Legislação Informatizada - Decreto nº 14.760, de 6 de Abril de 1921 - Publicação Original
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Decreto nº 14.760, de 6 de Abril de 1921
Approva a segunda parte do regulamento para os exercicios e o combate da Infantaria
O Presidente da Republica dos Estados Unidos do Brasil, usando da attribuição que lhe confere o art. 48, n. 1, da Constituição, resolve approvar a segunda parte do regulamento para os exercicios e o combate da Infantaria, que com este baixa, assignado pelo Dr. João Pandiá Calogeras, Ministro de Estado de Guerra.
Rio de Janeiro, 6 de abril de 1921, 100º da Independencia e 33º da Republica.
EPITACIO PESSÔA.
João Pandiá Calogeras.
O «Regulamento para a Direcção das Grandes Unidades» e o «Regulamento para o Serviço em Campanha» expõem os principios e processos geraes, adequados ao estabelecimento, no Exercito, da unidade de doutrina, indispensavel para se obter a ligação das armas e a concordancia dos esfoços no campo de batalha.
A maneira de empregar a Infantaria no combate infere-se desses principios; todos os officiaes, portanto devem conhecel-os e nelles inspirar-se constantemente.
O combate da Infantaria não póde sujeitar-se a regras fixas. As mais das vezes os chefes se acham em face de situações imprevistas: cumpre-lhes discernir e determinar as medidas necessarias, de conformidade com as circumstancias tão diversas que se apresentam no campo de batalha. O conhecimento das proprieddes e do papel da Infantaria serve-lhes de guia no emprego dos meios de que dispõem; mas é, sobretudo, a reflexão e o estudo dos factos das campanhas recentes que podem preparal-os para o desempenho da tarefa que lhe toca no campo de batalha.
Não ha regulamentação que possa substituir esta preparação inteiramente pessoal.
TITULO VI
O armamento da infantaria
CAPITULO UNICO
FUZIL E BAYONETA
218. O fuzil, é, por excellencia, a arma do infante. E' a arma com que elle combate individualmente: arma de defesa e de ataque; a que se addiciona a grana, no combate á pequena distancia.
O tiro de combate é individual e á vontade.
A instrucção de tiro de fuzil deve ser dada com esmero a todos os infantes, tenham ou não de servir-se normalmente dessa arma - procurando-se fazer de cada soldado um atirador eximio absolutamente seguro, senhor de sua pontaria a todas as distancias normaes de tiro no campo de batalha, isto é, até 400 metros contra isolados, até 600 contra pequenos grupos.
A esgrima de bayoneta será igualmente muito desenvolvida, não apenas como gymnastica, mas tambem como esgrima de combate: a luta corpo a corpo, decide-se, com effeito, a golpes e a couce de armas.
GRANADAS DE MÃO
219. Na offensiva, póde-se attingir com a granada de mão o defensor abrigado; é um artefacto a abater o inimigo e a progredir palmo a palmo nos terrenos revoltos e cortados de trincheiras; nas localidades, para os combates de rua; e ainda, nos combates a pequena distancia no interior de bosques. Tambem é utilissima nas incurssões com que se procura aprisionar algum posto ou sentinella.
Na defesiva, a granada de mão serve para fazer excellente barragem a curta distancia, nomeadamente com o fim de impedir que o inimigo se approxime dos orgãos essenciaes da defesa, salientos, posições de metralhadoras, postos de vigilancia ou commando. E', sobretudo, a arma da defesa a pequena distancia, á noite, em todas as posições defensivas. De antemão se deverá preparar, ao pé das tropas, depositos destes artefactos. Todos os soldados, sem excepção, devem saber lançar granadas
GRANADAS DE FUZIL
220. Na offensiva, a acção das granadas de fuzil, junta-se á das granadas de mão, ou a suppre, si o inimigo estiver fóra do alcance destas ultimas. Sendo favoraveis as distancias, e si o combate já estiver travado com os granandeiros-laçadores, póde-se utilizal-as em barragens cujo fim seja cortar a retirada ao inimigo e impedir a chegada de reforços. Nos contra-ataques são muito efficazes.
Convém o emprego de fogos de concentração, e o commandante do pelotão tem toda liberdade para reunir, para esse fim, os 4 granadeiros-atiradores do seu pelotão.
Na defensiva, com ellas pódem-se fazer barragens efficazes, a distancias que variam de 80 a 150 metros.
Todos os soldados devem saber atirar granadas de fuzil, póde conduzir senão pequeno numero de granadas, e o remuniciamento torna-se difficil. Afóra a dotação normal dos granadeiros (lançadores e atiradores), não se fará com antecedencia outra distribuição senão ás unidades que tenham de atacar ponto de apoio fortemente organizado (povoados, trincheiras, abrigos, bosques, etc.), onde se prevê pertinaz resistencia. Ao contrario, ás unidades que vão fazer ataque profundo, em terreno livre, é prefrivel não distribuir granadas, augmentando-se-lhes a provisão de cartuchos. Em todo o caso, porém, haverá no trem de combate do batalhão, e do regimento um primeiro escalão de remuniciamento.
FUZIL-METRALHADOR
222. O fuzil-metralhador (leve e de pequeno volume) é arma automatica de grande rendimento, que augmenta consideravelmente a potencia de fogos da infantaria, sem nenhum prejuizo da mobilidade.
Extremamente facil de transportar, efficaz até ás médias distancias: muito maneiro e capaz de atirar em marcha, é a arma offensiva por excellencia. Resolutamente levados para a frente, actuando ahi de concerto, principalmente em cada pelotão, os fuzis-metralhadores voltam-se contra todas as armas automaticas que guarnecem os pontos de apoio do inimigo; e, pelo fogo e pela manobra, facultam reduzil-os. Na occupação da posição conquistada prestam-se aos flanqueamentos e á guarda dos provaveis caminhos de accesso do inimigo.
Todos os soldados da esquadra de fuzileiros devem ser capazes de desempenhar perfeitamente as funcções de atirador. Qualquer volteador deve saber servir-se do fuzil-metralhador.
A METRALHADORA LEVE
223. Mais pesada que o fuzil-metralhador, porém mais estavel, mais precisa e de maior rendimento, a metralhadora leve não póde ser incluida no grupo de combate sem risco de tornal-o tardo e menos apto para o movimento.
Deve-se, pois, consideral-a uma reserva de fogo, nas mãos dos commandantes de batalhão, escepcionalmente na dos capitães, para - cobrir os flancos descobertos do batalhão durante o ataque, barrar algum intervallo momentaneamente desprovido de fogos, tanto no interior do batalhão como em uma de suas alas, e, de modo geral, reforçar pelo fogo toda a acção que preciso ser mais violenta e energica, em virtude do valor da resistencia que se quer reduzir.
Assim concebido, o emprego das metralhadoras leves permitte economizar para a manobras certo numero de grupos de combate, com os respectivos fuzis-metralhadores.
Frequentemente, aliás, caberá ás metralhadoras leves render os fuzis-metralhadores em certas posições, especialmente nas que acabam de ser conquistadas. Neste momento ellas serão bem empregadas em toda a parte onde se faça sentir a necessidade de fogos mais especialmente densos e precisos - formar immediatamente densa barragem á frente, bater os sitios donde pódem irromper os contra-ataques, apoiar um saliente ou ala, barrar um intervallo.
Commo regra geral, ellas se empregam nos flanqueamentos. Pódem atirar, empregando tiro directo, contra objectivos denso a grande distancia, ou pontos de passagem obrigatoria, que baterão previamente (tiros de inquietação, ou de interdicção, tiros de contra-preparação).
METRALHADORAS PESADAS
224. A metralhadora pesada é a arma automatica que dá rendimento maximo de fogo, graças a perfeita estabilidade no reparo, que lhe permitte utilizar extrema precisão até ás maiores distancias.
Menos aptas que as metralhadoras leves para acompanhar constantemente a infantaria em todos os movimentos durante o ataque, ellas se deslocam mais raramente e por lances mais largos e estudados com mais cuidado. Utilizando-se-lhes a precisão até aos maiores alcances, prestam-se ao escalonamento em profundidade e, com certas reservas, pódem fazer por cima das tropas amigas, principalmente quando agrupados em campanhia, tiros indirectos.
As metralhadoras pesadas são, por excellencia, um orgão regimental de fogo da infantaria especialmente poderoso, em regra á disposição do coronel, que póde empregal-as quer como reserva de fogos, quer como apoio de fogo de certos batalhões empenhados.
Na offensiva, em virtude de poderem não só bater com precisão determinados pontos, em que se relevaram metralhadoras inimigas, petrechos de acampamento, etc., como tambem, empregando tira directo au indirecto, concentrar os fogos de todas as peças em certas zonas (peças de artilharia que imprudentemente se aventuraram para a frente centros de resistencia, zona de agrupamentos de reserva, etc.), concorrem para a preparação dos ataque e, até, dos assaltos. Collaboram intimamente na manobra da infantaria, garantindo-a dos riscos do contra-ataques possiveis (tiros de enjaulamento), e, ligadas de antemão a certos batalhões, lhes cobrem os flancos.
E' assim que, judiciosamente escalonadas, ellas facultam em qualquer momento, durante a offensiva, a dotação de um supplemento de fogos a tal unidade, que momentaneamente delles precise.
A metralhadora pesada é a arma que anniquilla os contra-ataques e os retornos offensivos do inimigo. Devido a essa propriedade, é a arma idéal da defensiva, para proteger os flancos ou barrar intervallos. Sempre escalonados, as metralhadoras formam o arcaboço de qualquer posição defensiva, a ahi balizam os centros successivos de resistencia, que se apoiam mutuamente, obrigando o inimigo a esforços repetidos, impondo-lhe o rumo da progressão e facilitando por este modo a execução dos contra-ataques e dos retornos offensivos.
São bem adequados, tambem, á perseguição pelo fogo.
Deve-se sempre procurar empregal-as na flanqueamento.
Qualquer soldado deve saber utilizar-se da metralhadora, leve ou pesada.
225. Embora seja a companhia de metralhadoras pesadas um argam regimental, algumas vezes o general de brigada terá de tiral-a do regimento, para confiar-lhe missão especial, ou até para juntal-a a outro regimento.
CANHÃO DE ACOMPANHAMENTO DE PEQUENO CALIBRE
(Canhão de 37)
226. São caracteristicas principaes deste canhão:
- sufficiente mobilidade para acompanhar a infantaria em todos os terrenos e em todas as circumstancias do combate;
- extrema precisão (até 1.500 metros);
- regulação muito rapida do tiro;
- possibilidade de atirar mascarado e de ser facilmente dissimulado ou enterrado, sem exigir mais que trabalhos de pouca monta;
- facil remuniciamento, em virtude do pouco peso e reduzido volume do projectil.
Ao envés, pódem destruil-o rapidamente, a artilharia, si elle se revela cedo de mais, ou as metralhadoras e petrechos de acompanhamento, si se arrisca a approximar-se demasiadamente. Só se deslocará, portanto, por lances do grande amplitude, precedidos de minuciosos reconhecimentos.
Será util empregal-o no tiro em cheio contra metralhadoras visiveis (a descoberto, ou abrigadas), contra os diversos petrechos de acompanhamento e carros de assalto de inimigo.
Póde tambem, dar resultados apreciaveis contra as tropas, si as lograr colher de enfiada.
MORTEIRO DE ACOMPANHAMENTO DE INFANTARIA
(Morteiro Sotkes)
227. Graças á leveza, ao alcance (1.700 metros), á rapidez do tiro, á efficacia do projectil, á curvatura da trajectoria, que lhe permitte attingir objectivos muito desenfiados e atirar por cima das tropas amigas, o morteiro de acompanhamento Stokes, é eminentemente proprio para vasculhar os angulos mortos, destruir ou neutralizar as metralhadoras e petrechos de acompanhamento, e preparar a extincção dos ninhos de resistencia.
E' a arma de trajectoria curva, que completa a de trajectoria tensa, que é o canhão de 37.
O remuniciamento, porém, é muito difficil devido ao consideravel consumo de projectis, pesados como são estes e pouco commodos de transportar, especialmente na offensiva; exigindo por isso o reabastecimento, em cada caso, acuralo estudo.
Na occupação do terreno conquistado o morteiro faculta a execução de barragens muito eficazes, especialmente nos trechos da frente onde não ha barragens de artilharia de campanha. Contribue, assim, efficazmente, para repellir os contra-ataques inimigos.
Emfim, o tiro com projectis fumigenos céga, o inimigo e facilita as manobras que têm por fim fazer cahir as resistencias localizadas.
Nos terrenos muito planos e descobertos, o morteiro sómente visto e destruido pela artilharia e até pelas metralhadoras e petrechos do acompanhamento do inimigo.
228. Em principio, o canhão de 37 e o morteiro Stokes são orgãos do batalhão; mas o coronel póde agrupar varios canhões de 37, e, mais especialmente, varios morteiros Stokes, quer para lhes dar missão especial, quer para juntal-os a um batalhão empenhado.
CANHÃO DE MONTANHA
229. Constitue feliz solução do problema do acompanhamento da infantaria, pôr á sua disposição secções (eventualmente, baterias) de canhões de montanha, de 75 millimetros de calibre.
Seu emprego é, com especialidade, indicado nos periodos de engajamento do bom exito, em que a ligação com a artilharia de apoio direito se torna particularmente difficil. Recommenda-se o emprego mórmente em todas as circumstancias em que o conhão de 37 e o morteiro Stokes são relativamente impotentes, sobretudo nos terrenos planos e descobertos, em que ás vezes difficilmente poderão ser levados á distancia de alcance efficaz.
Presta-se perfeitamente bem o canhão de montanha a acompanhar por toda a parte a infantaria, e tem as melhores condições para utilizar o terreno, seja para progredir, seja para se pôr em bateria, tanto mais quanto o alcance (1) lhe permitte conservar-se afastado das primeiras linhas. Além disso, tem sufficiente potencia contra o pessoal e os abrogos ligeiros do campo de batalha.
230. As secções ou baterias de montanha, de acompanhamento, ficam, conferem o caso, á disposição dos coroneis ou dos generaes de brigada, que lhes regulam as missões e os deslocamentos.
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(1) 4.000 m., para o canhão Krupp; 7.000 para os typos modernos.
CARROS BLIDANDOS DE ACOMPANHAMENTO
(Carros leves)
231. Os carros blindados, leves, são engenhos automoveis (cerca de 6 toneladas de peso), armados em regra de uma metralhadora de typo pesado ou de um canhaão de 37.
A velocidade pratica da marcha varia, no combate, com o terreno de 1 a 5 kilometros por hora.
Graças ao peso, ao revestimento e ao armamento podem romper os obstaculos materiaes (especialmente as rêdes de arame) ou as resistencias activas que se apresentam no terreno de combate.
Os carros blindados operam em intima e effectiva ligação com a infantaria. Compete a esta assignalar-lhes os obstaculos ou fóros de resistencia que a impedem de avançar.
A acção dos carros, porém, seria baldada, si a infantaria não andasse agarrada a elles e si, uma vez desembaraçada por elles da resistencia que a detinham, não aproveitasse immediatamente a occasião para manobrar, occupar o terreno livre e recomeçar a marcha para a frente.
Elles podem supprir a acção preparatoria da artilharia, sobretudo, quando, para obter as vantagens da surpreza, supprime-se a destruição pelo canhão dos obstaculos da defesa.
Na batalha constituem, em regra, agrupamentos importantes, que se empregam em acções regularmente concertadas. Nos periodos de engajamento e de aproveitamento do exito podem-se empregar os pequenos grupos, nunca inferiores á acção.
São extremamente vulneraveis á artilharia e ao entrar nos respectivos logares, para os ataques, devem ser cuidadosamente dissimulados; circumstancia esta que muitas vezes restringe o seu emprego.
TITULO VII
O combate de infantaria
CAPITULO I
OBJECTIVO DO COMBATE - AUXILIARES DE INFANTARIA
232. Chamada a actuar offensivamente, quer em phase do Engajamento, quer em phase do Ataque (approximação, ataque propriamente dito, assalto), a missão da Infantaria é sempre a mesma:
Progredir na direcção assignalada, até ao objectivo final que lhe foi indicado, escolhendo uma série de objectivos sucessivos (ou intermediarios), tanto mais proximos quanto mais sérias sejam as dificuldades que se prevêem da parte do terreno e da do inimigo.
Nesta conformidade, as linhas successivas que se trata de attingir no decurso da approximação e da progressão do ataque propriamente dito, assignaladas pelas linhas do terreno, são ás mais das vezes largamente separadas. Mas, no correr do assalto, haverá que tomar á viva força, antes da conquista do objectivo final, uma série de objectivos intermediarios, ás vezes muitos proximos uns dos outros e marcados pelas provaveis linhas de defesa successivas do inimigo. Em plena perseguição, ao contrario, póde até acontecer que desappareça a sucessão de objectivos e sómente reste a noção de direcção.
Todo objectivo conquistado é logo occupado, varrido de inimigos, organizado e mantido a todo custo.
Attingido o objectivo final, aproveita-se completamente o exito: o inimigo derrotado é porfiadamente perseguido.
Esta dupla noção da direcção e dos objectivos successivos (linhas que teem de ser attingidas, depois objectivos que teem de ser tomados) nos limites de uma zona de marcha ou de manobras, e, depois, de ataque, constitue, com a combinação do fogo e do movimento (fogos de Infantaria e de Artilharia), a verdadeira base do Combate de Infantaria, cuja realização methodica e progressiva é assegurada pela Ligação. Em todas as ordens dadas pelos Commandantes de Infantaria, nos diversos escalões, deve-se encontrar constante attenção a estas necessidades primordiaes.
Nem sempre, porém, a execução do combate, de principio a fim, incumbirá ás mesmas tropas de infantaria. O esgotamento, soffrido ou previsto, dos elementos empenhados, a necessidade de assegurar a occupação do terreno conquistado, podem motivar que sejam confiados esforços successivos a unidades differentes, mediante passagens de escalão; ou que elementos combatendo em primeiro escalão seja, rendidos por outros mais folgados ou que menos tenham soffrido. As passagens de escalão e as substituições, porém, hão de ser previstas e organizadas de maneira que se mantenha a continuidade no esforço.
233. Auxiliam a infantaria no combate:
- a Artilharia;
- a Aviação;
- os carros de assalto, eventualmente.
Antes do ataque, a Artilharia destróe ou neutraliza os orgãos de fogo do inimigo (de artilharia ou infantaria), e prepara o accesso da infantaria amiga através dos obstaculos creados pelo adversario (contra-bateria, preparação de artilharia).
Durante o ataque e o assalto, precede e cobre a infantaria amiga com seus fogos, não só para assegurar-lhe a progressão como para garantil-a de contra-ataques; e prosegue na neutralização dos meios de acção do alversario, que escaparam á preparação (tiros de acompanhamento, de protecção, de enjaulamento, contra-bateria).
