varas, cordas, com o auxilio das mãos e dos pés.

    15 - Descer sem o auxilio dos pés.

    16 - Trepar em uma ou duas cordas sem o auxilio dos pés.

    17 - Trepar em corda inclinada com o auxilio dos braços e das pernas.

    18 - Trepar em um mastro. 

    19 - Galgar uma barra: com o auxilio da perna e dos braços; executando uma oitava; executando uma subida de frente com o auxilio dos ante-braços ou com o dos punhos, alternada ou simultaneamente.

    20 - Escalada de um muro com e sem auxilio.

    21 - Escalada de um muro com o auxilio de uma corda, vara, taboa inclinada, arvore inclinada ou aspereza, do muro.

    22 - Escalada de uma barreira, de uma palissada.

    43. Terceira categoria.

    Saltos:

    a) Exercicios educativos:

    1 - salto no mesmo logar, pernas distendidas, mãos nos quadris.

    2 - Saltos no mesmo logar, com afastamento lateral dos pés, (para a frente e para trás) mãos nos quadris.

    3 - Os mesmos movimentos com balanceamento coordenado dos braços.

    4 - Saltos no mesmo logar com cruzamento das pernas.

    5 - Saltos para a frente e para trás.

    6 - Saltos lateraes.

    7 - Saltos successivos com distensão do tronco e elevação lateral dos braços.

    8 - Balanceamento dos braços com flexão coordenada das das pernas.

    9 - O mesmo movimento e impulso pelo movimento giratorio dos braços.

    10 - Saltos successivos no mesmo logar com elevação dos joelhos.

    11 - Saltos com elevação alternada das pernas distendidas.

    12 - Elevação sobre a ponta dos pés, flexão das pernas com elevação dos braços (quéda).

    13 - Salto em largura, em altura, com um, dous ou tres passos de impulso.

    14 - Salto em largura com impulso (designar o pé em que deve ser dado o impulso).

    15 - Saltos successivos em largura e em altura.

    16 - Saltos sucessivos sobre um pé e mudando de pé (em cada salto).

    b) Applicações:

    1 - Salto em altura com impulso, lateral, para a frente.

    2 - Salto em altura sem impulso, lateral, para, a frente.

    3 - Salto em largura com impulso.

    4 - Salto em largura sem impulso.

     5 - Salto combinado (largura, altura).

    6 - Salto em profundidade, do alto de um muro em baixo.

    7 - Salto de cima para baixo estando em suspensão (muro corda inclinada).

    8 - Salto combinado (largura, de cima para baixo).

    9 - Salto de baixo para cima.

    10 - Salto lateral com apoio de uma das mãos.

    11 - Salto com apoio das mãos passando as pernas pela direita, pela esquerda, por entre os braços, afastados, utilizando barras, cordas, muros, etc.

    12 - Saltos de barreiras, de sebes.

    13. - Saltos com a vara, em largura, em altura, de cima para baixo.

    44. Quarta categoria:

    Levantar, carregar:

    a) Exercicios educativos:

    1 - Gesto de levantar á altura dos hombros e depois de pausa elevar bruscamente ao alto, braços distendidos (com uma ou duas mãos) .

    2 - Gesto de levantar á altura dos hombros e depois elevar ao alto, braços distendidos, sem fazer pausa (com uma ou duas mãos).

    3 - Gesto de levantar á altura dos hombros e depois ao alto, braços distendidos, com pausa e lentamente.

    4 - Gesto de levantar ao alto de um só impulso e com o braço sempre distendido (com uma só mão).

    5 - Gesto de levantar acima da cabeça, inclinando o corpo e flexionando as pernas para facilitar os movimentos (uma só mão).

    6 - Passar a bola para o parceiro ao lado (disputa).

    7 - Passar a bola entre as pernas (por cima da cabeça, pelo lado) estando em columna por um (disputa).

    8 - Passar a bola estando sobre uma escada.

    9 - Carregar sobre os hombros um camarada em apoio, braços distendidos.

    10 - Carregar sobre os braços elevados lateralmente um homem em apoio, braços distendidos.

    11 - Carregar sobre os ante-braços collocados horizontalmente um homem em apoio, braços distendidos.

    12 - Levantar um homem estendido sobre o solo, com o corpo retesado, tomando-o por sob a nuca e collocando-o de pé; por um, por dous homens.

    13 - Levantar um homem estendido sobre o solo com o corpo retesado, tomando - o por sob os braços e collocando-o de pé; por um, por dous, homens.

    b) Applicações:

    1 - Levantar pedras, pesos, halters (haste curta e comprida) com as duas mãos, com uma só, pelas quatro maneiras indicadas acima em 1, 2, 3 e 4 - n. 44 - Exercicios educativos.

    2 - Carregar um sacco sobre os braços, debaixo dos braços, sobre os hombros, sobre a nuca, na cabeça.

    3 - Transportar um homem montado as constas (nos hombros).

    4 - Transportar um homem nos braços, debaixo dos braços e nos hombros.

    5 - Transportar um homem por dous outros (de diversas maneiras).

    6 - Exercicios de passar adeante objectos pesados, estando em columna por um, uma escada (por entre as pernas, por cima da cabeça, pelo lado).

    45. Quinta categoria.

    Corrida:

    a) Exercicios educativos (3):

    1 - Saltar com uma perna e cahir sobre a outra, para a frente e para traz.

    2 - Balanceamento da parna com vivacidade, para a frente, para traz, obliquamente e lateralmente.

    3 - Saltar com elevação do joelho, com uma perna cahindo sobre a outra.

    4 - Elevação rapida do joelho até perto do hombro e distensão completa da perna para a frente.

    5 - Evoluções correndo, com elevação dos joelhos para a frente, para traz e lateralmente.

    6 - Correr, estacar, tornar a correr numa direcção qualquer.

    7 - Aprender a marchar rastejando.

    8 - Aprender a rastejar rapidamente.