Conquistado o objectivo, protege a infantaria contra as tentativas do adversario para retomar o que perdeu (contra-bateria, contra-preparação, barragens).
Na perseguição, apoia a infantaria com todos os meios que póde a tempo pôr em jogo.
A Aviação informa á infantaria, assignala-lhe os perigos que a ameaçam, vigia-lhe a progressão e contribue para assegurar-lhe a satisfação das suas necessidades, servindo de intermediaria entre ella, o commando e a artilharia.
Eventualmente apoia a infantaria com seus fogos de metralhadoras.
Si o commando dispuzer de carros de assalto, estes abrem caminho á infantaria através dos obstaculos artificiaes ou naturaes que a deteem, em todas as circumstancias em que o terreno permitta empregal-os; acompanha-na pelo maior tempo possivel, e, em estreita cooperação com ella, quebram as resistencias do inimigo e seus contra-ataques.
ESCLARECEDORES MONTADOS
234. O pelotão de esclarecedores montados do regimento tem a cargo fornecer, durante a marcha, patrulhas de flanco, que é desnecessario tirar da infantaria, e normalmente aquelas que devem ir até certa distancia, as que teem a incumbencia de reconhecer si determinadas cristas, ou coberturas suspeitas, que escaparam ás investigações da vanguarda, não occultam alguma emboscada. Especialmente durante os altos, os esclarecedores apartam-se da columna para irem ás alturas vizinhas observar o terreno. Encarregados das ligações ao longo das columnas de marcha, tambem no estacionamento e com especialidade nos postos avançados, asseguram as ligações entre o posto de commando de coronel e os postos de commandantes de batalhões destacados.
No inicio das marchas de approximação, e emquanto se póde circular a cavallo pelo campo de batalha, afóra o serviço de pequenas patrulhas e ligações, servem para balizar os itinerarios e passagens desenfiados: acompanham os officiaes que vão fazer reconhecimentos e voltam, depois, ao encontro das unidades, afim de guial-as. Quando já não é possivel circular a cavallo, passam para a retaguarda, onde ficam com as reservas ou com o primeiro escalão do trem de combate. Excepcionalmente, quando necessario, podem ser empregados, durante o combate, como verdadeiras patrulhas de cavallaria, explorando á pouca distancia em direcção perigosa, ou em ligação com unidade vizinha. Evitar-se-ha com empenho empregal-os como mensageiros de infantaria.
O coronel reserva-se o emprego do pelotão de esclarecedores montados; póde tambem juntar uma parte delles a certos batalhões.
O serviço que compete aos dous esclarecedores montados de cada batalhão e ao da companhia é o de agentes de ligação (em substituição dos cyclistas, nos terrenos em que é difficil a circulação destes, como acontece ordinariamente no Brasil). Tornando-se impossivel circular a cavallo no terreno de combate, os Commandantes de Batalhão e Correios darão as necessarias ordens para o reagrupamento dos esclarecedores montados dos batalhões e companhias.
E' formalmente prohibido escalar esclarecedores montados para ordenanças de officiaes.
CAPITULO II
FÓRMA GERAL DO COMBATE
235. A infantaria que tem de tomar um objectivo ou uma série de objectivos deve, pois, em primeiro logar, chegar a um sitio onde fique á distancia de assalto das linhas adversas e com a frente para o seu objectivo inicial. Cumpre-lhe, depois, dar o assalto, conquistar a série de objectivos designados, perseguir, emfim, o inimigo derrotado. Este conjunto representa o quadro completo do combate contra adversario energico e estabelecido em posições que decidiu defender.
A duração das differentes phases do combate é essencialmente variavel e depende do terreno, da superioridade moral e material do assaltante, bem como da força das organizações defensivas que se trata de tomar.
Em certos casos o assalto poderá tornar-se inutil, bastando só a manobras, e a ameaça que ella faz pairar contra um outro flanco do inimigo para quebrar a resistencia deste, nomeadamente nos periodos de engajamento e de aproveitamento do exito.
Mas, si a importancia relativa das diversas phases do combate não póde ser de antemão fixada, não se deve perder de vista que o assalto é sempre, a priori, o acto principal do ataque, o objectivo que se procura realizar contra o inimigo que faz frente e que é preciso finalmente abordar a baioneta e á granada.
236. E' esta noção que impõe, em todas as circumstancias, attingir-se um sitio a distancia favoravel para o assalto isto é, para se poder fazer irrupção, de um só arranco, nas primeiras organizações inimigas. Essa distancia, cujo minimo é determinado pela necessidade de obter o bom ajustamento dos tiros da artilharia que apoia o assalto, varia geralmente de 200 a 300 metros.
Si as vicissitudes do combate levarem a infantaria ainda a maior proximidade dos primeiros elementos inimigos, a artilharia não póde mais tomar estes ultimos sob seus fogos e só poderá bater objectivos sufficientemente afastados. Cabe, então, á infantaria preparar o seu assalto com os proprios recursos; póde até acontecer que um assalto local, por ser muito curta a distancia dos ninhos de resistencia inimigos, tenha de ser preparado a granada.
De maneira geral, a base de partida do assalto deve permittir que as tropas nella venham collocar-se com a frente para os objectivos que teem de tomar, sem que attraiam especialmente a attenção do inimigo e provoquem reacções. O terreno, portanto, é que a impõe.
Em geral, deve-se admittir que a infantaria de assalto, si não poude chegar a menos de 500 metros das linhas inimigas que se pretende tomar, não estará uma marcha continua e rapida: a operação deve começar, então, por uma rapida progressão do ataque, seguida immediatamente do assalto, e o systema de fogos de artilharia de acompanhamento e de protecção deve ser previsto de conformidade com essa circumstancia.
237. Em muitos casos na guerra de movimento do dispositivo de assalto será tomado na base de partida, immediatamente depois de marchas de certa extensão e de manobras, cujo objectivo será levar as tropas ao ponto conveniente.
«O ataque é precedido de uma approximação, que tem por fim levar as unidades encarregadas de executal-o tão perto quando possivel de seus objectivos e dispôl-as em face delles.
«Começa a approximação logo que a tropa entra na zona em que póde ser attingida pelos fogos do adversario, especialmente pelos de artilharia (2).
Logo que o fogo da infantaria inimiga se torna sensivel a ponto de embaraçar o movimento, começa o ataque propriamente dito, alcançando e ultrapassando, em caso de opportunidade, as tropas primitivamente incumbidas do engajamento.
«Abre-se o fogo de infantaria (comprehendido o dos petrechos de acompanhamento) contra todos os pontos em que o adversario parece estar alojado.»
No decurso destas operações preliminares do assalto, é preciso não esquecer que: «Sob um fogo efficaz uma tropa de infantaria não póde desenvolver-se sinão para a frente, pois a direcção não é mais susceptivel de mudança. Impõe-se, consequentemente, a necessidade de collocar a infantaria em face dos seus objectivos antes do ataque».
A phase do assalto, em certos casos, será perfeitamente distincta das precedentes. Dar-se-ha esse facto, nomeadadamente, na guerra de posição, quando uma série de operações iniciaes tiver levado o assaltante a estabelecer-se em contacto immediato com as organizações inimigas; occorrerá tambem na guerra de movimento, quando as tropas encarregadas do engajamento, recalcando os elementos avançados do adversario, tiverem chegado a distancia de assalto das posições principaes do adversario, sem que possam entretanto, seguir para deante com seus proprios meios. Deve-se mesmo admittir que tal facto se reproduzirá frequentemente durante o desenvolvimento de uma operação offensiva, cujo fito seja fazer profunda entrada no dispositivo do adversario.
As tropas encarregadas do assalto serão, então, conduzidas aos respectivos logares tão secretamente quanto possivel, acobertando-se ao extremo com o terreno e gastando todo o tempo necessario; todavia, quasi sempre o movimento será feito á sombra da noite.
Nestas circumstancias, póde-se conceber que a acção se inicie pelo assalto.
Concebe-se, emfim, que em certas circumstancias, principalmente nos terrenos cobertos e deante de inimigo pouco vigilante, a approximação haja conseguido trazer as tropas até á propria distancia de assalto, sem que tenha sido necessario abrir o fogo, supprimindo-se assim a phase do ataque propriamente dito.
Por outro lado, nomeadamente nos combates de encontro, ou tambem em terrenos cobertos, as tropas, passando das formações de estrada, ou das reuniões articuladas, para as formações de combate, podem achar-se inopinadamente com infantaria inimiga á vista, e ter necessidade de abrir o fogo para avançar: a phase de approximação póde, portanto, ficar mais ou menos supprimida.
Não se deve, pois, considerar esquema absoluto a distincção estabelecida entre as phases de approximação, ataque propriamente dito e assalto, imposta pela necessidade de definir nitídamente, afim de melhor estudal-os, os aspectos caracteristicos principaes que póde apresentar o combate.
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(2) «Com os alcances de tiro da artilharia moderna, e preciso contar com a necessidade de iniciar a approximação a uma dezena de kilometros das posições possiveis da artilharia inimiga.»
Demais, estas phases se pódem apresentar tanto ás tropas encarregadas do engajamento, que muitas vezes terão de desempenhar sosinhas uma acção completa, como ás do grosso. Poderá acontecer, tambem, que estas ultimas, antes de passar ao ataque ou, directamente, ao assalto, tambem de effectuar a approximação sob a protecção de unidades já empenhadas.
Estas tres phases, portanto, estudadas separadamente no regulamento, na guerra se acharão muitas vezes entrelaçadas e, algumas vezes, mais ou menos supprimidas. Mas nem por isso se deixará do reconhecer constantemente os respectivos caracteristicos essenciaes.
238. No conjunto, para a Divisão ou Brigada, «antes do engajamento o dispositivo de combate comprehende:
- as tropas incumbidas daquella phase;
- as tropas disponiveis;
- os destacamentos de segurança, si necessarios,
«Ao passar aos ataques, o dispositivo comporta:
- tropas de ataque propriamente ditos e, accidentalmente, as incumbidas de manter as partes defensivas da frente;
- tropas em reserva e tambem, accidentalmente, destacamentos de segurança nas direcções em que o commandante da Divisão deseja simplesmente guardar-se.»
Nos elementos de um dispositivo de infantaria pôde-se em geral distinguir:
Na marcha, quer em columna, quer em reunião articulada:
- as unidades constituindo vanguarda (ou vanguardas);
- eventualmente, as unidades constituindo flancogia das, ou destacamentos de protecção dos flancos;
- eventualmente, destacamentos de ligação, quer entre os elementos de segurança acima mencionados, quer entre as tropas visinhas;
- as unidades disponiveís (grosso da tropa).
- A partir do momento em que a tropa passa ao dispositivo de combate:
No regimento:
- Os batalhões empenhados (3) (que tambem podem ser chamados de primeira linha ou de primeiro escalão);
- os batalhões reservados (4);
- os orgãos de fogo, cujo emprego o Coronel reserva para si;
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(3 e 4) O Coronel, bem entendido, tem o direito de reservar para si o emprego de companhias de infantaria ou secções de metralhadoras, morteiros e 37, tirados dos batalhões empenhados e, inversamente, de pôr á disposição destes ultimos certos elementos tirados dos batalhões reservados.
Observação analoga applica-se aos Commandantes de Brigada e ao Commandante de Batalhão, no interior do Batalhão.
- eventualmente, as flanco-guardas, destacamentos de protecção, destacamentos de ligação.
No Batalhão:
- as companhias de primeiro escalão;
- as companhias de segundo escalão (ou de reforço); isto é, as companhias que seguem na esteira das do primeiro escalão, promptas para se empenharem nas condições previstas na ordem;
- as companhias de terceiro escalão (ou reservadas); isto é, as companhias cujo emprego o Commandante, do Batalhão reserva para si e que, frequentemente, progridem de cobertura em cobertura, de maneira que estejam disponiveis;
- os orgãos de fogo, cujo emprego o Commandante de Batalhão se reserva;
- eventualmente, os destacamentos ou patrulhas de protecção ou de ligação.
Na Companhia:
- os pelotões de primeiro escalão;
- os pelotões de 2º e 3º escalão (eventualmente, os que teem a missão de cobertura de um flanco, como tambem aquelles cujo emprego o Capitão se reserva);
- eventualmente, os orgãos de fogo (metralhadoras de batalhão) que porventura estejam á disposição do Capitão;
- eventualmente, as patrulhas de protecção e de ligação.
Nos orgãos de fogo adstrictos á infantaria (metralhadoras, canhões de 37 e morteiros), podem-se geralmente distinguir no regimento e batalhão:
- os que acompanham determinada tropa, afim de coroar a posição conquistada;
- os que, estabelecidos em posição, teem a incumbencia de apoiar com o fogo a acção dos elementos de infantaria que vão progredindo;
- os que ficam reservados;
- os que são postos á inteira disposição da autensidade inferior (á disposição de um Commandante de Batalhão, pelo Coronel; á disposição de um Capitão, pelo Commandante de Batalhão).
Mas, deve ficar be mentendido que taes missões são apenas temporarias, e que os diversos orgãos de fogo estão sempre e successivamente passando, no decurso do combate, de uma dessas missões para outra (5).
Importa, todavia, não esquecer que as disposições acima consideradas não dever ser tomadas como esquema e sim como um quadro geral, cujo fim é conseguir a exacta comprehensão do valor dos termos empregados tratando-se de combate, e cujo sentido convém nitidamente definido, afim de que não haja qualquer ambiguidade, nem mesmo nas circumstancias urgentes e criticas.
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(5) Assim, secções de metralhadoras que acompanham companhias de primeiro escalão, estabelecem-se na posição conquistada, para sustentar a defesa em caso de contra ataque, e tambem, apoiar os ataques ulteriores.
Igualmente, secções de metralhadoras, canhões de 37, ou morteiros reservados, são collocados em bateria para apoiarem ataques, ou são levados para a frente, afim de acompanharem companhias empenhadas, etc.
CAPITULO III
APPROXIMAÇÃO
239. A passagem das columnas de estrada, ou das reuniões articuladas, para as formações de approximação, faz-se, ás mais das vezes, progressiva e insensivelmente.
Caracterizam-se as formações de approximação pelo emprego de pequenas columnas maneiras (grupos de combate, esquadras), escalonadas, amoldando-se ao terreno e utilizando-o ao extremo, para caminharem a coberto, tanto quanto possivel ao abrigo das vistas dos observatorios terrestres do adversario, é das investigaes aereas (aviões, balões).
Os regimentos, batalhões, companhias, pelotões e grupos de combate, adoptam formaões tão amplamente articuladas quanto o permittar a judiciosa utilização do terreno e a largura da zona de marcha (ou de manobra) e, mais tarde, de ataque, que lhes foi designada.
240. O conjuncto do dispositivo deve ser tal que permitta passar rapidamente á formação de ataque, si o inimigo atacar por sua vez ou si, por acaso, topar-se com a posição adversa mais cedo do que se espera.
Para isso, á medida que a tropa se vae avizinhando do inimigo, torna-se cada vez mais necessario que os elementos da testa do dispositivo estejam em tal arranjo que permittam em qualquer momento o fogo contra o terreno á frente, os intervallos e os flancos.
Com esse fito, dous grupo de combate do primeiro escalão, que sejam vizinhos, devem ter a possibilidade, cruzando os fogos das armas automaticas, de bater o terreno á frente do intervallo que os separa; os grupos de combate que estejam nas alas de um segundo escalão deverão franquear as extremidades dos escalões precedentes; os do interior de um escalão, bater o terreno entre os grupos que os precedem; assim como deve-se poder varrer com as metralhadoras que estejam mais atrás, o intervallo de duas unidades vizinhas. Nos terrenos cobertos, os grupos de combate de primeiro escalão ligar-se-hão por patrulhas.
Em outras palavras, trata-se de estar prompto, em todas as circumstancias e a todo o momento, para crear na frente do dispositivo um impenetravel barreira de fogos, tão poderosa quanto possivel, protegidos os flancos de maneira analoga.
Sob taes reservas, convirá que os elementos da testa só tenham os effectivos estrictamente necessarios para tomar o contacto, limpar o terreno de patrulhas inimigas, si houver , occasião e constituir o arcabouço da frente de engajamento.
241. Embora a utilização do terreno para caminhar a coberto tenha de ser levada no extemo, não deve, todavia, acarretar a abertura de intervallos demasiadamente largos e que escapem ao fogo cruzado dos elementos da testa, nem occasionar para o resto das tropas accumulação por demais consideravel nos corredores, de onde será muitas vezes dificil desembocar, ou atrás de cobertas mediocres, que forçosamente attrahirão a attenção do inimigo e o fogo de sua artilharia.
E', portanto, indispensavel durante os periodos de approximação:
- de um lado, não perder a noção da direcção, que deve sempre ser assegurada por pontos de direcção, isto é, por pontos de referencia afastados, bem visiveis, e por linhas successivas do terreno, que se trata de attingir, fazendo-se ainda a confirmação por meio da bussola;
- de outro lado, ter sempre em mente a necessidade, primordial para o commandante de infantaria, em todos os escalões, de meticuloso reconhecimento do terreno, que é o meio de evitar movimentos inuteis ou perigosos e de poder tomar a tempo as necessarias precauções para atravessar as zonas arriscadas. Dahi o habito dos chefes precederem o grosso de suas tropas (cujo commando, quando for necessario, confiam aos respectivos substitutos), como tambem de procurarem constantemente posição de onde possam descortinar o terreno circumvisinho, não trepidando, caso seja necessario, em avançar até aos elementos mais avançados (ainda que sejam constituidos de cavallaria que se ache na frente da infantaria), afim de proceder aos reconhecimentos pessoaes indispensaveis. As passagens reconhecidas, serão, quando necessario, assignaladas e balizadas;
- emfim, manter a despeito de tudo, a ligação, que se torna muito difficil, justamente em virtude do deslocamento, que não permitte o emprego de certos meios de transmissão, e em consequencia da larga articulação do dispositivo. Impõe-se, por isso, aos chefes, a necessidade de fixarem cuidadosamente os respectivos eixos de deslocamento, pelo menos os dos seus grupos de commando (6), e, mais tarde, dos postos de observação e de commando. Dahi a necessidade, em todos os escalões, desde o Coronel até ao commandante de pelotão (e, na medida do possivel, desde o General de Brigada) da organização, em torno dos chefes e com os elementos dos respectivos grupos de commando, de constante vigilancia do inimigo, dos elementos que progridem, das unidades vizinhas, bem como dos deslocamentos e dos signaes que por ventura faça o commandante de que se depende immediatamente.
Demais, os commandantes deverão aproveitar todas as circumstancias, e principalmente as paradas necessarias nas linhas successivas que forem attingidas, para restabelecer a ordem nas unidades e recuperar o dominio sobre ellas, tirando partido de todas as cobertas que as furtem ás vistas terrestres e aereas do adversario.
Todavia, ainda nesse caso, é preciso evitar as agglomerações de tropas e a contracção dos dispositivos.
242. Durante a approximação «a artilharia mantem-se em condições de intervir para apoiar a infantaria, submettendo seus fogos a artilharia e a infantaria inimigas».
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(6) - O que lhes permitte afastarem-se momentaneamente no intuito de fazerem os reconhecimentos já alludidos.
«Os commandantes de corpos de infantaria (ou Generaes de Brigada) fixam as missões de sua artilharia de acompanhamento immediato, si por ventura lhes foi associada, e lhe regulam os deslocamentos.»
243. A maioria destas prescripções applica-se ás tropas reservadas que tenham de effectuar, de dia, marchas de approximação sob a protecção de elementos já empenhados, para attingir novas posições, de reserva, ou bases de partida de ataque ou assalto.
CAPITULO IV
ATAQUE
244. Logo que o fogo da infantaria inimiga se torne sensiver, o ponto de estorvar o movimento, os elementos da testa do assaltante serão progressivamente obrigados a desenvolver-se para responder.
Desde então, a progressão só consegue continuar graças á combinação do fogo e do movimento, que é justamente o caracteristico do ataque propriamente dito.
Os grupos de combate da testa, bem como os que protegem os flancos, adoptam as formações de ataque mais tenues que for possivel.
Os orgãos de fogo, fuzis-metralhadores, metralhadoras, canhões de 37 e morteiros são postes em acção logo que o permitte a distancia, de conformidade com as propriedades de cada um, no intuito de fazer calar, ou pelo menos reduzir a intensidade do fogo adverso.
O dispositivo, sempre muito escalonado em profundidade, vae ganhando por fracções, de coberta em coberta, as linhas successivas do terreno que devem ser attingidas, passando constantemente, durante a marcha, por modificações que attendam ao terreno e aos acontecimentos, até tomar, finalmente, á distancia de assalto, a desejada fórma para abordar o adversario.
Empregam-se, enquanto fôr possivel, no interior do dispositivo, as pequenas columnas que facilitam o aproveitamento das passagens e o exercicio de commando.
245. Cada grupo de combate faz seus lances em conjunto, ou por esquadras e até homem por homem, utilizando o terreno em extremo, especialmente as passagens desenfiadas, sem que se considere obrigado a seguir uma linha perfeitamente recta e a mantér rigorosamente os intervallos com as unidades visinhas, não deixando, todavia, de manter-se na direcção fixada e, de maneira geral, na zona de ataque que coube á companhia.
Toda a fracção que se detem, organiza ou melhora a coberta em que se acha as fracções que vierem depois aproveita-na, e, por sua vez, tambem a melhoram (7).
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(7) - A primeira coberta que se deve realizar é o abrigo individual do atirador. Consiste em uma cavidade alongada, permittindo ao homem atirar na posição deitada ou descansar nessa posição. Deve-se-lhe dar progressivamente a necessaria profundidade para que todo o corpo do atirador desapparecer sob o sólo e fique protegido dos estilhaços dos projectis de artilharia. As terras lançadas para a frente constituem uma mascara contra as balas de infantaria, mas deve-se evitar agglomeral-as em um monte muito visivel; o soldado atira pelo lado dessa mascara.
Todos os combatentes devem estar adestrados em executar rapida e automaticamente este abrigo summario.
Abre-se o fogo contra os pontos onde o adversario parece alojado. A' medida que a unidade vae ganhando terreno, os pontos perigosos tornam-se mais precisos; novos grupos de combate entram em linha e, por sua vez, travam a acção pelo fogo «evitando-se, porém, ultrapassar densidade tal que accresça os riscos de perdas sem compensação effectiva».
Com o fogo systematico que lhes é peculiar, as metralhadoras preparam e protegem o avanço por lances; tomam á sua conta as metralhadoras inimigas; ficam alerta para bater os intervallos entre as unidades de primeira linha. Os canhões de 37 e os morteiros tomam tambem á sua conta as metralhadoras inimigos: os morteiros podem, igualmente, levar a effeito verdadeira preparação, analoga á da artilharia, contra os ninhos de resistencia que offereçam particular importancia.
246. «Os pelotões e as companhias de reforço approximam-se progressivamente por pequenas columnas inattingiveis, utilizando com cuidado os caminhos e os desenfiamentos.»
«O Commando empenha-os, não nos pontos em que a progressão está nitidamente contida, mas nos claros da frente inimiga ou nos pontos de menor resistencia, para continuar progressão na direcção indicada, auxiliando pela manobra as fracções provisoriamente immobilizadas.»
As fracções mais avançadas sem que se esqueçam da direcção que lhes foi indicada, fazem cahir, tomando-as de flanco com o fogo, ou ameaçando-lhes as linhas de retirada, as resistencias inimigas que estejam detendo os elementos visinhos.
247. Si as resistencias locaes do inimigo, nomeadamente sob a ameaça de serem ladeadas, cedem - continua-se immediatamente a progressão. «O ataque exige continuidade no esforço. Cada qual só deve ter um pensamento avançar a todo transe, attingir o objectivo o mais cedo possivel.»
Si ao contrario, os elementos que vão na testa do ataque se veem detidos por solida e continua resistencia, tratam, com afinco, de estabelecer-se a boa distancia de assalto e de favorecer com o fogo a progressão dos reforços e reservas.
A formação de ataque vae aos poucos se transmudando em formação de assalto.
248. A noção da direcção e as necessidades da ligação conservam o mesmo valor dos periodos de approximação. Si os commandantes dos elementos da testa se veem na continvencia de combater no meio de suas tropas, aos que commandam unidades de reforço e de reserva continua a impor-se a necessidade de se apartarem de suas unidades afim de precedel-as; mas naturalmente, os reconhecimentos pessoaes já não podem realizar-se sinão em limites mais restrictos e com maiores precauções.
Comtudo, si durante os periodos de marcha e no inicio da approximação, póde-se conceber um dispositivo escalonado em relaão a uma unidade base, guiada pelo commandante, ás unidades empenhadas em combate, ao contrario; só se designarão pontos de direcção, objectivos, zonas de ataque ou de manobra, eventualmente missões de cobertura de um flanco. A noção do esforço que é preciso realizar substitue a da formação. A obrigação imposta ás unidades que teem o mesmo objectivo, de marcharem sempre para o alvo commum e de se apoiarem mutuamente, assegura a convergencia dos esforços.
249. Caracteriza-se esta phase do combate pela necessidade de estreita collaboração da artilharia na acção da infantaria, mas sob condições difficeis em virtude das constantes modificações que as manobras realizadas introduzem na situação.
«A artilharia de acompanhamento immediato, si a houver, toma sob seus fogos, por ordem dos Coroneis (ou Generaes de Brigada e a pedido dos Commandantes de Batalhão, si for preciso), os obstaculos que embarraçam a infantaria, e que esta com os meios proprios não consegue reduzir.
«A artilharia de apoio directo ajusta seus fogos ás manobras da infantaria.
O resto da artilharia de campanha e a pesada, auxiliadas pela aviação, esforçam-se por neutralizar as baterias em acção.»
Mas, si a artilharia deve ter a preoccupação dominante «de saber onde está a sua infantaria», esta por sua vez «preoccupar-se-á, mais do que nunca, em manter a artilharia ao corrente dos progressos que fez».
A estreita cooperação da artilharia é, pois, assegurada:
1º, quanto á artilharia de acompanhamento, pelas ordens que recebe dos Coroneis (ou Generaes de Brigada);
2º, quanto aos agrupamentos de apoio directo, pelos pedidos que os destacamentos de ligação lhes transmittem;
3º, em geral, pelo jogo intensivo de todos os meios de transmissão e, nomeadamente, pelo emprego de foguetes de signaes que devem servir á infantaria para assignalar a linha attingida, solicitar o fogo da artilharia em apoio do avanço, ou como auxilio para sustar contra-ataques, e para evitar, emfim, que a artilharia atire contra fracções amigas.
CAPITULO V
O ASSALTO
250. O assalto é feito por unidades escalonadas em profundidade, com intervallos e distancias variaveis.
Compõe-se cada escalão de elementos, grupos de combate, uns em formação de ataque, outros em pequenas columnas, repartidos sem nenhuma especie de alinhamento, afim de que melhor se amoldem, ao terreno, mas em condições de combinarem os fogos e os movimentos.
O dispositivo geral das tropas de assalto depende essencialmente da idéa de manobra do chefe.
251. «Quando a preparação e o acompanhamento do ataque tiverem sido sufficientes para desorganizar o inimigo material e moralmente, o assalto ás vezes será dado pela linha de combate rigorosamente impulsionada (8) e explorado sem demora pelos reforços e reservas no sentido indicado pelo commandante.»
A's mais das vezes, porém, o assalto será dado a um signal convencionado ou a uma hora aprazada. Neste caso deve-se conceder o tempo necessario para que o dispositivo seja cuidadosamente collocado no sitio conveniente (9).
Frequentemente, em face de adversario solidamente alojado em uma posição, dispondo de todos os seus recursos de fogo ,só será possivel «localizar as tropas de assato á noite e no ultimo momento. O desencadeamento do assalto realizar-se-ha ao amanhecer (10): assim evitar-se-hão as investigações dos aviões inimigos».
252. Convirá muitas vezes cerrar o dispositivo contra a testa, para subtrahir mais seguramente, no momento da partida, os elementos da cauda aos provaveis tiros de barragem do inimigo. Tomar-se-ha, então, o escalonamento completo da formação, depois de ter sido rapidamente transposta a zona em que se esperavam taes barragens. Comtudo, salvo o caso em que se póde abrigar efficazmente o dispositivo na base de partida, é preciso que não se lhe dê tal densidade que o torne por demais vulneravel ás contra-preparações do inimigo.
253. A velocidade de marcha que se póde esperar é essencialmente variavel, conforme seja o terreno livre ou coberto, plano, em rampa ascendente ou descendente; e bem assim si houver indicios de que o inimigo preparou organizações defensivas mais ou menos poderosas (11).
Seja como for, o que convém é attingir o primeiro objectivo o mais rapidamente possivel, afim de assegurar o necessario impulso, diminuir o periodo critico e abordar o inimigo, antes que elle tenha tido tempo de provocar o desencadeamento das barragens de artilharia.
No desenvolvimento ulterior do assalto, o andamento forçosamente terá de ser retardado. Intervirão os incidentes do combate; haverá ninhos de resistencia que será preciso ladear, produzir-se-hão contra-ataques locaes que obrigarão a paradas temporarias.
E' obvio, tambem, que esta consideração da velocidade de marcha não deve intervir sinão para regular as condições de apoio da artilharia, quando este puder e tiver de ser rigorosamente assegurado. Quando não se tiver de levar em conta esta consideração, não tem cabimento fixar qualquer velocidade; os elementos de assalto que vão na testa progridem tão depressa quanto puderem. Comtudo, cumpre não esquecer que a tropa, ao abordar o inimigo, não deve estar arquejante nem já desaggregada, e que a ordem vale mais que a rapidez.
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(8) A linha de combate deve, então, avisar por meio de foguetes de signaes que vae partir para o assalto.
(9) Em alguns casos, aliás excepcionaes, póde-se até ter de retrahir ligeiramente certos elementos que, por se acharem avançados demais, não permittiriam a preparação da artilharia contras as primeiras linhas inimigas.
(10) Em certos casos, tambem á hora em que se suppõe que vae dissipar-se o nevoeiro, a menos que se pretenda justamente aproveital-o. Em outros casos, póde haver interesse em não atacar immediatamente ao raiar do dia, afim de induzir o inimigo a enganadora segurança.
(11) Póde-se prever que a velocidade de deslocamento das barragens de acompanhamento feitas pela artilharia, variará de um a cinco minutos por 100 metros.
254. Do ponto de vista do apoio assegurado pela artilharia, devem-se prever varios casos que, de modo geral, e podem agrupar da seguinte fórma:
1º A artilharia organiza, na frente da infantaria de assalto, um completo systema de fogos de acompanhamento (barragens, rolantes, tiros de protecção, eventualmente de interdicção). Este caso será forçosamente raro na guerra de movimento, em frentes extensas, em virtude do consumo de munições que tal organização exige. Esforço dessa natureza reserva-se para as circumstancias em que se defronta posição importante, fortemente organizada e poderosamente mantida. Na guerra de movimento, comtudo, algumas vezes se terá de recorrer a um destes systemas, de fogo, mas sómente nos pontos em que seja essencial fazer pressão.
Do ponto de vista da infantaria, caracteriza-se este caso pela necessidade de fixar a velocidade de marcha, cumprindo aos elementos da testa do ataque esforçar-se por cerrar á mais curta distancia atrás das barragens rolantes.
2º A artilharia toma á sua conta, successivamente, a horas préviamente marcadas, as linhas que se suppõe serem as de resistencia do inimigo (*). A infantaria precisa então, saber as horas em que estes differentes tiros cessarão contra um objectivo e serão lançados contra outros pontos, afim de abordar na hora precisa essas resistencias successivas.
3º Tambem póde a artilharia, depois de ter submettido inicialmente ao fogo as primeiras linhas adversas, alongar rapidamente o tiro para bater posições mais afastadas (12) de onde não desviará o fogo sinão por solicitação das tropas de assalto (foguetes de signaes combinados).
E' o que succederá principalmente no caso em que os elementos da testa do ataque tomarem a iniciativa de dar o signal do assalto.
Neste caso, não haverá intervenção de questões de horario.
Demais, conforme o caso, poderá haver ou deixar de haver preparação de artilharia anterior ao assalto. Poderá convir, com effeito, fazer completa surpreza, para não attrahir, em reacção, o fogo do adversario. Esta idéa será correntemente posta em pratica contra o inimigo que não haja creado na sua frente sérias defesas accessorias; e até mesmo deante de defesas accessorias importantes, a presença de carros de assalto permittirá realizal-a.
Emfim, por diversas causas, poderá acontecer que o assalto esteja privado de apoio de artilharia. Compete, então á infantaria preparal-o ella propria, empregando todos os seus meios de fogo (fuzis-metralhadores, e sobretudo metralhadoras, canhões de, 37 e morteiros), valendo-se geralmente de acção violenta mas curta , com o duplo fim de obrigar o inimigo a entocar-se e de não provocar o fogo de reacção.
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(12) Com ou sem tiros de varrer intermediarios.
Demais, o facto de apoiar a artilharia um assalto, não dispensa a infantaria de collaborar na preparação com os seus recursos disponiveis, tomando em consideração, todavia, a necessidade de produzir surpreza. Ainda no desenrolar do assalto, haverá frequetentemente occasião do fuzil-metralhador atirar em marcha. Póde-se, emfim, até certos limites, prever enjaulamentos, ou tiros das metralhadoras pesadas contra certos objectivos, nomeadamente tiros indirectos, exclusive, porém, quaesquer barragens rolantes.
255. Póde não ter o assalto sinão objectivo restricto ou voluntariamente limitado, quer porque a posição inimiga não tenha profundidade, quer porque as circumstancia levem o commando a limitar o esforço requerido. E' o que acontece, por exemplo, no correr dos periodos de engajamentos, nos preliminares do combate, quando se tratar de tomar ao inimigo seus primeiros pontos de apoio, sua posição de postos avançados, etc., sem maior compromettimento.
Tal será o caso tambem nos periodos de aproveitamento exito ou de perseguição, quando for necessario quebrar resistencias locaes sem profundidade.
Contra posições fortemente organizadas e seriamente defendidas tambem o commando poderá ter de seriar os esforços, nomeadamente nos pontos onde não dispuzer dos effectivos necessarios para obter logo a decisão mediante progressão profunda. O commando póde, emfim, ter intenção de proceder a passagens de escalão, para realizar com tropas frescas os sucessivos assaltos necessarios.
Nestes diversos casos, e bem assim na phase inicial de acção mais profunda, marcha a infantaria por lances, marcados pelos objectivos inetermediarios, escolhidos e assignalados, si tiver cabimento, pelos tiros de apoio da sua artilharia.
Em muitas circumstancias, porém, por mais cuidadosamente que seja regulada esta primeira phase do assalto e não obstante ter sido iniciada com um dispositivo bem ordenado, é facil de imaginar que surgirão rapidamente incidentes variadas e imprevistas, resultantes de insufficiente neutralização de certos orgãos de defesa ou das proprias reacções do inimigo. Dahi a discordancia nas progressões dos differentes elementos de primeiro escalão, e, tambem, entre a progressão desses elementos e os tiros da artilharia.
Convirá, pois, que os lances sejam bastante curtos, afim de que se possa proceder a rapidos restabelecimentos da ordem, e que as paradas sejam bastante longas, afim de que e infantaria possa de novo acompanhar da perto os tiros da artilharia. Lances demasiadamente curtos e paradas demasiadamente longas, porém, poderiam acerretar o amortecimento do impeto do ataque e proporcionar ensejo ao inimigo de responder com exito.
256. A's mais das vezes, entretanto, e nomeadamente no correr de acções de caracter decisivo, será preciso fazer no dispositivo inimigo profunda entrada. O aspecto do combate será então uma série de assaltos, entremados de progressões mais ou menos rapidas, aspecto esse que se assemelhará ao do ataque. Ora estes assaltos serão dados pela mesma tropa, fortissimamente disposta em profundidade; ora por outras tropas, quer tenham sido organizadas passagens de escalão, quer tenha sido necessario, no curso do combate, ultrapassar com tropas frescas os primeiros elementos do ataque cuja capacidade offensivo esteja esgotada.
Demais, e ainda mesmo que a infantaria haja recebido no começo todo o apoio de sua artilharia, chegará o momento em que esta, das suas posições inciaes, terá, attingido o limite do alcance e ver-se-á na obrigação do fazer os necessarios deslocamentos até novas posições, transportar as munições e reorganizar os tiros.
A partir desse momento, com mais forte razão, a infantaria só deverá contar com os proprios recursos.
Em compensação, não se achando mais na immediata dependencia dos fogos de artilharia, terá maior liberdade do movimentos justamente no momento em que o inimigo já está consideravelmente abalado.
A iniciativa dos commandantes de infantaria assumo então capital importancia.
Commandantes de corpos, commandantes de batalhão e até mesmo de companhia, terão de dar provas de sagacidade, do decisão e de audacia, e só assim poderão tirar todo o partido das circumstancias favoraveis do combate, sempre tão fugazes e que é preciso aproveitar sem demora, para que o inimigo abalado não tenha tempo de readquirir firmeza.
As manobras resumem-se sempre em combinacão do fogo e do movimento da infantaria, com o apoio de toda a artilharia em condições de actuar, e, em todo o caso, com o apoio intensivo de todos os orgãos de fogo de que dispuzer a propria infantaria.
«Pelo fogo a infantaria destróe ou neutraliza todas as resistencias do inimigo; pelo movimento, o desborda, o ultrapassa, o envolve, e, finalmente, o agarra».