    9 - Marcha rastejante, rapida, ininterrupta por dous tres lances mais longos.

    10 - Aprender a partir numa corrida.

    11 - Aprender a parar numa corrida e deitar-se.

    12 - Passagens pelo fiscal (corrida de muda).

    b) Applicações:

    1 - Corridas de 50, 60, 100, 200 metros.

    2 - Corrida rastejante.

    3 - Corrida por lances deitando-se ou conservando-se de pé no fim de cada lance.

    4 - Corrida em zig-zag (esquivando e mudando de direcção).

    5 - Corrida com o tronco flexionado.

    6 - Corrida subindo e descendo.

    7 - Corrida com carga.

    8 - Corrida em terreno variado.

    9 - Corrida de muda em terreno variado.

    46. Sexta categoria.

    Arremessar:

    a) Exercicios educativos:

    1 - Movimento giratorio e alternado dos braços, da frente para traz e de traz para frente. Posição inicial; cabeça, tronco e braços como na posição fundamental; pés afastados.

___________________

    (3) Esses exercicios se executam com os braços cahidos naturalmente e oscillando normalmente na corrida.

    2 - O mesmo movimento com rotação do tronco.

    3 - O mesmo movimento com rotação e depois com flexão do tronco.

    4 - Movimento giratorio e alternado do braço, de traz para a frente, com passagem do abrir para traz, perna de traz flexionada, ao abrir para frente, perna da frente flexionada e, da distensão á flexão do tronco.

    5 - Movimento giratorio e alternado do braço da frente para traz, com passagem do abrir para frente, perna da frente flexionada, ao abrir para traz, perna, de traz flexionada e da flexão á distensão do tronco.

    6 - Gesto de arremessar pedras, granadas, com o braço distendido.

    7 - Gesto de arremessar pedras, granadas, com o braço flexionado.

    8 - O mesmo gesto em pé, com e sem impulso.

    9 - O mesmo gesto de joelhos ou deitado.

    10 - Gesto de arremessar a bola por baixo.

    11 - Cesto de arremessar o peso com mudança de pé.

    12 - Gesto de arremessar o peso com impulso.

    13 - Gesto de lancear.

    14 - Gesto de lancear com mudança de pé.

    15 - Gesto de lancear com impulso.

    16 - Gesto de arremessar o disco.

    17 - Gesto de arremessar o disco com mudança de pé.

    18 - Gesto de arremessar o disco com impulso.

    b) Applicações:

    1 - Arremessar e aparar, successivamente, uma ou duas pedras (por um só homem).

    2 - Arremessar e aparar, successivamente, uma ou duas pedras (por dous homens).

    3 - Arremessar e aparar um peso deante do corpo, lateralmente, com e sem flexão dos braços (por um só homem).

    4 - Os mesmos movimentos marchando.

    5 - Arremessar pedras sobre objectivos.

    6 - Arremessar granadas com e sem impulso, de pé, de joelhos, e deitado.

    7 - Arremessar granadas visando a distancia, precisão e velocidade.

    8 - Arremessar com as duas mãos, pesos, pedras, bolas; para a frente, para traz, e para os lados.

    9 - Arremessar a bola com a mão, com o pé e com a cabeça.

    10 - Passar a bola, a pé firme, marchando e correndo.

    11 - Arremessar pesos (5 e 7kg,257) com e sem alça.

    12 - Lancear.

    13 - Arremessar o disco.

    14 - Manejar o malho.

    47. Setima categoria.

    Ataque e defesa:

    a) Exercicios educativos:

    1 - Luta de repulsão, dous a dous, de frente, mãos sobre os hombros do adverstario.

    2 - Luta de repulsão, dous a dous, de lado, hombro contra hombro.

    3 - Luta de repulsão, dous a dous, dorso contra dorso.

    4 - Luta de repulsão, dous a dous, de frente, mão contra mão, braços distendidos.

    5 - Pega pelos pulsos, dous a dous, com esquivamento de um dos contendores.

    6 - Luta de tracção, dous a dous, pelos antebraços.

    7 - Empurrar para traz um camarada que resiste.

    8 - Luta, dous a dous, estando deitado ou sentado, opposição ao afastamento ou á approximação das pernas.

    9 - Sôco (box) francez (aprendizagem).

    10 - Sôco (box) inglez (aprendizagem).

    11 - Luta greco-romana (aprendizagem).

    12 - Luta livre (aprendizagem).

    13 - Jiu-jitsu (aprendizagem).

    14 - Jogo do páo (aprendizagem).

    b) Applicações:

    1 - Sôco de combate (anglo-francez).

    2 - Luta. Jiu-jitsu.

    3 - Luta á corda (tracção) dous a dous.

    4 - Luta á vara (tracção) sentados, dous a dous.

    5 - Luta á vara (repulsão) dous a dous.

    6 - Luta á corda (tracção) por turmas.

    7- Luta á vara (repulsão) por turmas.

    48. Pequenos jogos collectivos.

    Primeira série:

    1 - A roda do chicote.

    2 - O gato e o rato.

    3 - O caçador e o corredor.

    4 - A pescaria.

    5 - A bruxa.

    6 - Verso e reverso.

    7 - Corrida de estafetas.

    8 - O vae o vem.

    9 - A carniça.

    10 - O quebra canella.

    11 - Olha a bola!

    12 - Foge da bola! (com a mão e com o pé).

    13 - O Kangurú, a cabra.

    14 - O cavallinho de bola.

    15 - A bola caçadora.

    16 - O tripé.

    17 - O poste humano.

    18 - Os prisioneiros.

    19 - O manêta é senhor em sua casa.

    20 - O urso.

    49. Volta á calma.

    1 - Marcha lenta com exercicios respiratorios.

    2 - Marcha com canto ou assobio.

    3 - Marcha no passo cadenciado.

    4 - Evoluções.

    50. Grandes jogos e jogos desportivos.

    1 - Barra.

    2 - Barra-bandeira.

    3 - A bola no campo.

    4 - A pelota.

    5 - A grande theque.

    6 - Le hockey.

    7 - A bola militar (com a mão e com os pés).

    8 - O Volley-Ball.

    9 - Basket-Ball

    10 - O Foot-Ball rugbi.

    11 - O Foot-Ball Association.

EXEMPLO DE LIÇÕES

    51. Exemplo de lição para fracos.

    1º Sessão preparatoria - Reunião:

    Marcha alongada com grande balanceamento dos braços.

    Flexionamento dos ante-braços: Elevação lateral dos braços e flexão dos ante-braços em um plano horizontal.

    Flexionamento das pernas: movimento giratorio da perna da frente para traz e de traz para a frente.

    Flexionamento do tronco: Movimento giratorio do tronco.

    Flexionamentos combinados: Elevação da perna distendida com elevação vertical do braço.

    Exercicios respiratorios: Com movimento giratorio dos hombros.

    2º Lição propriamente dita:

    Jogo: A roda do chicote.

    Marchar: Ap. (4) com o tronco flexionado.

    Trepar: E. E. (5). Suspensão inclinada, flexão dos braços.

    Saltar: Ap., em altura, com impulso e para a frente.

    Levantar-carregar: E. E. Passar a bola estando em columna (disputa): 1º, por entre as pernas; 2º, por cima da cabeça.

    Correr: Ap. Corrida de 50 metros.

    Arremessar: E. E. Gesto de arremessar a granada estando de joelho.

    Ataque e defesa: Ap. Luta - Golpe envolvente do pescoço.

    3º Volta á calma:

    Marcha lenta com exercicios respiratorios.

    Marcha lenta com canto.

    Marcha lenta em passo cadenciado.

    Nota - Os soldados executarão os movimentos respiratorios toda vez que essa necessidade se fizer sentir.

__________________

    (4) Ap. - Applicação.

    (5) E. E. - Exercicios educativos.

    52. Exemplo de lição para médios.

    1º Sessão preparatoria - Reunião:

    Marcha com cadencia viva.

    Flexionamento dos braços: Elevação vertical dos braços em differentes planos.

    Flexionamento das pernas: Elevação do joelho e distensão da perna (differentes planos).

    Flexionamento do tronco: Flexão e distensão do tronco.

    Flexionamento asymetrico: Flexão das pernas com elevação lateral dos braços.

    Flexão e distensão dos ante-braços, um em um plano horizontal e outro em um plano vertical.

    Exercicios respiratorios: Com elevação dos braços flexionados.

    2º Lição propriamente dita:

    Marchar: Marcha alongada rapida.

    Trepar: Trepar em cordas parallelas com auxilio das mãos e dos pés.

    Jogo: A bruxa.

    Saltar: Salto em largura com impulso.

    Levantar e carregar: Carregar e transportar um camarada nos hombros.

    Correr: Corrida por lances, deitando ao terminar o lance.

    Jogo: Os prisioneiros.

    Arremessar: Arremessar pedras sobre objectivos.

    Ataque e defesa: Agarrar de surpreza o adversario pela garganta, desequilibral-o e pôl-o fóra de combate definitivamente.

    3º Volta á calma:

    Marcha lenta com exercicios respiratorios.

    Marcha com assobio.

    Marcha em passo cadenciado com paradas frequentes e evoluções.

    Nota - Os soldados executarão os exercicios respiratorios cada vez que essa necessidade se fizer sentir.

    53. Exemplo de lição para fortes.

    1º Sessão preparatoria - Reunião:

    Marcha com mudança de passo.

    Flexionamento dos braços: movimento giratorio dos braços flexionados, marchando.

    Flexionamento das pernas: Flexão das pernas, distensão lateral da perna.

    Flexionamento do tronco:

    Passar do abrir para frente, perna da frente flexionada, ao abrir para traz, perna de traz flexionada.

    Flexionamentos asymetricos: Flexão de uma perna, elevação para traz da outra, com elevação vertical do braço opposto á perna elevada e lateral do outro braço.

    Exercicios respiratorios: Com movimento giratorio dos

    braços.

    2º lição propriamente dita:

    Marchar: De quatro pés, depois se levantar.

    Levantar e carregar: Descer carregando um camarada nos hombros.

    Correr: 100 metros.

    Trepar: Escalar um muro com ajuda.

    Erguer o corpo sobre a ponta dos pés, curvar as pernas com os joelhos afastados (unidos) e depois, sem fazer pausa,

    Saltar: Combinando o salto, em largura com o de cima para baixo; trepar com auxilio da vara.

    Correr: Deslocando-se de rasto.

    Ataque e defesa: Luta livre e assalto.

    3º. Volta á cama:

    Marcha lenta com exercicios respiratorios.

    Marcha com canto em passo cadenciado com «meia-volta - alto».

    Nota - Os soldados executarão os exercicios respiratorios toda vez que essa necessidade se fizer sentir.

DESCRIPÇÃO DOS MOVIMENTOS

    54. Flexionamento dos braços:

    Posição inicial: a fundamental.

    1º. Elevação vertical dos braços (differentes planos):

    Elevar verticalmente distendidos:

    1 - Em planos parallelos para a frente do corpo.

    2 - Em planos obliquos.

    3 - Em plano lateral.

    Executar essas elevações successivas por um movimento continuo, dando toda amplitude possivel para traz e para cima, depois para traz e para baixo.

    A mesma com flexão e distensão das mãos.

    Executar a elevação com a mão flexionada, abaixar o braço com vivacidade e a mão distendida.

    2º. Elevação horizontal dos braços (differentes planos) e afastamento para traz:

    Elevar horizontalmente os braços distendidos:

    1º, em planos parallelos para a frente do corpo, afastal-os vivamente para traz e voltar á posição inicial;

    2º, em planos obliquos e afastal-os;

    3º, em planos lateraes e afastal-os.