No correr desta segunda phase o ataque não deve perder a rapidez, o ardor e a continuidade. A. rapidez não se obtem-pela celeridade da infantaria, mas pelo, concepção, execução e coordenação de manobras locaes, especial importancia assume a rapidez de transmissão das informações, que poderão orientar os commandantes a respeito do emprego das reservas.
As unidades tratam constantemente de ganhar terreno sem perder a ligação, mas sem que se regulem umas pelas outras.
Jamais se deve perder o contacto com o inimigo.
O terreno conquistado é porfiadamente defendido, e faz-se tudo que for possivel para organizal-o.
As unidades de segundo escalão e de terceiro completam a limpeza do terreno.
Os reforços e as reservas locaes são lançados contra os pontos de menor resistencia.
Os commandantes de corpos e os Generaes de Brigads providenciam para que seus batalhões reservados sejam levados para a frente e empregasos de conformidade com o plano. Embora procurem conservar essas forças disponiveis pelo maior tempo possivel, não hesitarão em lançal-as no combate para aproveitar completamente os resultados obtidos, de preferencia no ponto em que o inimigo estiver cedendo ou eventualmente, para tornar a organizar novos; assaltos locaes.
Os commandantes de infantaria, de todos os postos, acompanham o combate tão de perto quanto possivel, afim de dirigil-o pessoalmente e excitar a moral das tropas,
Os Coroneis e os Generaes de Brigada, portanto, deslocarão os seus postos de commando e de observação fazendo-os seguir os eixos previstos. O logar dos commandantes de batalhão é no proprio centro de suas tropas. Todos os meios de transmissão continuam sendo postos em jogo até onde for possivel empregal-os.
CAPITULO VI
O ASSALTANTE NOS OBJECTIVOS SUCESSIVOS E NA POSIÇÃO CONQUISTADA
257. Si a operação que se vae emprehender tem por fim realizar profundo avanço no dispositivo inimigo, indicam-se ás tropas encarregadas do assalto:
- um ponto afastado de direcção;
- objectivos sucessivos:
- os limites das respectivas zonas de ataque;
- a hora ou o signal do ataque o as condições da preparação pelos fogos (artilharia e infantaria).
Eventualmente, para o ajustamento dos tiros de artilharia:
- a indicação da base de partida da barragem inicial, que póde ser immediatamente (em geral a 200 metros) na frente da base de partida do assalto (13) ou coincidir logo com as primeiras linhas que se suppõem occupadas pelo inimigo;
- a extensão das frentes em que se farão as barragens ou os diversos tiros;
- a velocidade de deslocamento das barragens ou as horas em que serão suspensos os differentes tiros, para serem transportados para outros objectivos;
- as paradas que serão feitas em cada objectivo, mediante indicação da hora em que a infantaria deve novamente partir;
Eventualmente, ainda:
- o mecanismo das passagens de escalão que se preveem;
- Finalmente, a maneira de proceder dos batalhões (ou regimentos) de assalto, ao attingirem o objectivo final que lhes foi prefixado, quer tenham de tomar parte na perseguição, com ou sem paradas previstas, quer devam simplesmente enviar reconhecimentos, quer, ainda, ser ultrapassados por tropas de reserva.
258. Em geral, a parada em um objectivo é de duração apreciavel.
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(13) E' o que se faz especialmente no caso em que a posição inimiga não está bem definida, nomeadamente quando se suppõe que existem na sua frente ninhos avançados de resistencia, terreno coberto de matto, etc.
Os grupos de combate utilizam immediatamente os accidentes do terreno e servem-se da ferramenta para se enterrar no chão.
Os fuzis-metralhadoras e as metralhadoras varrem rapidamente com o fogo as direcções por onde poderiam surgir os contra-ataques inimigos.
Compete aos officiaes o graduados, nesse momento:
- assegurar a protocão na frente e nos flancos mediante judiciosa collocaçaõ das armas automaticas, tendo tudo prompto para que sejam repellidos os contra-ataques que porventura se pronunciem;
- restabelecer a ordem, as ligações interrompidas, o escalonamento desfeito. Tem grande importancia esta ultima prescripção: os grupos de combate da testa, com effeito, só devem ser substituidos ou reforçados si desapparecerem ou si tiverem necessidade de accrescimo do fogo. Acontece porém, algumas vezes cerrarem prematuramente os grupos de 2º ou 3º escalão contra os que os precedem. E' preciso, portanto, estabelecer o escalonamento, sob pena de ficar a formação muito vulneravel, incapaz de ir longe, por falta de reforços, e incapaz tambem de proteger os proprios flancos;
- assignalar por todos os meios (foguetes de signaes, fogos de bengala, pannos estendidos, optica, etc.), á artilharia e á aviação, a frente attingida;
- enviar participações que as informem da situação alcançada;
- organizar os diversos meios de transmissão;
- procurar os observatorios;
- providenciar sobre o reabastecimento de munições e signaes de fogo de artificio;
- colher informações por intermedio dos agentes de ligação destacados junto ás unidades subordinadas, ou rapidamente despachados até ellas.
As ilhotas de resistencia, abrigos, bosques, grupos da casas, etc., em que o inimigo estiver prolongando a resistencia, serão varridos por unidades constituidas, de força variavel. de antemão designadas, que algumas vezes terão de travar duros combates parciaes.
Em geral, a primeira preoccupação de toda a tropa de infantaria momentaneamente immobilizada em virtude das vicissitudes do combate, será assignalar á artilharia, exactamente, na situação. Os commandante de batalhão e regimento devem, nomeadamente, empregar todos os esforços, para que barragens defensivas, base eventual dos tiros de acompanhamento ulteriores, se ajustem na frente de seus primeiros elementos.
24.| A passagem de escalão, quer resulte das ordens de commando, quer se torne necessaria no correr da virtude do esgotamento das unidades que combatem em primeiro escalão, é sempre uma operação delicada.
De uma parte, com effeito, durante um momento o primeiro escalão de ataque terpá densidade superior á requerida pelo combate, o que póde acarrretar perturbações e occasionar perdas.
De outra parte, é preciso evitar que fracções da unidade que vae passar adeante se deixem ficar junto dos elementos da testa da unidade rendida, que já se acham mais ou menos abrigados no terreno, o que poderia acarretar fluctuações e entibiar o imposto da tropa fresca.
E' preciso, portanto, reduzir ao minimo a phase critica.
A unidade que tem de continuar o combate offensivo, toma a formação, abrigada, na medida do possivel, artáz da outra unidade além da qual vae passar, e avança depois rapidamente e em ordem.
A unidade rendida, a proporção que a outra lhe passa adeante - ou se mantém no terreno para garantir a occupação delle (14), - ou vae sendo progressivamente reunida, conforme a siutuação desse(14), - ou vae sendo progressivamente reunida, conforme a situação permittir, afim de passar á reserva, evitando-se, porém, qualquer movimento retrogrado.
260. No desenrolar das acções offesivas de larga duração póde tambem ser necessario cuidar de substituições propriamente ditas, isto é, puras e simples substituições, em uma posição, de unidades esgotadas, por outras indemnes, continuando-se por esse modo a assegurar a occupação do terreno conquistado até partir de novo ulteriormente para o ataque.
Em regra, só á noite se pratica esta operação.
Impõe-se prévio reconhecimento pelos quadros da unidade que vae substituir a outra, afim de estudar-se o dispositivo que será realizado; acontecerá muitas vezes no combate, por ter a nova unidade effectivo superior ou por se ter modificado a situação, que a operação não se reduza a simples substituição de uma unidade por outra da mesma categoria (companhia, por companhia, pelotão por pelotão, etc.)
Do pessoal dos quadros que tomou parte no reconhecimento, uns ficam logo na posição, onde continuam a estudar o terreno e a situação, outros vão buscar a tropa. A unidade rendida dará todavia, todos os guias indispensaveis a estas diversas operações.
As informações colhidas ácerca do inimigo e do terreno, bem como as ordens que se devem observar, serão cuidadosamente transmittidas aos quadros da unidade que vae tomar conta da posição. Convirá, em geral, que durante certo tempo alguns officiaes e graduados da unidade substituida permaneçam na posição, afim de prestarem todas as informações ás fracções encarregadas da substituição, maximé trantando-se de primeira linha. Esta precaução é essencial nas unidades de metralhadoras.
A coberto da noite, a unidade rendida vae para a retaguarda, a uma distancia que varia, naturalmente, conforme as missões de que será ulteriormente incumbida, e procede-se o mais rapidamente possivel á sua reconstituição.
261. A tropa que não poude attingir o objectivo que lhe foi marcado, aferra-se ao terreno, prompta para recomeçar o assalto, á primeira ordem ou por sua iniciativa desde que as circumstancias o permittam.
A' tropa que se vê momentaneamente immobilizada, por qualquer causa, cumpre ajudar a progressão das vizinhas, por todos os meios possiveis.
_________________
(14) Restabelece-se a ordem no dispositivo, tratando-se de reconstituir elementos disponiveis e de guarnecer a frente com o minimo de forças, dotando-a sobretudo da armas automaticas.
262. Emfim, a tropa que alcançou o ultimo objectivo que lhe foi indicado, si não tem de iniciar immeditamente a perseguição e si uma outra não lhe pessar adeante, manda sem demora fazer reconhecimentos Estes se fazem, caso seja necessario, a uma hora combinada ou a um signal dado, para realizal-os fôr preciso cessar o fogo de artilharia.
Os commandantes de unidades que os destacam devem consideral-os como verdadeiras vanguardas; de maneira que, si esses reconhcimentos mostrarem ser a occasião favoravel para desenvolver mais completamente o successo e passar á perseguição, deve-se aproveital-a immediatamente.
Na previsão desta eventualidade, os commandantes de unidade deverão, pois, ter á mão elementos proprios para actuar e darão sciencia á autoridade superior, para que esta possa intervir si apresentar-se occasião.
CAPITULO VII
PERSEGUIÇÃO
263. A perseguição «deve ser ininterrupta é tenaz.
Exige dos chefes e da tropa energia sempre tensa e extrema resistencia á fadiga».
«Trata-se não só de conservar o contacto contacto com o inimigo, mas de impellil-o sem demora, prival-o totalmente de qualquer repouso ou restabelecimento, e da possibilidade de se reformar e refazer».
E' na perseguição, com especialidade, que as unidades de infantaria, orientadas ácerca do objectivo que se trata de attingir, devem aproveitar todas as occasiões favoraveis para progredir resolutamente na direcção marcada, sem preoccupação de alinhamento. Como sempre haverá vazios entre as retarguardas inimigas, procurar-se-ha obter a decisão pela manobra contra os flancos ou pelos intervallos, evitando-se os assaltos frontaes, que podem acarretar perdas, sem resultados tão consideraveis.
A artilharia disponivel apoiará essas manobras, concetrando opportunamente, os fogos contra os centros de resistencia do inimigo.
As reservas serão resolutamente orientadas não para os pontos em que o inimigo resiste, mas para aquelles onde estiver cedendo ou para os que offereçam possibilidade á manobra.
Aproveitando o inimigo quasi sempre a noite para esquivar-se, é então que se deve ter mais cuidado em manter o contacto e levar o mais longe possivel os ligeiros.
Si o inimigo torna a fazer frente em posições que exijam o emprego de meios mais poderosos de ataque, o commando, em todos os escalões, assenta a repartição das unidades em largura e profundidade, assim como a organização do terreno, si tiver cabimento.
Tomam-se novas disposições para recomeçar os ataques, segundo os processos precedentemente descriptos.
264. A cavallaria entrará progressivamente em acção.
«A medida que se realizam os progressos, a infantaria aligeirará progressivamente as formações de m marcha e tomará maior profundidade. Da formação meio desenvolvida, para terreno variado, passará é columna de estrada, quando as informações de aeronautica e da cavallaria assignalarem o vazio na direcção seguida.».
CAPITULO VIII
PARTICULARIDADES RELATIVAS AOS COMBATES NOCTURNOS, COM NEVOEIRO, EM BOSQUES, NOS POVOADOS
265. Nestes casos particulares, a circumstancia caracterictica do combate é a difficuldade da artilharia apoiar a acção da infantaria. As duas infantarias contrarias abordando-se a curta distancia, rapidamente o combate toma o aspecto de assalto: o emprego da granada será frequente.
251. De maneira geral, aproveita-se a noite:
- para fazer no dispositivo a que se chegou no fim do dia as modificações necessarias, reconstituir as unidades o restabelecer as ligações;
- para atravessar as zonas cujo percurso seria difficil de dia;
- para receber á collocação dos dispositivos de ataque e assalto;
- para effectuar, eventualmente, substituições;
- para alargar e aprofundar a posição conquistada antes que o inimigo se organize. (Apoderar-se de um objectivo limitado e vantajoso ao ulterior desenvolvimento da acção, quer ao cahir da noite, afim de que o inimigo não tenha tempo de reorganizar-se, quer antes do amanhecer, como preludio da renovação dos ataques; retomar um ponto de apoio de que o inimigo se apoderou; executar uma incursão para fazer prisioneiros e colher informações, etc.).
«A noite não deve interromper o combate. As tropas nelle emprenhadas devem manter estreito contacto com o adversario, espreitar e assignalar seus movimentos, repellir todas as agressões e aproveitar quaesquer descuidos ou desfallecimentos afim de se acharem, ao amanhecer do dia seguinte, em situação mais favoravel para recomeçar os ataques.»
«Antes do escurecer tomam-se todas as medidas para garantir, durante a noite, a combinação da acção da artilharia da infantaria: ajustagem das barragens; medidas necessarias para fornecimento de patrulhas; disposições em caso de recúo inimigo, etc.».
Os ataques á noite devem ser conduzidos em andamento rapido, em silencio, adoptando-se dispositivos analogos ao do assalto, em regra sem fogos de infantaria, empregando-se algumas vezes a granada.
E' capital manter a direcção.
A surpreza é elemento essencial do bom exito «que depende, em grande parte dos cuidados da preparação, taes como reconhocimentos preliminares, balizamentos dos caminhos, escolha e indicação das direcções de ataque e dos pontos de reunião eventuaes, hora do ataque, signaes etc...»
Convém combinar signaes de reconhecimento para os reagrupamentos successivos no decurso do assalto.
Os diversos agrupamentos de ataque ligam-se por intermedio de destacamentos ligeiros ou patrulhas.
«Organiza-se rapidamente a posição conquistada para deter qualquer retorno offensivo.»
«As pequenas acções nocturnas podem ser confiadas somente á infantaria, seja quando se quer surprehender o inimigo, seja quando proveem da iniciativa dos executantes».
«A cooperação da artilharia em um ataque nocturno exige estudo preliminar muito bem cuidado».
266. Nas zonas cobertas de bosques, o combate tambem tem analogia com o que se passa á noite, em virtude de serem limitado as vistas.
Os grupos de combate de um escalão da testa marcham as mais das vezes desenvolvidos, quando o permite a natureza da vegetação. Póde ser conveniente fazel-os preceder á curta distancia por pequenas patrulhas encarregadas de dar signal do inimigo. Mas, em outros casos, as patrulhas podem ter o inconveniente de embaraçar o tiro dos primeiros grupos de combate. Seja como for, este se manteem em ligação com os grupos vizinhos, directamente pela vista ou por intermedio de patrulhas de ligação.
Os grupos dos escalões seguintes marcham atraz dos intervallos existentes entre os grupos da frente, precedidos de uma patrulha que observa os movimentos destes ultimos.
Realizando-se encontros quasi sempre a curta distancia, o ataque dentro do bosque executa-se rapidamente, afim de chegar-se á abordagem a bayoneta, ou mesmo a granada, a não ser que o adversario esteja protegido por defesas accessorias, cuja destruição requeira o emprego dos meios de fogo de que se dispõe.
267. «No decorrer do combate os povoados constituem excellentes pontos de apoio; todavia a acção da artilharia póde difficultar a espectiva occupação, sobretudo si não é possivel ahi encontro ou construir abrigos sufficientemente profundos e seguros».
Levando-se ainda em conta a difficuldade que tem a artilharia de apoiar a acção de sua infantaria no interior das localidades, chega-se á conclusão de que não convém empenhar ahi senão os effectivos indispensaveis: «o esforço principal far-se-ha nos flancos, de maneira que se possa determinar a quéda do ponto de apoio, desbordando-o». Deve-se esperar que da parte do adversario «haverá interesse em confiar a defesa das localidades e effectivos minimos reconhecidos necessarios» e que será «igualmente no exterior das localidades que, na maioria dos casos de combater em localidades devem ser especialmente municiadas com granadas de mão e fuzil.
PARTICULARIDADES DO COMBATE EM TERRENO MONTANHOSO
268. O desenvolvimento das acções em terreno montanhoso tem como principaes caracteristicos:
- a impossibilidade de se utilizarem todas as partes do terreno, algumas dellas sendo impraticaveis. Dahi a necessidade, nas approximações, de se marchar frequentemente em columnas por um; e a difficuldade de desenvolver frentes de combate continuas, a necessidade de prever e organizar de antemão a utilização de todas as zonas favoraveis aos ataques e de regular a concordancia e a convergencia de acção dos diversos agrupametos de ataque;
O valor que assume o terreno e a importancia que podem ter o prévio conhecimento delle e os minuciosos reconhecimentos;
- a lentidão dos movimentos da infantaria e o tempo que leva o desenvolvimento de uma acção, sobretudo si for necessario, para que caiam resistencias frontaes, fazer movimentos de fiance de larga envergadura ou tomar posse de pontos dominantes;
- a difficuldade de movimentar toda a artilharia que não pertencer ao typo de montanha e em particular, a pesada e a necessidade, no emprego da artilharia, de levar em conta os muitos angulos mortos, contra os quaes ella não póde actuar.
- as facilidades, em compensação, da combinação no tocante á infantaria do fogo e do movimento; sendo frequente poderem os elementos encarregados daquelle actuar até o ultimo momento, atirando sem perigo por cima das tropas amigas; e bem assim as faculdades de apoio reciproco pelo fogo, e algumas vezes se deparam ao agrupamentos de ataque separados por tractos impraticaveis do terreno;
- as dificuldades de funccionamento de certos meios do transmissão (estafetas, mensageiros, ás vezes o proprio telephone), em contraposição ás facilidades que os pontos dominantes offerecem á organização de rêdes opticas.
CAPITULO IX
DA DEFESA DE UMA FRENTE
269. A tropa de infantaria póde achar-se temporariamente em situação defensiva:
- quer em virtude de ordem do commando; e, neste caso, o commandante da tropa terá liberdade para regular as particularidades da defesa da respectiva frente, aproveitando da melhor fórma as condições do terreno e do emprego das armas (infantaria, artilharia), nos limites das ordens que tiver recebido;
- quer em virtude de uma contingencia imposta pelo desenvolvimento das operações; tropra ultrapassada pelo ataque e encarregada de assegurar a occupação do terreno conquistado; tropa que acaba de occupar um objectivo e não deve proseguir immediatamente para além delle; tropa que occupa uma parte defensiva em uma frente geral offensiva; tropa que não conseguiu apoderar-se de uma posição inimiga e aferra-se ao terreno, em immediato contacto, etc. Em tal caso, é preciso tirar partido da situação a que já se chegou no terreno, melhorando-o, «tendo em vista o cumprimento da missão e o jogo combinado das differentes armas.».
Seja qual fôr, porém, a frente escolhida « a missão dos combatentes é garantir-lhe a integridade a todo custo.». No combate «a infantaria só tem um dever: o de bater-se a fundo para defender o terreno occupado, conquistado ou reconquistado.
As missões especiaes de que podem ser incumbidos em alguns casos, em um dispositivo de conjunto, certos elementos de segurança, - e nas pequenas unidades, as patrulhas ou elementos avançados de um dispositivo de postos-avançados, de fórma alguma derogam esta regra geral e absoluta, da qual a infantaria dever estar inteiramente capacitada.
270. O dispositivo da tropa encarregada de defender uma frente, é, no conjunto, o mesmo que o da tropa na offensiva; entretanto.
- tendo a infantaria de implantar-se e abrigar-se no terreno, ganha com isso consideravel força de resistencia;
- a possibilidade, que se tem, de dispôr cuidadosamente os meios de fogo, para tirar delles o rendimento maximo, permitte crear na frente da tropa uma zona de fogos continua e poderosa.
Nessas condições, na defensiva poder-se-ha dar a uma tropa frentes muito mais extensas que na offensiva.
Dahi a concepção de que «a defensiva consiste em deter, em uma frente determinada, um inimigo superior, com um effectivo restricto, com o fito de empregar maiores forças na offensiva prescripta e preparada em outro logar».
Nunca se deve esquecer esta noção inicial no decurso das manobras, que constantemente terão de effectuar até as mais pequenas unidades de infantaria.
371. As regras geraes que presidem á organização da defesa das frentes são as seguintes:
-a organização do terreno é progressiva e deve-se proseguil-a «tanto quanto o permittam o tempo e os meios disponiveis»;
-a base da organização do dispositivo de defesa é o escalonamento das forças, pois, só assim póde o commando, pelo reforçamento eventual de certas zonas e pelos contra-ataques feitos por qualquer escalão, manter, a despeito do inimigo, a integridade da frente.
«A manobra defensiva repousa, como a offensiva na combinação das acções pelo fogo e pelo movimento, tendo as primeiras por fim quebrar o dispositivo inimigo, quer antes do ataque (contra-preparação com a aritilharia e os orgãos de fogo da infantaria), quer no momento em que elle se desencadeie (barragens, concentrações com a artilharia e os orgãos de fogo da infantaria)». Não se deve esquecer, porém, «que um dos melhores meios de assegurar a integridade de uma posição, é fazer abortar o ataque inimigo, antes que attinja as tropas de defesa, ou, no minimo, a posição principal escolhida».
As acções pelo movimento (contra-ataques) «teem por fim rechassar o adversario das partes da frente em que houver podido tomar pé».
O que se procura é:
- crear, além da frente, empregando nesta em primeiro escalão o minimo de meios de fogo, a zona poderosa e continua de fogos já mencionada;
- limitar eventualmente os progressos do inimigo mediante judiciosa disposição dos outros escalões e dos respectivos meios de fogo, de sorte que fique assegurada a repartição do terreno em compartimentos.
- manter disponivel, para os contra-ataques eventuaes, o maximo de tropas, com os orgãos de fogo necessarios ao apoio dessas acções.
Nesta repartição das forças e na respectiva collacação não se deve esquecer o seguinte:
- o melhor rendimento dos fuzis metralhadoras e das metralhadoras se obtem pelo franqueamento;
- o judicioso estudo do terreno e das possibilidades que elle offerece ao inimigo permittirá «conceber, a priori, a fórma da maior parte dos contra-ataques, a base de partida que lhes será dada e os effectivos que se teem de empenhar»;
- a regra geral para o emprego das forças é a «concentração de meios» que deve, constituir o fundamento das acções tanto pelo fogo, como pelo movimento. «E' regra fundamental que as acções defensivas jamais devem constituir uma dispersão de esforços e de meios»;
- as situações defensivas prestam-se a uma excellente organização da observação e das transmissões, mais que nunca necessarias, pois que, no curso do combate, as decisões se subordinam em grande parte á acção do inimigo.
272. Em uma situação defensiva de antemão prescripta e de longa duração, as zonas confiadas ás tropas de infantaria teem, em geral, as seguintes denominações:
sub-sector, para o Regimento;
quarteirão, para o Batalhão.
O conjunto de organizações formando um todo confiado uma pequena unidade (companhia ou pelotão) toma o nome de ponto de apoio; varios pontos de apoio formam um centro de resistencia (batalhão);
- As tropas a quem incumbe a guarda e defesa dessas organizações tomam o nome de guarnição de segurança, que, por sua vez, tambem teem apoios ou reforços destinados a reforças certas partes da frente, ou a limitar os progressos do inimigo; ou, ainda, a effectuar os contra-ataques parciaes.
- Os Commandantes de Batalhão, Coroneis e Generaes de Brigada guardam reservas á sua disposição, na previsão do contra-ataques.
- As tropas destacadas eventualmente para além da frente que se trata de defender, são chamadas, conforme as circumstancias, destacamentos de cobertura, postos avançados ou tropas de segurança. (15).
RETRAHIMENTO SYSTEMATICO
273. Em certos casos especiaes (destacamentos de cobertura, primeiros elementos de postos avançados, retaguardas, caso excepcional de manobra em retirada, etc.), deve-se prever a eventualidade de ter uma tropa de infantaria de retirar-se systematicamente, depois de resistir por tempo limitado em uma posição.
«O objectivo a attingir consiste em obrigar o inimigo, mediante o fogo, a marchar fóra das estradas e a effectuar o desenvolvimento; depois, quando elle tiver constituido a frente de engajamento, os elementos em contacto occuItam-se sob a protecção de um escalão, préviamente estabelecido, para irem organizar novo elemento de recúo.»
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(15) Vd. no Regulamento para o Serviço em Campanha as definições de todos estes termos.
O que se pretende é obrigar o inimigo a tomar disposições de combate desde muito longe, é dar-lhe a impressão de extensa frente, fortemente defendida e retrahir depois as forças, antes que se deixem aferrar.
As tropas de infantaria encarregadas de tal missão deverão, pois, receber, graude reforço de metralhadoras; a acção dessas tropas abrangerá largas frentes, e cumpre-lhes estar sempre attentas para annullar os movimentos contornantes. Em regra, começarão a retrahir-se muito a tempo, não só para não se deixarem apanhar pelas tropas de assalto, mas tambem para alcançarem uma cobertura ou dobras do terreno antes que o inimigo, coroando a posição, possa tomal-as sob fogo efficaz. Está no interesse dellas escolher posições que offereçam dilatados campos de tiro. As condições serão mais favoraveis quando o terreno á retaguarda for coberto ou movimentado, facilitando a retirada.
«De modo geral, o conjunto dos movimentos deve operar-se ao abrigo das vistas dos observatorios terrestres, e, tanto quanto possivel, das investigações aéreas.»
Ha casos, porém, em que certas tropas, encarregadas de missões deste genero, terão de sacrificar-se para assegurar o bom exito de uma manobra de conjunto (caso das retaguardas, por exemplo).
Em geral, a tropa que combate á curta distancia e precisa retrahir-se, terá de esperar que cáia a noite.
TITULO VII
Papel das differentes unidades no combate
CAPITULO I
A BRIGADA E O REGIMENTO
A Brigada
274. O papel essencial do commandante de Brigada é coordenar a acção dos diversos elementos da Brigada (regimentos, grupos de batalhões de caçadores, batlahões de caçapores), para a execução da manobra prescripta pelo commandante da Divisão.
Afim de fazer sentir sua acção no correr do combate, guarda á sua disposição, como reserva, os elementos necessarios: regimentos, batalhões (tirados eventualmente dos regimentos), companhias de metralhadoras (tiradas dos regimentos). Uma vez empregadas as reservas iniciaes, trata de reconstituir outras.
Em certos casos ser-lhe-ha necessario intervir no emprego da artilharia de apoio directo, no que concerne ás missões successivas dessa artilharia: terá, então, junto a si quer um destacamento de ligação, quer o commandante dessa artilharia de apoio, o que será frequente. Tambem póde ter á sua disposição artilharia de acompanhamento immediato.
O commandante de brigada limita-se ordinariamente a transmittir a ordem do commandante de Divisão, da qual receberá exemplares em numero sufficiente, additando-lhe as prescripções completares que julgar necessarias. Mas, em certos casos, terá de redigir uma ordem para a Brigada.
A Brigada, emfim, tal seja a manobra, póde constituir-se com tropas de todas as armas. O commandante de Brigada tem, neste caso, attribuições de commandante de Divisão.
O commandante de Brigada dirige o combate da Brigada tão perto quanto possivel; a mudança do respectivo posto de commando se fará em condições analogas ás que estão previstas para o coronel.
O Regimento (16).
275. O coronel dirige o combate do Regimento. Em principio, o seu posto de commando fica na altura das unidades que deixou disponiveis, proximo ao eixo de transmissão. E' preciso que das proximidades do ponto escolhido lhe seja possivel descortinar o terreno dos ataques: á medida que a progressão se vae fazendo, elle tambem muda o posto, levando comsigo primeiramente reduzido pessoal. O resto acompanhal-o-ha á distancia. No antigo posto, porém, fica quem delle tome conta. O mesmo se dá si o coronel vae ter com os commandantes de batalhões, afim de pessoalmente pôr-se em contacto com elles. Todavia, esta acção pessoal junto aos commandantes de batlahões em nada deve limitar-lhes a iniciativa de que gozam, uma vez que tenham sido assentadas as respectivas missões. Muitas vezes basta a audaciosa arremettida de um batalhão para desvencilhar as unidades vizinhas e provocar o desmantelamento de extensa frente.
Depois de lançado o ataque, limita-se o coronel a proporcionar todas as facilidades á tarefa dos seus subordinados e a coordenar-lhes os esforços. Não intervém directamente no combate sinão para organizar uma manobra em que tencione empenhar toda ou pare da sua reserva.
Dar aos seus batalhões o apoio de artilharia de que carecem, deve-lhe ser constante preocupação.
Disposições de ataque - Reserva
276. E' muito variavel o dispositivo de ataque.
Ordinariamente no ataque contra posição em que o adversario faz frente, terá o Regimento:
- quer dous batalhões em primeiro escalão e um em reserva;
- quer os tres batalhões uns atrás dos outros, escalonados conforme a idéa da manobra.
Reparte-se a companhia regimentar de metralhadoras de conformidade com as necessidades da manobra.
Salvo circumstancias excepcionaes, o coronel guarda sempre uma unidade á sua disposição, para empregal-a em occasião critica. Esta reserva é a sua arma pessoal; cumpre-lhe lançar mão de todos os meios de reconstituil-a; toda unidade que for ultrapassada e não se achar adstrita aos batalhões de primeiro escalão, será logo reconstituida e posta em reserva.
__________________
(16) Applicam-se estas disposições ao Commando de Grupo de Batalhões de Caçadores. As artilharias do Commandante de Batalhão de Caçadores que não faz parte de um grupo, participam das de Commandante de Regimento e de Batalhão incorporado.
Ordem de ataque
277. O coronel deve apreciar rapidamente a situação em conjunto e tomar promptas decisões. As ordens que der serão breves, mas conterão o essencial; é escusado repetir as indicações anteriormente dadas.
Applicam-se estas prescripções com especialidade ao decurso do combate.
A ordem inicial de ataque póde ser redigida com menos brevidade.
De maneira geral, eis os dados que conterá:
- missão da Divisão e da Brigada;
- missão do Regimento e das unidades vizinhas;
- idéa da manobra do Regimento;
- dispositivo de ataque (eventualmente: indicações para a collocação; linhas do terreno que serão successivamente attingidas);
- limites das zonas de acção do regimento e dos batalhões;
- missões de cada batalhão (e meios postos á disposição delles, si tiver cabimento (17), e respectivas bases de partida; destacamentos estabelecendo ligações entre os batalhões ou com os regimentos vizinhos (destacamentos fornecidos repartidamente, si conveniente, pelas unidades vizinhas; organização eventual do commando desses destacamentos);
- ponto de direcção afastado; direcção geral (pela bussola);
- objectivo inicial, objectivos successivos e objectivo final;
- papel de cada batalhão no objectivo final; aproveitamento do successo;
- convenções relativas aos lances que se devem fazer entre dous objectivos: duração das pausas previstas; convenções para recomeçar o movimento;
- passagem de escalão (si houver mistér) em tal objectivo, por tal batalhão:
- missão da companhia de metralhadoras pesadas. | agrupamentos (si forem necessarios) e diversas missões; |
repartições secções pelos batalhões e suas missões; | |
secções postas de reserva - papel eventual; logar do commandante de companhia. |
__________________
(17) Canhão de 37 ou morteiro Stokes de um batalhão reservado; secção de metralhadoras pesadas; carros blindados.
- missão da artilharia que apoia o regimento; eventualmente - horario da barragem rolante: linha de partida inicial, velocidade, paradas, deslocamento da barragem para outro ponto;
- bateria ou secções de acompanhamento immediato postas á disposição do regimento e eventualmente dos batalhões;
- medidas tomadas para protecção dos flancos (destacamento mixtos si for preciso); ligação com as unidades vizinhas; ligações interiores entre os batalhões;
- repartição e missão dos carros blindados;
- repartição e missões dos exploradores montados;
- missão da unidade de engenharia eventualmente posta á disposição do Regimento (18);
- funccionamento das ligações, - P. C. do Coronel, do General de Brigada, mudanças dos P. C. dos batalhões - eixo das transmissões - convenções para o balizamento da frente, - ligação com o avião de infantaria, - agentes de ligação destacados junto ás unidades subordinadas (officiaes, na medida do possivel, para as missões importantes);
- organização do terreno conquistado;
- organização do reabastecimento de munições e generos (19);
- organização do serviço de saude;
- medidas para a evacuação dos prisioneiros;
- uniforme, equipamento, e carga da tropa (alivial-a quanto possivel);
- generos que levará cada homem;
- estacionamentos successivos dos trens de combate, dos depositos de munição avançados da Divisão, do trem de estacionamento;
- si houver cabimento, hora do ataque (algumas vezes a hora é dada mais tarde) ou signal do ataque mediante as convenções proprias.
_________________
(18) Em principio, communicações e destruições.
(19) As unidades de reabastecimento devem ser commandadas com toda a energia. Procurar-se-ha levar os animaes e pequenas viaturas até o mais perto possivel das tropas. No emprego de armas de tiro muito rapido o remuniciamento tornar-se de necessidade vital.
O Coronel e os Commandantes de batalhão providenciarão para que o serviço de remuniciamento disponha dos effectivos necessarios, o Coronel quanto ao remuniciamento até aos Commandantes de batalhão e estes até aos Capitães. Muitas vezes será conveniente que o Capitão, por sua vez, constitua d'antemão, em seu proveito, um grupo de remuniciamento, com pessoal de todos os pelotões, o qual marchará ao seu alcance.
Logo que seja possivel, o Coronel providenciará afim de que se restabeleça o serviço normal de reabastecimento de generos pelos carros-cozinhas.
O Coronel póde lançar mão, para essas missões, de toda ou de parte da companhia regimental de deposito.
Para que não haja desvios na direcção seguida, é indispensavel, o uso constante da bussola (principalmente á noite, como tambem nos bosques ou quando ha nevoeiro).
COMBATE
278. Manobra - Nem por um instante o Coronel deve esquecer a capital importancia da manobra.
A idéa da manobra, baseada na missão, no terreno, nas informações ácerca do inimigo e principalmente no valor da organizações defensivas, que se têm de conquistar successivamente, deve ser communicada com clareza a todos os commandantes de unidades subordinadas, para que possam preceder com iniciativa, no sentido em que o deseja o Coronel.
279. Praticamente, a idéa da manobra traduz-se:
- pela repartição em largura e escalonamento em profundidade das unidades dispostas na frente de ataque. De dois batalhões, aquelle que tem á sua conta menor frente e, por consequencia, é o que está mais escalonado em profundidade, é tambem, normalmente, o que terá de produzir os mais consideraveis esforços;
- pela localização inicial, e escolha dos itinerarios anteriores das reservas, afim de approximal-as dos batalhões de primeiro escalão.
280. E' preciso que o Coronel se capacite de que conseguirá fazer avançar o regimento com a possivel brevidade e o minimo de perdas, na direcção geral que lhe for imposta:
- si o dispositivo tomado permittir-lhe atacar com a maior parte dos meios do fogo e de choque de que dispõe, a parte da psoição inimiga cuja posse offerece probabilidade de provocar ipso facto a evacuação das partes vizinhas (20);
- si mascarar, em geral, os pontos fortemente occupados (orlas de matos, povoados e immediações, pontos de apoio naturaes), paralysando-lhes a defesa com poderosos fogos de artilharia e infantaria e si contornal-os larga e ousadamente pelas alas;
- si insistir, por consequencia, nos pontos em que a progressão parecer mais facil (terreno mais propicio, menor risco de fogos de flanqueamento), para chegar mais depressa a uma região cuja posse pareça acarretar a quéda das resistencias vizinhas, nomeadamente, mediante acção de flanco, ou até, ameaça de envolvimento;
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(20) Cumpre-lhe não esquecer que nenhuma rigidez tem os limites de acção do regimento e dos batalhões, nem hesitar em fazer passar alguns elementos pelo sector de unidade vizinha, quer em auxilio della, quer para que logre bom exito a sua propria manobra (evitando, todavia, as agglomerações perigosas e fazendo-as reentrar o mais breve possivel nos limites fixados). No seu espirito haverá a idéa do esforço principal, mas todos os elementos empenhados na acção atacarão a fundo e sem segunda tenção; as expressões - esforço principal e esforço secundario não figurarão nas suas ordens.
- si, emfim, lançar no momento propicio as suas reservas em seguimento das unidades que progridem, em vez de empenhal-as contra as resistencias que não puderam ser vencidas, mas que cahirão por si mesmas si forem largamente contornadas.
Na perseguição, o coronel deixa que se desenvolva livremente a iniciativa dos subordinados, cumprindo-lhes trazel-o exactamente informado, e tomar todas as disposições para a protecção dos flancos, caso fiquem isolados.
281. Ligações e transmissões - O coronel informa-se da marcha do combate e da situação dos seus batalhões, por intermedio do agente de ligação que destacou para junto delles, o qual é, frequentemente, um official (21).
Para informar o commando, a artilharia e as unidades vizinhas, recorrerá o coronel a todos os meios de transmissão.
Das transmissões por T. S. F. e T. P. S., com especialidade, deve tirar todo o partido possivel, assim como, se opportuno, dos esclarecedores montados e cavalleiros postos á sua disposição. Em todos os casos tira todo o proveito do «destacamento de ligação da artilharia».