    3º. Elevação lateral dos braços e flexão dos ante-braços:

    a) No plano horizontal:

    Elevar lateralmente os braços distendidos, as palmas das mãos voltadas para o solo. Flexionar os ante-braços horizontalmente e por um movimento continuo distendel-os, dando a maior amplitude possivel para traz, voltar á posição inicial.

    b) No plano vertical:

    Elevar lateralmente os braços distendidos, as costas das mãos voltadas para o solo. Flexionar os ante-braços verticalmente e por um movimento continuo distendel-os dando a maior amplitude possivel para traz; voltar á posição inicial.

    4º Movimento giratorio dos braços da frente para traz (de traz para a frente).

    Elevar os braços distendidos lateralmente os punhos flexiveis.

    Fazer descrever pelas mãos, os braços acompanhando os movimentos, pequenos circulos, da frente para traz (de traz para a frente); augmentar progressivamente o diametro dos circulos até o cruzamento dos braços na frente do corpo, diminuindo em seguida, progressivamente, o diametro dos circulos.

    5º. Movimento giratario dos braços flexionados:

    Levar os hombros para a frente, as palmas das mãos voltadas para fórá e as costas unidas.

    Elevar os cotovellos o mais alto possivel, os ante-braços e as mãos cahindo naturalmente, sem contracção.

    Continuar o movimento trazendo os cotovellos o mais afastados possivel para traz com as mãos fechadas.

    Afastar os antebraços, abaixando-os para traz e por um movimento continuo.

    55. Flexionamento das pernas.

    Posição inicial : a fundamental, mãos nos quadris.

    1º. Elevação do joelho, distensão da perna (differentes planos):

    Elevar o joelho o mais alto possivel, para a frente flexionando o pé, o tronco sem contracção, distender a perna e o pé elevando-os, depois abaixal-os e leval-os o mais longe possivel para traz o tronco na vertical.

    Executar o mesmo movimento elevando a perna obliquamente, depois lateralmente.

    2º. Elevação da perna distendido (differentes planos):

    Elevar a perna distendida para a frente, flexionando o pé.

    Distender o pé e abaixar a perna, levando-o mais longe possiveI para traz.

    Executar o mesmo movimento levantando a perna obliquamente e depois lateralmente.

    3º. Movimento giratorio da perna, da frente para traz (de traz para a frente):

    Levantar a perna distendida para o lado com o pé flexionado.

    Descrever com o pé, a perna acompanhando o movimento pequenos circulos, da frente para traz (de traz para a frente). Augmentar e depois diminuir progressivamente o diametro dos circulos.

    4º. Elevação sobre a ponta dos pés - Flexão e distensão das pernas, joelhos afastados (joelhos unidos):

dispender as pernas, com os cotovellos para atraz, endireitando o corpo de modo a voltar á posição inicial.

    5º flexão das pernas, distensão lateral da perna:

    Curvar as pernas com os joelhos afastados, fazer o peso do corpo recahir sobre uma das pernas, distender a outra para o lado, levantar o corpo sobre a perna curvada, voltando á posição inicial. Executa o mesmo movimento do outro lado.

    56. Flexionamento do tronco:

    1º Elevação dos joelhos e distensão das pernas:

    Posição inicial: em decubito dorsal, na posição, fundamental.

    Levantar as pernas distendidas em uma posição obliqua, os pés flexionados e, sem fazer pausa, distender as pernas e os pés e os abaixar, voltando á posição inicial.

    2º Elevação das pernas distendidas, movimento giratorio das pernas separadas:

    Posição inicial: em decubito dorsal na posição fundamental.

    Levantar as pernas distendidas em uma posição obliqua descrever com cada um dos pés, as pernas acompanhando o movimento, pequenos circulos da esquerda para a direita (da direita para a esquerda). Augmentar e depois diminuir progressivamente o diametro dos circulos.

    3º Flexão e distensão do tronco:

    Posição inicial: a fundamental.

    Curvar o tronco para a frente o mais que for possivel, as pernas distendidas, os hombros sem contracção, os braços cahindo naturalmente e depois erguer o corpo o mais que for possivel, levando os hombros para traz.

    4º Movimento giratorio do tronco:

    Posição inicial: cabeça e tronco na posição fundamental, pés afastados, mãos nos quadris.

    Curvar o corpo para a frente, depois descrever com a cabeça um circulo horizontal da frente para traz (de traz para a frente), de modo que o tronco acompanhe o movimento. Augmentar e depois diminuir progressivamente o diametro do circulo.

    5º Passagem do abrir para a frente, perna da frente flexionada, ao abri para traz, perna de traz flexionada (do abrir, para a esquerda ao abrir para a direita).

    Posição inicial: a fundamental.

    Levar para a frente a perna esquerda curvada, abaixar o corpo o mais que for possivel sobre esta perna, a perna direita distendida, os hombros sem contracção, os braços cahindo naturalmente, endireitar o corpo o mais que for possivel, levando os hombros para traz, e fazendo cahir o peso do corpo sobre a perna direita curvada, voltar á posição inicial sobre esta perna. Executar o mesmo movimento partindo com a perna direita.

    Estando na posição inicial, pés um pouco afastados, curvar a perna esquerda girando e abaixando o tronco para este lado, os hombros sem contracção, os braços cahindo naturalmente, erguer-se. Executar o mesmo movimento para o outro lado.

    57. Flexionamentos combinados:

    1º Elevação da perna distendida com elevação vertical dos braços:

    Combinação do § 1º do n. 54 com o § 2º, do n. 55.

    2º Movimento giratorio da perna, da frente para traz (de traz para a frente) com movimento giratorio dos braços da frente para traz (de traz para a frente).

    Combinação do § 4º, do n. 54, com o § 3º, do n. 55.