282. Artilharia - A intima cooperação da infantaria e artilharia é um factor consideravel de successo. Deve o coronel applicar-se em obtel-a; tudo se deve pôr em pratica afim de que ella subsista, ainda quando a infantaria não mais está sendo apoiada pelos fogos do grosso da artilharia divisionaria (em virtude da mudança de posição de certos elementos desta ultima).
Os commandantes da artilharia (agrupamento, regimento, grupo) mantêm-se em estreitas relações com a infantaria que opera em suas zonas normaes de acção. Na medida do possivel, os commandantes de artilharia têm os seus P. C., proximos dos P. C. dos commandantes de infantaria que ella apoia. Todavia, a artilharia enviará para junto da infantaria destacamentos de ligação, compostos, instruidos e apetrechados para esse fim.
Quando o coronel tem ás suas ordens uma fracção de artilharia (baterias ou secções) destinada a acompanhar immediatamente a infantaria (22), emprega-a contra as ilhotas de resistencia que seja preciso destruir ou neutralizar, contra os observatorios cuja inutilização se torna necessaria, contra os engenhos e até baterias proximas que se tem de destruir, e os carros blindados que cumpre deter sem tardança.
A artilharia de acompanhamento immediato utiliza o terreno da melhor fórma que puder e, si for preciso, desloca-se a descoberto.
Em principio, o respectivo Commandante marcha junto ao de infantaria, sob as ordens de quem se acha directamente collocado, e não o deixa sinão para melhor cumprir as missões que lhe forem confiadas. Mantem-se constantemente ao corrente do combate, e, em caso de necessidade, procede por sua propria iniciativa contra tudo que detenha ou estorve a marcha da infantaria.
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(21) Tirado, si fôr preciso, de uma companhia.
(22) Artilharia de montanha, nomeadamente.
Si acontecer faltarem parellas ou cargueiros, recorre ao auxilio da infantaria que, de sua parte, deve ajudal-o nesse sentido sempre que as circumstancias o permittirem. A artilharia de acompanhamento recebe missões e, em principio, a indicação do sitio que vae occupar (zona cuja escolha é ditada pela necessidade de boa observação); seu commandante escolhe posições de bateria, secções ou peças e resolve que especies de tiro serão empregadas.
283. Em summa, no combate offensivo, o papel do Coronel cifra-se no seguinte:
- planejar a sua manobra;
- determinar o dispositivo de ataque do regimento;
- especificar a missão dos batalhões e pôr á disposição delles todos os meios necessarios; assegurar-lhes o apoio da artilharia; reabastecel-os;
- assegurar as ligações;
- velar pelo bom funccionamento das transmissões;
- cobrir os flancos da sua unidade;
- guardar uma tropa disponivel ou reconstituil-a;
- aproveitar rapidamente qualquer exito tactico.
O exito será completo, si elle soube:
- preparal-o technicamente, instruindo a tropa que lhe foi confiada;
- preparal-o moralmente, incutindo na alma do regimento a fé inabalavel nos destinos da Patria, o espirito de sacrificio e indomavel energia.
Defesa do terreno
284. Si em virtude de ordem do Commando, ou em consequencia de ter sobrevindo uma pausa no correr da execução do combate, a missão do regimento é defender certa frente, quer se trate da que foi designada por ordem superior, quer do terreno conquistado no decurso da acção, - o Coronel determina a linha de resistencia em que se terá de combater encarniçadamente para assegurar-lhe a integridade, e reparte em seguida as suas unidades em largura e profundidade.
O que é preciso é crear, na frente da linha principal de resistencia, uma barreira de fogos, tão densa quanto possivel; fogos de armas automaticas flanqueando-se reciprocamente; fogos defensivos de artilharia; fogos á grande distancia, de metralhadoras e artilharia. Trata-se, tambem, de assegurar poderoso e garantido jogo de contra-ataques de toda a especie.
Reparte-se assim a frente que se vae defender em um ou dous centros de resistencia, confiados á guarda de um batalhão e cada batalhão assegura a posse da linha de resistencia com os seus recursos de fogo e de contra-ataque; mas o Coronel põe de reserva, á sua disposição, pelo menos o terceiro batalhão. Compete-lhe ainda regular o papel da companhia de metralhadoras pesadas, nomeadamente no sentido de obter uma especie de repartição do terreno em compartimentos, cujo fim é deter os progressos do inimigo e facilitar os contra-ataques; algumas vezes terá de agrupar os petrechos de acompanhamento e especialmente, os morteiros afim de melhor assegurar as barragens.
Elementos de segurança cobrem o conjunto do dispositivo: patrulhas ou elementos avançados, constituindo verdadeiros postos avançados. Dedicar-se-ha especial vigilancia ás ligações lateraes, assim como á guarda dos flancos.
A maneira de proceder em caso de ataque será perfeitamente regulada, maximé no que concerne aos tiros de contra-preparação da infantaria e artilharia, e aos tiros propriamente defensivos, que serão regulados de conformidade com a acção dos elementos dos postos avançados. Neste sentido, ás ligações com a artilharia deve-se dedicar especial attenção.
285. A ordem do Coronel para a defesa de uma frente deverá, pois, analogamente á de um combate offensivo, dar a saber:
- missão da Divisão e da Brigada (de modo geral);
- missão do Regimento e unidades vizinhas, limite do sub-sector;
- dispositivo de defesa, missão de cada batalhão, limites dos quarteirões - Batalhão ou batalhões de reserva; - linha de resistencia, linha de vigilancia (si tiver cabimento);
- protecção dos flancos e ligações lateraes;
- missões da companhia de metralhadoras pesadas: agrupamentos (si for preciso) e missões a distancias; missões de barragens interiores ou nos flancos; repartição de secções pelos batalhões, respectivas missões;
- missão (si tiver cabimento) dos petrechos de acompanhamento;
- missão da artilharia de apoio directo (acções distantes, barragens defensivas, convenções e signaes);
- missão (si tiver cabimento) da artilharia de acompanhamento immediato;
- maneira de proceder em caso de ataque (retrahimento eventual dos elementos de vigilancia, reforçamentos, previstos, contra-ataques);
- funccionamento das ligações; papel eventual dos esclarecedores montados;
- localização dos postos de commando (Brigada, Regimento, Companhia de metralhadoras, etc.);
- organização defensiva do terreno: ordem de urgencia dos trabalhos, recursos fornecidos, etc.;
- eventualmente missões das unidades de engenharia postas á disposição do Regimento;
- organização do reabastecimento de munições e material;
- organização do serviço de saude; postos de soccorro;
- evacuações;
- alimentação;
- pontos de estacionamento dos trens de combate e depositos de munições que serão creados, etc., trens de estacionamento.
CAPITULO II
O BATALHÃO
286. O Batalhão é a menor unidade tactica, isto é, nas combinações do Commando é a menor unidade base. Dahi permanecer o Batalhão geralmente reunido sob as ordens do respectivo Commandante. O combate de infantaria, com effeito, é geralmente desempenhado por batalhões: por isso mesmo, o estudo desta unidade é propositalmente tratado com muito minudencia.
FORMAÇÕES
287. Formação de approximação - A formação de approximação mais usual é a columna dupla, ou o lozango, guardando as companhias distancias e intervallos variaveis.
Havendo duas companhias em primeiro escalão, o Commandante de Batalhão póde dispor as outras duas á mesma altura, ou successivamente (atras da frente do Batalhão ou excedendo-a mais ou menos para uma ala), conforme a idéa da manobra ou o risco que correr um dos flancos.
O pelotão de metralhadoras e os petrechos de acompanhamento do Batalhão avançam na maioria dos casos com o segundo escalão, ou em seguimento delle; algumas vezes com o terceiro; póde tambem convir destacar uma secção de metralhadoras para junto de uma companhia do primeiro escalão ou para um flanco.
Em terreno livre onde a vista se espraia largamente, o batalhão estende-se em um espaço que póde ter mais de 1.000 até 1.500 metros de largura e 1.500 a 2.000 de profundidade; bastando que os intervallos das fracções (inclusive os que as separam dos batalhões vizinhos) possam ser sempre bem batidos pelo fogo (fogos cruzados, tanto quando possivel).
O logar do Commandante do batalhão é á frente do dispositivo, até antes de emprehender-se nitidamente o ataque; passará depois para junto da reserva. A ligação com o Coronel deve ser, em todas as circumstancias, constantemente mantida.
O batalhão que marcha como ponta de amplo dispositivo tem, ás mais das vezes, os flancos protegidos por escalões mais á retaguarda, o que não o dispensa de guardar-se por conta propria. Em particular, desse cuidado podem incumbir-se mais especialmente as secções de metralhadoras leves. Todavia, patrulhas mais ou menos numerosas, conforme as coberturas do terreno, cobrem-lhe a frente; taes patrulhas desapparecem desde que a sua presença estorve a acção pelo fogo.
O commandante do batalhão faz no dispositivo de approximação as modificações successivas impostas, de uma parte, pela necessidade de utilizar as passagens, e de outra parte, pela necessidade de reduzir ao minimo as perdas; á medida que se vae encurtando a distancia do inimigo, em cada companhia do primeiro escalão a formação se converte em formação de ataque, isto é, em uma formação que permitta responder ao fogo adverso com fogo offensivo, capaz de produzir as necessarias neutralizações (23).
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(23) A «formação de combate» varia desde o abandono da «formação de approximação», destinada a subtrahir quanto possivel a tropa aos effeitos do fogo inimigo (ainda pouco molesto), até á «formação de assalto», em que a tropa emprega a maxima potencia de fogo, para annullar a do inimigo que, de outro modo, ameaçaria deter o movimento - formação esta que não é mais que um dos aspectos da «de ataque».
O Commandante do batalhão vae mettendo pouco a pouco no primeiro escalão o numero de companhias necessarias, reparte opportunamente o pelotão de metralhadoras, diminue a profundidade da formação do batalhão, utiliza-se da melhor fórma dos petrechos de acompanhamento.
E' preciso que no momento em que interveem os fogos da infantaria inimiga (nomeadamente metralhadoras, que á artilharia não conseguiu destruir ou desorientar), o batalhão adquira logo superioridade de fogo e a mantenha até o assalto, mediante reforçamento do primeiro escalão, ou contracções da frente; mas sem que se transgrida o limite compativel com a disseminação imposta actualmente pela efficacia do fogo inimigo.
Quando o batalhão passa, ao ataque, e a fortiori quando passa ao assalto, devem ser mantidas sob fogo poderoso e continuo não só a frente que se vão atacar, como tambem as partes da frente adversa cuja acção pareça attingil-o; principalmente os fogos das metralhadoras leves do batalhão e das pesadas, que, por ventura, hajam sido postas á sua disposição, devem convergir para esse objectivos.
Os petrechos de acompanhamento e os morteiros Stockes, com especialidade, devem poder executar verdadeiras preparações locaes do ataque.
288. Formação de combate - A formação de combate de cada companhia vae esboçada mais adiante (capitulo da companhia).
A disposição das companhias para o ataque subordina-se á manobra que o batalhão vae executar. Este, em todas as circumstancias, fica escalonado em profundidade (24).
A frente de ataque é variavel. No ataque das posições organizadas é de 400 a 500 metros, podendo ir ao dobro, algumas vezes ao triplo, em terreno livre; mas, neste caso, como bem se póde perceber, o batalhão não actuará energicamente sinão em uma parte de tal frente.
O pelotão de metralhadoras, mais ou menos repartido, apoia o movimento com toda a potencia do fogo. O mesmo fazem os petrechos de acompanhamento.
As companhias do segundo escalão e do terceiro (estas ultimas mais particularmente como reserva) seguem o movimento das do primeiro, na direcção indicada tendo o maximo cuidado de se não misturarem com estas. As companhias do segundo escalão, durante o tempo em que se não tiverem ainda empenhado, devem amparar os flancos do primeiro escalão dos riscos que correm, principalmente si o batalhão estiver na situação de flexa ou achar-se separado dos visinhos por grandes intervallos.
289. Ao sahir em conjunto de uma base de partida, geralmente põe o commandante do batalhão duas companhias em primeiro escalão e duas em segundo, e, eventualmente, uma em segundo e outra em terceiro. A missão tactica determina o logar das secções de metralhadoras e dos petrechos do batalhão.
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(24) O pessoal que acompanha os commandantes de unidades e, principalmente, os dos batalhões, adopta para progredir as mesmas formações das fracções que o enquandram, de maneira a não attrahir a attenção nem o fogo do inimigo.
A distancia entre as companhias do primeiro escalão e as (ou a) do segundo é ordinariamente de 400 a 600 metros.
A progressão destas se faz:
- quer á retaguarda do centro do dispositivo do conjunto das companhias de primeiro escalão;
- quer em situação excentrica, deslocadas para um dos flancos do batalhão, em virtude de motivos varios (commodidade do movimento, batalhão de ala da Divisão, manobra por um ponto fraco da linha inimiga, etc.)
A companhia de reserva, si o commandante do batalhão guardal-a até o ultimo momento, avança na esteira do conjunto do dispositivo, por lances successivos.
ORDEM DE ATAQUE
290. A ordem mais completa de ataque do batalhão conterá as seguintes indicações essenciaes:
- missão do regimento e do batalhão - designação das unidades que enquadrarão o batalhão.
- idéa da manobra do commandante do batalhão;
- dispositivo do ataque - eventualmente: indicações para a tomada de logares;
- limites da zona de acção;
- ponto de direcção afastado; direcção pela bussola;
- objectivos successivos: maneira de proceder no objectivo final; aproveitamento do bom exito;
- missão de cada companhia;
- missão do pelotão de metralhadoras; dos canhões leves e morteiros de acompanhamento, das secções de metralhadoras de regimento postas á disposição do batalhão;
- missão dos carros blindados (si tiver cabimento);
- missão da artilharia de apoio ou de acompanhamento;
- horario da barragem rolante (eventualmente), linha de partida, velocidades, paradas, deslocamento da barragem por outro ponto;
- medidas tomadas para protecção dos flancos;
- ligações - signaes de fogo de artificio - balizamento da frente - ligação com o avião de infantaria - agentes de ligação do commandante do batalhão destacados junto ás companhias (sargentos escolhidos, tirados das companhias si for preciso; ás vezes officiaes;
- logar inicial do commandante do batalhão: P. C. do Coronel; deslocamentos previstos;
- organização do terreno conquistado;
- organização dos diversos reabastecimentos; trens de combate;
- postos de soccorro;
- hora ou signal do ataque e convenções a respeito;
- emfim, todas e quaesquer indicações dadas pelo coronel, pelo miudo, si for preciso.
Em principio, as ordens do commandante do batalhão são dadas por escripto e dictadas aos agentes de ligação das companhias.
Logo que seja possivel toda ordem, verbal é confirmada por escripto.
As ordens do commandante do batalhão, no decurso do combate, devem ser ao mesmo tempo claras e concisas e jamais constituirão motivo de demora no aproveitamento de um feito.
APPROXIMAÇÃO (25)
291. Nos periodos de approximação ao alcance do canhão inimigo, mas não do fogo de infantaria, o batalhão vae progredindo para as linhas successivas que tem de attingir ou na direcção marcada, através da zona de marcha que lhe foi fixada e sempre adaptando ao terreno a tamente as passagens favoraveis (corredores, cobertas) (26) os intervallos são reduzidos ou adopta-se a formação em columna; augmentam-se as distancias e intevallo na passagem de cristas e zonas expostas ás visita de observatorios inimigos, que se não podem contornar. Algumas vezes, transpor as linhas perigosas de surpreza e por companhias inteiras, será, melhor do que fazel-o por fracções. As unidades que vão passando succescivamente terão cuidado de não surgir das cobertas sempre nos mesmos pontos. Evitam-se as zonas batidas pela artilharia inimiga, que logo se percebem si a observação é feita com alguma, attenção. Reconhecem-se cuidadosamente, os itinerarios.
Tomam-se todas as precauções contra a investigação aerea, o bombardeio e o tiro dos aviões inimigos (27).
292. Quer a cavallaria os preceda ou não, os commandantes de batalhão do primeiro escalão ou da vanguarda, conforme as investigações que tiverem do inimigo ou conforme o terreno, constituirão ou uma pequena vanguarda por companhia do primeiro escalão, ou uma de batalhão (em geral uma companhia), destacada a distancia variavel (500 a 1.000 metros).
Repartem-se a tempo as metralhadoras, para apoiarem os batalhões desde o encontro com o inimigo; determina-se tambem o logar dos canhões leves e morteiros de acompanhamento. A cobertura dos flancos será objecto de attenção especial, como tambem as ligações. As ligações com a artilharia assumem importancia especial.
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(25) Applicam-se igualmente ao aproveitamento do successo as observações relativas á approximação.
(26) Todavia, os corredores são ás vezes passagens perigosas em consequencia dos bombardeios.
(27) Buscar passagens ensombradas, cortaduras e linhas sombrias do terreno. Formações tenues, ordenadas a tempo. Immobilidade á passagem dos aviões, designação de metralhadoras anti-aereas, promptas a abrir fogo no minimo de tempo.
Comprehende-se que as precauções tomadas em qualquer marcha de approximação jamais devem fazer esquecer a missão recebida. Algumas vezes serão preteridas por outras exigencias, como, por exemplo, a necessidade de marchar tão rapidamente quanto possivel, etc., muito especialmente na perseguição. E' questão de discernimento e espirito de relance de commandante.
293. Os elementos avançados manteem ou retomam o contacto e procuram repelir as primeiras francções inimigas (de postos avançados ou retaguarda, e mesmo de vangarda, no combate de encontro).
Si o inimigo resistir, fixa-o o commandante do batalhão com o fogo e, sem deixar de ir tentando progredir de frente, engendra uma manobra com a reserva que guardou á sua disposição. Si as informações colhidas indicam que tal reserva é insufficiente, uma manobra do regimento, com o objectivo de fazer cahir a resistencia, ladeando-a, completa a pressão que o batalhão faz pela frente. Si a frente que o inimigo apresenta é continua e, solida concerta-se o ataque contra ella.
DESENVOLVIMENTO DO COMBATE
294. O commandante do batalhão mantem-se ao corrente da marcha do combate e da situação das suas unidades, pelos agentes de ligação que deixou junto dellas.
Conserva a ligação com os carros blindados (si for o caso) e, eventualmente, como a artilharia posta á sua disposição.
Utiliza-se de todos os meios de transmissão, afim de informar o coronel, o coronel, o commandante da artilharia incumbido de apoial-o e os batalhões visinhos.
Procura descortinar o seu terreno da ataque e conhecer a todo o momento a situação exacta e as necessidades das companhias do primeiro escalão, bem com a natureza das difficuldades que se lhes deparam.
Ao coronel e á artilharia de apoio (ou de acompanhamento), traz ao corrente da marcha do combate e, nomeadamente, da linha que os elementos avançados tenham attingido.