    3º Abrir para a frente, pernas distendidas em rotação do tronco e da cabeça para o lado da perna avançada e com elevação lateral dos braços:

    Levar a perna esquerda para frente, girar o tronco e a cabeça para a esquerda, estendendo os braços lateralmente; voltar á posição inicial para traz (para frente) abaixando os braços. Executar o mesmo movimento do lado direito. Este exercicio póde ser feito em marcha.

    4º Flexão de uma perna com elevação lateral da outra, elevação horizontal dos braços seguida de flexão e distensão dos antebraços.

    Executando o prescripto no § 5º do n. 55, levantar os braços lateralmente, leval-os para frente, os hombros sem contracção, depois flexionar os ante-braços, no plano horizontal e os distender levando os hombros e os cotovellos o mais que for possivel para traz, retomar a posição inicial. Executar o mesmo movimento curvando a outra perna.

    5º Em marcha. Flexão do tronco, braços cahindo naturalmente, depois distensão do tronco com movimento giratorio dos braços flexionados.

    Combinação do § 5º, do n. 54, com o § 3º do n. 56, porém em marcha.

    58. Exercicios asymetricos:

    1º Elevação vertical (lateral) de um braço e elevação lateral (para a frente) do outro:

    Executar uma elevação dos braços (lateral, para a frente vertical) differente para cada braço. Variar os movimento com frequencia, executando-os a principio, a pé firme e, mais tarde, em marcha.

    2º O mesmo exercicio com elevação alternada da perna distendida:

    Combinação do exercicio precedente com o § 2º do n. 55.

    3º Flexão das pernas com elevação lateral dos braços, flexão e distensão dos ante-braços, um em um plano horizontal e outro em um plano vertical.

    Combinação do § 3º, do n. 54, com o § 4º do n. 55.

    4º Passagem do abrir para a frente, perna da frente flexionada, ao abri, para traz, perna de traz flexionada, com elevação vertical do braço opposto á perna flexionada e elevação para traz do outro:

    Na posição de abrir para a frente, com a perna esquerda curvada, levantar o braço direito verticalmente e o braço esquerdo para traz horizontalmente depois passando ao abrir para traz, levantar o braço esquerdo verticalmente, abaixar o braço direito para traz, até ficar horizontal; voltar á posição, inicial. Executar o movimento partindo com a outra perna.

    5º Flexão de uma perna e elevação para traz da outra, com elevação vertical do braço opposto á perna elevada e elevação lateral do outro braço;

    Curvando a perna esquerda e levantando para traz a perna direita, com o tronco horizontal, levantar verticalmente o braço esquerdo e lateralmente o direito; voltar á posição inicial. Executar o movimento partindo com a outra perna.

    59. Exercicios respiratorios:

    1º Com movimento giratorio dos hombros:

    Expirar levando os hombros para a frente, inspirar levando os hombros para cima e depois para traz e para baixo tendo as mãos nos quadris e os braços cahindo naturalmente.

    2º Com elevação dos braços flexionados:

    Expirar comprimindo os flancos com os braços flexionados, inspirar afastando-os lateralmente.

    3º Com movimento giratorio dos braços:

    Expirar levando os hombros para a frente, inspirar executando um grande movimento giratorio dos braços.

    4º Com flexão e distensão do tronco:

    Expirar curvando o tronco, inspirar endireitando-o e levando-os hombros para traz.

    5º Com flexão das pernas, depois distensão das pernas a elevação lateral e em seguida para traz, dos braços;

    Expirar curvando as pernas e levando os hombros para frente, inspirar distendendo as pernas e levantando os braços lateralmente e para traz.

DESCRIPÇÃO DOS PEQUENOS JOGOS COLLECTIVOS

    60. Primeira série:

    1º A roda do chicote.

    Os jogadores formam em circulo e em uma fileira, curvam-se para a frente e coIlocam a mão direita aberta atraz das costas. Um jogador, tendo na mão um cinto ou um lenço enrolado corre em redor do circulo, da direita para a esquerda (em sentido contrario).

    Colloca o lenço ou o cinto na mão de outro jogador e este tem então o direito de chicotear seu vizinho da direita (esquerda), o qual procura evitar as pancadas correndo em torno do circulo para alcançar novamente o seu logar.

    O novo possuidor do objecto, o colloca por sua vez, na mão de um dos jogadores e o jogo continúa.

    2º O gato e o rato.

    Os jogadores em circulo e em uma fileira, dão-se as mãos e conservam-se afastados uns dos outros. O que é designado como rato gira em torno do circulo e dá uma pancada em um dos jogadores que será então o gato.

    Este deixa o logar, que os dous vizinhos fazem desapparecer dando-se ás mãos.

    O gato persegue o rato através dos intervallos por onde o rato passou, e se o consegue alcançar torna-se rato; o antigo rato toma logar no circulo e o novo escolhe o seu gato.

    Si depois de um numero determinado de voltas, fixado pelos jogadores; o gato não consegue alcançar o rato, voltará, ao circulo e o rato escolherá o gato como tinha feito anteriormente.

    Observação - O numero de jogadores não deve exceder de 8 ou 10, para que todos possam correr durante o pequeno tempo em que se joga (3 a 5 minutos).

    3º O caçador e o corredor.

    Um numero par de jogadores colloca-se em dous circulos concentricos e em grupos de dous homens numerados um e dous, com 2 a 3 metros de intervallo, os numeros 1 no interior. Dous jogadores um chamado caçador e outro corredor, ficam fóra do circulo.

    O caçador procura agarrar o corredor; este póde se collocar na frente de um dos pequenos grupos tomando-se assim o n. 1. O antigo n. 2, que então é demais, torna-se o corredor. Si o corredor é alcançado torna-se por sua vez caçador.

    4º A pescaria.

    Traçam-se duas linhas em cada extremidade do terreno disponivel (30 a 40) metros de comprimento por 15 a 20 de largura para 12 a 24 jogadores) e nellas se collocam os jogadores numa fileira.

    Dous jogadores chamados pescadores collocam-se entre as duas fileiras e procuram agarrar, os camaradas quaes passam de um campo para outro. Quando os pescadores gritam «ao largo» os peixes abandonam o seu campo para alcançar o outro. Si são tocados antes de alcançar o novo campo, formam uma cadeia (ou rêde), cujas extremidades são occupadas pelos dous pescadores. Os pescadores procuram prender os peixes na rêde, mas só elles podem tocal-os e assim mesmo com a condição de que a rêde não seja rompida.

    O jogador que sahiu de um campo não póde ahi voltar; pelo contrario, deve procurar attingir o outro, mesmo, com risco de ser tocado.

    Os peixes devem forçar a rêde, lançando-se no seu interior e procurando partir uma malha pela separação de dous jogadores.

    Os dous ultimos jogadores tocados tornam-se pescadores na partida seguinte.

    Nota - O jogo só pode comportar um pescador não fazendo parte da rêde e prendendo os peixes á sua sahida.

    5º A bruxa.

    Enrola-se um lenço com um chicote a que se dá o nome de condão. Convém evitar apertal-o demais, ou colIocar no seu interior pedras ou qualquer outro objecto duro.

    Limita-se a principio a superficie do jogo, por um rectangulo de 15 metros por 25, para 12 ou 15 jogadores; sobre um dos lados menores, traça-se interiormente um campo (3 metros, mais ou menos), que será o refugio da bruxa e onde nenhum outro jogador poderá penetrar; os jogadores se disseminam á vontade sobre o grande rectangulo. Então a bruxa (jogador designado pelo instructor) grita: «A bruxa sahe do campo» - e desde logo se põe a caçar. Quando toca um jogador com seu condão, este torna-se um filho da bruxa e deve voltar ao campo á toda pressa para evitar as pancadas de condão que os outros jogadores lhe distribuem prodigamente, mas sómente nas pernas e nas espaduas.

    Em seguida a bruxa faz segunda sahida acompanhada de seu filho, segurando-se os dous mutuamente pela mão ou por intermedio do condão.

    Recomeça a caça; os jogadores para serem feitos prisioneiros devem ser tocados pela bruxa. Esta não deve nunca se separar de seu filho, sem o que quebra o encanto.

    Desta maneira a familia da bruxa vae crescendo, conforme sua destreza; e quanto maior é o numero de seus filhos tanto maior, é a cadeia que ellas formam, dando-se as mãos reciprocamente e á bruxa. Todas as vezes que se quebra tal cadeia, os filhos da bruxa apressam-se em voltar ao campo para não ficar sujeitos ás pancadas do condão, que os jogadores lhes podem distribuir nas pernas e nas espaduas.

    A partida finaliza quando todos os jogadores são presos.

    Só a bruxa tem o direito de prender tocando com o condão; os filhos podem segurar um parceiro, mas este só é considerado prisioneiro após haver sido tocado pela bruxa.

    Si os filhos se separam accidentalmente ou si a cadeia é rompida pelos jogadores, que se esforçam para tal, a familia de feiticeiros é compellida á volta ao campo sob as pancadas dos jogadores.

    Quem bater a torto e a direito torna-se filho da bruxa.

    Estabelecida convenção prévia entre os jogadores, a bruxa póde ser considerada libertada, após á captura de 4,5 ou seis prisioneiros.

    O primeiro dos filhos torna-se bruxa; feito um novo prisioneiro, a bruxa cede seu logar ao segundo prisioneiro e assim successivamente até o fim da partida.

    6º Verso e reverso.

    Os jogadores formam dous partidos: o partido do verso e o do reverso. Em cada uma das duas extremidades do terreno do jogo (30, 40, 50 metros) ha um refugio para cada partido. O director do jogo fica no meio do terreno; os jogadores, em uma fileira; á direita e á esquerda do director, dando-se as costas, de maneira que se encontre cada partido do lado do refugio que lhe é attribuido.

    O director do jogo, convencionado o verso e o reverso, atira ao ar um cartão, uma moeda... Si o objecto cae com o lado do verso baixo, elle grita: «verso» e si o contrario, «reverso».

    Ao grito de «verso», todos os que pertencem a tal partido correm par o seu refugio, situado a uma distancia variavel com o treinamento dos jogadores (de 10 a 15 metros em começo), e os jogadores do partido opposto voltando-se, perseguem os adversarios procurando tocal-os.

    Quem é tocado é conduzido ao campo de quem o fez prisioneiro ou conduz seu vencedor, carregando-o.

    Modo identico de proceder, si o grito é de «reverso».

    A partida é considerada terminada quando todos os jogadores se encontram em um partido, mas como sessão de gymnastica, o instructor ordena cessar o jogo, quando julgar a duração sufficiente. Neste caso o partido vencedor é o que fez mais prisioneiros.

    Os jogadores no começo da partida, pedem tambem ficar em frente uns dos outros de joelhos ou deitados.

    7º Corridas de estafetas.

    Os jogadores dividem-se em differentes grupos iguaes.

    Cada grupo é por sua vez sub-dividido em duas fracções tambem iguaes, com os numeros pares de um lado e os impares do outro. Estas fracções se formam em columnas a uma distancia de 20, 50 ou 60 metros e se já dão a frente. Todas as columnas são collocadas parallelamente, suas testas na mesma altura de cada lado, separadas por um intervallo de 4 ou 5 passos.

    Ao signal do instructor, o n. 1 de cada fracção corre o mais rapidamente possivel para o n. 2 da fracção correspondente a quem entrega o objecto; o n. 2 corre em sentido inverso e vae entregar o objecto ao n. 3 e assim seguidamente.

    Ganha o grupo, que esgotar em primeiro logar todos os seus corredores.

    Corridas de estafetas com braçal.