Vela com especial cuidado pelo funccionamento dos signaes convencionaes, com a artilharia (alongamento ou cessação do tiro), uma parte, e doutra parte com o avião de infantaria.
Prevê os possiveis contra-ataques. Sua reserva suas metralhadoras disponiveis e petrechos de acompanhamento, devem estar promptos á primeira voz, e até espontaneamente, para intervir nas direcções ameaçadas..
295. Si a situação do batalhão é a de ponta ou si elle estiver separado dos batalhões visinhos por grandes intervallos, cobrem-lhe os flancos escalões apoiados por metralhadoras, cuja missão é:
a) varrer o intervallo entre o batalhão e o batalhão visinho;
b) proteger o flanco do batalhão, caso o batalhão visinho seja detido em sua marcha;
c) tomar de escarpa ou de enfiada os orgãos de defesa que se opponham ao movimento do batalhão vozinho retardado.
Taes destacamentos que marcham em principio pelo limite de separação entre os dous batalhões, como escalões retahidos, muitas vezes serão constituidos por tropas de dous batalhões vizinhos (em virtude de ordem do Coronel).
Serão mais importantes entre duas grandes unidades (Divisões) e escalonar-se-hão em profundidade a partir do primeiro escalão.
296. O Commandante do batalhão ainda durante a phase do assalto, em que a sua unidade se acha bem apoiada pela artilharia, estará sempre preparado para ordenar outra manobra que a ordem inicial não haja previsto. Deve-se contar, com effeito, que, em certos pontos, fortes reacções adversarias impeçam o desenvolvimento do ataque, de conformidade com os horarios estabelecidos. Mas é principalmente a partir do momento em que a artilharia de campanha, no limite do alcance, começa a deslocar-se por escalões, que o commandante do batalhão deve usar de iniciativa e combinar o fogo e o movimento para neutralizar e passar além das necessidades do inimigo (especialmente ninhos de metralhadoras), ladeando-as.
Em tal caso, o tiro dos petrechos de batalhão (28) (nomeadamente metralhadoras), concentrado sobre as ilhetas de resistencia, assumirá o caracter de verdadeira preparação. O que cumpre fazer é reforçar a acção das armas automaticas leves por todos os meios, para anniquilar o inimigo ou, pelo menos, paralysal-o, afim de que possam os grupos de combate, utilizando os desenfiamentos e coberturas mais favoraveis, continuar a progressão pelos flancos da resistencia que se lhes deparou. As unidades seguintes reduzirão a ilheta que as outras deixaram para tráz.
297. Si a manobra pela ala não se puder desenvolver, impõe-se a abordagem.
No momento do asalto os petrechos de batalhão cessam o fogo - a uma hora convencionada ou a um dado signal.
Mediante attenta observação, o pessoal desses petrechos, deve, aliás, poder cessar o fogo no momento devido, ainda mesmo que a infantaria, por julgar o inimigo sufficientemente abalado, avance para o assalto sem mais delongas.
A reducção das ilhotas de resistencia deixadas para traz incumbe á reserva do batalhão ou ás unidades subordinadas ás autoridades superiores e effectua-se segundo os mesmos principios.
As baterias envolvidas são destroçadas sem dilação.
E' claro que o apoio da artilharia será sempre de poderoso effeito e que um dos primeiros cuidados do commandante do batalhão será o de mandar a artilharia, encarregada de apoial-o, actuar rapidamente contra as resistencias com que o batalhão depara (29).
Os carros combinam intimamente sua acção com a de infantaria. Quebrada a resistencia, até o encontro de uma outra, os carros seguem ou precedem a progressão da infantaria, conforme as ordens do commandante do batalhão.
298. O commandante do batalhão ordena o engajamento das companhias do segundo escalão e da reserva.
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(28) Eventualmente reforçados por metralhadoras de regimento e petrechos de acompanhamento tirados de outros batalhões.
(29) Si o commandante do batalhão, excepcionalmente, tem, immediatamente ás ordens, pequena unidade de artilharia, emprega-a, de accôrdo com os principios acima estabelecidos.
- si por necessario, como reforço do primeiro escalão, para augmentar-lhe a capacidade de fogo e assegurar dessa maneira a continuidade do movimento para a frente.
- de frente por prolongamento ou escalonamento para um flanco, com o fim de ladear um obstaculo ou repellir um contra-ataque.
Cumpre-lhe velar muito especialmente afim de evitar que taes companhias, maxime a de reserva, se juntem ao primeiro escalão, o que se deve impedir, sobretudo, si a linha de combate estiver francamente detida deante de um ponto de apoio fortemente organizado.
Neste caso o reforçamento só produz augmento de perdas e absorpção de forças que teriam mais util emprego quer em manobra de flanco ou de cerco, quer em um contra-ataque.
A' partida essas companhias são orientadas para os pontos onde se deve fazer o esforço principal. Indicações a tal respeito tiram-se do terreno e das informações acerca do inimigo. Todavia, somente a marcha do combate esclarecerá em definitiva acerca do emprego que convém fazer dessas companhias, em particular da que foi posta em reserva. Em principio, ellas serão encaminhadas para os pontos em que a progressão se faz mais facilmente, afim de ampliar-se rapidamente o successo que desponta.
O commandante de batalhão, que tiver empenhado sua reserva, deve fazer tudo para reconstituil-a no mais breve prazo. Qualquer unidade que fica para traz, qualquer destacamento cuja razão de ser não subiste mais, deve ser chamado para constituir a reserva.
OCCUPAÇÃO DO TERRENO CONQUISTADO
299. Attingidos pelas tropas de ataque seus objectivos definitivos ou sendo ellas obrigadas a deter-se deante de uma linha de defesa continua, o commandante do batalhão dá as ordens para a organização da posição, depois do reconhecimento da linha avançada inimiga.
Dispõe em profundidade todos os seus meios de acção e na linha attingida, si tiver cabimento, não deixa mais que elementos ligeiros encarregados de dar alerta ás companhias e provocar a primeira desarticulação de qualquer ataque eventual.
Conforme o que se descobriu do terreno que se tem de bater, a mesma área será occupada por maior ou menor numero de grupos de combate, de onde se conclue que a frete que será marcada para cada companhia se deduz da conformação do terreno.
Cada companhia sitúa, então, os respectivos grupos de combate de sorte que possam cruzar os fogos nos intervallos que os separam (flanqueamento reciproco) e que os grupos de segundo (terceiro, etc.), escalão possam bater os intervaIlos dos de primeiro (segundo, etc.), escalão, no intuito de parar as tentativas inimigas de infiltração.
Com mais vagar e depois de reconhecimentos mais meticuloso, revelando-se melhor as propriedades do terreno, o dispositivo será reconstituido com a mira de economizar o maior numero possivel de grupos de combate além do escalão de resistencia do batalhão, o qual será dest'darte estabelecido para defender a linha de resistencia. Permittirá a economia assim feita trazer para esse escalão de resistencia a maior parte das forças do batalhão, si houver necessidade ou augmentar a profundidade do dispositivo.
Enterram-se no chão os grupos de combate logo que fôr possivel; utilizam todas as organizações naturaes ou artificiaes desenfiadas das vistas terrestres e aereas; cercam-se de defesas accessorias (rêdes baixas) (30).
Fazem-se depois parallelas e ramaes, que devem ser desviados das posições onde se acham os grupos de combate, com os quaes se communicam por meio de sapas cobertas e muito bem disfarçadas (31).
O commandante do batalhão emprega as metralhadoras de maneira que assegurem flanqueamento efficaz até o bom alcance do tiro directo, e possam bater os corredores, favoraveis á progressão de elementos inimigos que procurem insinuar-se no dispositivo do batalhão, particular mente nos flancos. As unidades de contra-ataque são dispostas de fórma que intervenham immediatamente, sem prévia manobra, e á uma simples indicação. Em cada hypothese, o mecanismo da execução do contra-ataque constitue, quanto possivel, objecto de prévia repetição.
300. O principal meio de defesa da infantaria consiste no fogo. Contra inimigo que ataca, a acção da infantaria consiste a principio na utilização do terreno para furtar-se ás vistas e no emprego de todos os seus meios de fogo, até mesmo preventivamente, e a grande distancia, desde que se delinem os prodromos do ataque.
Nos batalhões do primeiro escalão as unidades de contra-ataque eventual são, pois, como as outras, dispostas em grupos de combate. Si o inimigo chegar até ellas, abrem o fogo e passam immediatamente á execução do contra-ataque previsto, pelo choque, afim de que a situação se restabeleça completamente.
301. Na guerra de movimento, em que as defesas accesorias nunca são muito completas, não se deve procurar systematicamente posições de contra-vertente; neste caso, é preciso, em primeiro logar, procurar campos de tiro extensos.
Convém, em regra, occupar muito francamente os pontos que se destacam nitidamente e attrahem o bombardeio (casas de fazendas, construcções, arvoredos, etc.), o seu accesso deve ser interdicto mediante defesa principalmente exterior.
302. O comandante do batalhão põe-se em ligação com o da artilharia afim de que esta ajuste os tiros, nomeadamente os das barragens eventuaes, com perfeito conhecimento da frente que o batalhão occupa.
Despacha os reconhecimentos necessarios á determinação dos pontos que o inimigo occupa, á averiguação, si possivel, das zonas de menor resistencia, e, em todo o caso, para conservar o contacto.
Deve estar prompto para recomeçar o ataque si a defesa enfraquecer, ou si receber ordem.
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(30) Logo que seja possivel trazer o material necessario.
(31) No caso de estada prolongada.
PARTICULARIDADES RELATIVAS AOS BATALHÕES, POSTOS DE RESERVA (DE SEGUNDO E TERCEIRO ESCALÃO)
303. Um batalhão reservado toma mais especialmente o nome de batalhão de segundo escalão, quando deve acompanhar o movimento dos batalhões de primeiro, cujos flancos deve cobrir, particularmente com metralhadoras.
A sua progressão faz-se em formação de approximação, de conformidade com as ordens recebidas.
304. Ao irromper de uma base de partida do assalto, o batalhão de segundo escalão, si fôr preciso, cerca de perto os batalhões de primeiro, de maneira a distancia média prescripta.
305. O batalhão que tiver de effectuar uma passagem de linha (32), toma a formação ordenada, á rectaguarda do batalhão que deve ultrapassar.
No momento em que os elementos da testa estão a attingir os elementos avançados do batalhão que se trata de ultrapassar, o Commandante faz os signaes convencionados; o batalhão avança, de conformidade com a ordem dada antes do ataque.
A passagem de escalão cria um momento critico, durante o qual a densidade do primeiro escalão de ataque augmenta além do necessario. Deve-se , por isso, reduzir ao minimo a duração desse momento; a operação ha de ser regulada de tal maneira que a passagem se effectue á hora prevista para a prosecução da progressão offensiva.
O batalhão deixado para traz, passa para a reserva (segundo ou terceiro escalão).
306. Na tomada de contacto ou na perseguição, o batalhão reservado segue o movimento, amplamente articulado em profundidade e largura. Progride em formação de approximação, por largos lances, para concentrar-se mais os terrenos onde nada póde revelar sua presença.
307. O papel de um batalhão reservado é variavel:
- ora será designado, todo elle ou uma parte (geralmente uma parte), para reforçar o primeiro escalão, detido pelo fogo inimigo, ou em consequencia de perdas (33); neste caso terá na maioria das vezes de fornecer uma ou varias reservas aos batalhões do primeiro escalão;
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(32) Ou de escalão.
(33) O jogo dos reforços, no combate, effectua-se da retaguarda para a frente, á ordem dos commandantes interessados, mas de maneira quasi automatica.
O fim com que se reforça é dar ao primeiro escalão de fogo a potencia necessaria e sufficiente para neutralizar até ao limite maximo o fogo do defensor e permitir assim o movimento para a frente até ao objetivo.
Ora, os elementos avançados podem julgar-se detidos quer em virtude de inferioridade numerica e insufficiencia de fogos, quer por terem soffrido perdas que autorizem identica conclusão.
E' então que os capitães encaminham, para se intercalarem nos vãos dos elementos avançados, os grupos de combate que seguem mais atraz e restabelecem assim a potencia de fogo maxima - evitando, porém, ir além de uma densidade que só redundaria em augmentar os riscos de perdas, sem compensação effectiva. Os capitães, porém, ficam dahi por diante desprevenidos de meios para levarem a effeito nova operação a mesma natureza.
- ora receberá ordem de prolongar os batalhões do primeiro escalão detidos diante de resistencia inimiga, embora tenham conservado toda a potencia de necessaria; neste caso, com effeito, de nada serviria augmentar a densidade do primeiro escalão, sendo preferivel a manobra de ladeamento da resistencia inimiga; o batalhão progride e ataca de conformidade com as indicações dadas para um batalhão de primeiro escalão;
- ora o batalhão terá de escalonar-se para o flanco exterior do primeiro escalão, afim de sustar e repellir um contra-ataque eventual do adversario;
- ora deverá escalonar-se para effectuar uma passagem de escalões e tomar a sim o ataque que um batalhão de primeiro escalão não póde mais levar o cabo.
Todas esta eventualidades devem ser ponderadas e, por consequencia, todas as disposições e reconhecimentos devem ser previstas ou feitos, afim de que a execução sobrevenha sem perda de tempo, si acontecer realizar-se, qualquer dellas.
308. Em regra, um batalhão de brigada ou de divisão, substituem, si for preciso, os que são reserva de regimento ou de brigada.
Quando todas as unidades subordinadas, ainda estão de posse de suas reservas proprias, os batalhões que são reserva de brigada ou de divisão tomam, nos sitios que lhes forem assignados, formações tão mascaradas quanto possivel, articuladas segundo as direcções dos movimentos mais provaveis que terão de fazer e cobertas nas mesmas direcções.
Como regra geral, todo commandante que se acha de reserva manda reconhecer as direcções que é provavel tenha de utilizar com a tropa, nas diversas eventualidades que a situação admitta, assim como mantem-se em estreita ligação com os vizinhos, e com os commandantes dos batalhões que eventualmente terá de apoiar; fará tambem funccionar com toda a plenitude o seu serviço de observação.
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Esses meios, o commandante do batalhão os fornece, pondo-se a disposição dos capitães parte da sua propria reserva.
O commandante do batalhão, que deve além disso velar pela protecção dos flancos da sua unidade, appella por sua vez para o regimento, logo que percebe que não tardará muito em ficar desprevenido de reserva; o regimento recorre á brigada, e esta á divisão.
Em cada escalão o respectivo chefe verifica si os pedidos que lhe são feitos traduzem effectivamente necessidade reaes.
As forças da retaguarda são dest'art como que aspiradas para a frente, em proveito do escalão avançado, cuja progressão, demais, importa acima de tudo. O effeito dessa aspiração é restituir sempre ao escalão mais avançado a potencia de fogo maxima e, por consequencia, a capacidade maxima de movimento.
O seu logar e, em geral, junto ao commandante de que depende, mas não esquecerá que se deve achar á frente de sua unidade no momento em que ella marchar para o combate.
DEFESA DO TERRENO
309. No caso de defesa deliberada com antecedencia, ou quando o batalhão teve tempo de cuidar da organização definitiva do objectivo conquistado, conforme as ordens do Coronel, o Commandante do batalhão deve fazer saber (de maneira geral):
- missão do regimento;
- missão do batalhão e das unidades vizinhas; limites do respectivo quarteirão;
- dispositivo de defesa; missão de cada companhia, limites dos pontos de apoio (sub-quarteirões) - companhias reservadas;
- linha de resistencia, e, si tiver cabimento, linha de vigilancia - contra-ataques previstos das companhias reservadas;
- protecção dos flancos e ligações lateraes;
- missão do pelotão de metralhadoras leves e secções destacadas para as companhias de primeiro escalão - tiros de contra-preparação e tiros defensivos (metralhadoras regimentaes á disposição do batalhão);
- papel e, approximadamente, logar onde se acham os petrechos do acompanhamento;
- missão da artilharia e ligações com ella para os tiros de contra-preparação e barragens defensivas;
- maneira de proceder em caso de ataque (retrahimento eventual dos elementos de vigilancia);
- funccionamento das ligações;
- postos de commando (Coronel commandante de batalhão e capitães);
- organizações defensivas: ordem de urgencia dos trabalhos, repartição da ferramenta. Eventualmente, missão dos elementos de engenharia;
- organização dos reabastecimentos (munições, material) - alimentação;
- postos de soccorro;
- depositos de munição que serão creados;
- trem de combate.
CAPITULO III
A COMPANHIA
Formações310. Formação de approximação - A formação de approximação depende do terreno e das informações acerca do inimigo.
Logo que se começa a receiar o fogo de artilharia, reparte-se a companhia em grupos de combate, distribuidos por dois ou tres escalões, abrangendo um espaço que, em terreno livre, póde ter mais de 500 até 800 metros de largura; por mais de 600 até 1.000 de profundidade.
Assim dividida e escalonada, a companhia se apresenta muito pouco vulneravel ao tiro de artilharia, conservando, entretanto, consideravel potencia de fogo, com a condição de ficarem os grupos de combate vizinhos em ligação pela vista e poderem reciprocamente flanquear-se.
Como prmieiro escalão de um batalhão (ou como vanguarda), marcha a companhia sob a protecção de um pelotão ou metade, ou de varias patrulhas (muitas vezes cada uma da força de um grupo de combate), abrangendo larga frente, cobertos os flancos por escalões retrahidos.
Um pelotão é chamado *de direcção": é relativamente a elle que se mantém todo o dispositivo da companhia. (34).
O Capitão precede sua companhia ou peIo menos marcha com o pelotão de direcção.
Emquanto só está em acção a artilharia inimiga, cada um dos elementos da companhia se desloca por lances mais ou menos extensos, evitando os trechos batidos, procurando sempre restabelecer o dispositivo da companhia, na fórma e dimensões geraes.
311. Formação de combate - Logo que intervém a infantaria inimiga, o capitão reduz a frente da companhia (35) si tiver cabimento, e reforça seu primeiro escalão proporcionando-lhe o augmento de potencia de fogo que julgar necessario ao anniquilamento do inimigo; assim alimenta o movimento para a frente. Os grupos do segundo escalão passam então em maior ou menor numero para o primeiro, e os do terceiro para o segundo. Modifica-se dest'arte gradualmente o dispositivo, ao mesmo tempo pela diminuição do numero de escalões, reducção dos intervallos dos grupos de combate e encurtamento da profundidade.
Nomeadamente no caso em que a companhia, sahindo do terreno livre entra em uma zona de travessia mais difficil (mattagal cerrado, bosques, povoados, trincheiras, etc.) o capitão vela pela cohesão da sua unidade, cohesão que deve ser assegurada ao mesmo tempo pela vista e pelo apoio mutuo de fogos entre grupos de combate vizinhos.
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(34) Uma vez tomada a "formação de combate", não ha mais unidade "de direcção". A Companhia tem então de attingir "objectivos", cujas diversas secções são repartidas, conforme a importancia, pelos pelotões.