    Como a precedente; mas em vez de entregar um objecto o n. 1 parte tendo um lenço amarrado no braço (braçal) O n. 2 deve retirar o braçal e ir collocal-o no braço do n. 3 e assim seguidamente.

    8º O vae e vem.

    Os jogadores em uma fileira, collocam-se no chão, perto dos pés 3 ou 4 objectos. Ao mando do instructor, traçam no solo, com os centros em uma linha perpendicular á sua linha de frente, 3 ou 4 pequenos circulos espaçados de 1, 2, 3 metros depois voltam á linha de pratica.

    Ao signal do instructor, cada jogador toma um objecto e transporta-o para o primeiro circulo, volta em procura do segundo que é transportado para o segundo o circulo e procede de igual modo para com o terceiro e quarto objectos.

    Collocados todos no interior dos respectivos circulos, procede em sentido inverso, tomando os objectos um por um e transportando-os para a linha de partida. O primeiro dos jogadores que termina o transportamento ganha a partida.

    9º Carniça.

    As turmas de instructores estando geralmente dispostas em duas ou mais fileiras, o jogo póde ser praticado quer por fila perpendicularmente á frente, quer por fileiras.

    Os homens das testas das columnas sellam em primeiro logar tomando a seguinte posição, o dorso encurvado, as pernas um pouco curvadas, os braços cruzados e apoiados nos joelhos e a cabeça abaixada. O n. 2 de cada columna saltando, colloca-se na mesma posição, igualmente distanciando do n. 1 e os ns. 3, 4, 4 etc., procedem como procedeu o n. 2.

    Observação - A intensidade varia com a altura e o intervallo dos homens sellados, com a velocidade e a duração do jogo.

    Para augmentar a velocidade, o jogo póde ser praticado com emulação, estabelecendo-se a disputa entre duas fileiras.

    Emfim, se a destreza dos jogadores permitte, os homens formam a sella na posição de pé, com os braços cruzados sobre o peito e o dorso voltado para quem o vae saltar.

    Em todas as posições o jogador que sella abaixa a cabeça o mais possivel.

    Carniça com limite estipulado á frente ou á retaguarda.

    Um jogador designado - sella.

    Determina-se no solo, por um sulco, ou um cordel, o limite além ou a quem do homem sellado, que os jogadores devem transpor sem tocar.

    Desde que todos os jogadores tenham saltado, o homem que sellou se afasta de uma grandeza de dous pés da linha determinada como limite.

    O jogador que tocou o limite ou, segundo convenção, o que tocou na cabeça de quem estava sellado, fica substituindo este para os demais pularem a carniça.

    Imitação de carniça.

    Um jogador designado - sella.

    O primeiro jogador ou o instructor dirige o jogo; todos os jogadores são obrigados a imitar a maneira de saltar, de supportando salto ou os gestos do primeiro.

    Quem sellou é substituido pelo primeiro que commetter uma infracção a esta regra.

    10º. O quebra canella em circulo.

    Um jogador designado, chamado manejador dispõe de uma córda de dous ou quatro metros de comprimento e terminada em uma das extremidades por um pequeno sacco de terra ou areia. Os outros jogadores (em numero muito variavel) são collocados em circullo em uma fileira, a um ou mais passos de intervallo e com a frente voltada para o interior.

    O manejador, collocado no centro do circulo, faz girar a corda horizontalmente, á altura dos tornozellos dos jogadores, que procuram evitar a corda por um salto em altura; todo jogador que faz parar a corda, substitue o manejador.

    O quebra canella em columna.

    Os jogadores são collocados em differentes columnas de numero igual. Em cada columna dous jogadores se destacam e se collocam para a frente e do lado do n. 1.

    Ao signal do instructor, os dous homens que se destacaram correm ao longo da columna segurando, cada um por uma extremidade, uma corda ou uma vara que cada jogador é obrigado a saltar.

    Um dos corredores fica na cauda da columna, emquanto o outro volta rapidamente para a testa e continua o jogo com auxilio do n. 1 da columna.

    O jogo prosegue assim substituindo-se de cada vez um corredor.

    A partida é ganha pelo grupo que primeiro fez passar todos seus jogadores como corredores.

    61. Segunda série:

    11º. Olha a bola!

    Os jogadores formam em circulo, pernas abertas e mãos sobre os joelhos. O instructor colloca-se no centro e procura fazer passar a bola entre as pernas dos jogadores. Si á uma finta do instructor, o jogador fecha as pernas, commette uma falta; si deixa passar a bola, commette tambem uma falta; e preenchido um numero de faltas prefixado, inflige-se-lhe uma punição.

    12º Foge da bola!

    Os jogadores formam em circulo, 3 ou 4 se collocam no interior. Os que formam o circulo, impulsionando a bola com o pé ou com a mão (segundo a convenção), esforçam-se para attingir um dos jogadores do interior. Os que são tocados sahem do circulo, o ultimo que fica é o vencedor.

    13º O kangurú.

    Variedade do passa a bola! Os jogadores estão em columna. O ultimo jogador da columna do Passa a bola! passa testa em pequenos saltos mantendo a bola preza aos joelhos, sem auxilio das mãos.

    A cabra.

    Outra variedade do Passa a bola! O ultimo jogador passa para a testa de quatro pés e atirando a bola com a cabeça.

    14º Cavallinho de bola.

    Os jogadores, em numero par, dividem-se em dous pares: cavalleiros e cavallos e collocam-se em um circulo cujo diametro varia segundo o numero de jogadores. Os cavalleiros montam nos cavallos. Um dos cavalleiros lança uma bola ao ar tres vezes e a torna apanhar; depois a envia a seu camarada, que a joga ao vizinho.

    Após haver feito a volta do circulo, a bola e atirada a um outro cavalleiro escolhido.

    Si a bola cahe no chão, os cavalleiros descem dos cavallos e fogem; um dos cavallos sem sahir do circulo apanha-a e a atira em um cavalleiro, que, sendo attingido, faz com que as posições mudem; isto é, que cavallos passem a ser cavalleiros.

    15º A bola caçadora.

    E' qualquer o numero de jogadores. Um dentre elles, designado pela sorte, é o caçador. Colloca-se em um ponto que escolhe, e, para dar tempo aos outros jogadores de se dispersarem, atira a bola tres vezes ao ar apanhando-a nas mãos de cada vez. Pode, então, arremessal-a, em um camarada sem deixar, o seu logar. Todo jogador attingido torna-se cão do caçador, e, como este ultimo, tem o direito de tomar a bola do logar onde a apanhou.

    A partida termina quando todos os jogadores tornarem-se cães.

    Na partida seguinte o papel de caçador e desempenhado peIo que primeiro tornou-se cão; no decurso da partida, os jogadores que não foram apanhados teem o direito de se apoderar da bola e de a atirar no caçador ou nos cães; mos é interdicto a qualquer delles; sob pena de tornar-se cão desde logo, segural-a, em começo, com a mão.

    Devem collocal-a entre os dous pés e, impulsionando; fazel-a saltar de modo a poder segural-a com as mãos.

    16º O Tripé.

    O jogadores ficam em circulo, em uma fileira. Um dos jogadores -- o corredor - corre fóra do circulo. Ao signal do instructor, todos os jogadores se põem em equilibrio com auxilio das mãos e da cabeça. O corredor gira ao redor do circulo procurando tocar um jogador quando este procura descançar collocando os pés no chão.

    Os jogadores presos tornam-se corredores por sua vez.

    17º O poste humano.

    Um jogador designado faz o poste humano. Os jogadores (8 a 12) são collocados em circulo em uma só, fileira, sentados no chão, com a frente para o interior e com um intervallo menor que 50 centimetros (de hombro a hombro) . O poste de pé, no centro do circulo, os braços cahidos, unidos ao corpo, fica rigido o mais possivel e deixa-se cahir sobre os jogadores que o procuram repellir.

    Quem se deixa virar sobre o terreno ou é impotente para repellir o poste, substitue este no centro do circulo e o jogo é recomeçado nas mesmas condições. Para as lições dos fracos os jogadores ficam de joelhos em circulo, em uma fileira, com a frente para o interior.

    18º Os prisioneiros.

    Os jogadores são em numero de vinte approximadamente. Os dous terços formam um circulo dando-se as mãos. O outro terço, collocado ao centro, representa os prisioneiros e se esforça em sahir do circulo por todos os meios. Os que formam o circulo abaixam ou elevam os braços, flexionando as pernas, se approximam ou se affastam para formar a barreira.

    Qundo todos os prisioneiros, conseguirem sahir do circulo; designa-se um novo terço de jogadores para representar os prisioneiros, e a partida recomeça.

    19º O manêta é senhor em sua casa.

    Traça-se no solo um circulo cujas dimensões variam de accôrdo com o numero de jogadores. Estes collocados no interior do mesmo procuram se repellir reciprocamente, empurrando-se com o dorso, com os hombros e com os braços; sendo, entretanto, prohibido o emprego das mãos. O jogador que fica por ultimo dentro do circulo é o vencedor da partida. Ha conveniencia em mandar os homens metterem as mãos nos bolsos.

    20º. O urso.

    Cerca de vinte jogadores. Dous dentre elles são chefes de partido. Procede-se primeiramente á formação dos partidos: os chefes tiram a sorte e o que foi por ella protegido escolhe um jogador, sendo que o outro chefe de partido, por sua vez, tambem escolhe um e assim continuam a escolher seus partidarios até que todos os jogadores tenham sido divididos entre os dous partidos.

    Formadas assim as duas tropas traça-se no chão, por meio de um cordel, dous circulos concentricos, tendo o raio do circulo maior mais um ou dous metros que o outro. Um dos partidos é composto de ursos e o outro de saltadores. No começo da partida, os jogadores escolhidos pelo chefe não favorecido pela sorte serão condemnados a serem ursos e se collocam no circulo interior curvando ligeiramente o dorso e a cabeça e entrelaçando os braços em torno do pescoço de seus visinhos, de maneira a formar uma especie de plataforma na qual se lançam os jogadores do partido opposto - os saltadores.

    O chefe do partido ou guarda dos ursos mantem-se entre a primeira e segunda circumferencia os saltadores ficam de fóra da grande circumferencia. Os saltadores procuram se lançar sobre o dorso dos ursos sem serem presos pelo guarda; nada teem a temer, emquanto estão fóra do grande circulo ou mesmo no dorso dos ursos.

    Podem descer quando julgarem conveniente para saltar de novo, mas são obrigados a conservar a posição em que se encontram immediatamente após o salto sem poderem fazer uso das pernas, nem para difficultar a acção dor ursos, nem para se manter na posição. Si um delles é preso pelo guarda dos ursos quando estiver, com os pés em terra, entre os dous circulos, quer procurando saltar, quer se afastando, ou cahindo do dorso dos ursos; a partida está perdida para os saltadores, que tomam, então, o logar dos ursos. Si, ao contrario, o peso dos saltadores é demasiado consideravel para as forças dos ursos e se os saltadores conseguem surprehender um dos ursos desprendendo-se de seus companheiros e arriando, isto é, cedendo ao peso dos salteadores, estes descem e os ursos continuam seu papel até que sejam libertados pela falta de pericia de um dos saltadores.

    62. Grandes jogos e jogos desportivos.

    Ver as regras nos regulamentos desportivos em uso para:

    O Valley-Ball.

    O Basket-Ball.

    O Foot-Ball Association.

    O Foot-Ball Rugby.

Rio de Janeiro, 27 de abril de 1921. - João Pandiá Calogeras.


Este texto não substitui o original publicado no Diário Oficial da União - Seção 1 de 06/08/1921


Publicação:
  • Diário Oficial da União - Seção 1 - 6/8/1921, Página 14841 (Publicação Original)