(35) Conforme as ordens do Commandante do batalhão e quando este ou o coronel manda avançar novas unidades.
Em cada parada o grupo de combate constroe um abrigo ou melhora o que lhe offerece o terreno. É assim que no movimento geral de progressão da companhia, como tambem quando a cauda cerra contra a testa, os grupos de retaguarda encontram abrigos começados pelos grupos que o precederam, onde podem abrigar-se depois de cada lance, e que, por sua vez, aperfeiçoam.
A companhia toma, como ficou dito, uma formação de combate que lhe permitte, continuando o fogo e o movimento, approximar-se até a distancia de assalto. Nesse intervallo o capitão terá designado ao seu grupo de commando, em geral no segundo escalão da companhia, um logar de combate (36).
312. Formação de combate ao cahir de uma base de partida - Toma-se nesse caso a formação de combate antes de sahir. Para o assalto de ponto seriamente organizado, a frente da companhia é, no minimo de 200 metros, podendo, entretanto, ser augmentada, nomeadamente quando o inimigo não teve tempo de entrincherirar-se solidamente, alcançando 400 ou 500 metros, e até mais si o terreno for particularmente descoberto.
A companhia de tres pelotões (37) será habitualmente disposta:
a) quem com dous pelotões emparelhados (por sua vez escalonados) constituindo o primeiro escalão, e um pelotão reservado (por sua vez escalonado) constituindo o segundo escalão;
b) quer, excepcionalmente, com os tres pelotões emparelhados, tendo cada um os seus respectivos grupos de combate repartidos entre os dous escalões da companhia;
c) eventualmente, em pelotões successivos, sobretudo, escalonando-se para uma alta, a companhia estará, então, em tres escalões.
O capitão fixa o dispositivo da companhia tendo sobretudo em conta:
- as informações de toda a especie que tem acerca do inimigo (orgãos de defesa, mormente metralhadoras);
- a extensão da frente de combate da companhia;
- os pontos em que decidiu actuar mais especialmente com a companhia;
- as passagens favoraveis;
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(36) Cumpre não esquecer que no intervallo de duas companhias vizinhas o commandante do batalhão, si o exigir a importancia do objectivo, terá lançado a tempo uma nova companhia. O Coronel poderá até ter empenhado um batalhão.
(37) Tornando-se sensivel a diminuição do effectivo, haverá vantagem em constituir a companhia com dous pelotões, embora organicamente tenha tres.
- as brechas abertas nos obstaculos;
- a manobra que lhe parece mais adequada para fazer cahir a resistencia adversaria;
- a missão que o commandaníe do batalhão tenha eventualmente dado aos carros blindados;
- os contra-ataques com que conta e a provavel direcção de marcha delles;
- as disposições que será preciso tomar para cobrir os flancos da companhia :
- o effectivo que resolveu guardar á sua disposição (pelotão ou grupos de combate).
A distancia entre os escalões da companhia é, em geral, de 60 a 150 metros.
O capitão, em regra, marcha na frente, da unidade que guardou á sua disposição.
Os soldados encarregados de limpar o terreno do inimigo, que nelle permaneçam, si houver, seguem o segundo escalão ou o pelotão reservado (38).
Ordem de ataque313. Na sua ordem inicial de ataque, o capitão reproduz as partes da ordem do commandante do batalhão que interessam a companhia, completando-as com todas as indicações que concernem particularmente á acção da unidade (fórmação da companhia, missão de cada pelotão, reserva do capitão, ligações, estafetas, logar do capitão, organização do terreno conquistado, reabastecimento, etc.). Muito frequentemente, aliás, no desenvolver do combate ou operação de movimento, a acção do capitão se manifestará por uma série de ordens successivas, umas dadas verbalmente aos commandantes de pelotões, outras por escripto, e tambem verbaes em casos de urgencia, levadas por agentes de ligação.
Approximação (39)314. Ir seguindo para deante no rumo do seu ponto de direcção e através da zona assignada á companhia; estar sempre em guarda, adoptado formação que offereça objectivos inapreciaveis e fugidos aos fogos da artilharia e da aviação, e mais tarde aos fogos combinados da artilharia e da infantaria; tirar todo o partido das passagens desenfiadas;
Mandar reconhecer os itinerarios; manter as ligações em todos os sentidos; informar o commandante do batalhão:
São estas, em um batalhão de primeiro escalão, as incessantes preoccupações do capitão, em terreno livre, para tornar (ou manter) o contacto.
315. Os elementos avançados conservarão, em geral, a formação em pequenas columnas até o momento em que, afim de poderem continuar progredido, se vejam obrigados responder, com o fogo das armas automaticas e dos fuzis, ao fogo do inimigo.
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(38) - Marchando entre o primeiro escalão e o segundo, poderiam prejudicar-lhes o encadeamento das acções.
(39) - A maior parte destas disposições applicam-se tambem ao aproveitamento do successo e á perseguição.
A companhia vae, então, gradualmente, tomando uma formação de combate.
As metralhadoras atiram, ou de pontos dominantes, por cima das tropas que vão progredindo, ou pelos intervallos de fracções em movimento.
Esta combinação de fogo e movimento deve constituir um dos primeiros cuidados do capitão e dos commandantes de pelotões.
Si o inimigo oppuzer tenaz resistencia, compete á companhia de vanguarda fixal-o com seus fogos, emquanto uma outra executa a manobra prescripta peIo commandante do batalhão. Si é impossivel a manobra, estabelecem-se as companhias empenhadas na base de partida assentada pelo commandante do batalhão, reservando o contacto com o inimigo, e procurando sondal-o com patrulhas, si fôr preciso.
Combate316. Quando o batalhão vae progredindo sob a protecção de poderosos fogos de artilharia, deve a companhia marchar tão perto quanto puder da barragem rolante (40) sem se preoccupar com as fracas resistencias que encontrar, porquanto ás fracções especialmente designadas, ou ás unidades que vierem depois, compete reduzil-as. A companhia cumpre submergir a defesa, na zona de acção que Ihe coube, mediante a ininterrupta progressão de todos os seus elementos.
É tratando constantemente de ganhar terreno, em ligação uns com os outros, mas sem preocupação de alinhamento, que mais efficazmente se ajudam os grupos de combate.
Si resistencias mais fortes travam a marcha para frente, é preciso immediatamente neutralizal-as pelo fogo, nomeadamente pelo fogo das armas automaticas leves, continuando sempre a progressão pelas alas
O capitão trata de decidir, tão depressa quanto possivel, estas lutas locaes, de sorte que a companhia, não tarde em acompanhar de novo os fogos de artilharia.
317. Quando o batalhão já se não sente apoiado por fogos densos de artilharia e as resistencias se accentuam, o primeiro cuidado do capitão é impedir que a companhia se detenha.
Constantemente informado por seus agentes de ligação (sargentos e, na falta destes, cabos e até soldados especialmente escolhidos), redobra de energia para ir levando a tropa sempre para a frente, por entre os nucleos de resistencia, cujo fogo dominia com as armas automaticas leves e metralhadoras que apoiam a companhia.
Um dos seus cuidados será evitar que, sem necessidade, o segundo escalão venha a fundir-se com o primeiro.
Velará para que a fracção que guardou á sua disposição esteja disponivel e possa empregal-a, si for preciso, para as segurar o bom exito do movimento que tiver de fazer, ou para repellir contra-ataques.
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(40) Si houver carros blindados para apoiar a companhia, os grupos de combate do primeiro escalão juntam-se aos carros e combinam sua acção com a delles, esforçando-se a companhia, igualmente, por submergir a defesa.
318. Si a companhia é forçada a deter-se, o capitão reconhece a posição inimiga, especialmente os pontos fracos. Mantém o adversario sob o fogo afim de facilitar a progressão das unidades vizinhas; muitas vezes será isto o bastante para fazer cahir a resistencia encontrada e provocar a continuação do movimento da companhia.
O fogo da companhia será reforçado pelo nutrido fogo das metralhadoras que a apoiam, e pelo dos engenhos de batalhão que puderem intervir.
319. Executam-se conforme os principios anteriormente estabelecidos, as manobras ordenadas pelo commandante do Batalhão.
Si acontecer ao capitão perder momentaneamente o contacto com o inimigo, procurará retomal-o pela propria progressão da linha de combate. Em terreno movimentado o coberto, patrulhas precedem o movimento.
Ter-se-há o cuidado de trazer o commandante do batalhão ao corrente da situação, os balizamentos de linhas, previstos ou solicitados pelo avião da infantaria, fazem-se por ordem do capitão (foguetes de signaes, fogos de bengala, pannos de balizamento, lenços, cartas estendidas no chão, jornaes, etc.)
ORGANIZAÇÃO DO TERRENO CONQUISTADO
320. Quando o batalhão attinge o objectivo que lhe foi indicado, ou se detém em face de resistencia continua, que não pode vencer, o capitão dispõe a companhia em profundidade, põem-na em ordem e restaura as ligações.
Cumpre-lhe manter estreito contacto com o inimigo.
Tratando-se de parada imprevista, os primeiros trabalhos são necessariamente da iniciativa do capitão, e algumas vezes até, dos commandantes de pelotão (inclusive os de metralhadoras). Trata-se de lançar uma barragem de fogo de infantaria (em que o flanqueamento tem papel importantissimo), obter a cobertura dos flancos, repellir os contra-ataques, escolher rapidamente posições favoraveis para os fuzis-metralhadores e metralhadoras, e, consequentemente para os grupos de combate.
Si a posição é o proprio objectivo que lhe foi indicado, a companhia organiza o terreno de conformidade com a ordem de ataque.
Pode acontecer que a ordem não seja sinão incompletamente applicada, em virtude de insufficiente conhecimento do terreno, ou de situação de fim de combate diversa da que fora prevista. Depois de reconhecido o terreno, o capitão ordenará, neste caso, as necessarias modificações da ordem, emquanto espera a intervenção do commandante do batalhão.
Na busca de posições para os grupos de combate, assumem a mais alta importancia os pontos que dispuzerem de bons campos de tiro. As vistas de flanco offerecem especial interesse. Os observatorios serão assignalados ao commandante do batalhão.
PARTICULARIDADES ACERCA DAS COMPANHIAS DE 2º ESCALÃO (REFORÇO) E DE 3º (RESERVA)
321. O capitão marcha na frente da companhia e o mais perto possivel do commandante do batalhão. Constantemente deve preoccupal-o a cobertura dos flancos das companhias que vão adiante occupa-se tambem, quando é preciso, de encaminhar os isolados dessas companhias e os reabastecimentos.
Em caso de necessidade não esperará ordens, lançando-se sem hesitação no combate, por sua conta, para cobrir um flanco, sustar um contra-ataque, etc.
A sua ordem é analoga á do commandante de companhia de primeiro escalão.
Nella deve estar prevista a estreita ligação com as companhias precedentes, por meio de patrulhas de ligação.
O dispositivo destas companhias deve prestar-se a rapido movimento, tanto na direcção de qualquer das companhias de primeiro escalão, como para os flancos.
É vantajoso, visto não terem, em principio, de fazer uso do fogo, que estejam sufficientemente agrupadas, para facilidade do commando, conservando-se, entretanto, tão maneiras. (articuladas, portanto), que possam adaptar-se ao terreno, ficar o menos possivel expostas ao fogo inimigo é prestar-se a todas as combinações. Estas serão estudadas, e preparada a execução, de maneira que uma concisa indicação baste para que sejam immediatamente postas em pratica.
Defesa do terreno
322. Quando toca á companhia defender uma parte da frente confiada á guarda do Batalhão, tanto em situação defensiva de antemão prevista, como depois de definitiva occupação do terreno conquistado, o capitão deve fazer saber, de modo geral (mediante ordem por escripto, ordinariamente acompanhada de croquis) o seguinte:
- missão do batalhão;
- missão da companhia e das unidades vizinhas, limites do ponto de apoio (sub-quarteirão);
- dispositivo de defesa; organização da defesa com os fogos da linha de resistencia, flanqueamentos assegurados pelas companhias vizinhas ou estabelecidos em proveito dellas, organização do reforçamento e dos contra-ataques - papel dos pelotões;
- linha de vigilancia. Papel dos elementos de vigilancia.
- emprego das secções de metralhadoras postas á disposição da companhia (si tiver cabimento);
- protecção dos flancos, ou ligações lateraes;
- missão geral das metralhadoras leves e pesadas, dos petrechos de acompanhamentos do batalhão, da artilharia - ligações;
- maneira de proceder em caso de ataque (si não estiver sufficientemente explicita nas disposições precedentes); especialmente, maneira de proceder dos elementos de vigilancia;
- funccionamento das ligações;
- postos de commando do capitão e do commandante do Batalhão;
- trabalhos que serão executados;
- reabastecimento e alimentação;
- posto de soccorro;
- depositos de munição, etc.
CAPITULO IV
O PELOTÃO - O GRUPO DE COMBATE
323. A vulnerabilidade das formações densas sob o fogo das armas actuaes, tem levado a infantaria, a dispersar-se cada vez mais consideravelmente.
Sendo o pelotão uma unidade demasiadamente forte para mover-se em conjunto sob o fogo, a unidade de movimento e o grupo, e até a esquadra, quando preciso - prestando-se mutuo apoio, a da arma automatica e a dos volteadores.
De conformidade com a ordem de ataque do Capitão o commandante do pelotão indica o logar de seu pelotão no conjunto, e fixa o de cada grupo, ordena, no correr do combate, as manobras que ideiar para fazer cahir as resistencias inimigas, lança no devido tempo os contra-ataques, e esta sempre fazendo sentir sua acção sobre os subordinados. Seu logar é no ponto onde melhor possa exercer o commando, servindo ao mesmo tempo de exemplo; durante a approximação, á testa de um dos grupos ou na frente do centro do dispositivo por elles formado, durante o ataque, com o que tiver missão mais importante ou mais difficil.
O commandante do grupo guia a sua tropa, onde elle estiver, para ahi cumpre correr. E elle quem regula a attidude que convém ao grupo e ao andamento (de pé deitado, na carreira a passo, etc.)
É em torno do abrigo em que se tiver mettido, e obedecendo ás indicações quer der (gestos), que o grupo virá reformar-se todos a um tempo, por fracções, ou homem por homem. E quem indica o logar em que se assentará a arma automatica, os objectivos que serão batidos, a cadencia (tiro a tio, ou automatica), a abertura e a cessação ou interrupção do fogo.
Os commandantes de pelotão e de grupo, emquanto não estiverem desenfiados das vistas, ou pelo menos deitados, absteem-se de qualquer gesto inutil que os denuncie ao inimigo. Os gesto serão tanto menos necessarios, quanto melhor tenha sido o adestramento anterior da tropa.
O cerra-fila (sargento, ou cabo disponivel, até mesmo simples soldado energico, quando preciso) é um auxiliar do commandante do pelotão. Quem lhe designa o logar é este ultimo, cumprindo-lhe velar pela execução das suas ordens e quando se tiver afastado para a frente.
FORMAÇÕES
324. Formação de approximação - O pelotão fórma por grupos de combate, dispostos segundo as indicações do titulo III da primeira parte do regulamento.
O grupo de combate, cellula da formação, vae progredindo, ordinariamente, de lance em lance, os volteadores promptos a proteger os fuzileiros em movimento. Faz-se o movimento em columnas de esquadras por um, com distancias e intervallos variaveis, de maneira que a formação se apresente pouco vulneravel ao fogo da artilharia e escape ás investigações aéreas do inimigo.
Póde tambem o grupo deslocar-se todo elle, na carreira, nomeadamente entre dous abrigos proximos.
Progridem os grupos de combate, aproveitando os trechos do terreno desenfiados e os menores accidentes do sólo. Ao abrigo das coberturas do terreno, reconhecidas e assignaladas pelos respectivos commandantes, que ahi as procedem, reformam-se essas fracções e recomeçam depois os lances.
A fórma do abrigo e tambem a eventualidade de ser preciso ou não abrir o fogo, indicam si a formação abrigada deve ser desenvolvida ou em columna.
325. Formação de combate - O pelotão está em formação de combate quando se acha preparado para abrir o fogo instantaneamente, sem prévia evolução, ou depois de evolução simples, rapida e já prevista.
No primeiro caso (41), marcha com os elementos da frente em ordem aberta, com intervallos variaveis (cinco passos no minimo, entre os homens da mesma esquadra - intervallos dos grupos, dependentes do terreno), não inferiores, todavia, a 10 passos entre as esquadras (Vd. art. 129).
Os outros elementos progridem habitualmente em columna, em condições de intervir sem demora pelo fogo e pelo movimento.
No segundo caso, marcha com os grupos de combate em columna de esquadra por um, a distancias e com intervallos variaveis (42), dispostos de maneira que o desenvolvimento se possa fazer facil e rapidamente, nas direcções em que o pelotão tenha porventura de intervir.
Si for preciso abrir o fogo, postar-se-hão os fuzileiros de maneira que obtenham o melhor rendimento da arma, desenvolvendo-se os volteadores, para protegerem a arma automatica e para fazerem fogo quando lhes chegar a vez.
Todavia, colhida a columna de flanco, ou de enfiada, por fogos de infantaria, terá o grupo de desenvolver-se (artigo 126).
Não se deve confundir desenvolvimento com alinhamento. A unidade estará desenvolvida com a frente para o objectivo, quando todos os elementos puderem tomal-o sob o fogo, sem mutuamente se estorvarem, nem attenderem a considerações de intervallos entre os grupos, mas tirando proveito de toda a protecção, que possa offerecer o terreno que coube á unidade.
Na base de partida, para desembocar de surpreza, o pelotão se dispõe da seguinte fórma:
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(41) Em geral é o que se verifica ao sahir a tropa de uma base de partida.
(42) As distancias entre os homens variam no decurso da progressão, podendo o elemento em columna ter de deslocar-se por fracções, e até homem por homem.
- habitualmente, dous ou tres grupos do combate em primeiro escalão, dous, ou um, em segundo;
- excepcionalmente, com os grupos de combate repartidos pelos escalões da companhia, segundo a idéa de manobra do capitão.
COMBATE (43)
326. Assalto da posição inimiga - A hora ou ao signal prescripto, o pelotão parte para o seu objectivo, sem perder tempo em rebuscar abrigos e capturar os defensores. E essencial que siga, á mais curta distancia possivel, a barragem rolante - em geral a cerca de 50 metros dos tiros curtos (ou dos carros que lhe abrem caminho), e que se valha da surpreza produzida no inimigo para ir avançando ininterruptamente. Si um elemento encontra um obstaculo (nomeadamente trecho impraticavel de rêde de arame), contornar-o, mettendo-se pelas passagens existentes. Sob a protecção de armas automaticas e granadas, não se hesitará em completar com a ferramenta as bréchas insufficientemente abertas.
O pelotão não se regula pelos vizinhos. Todo o cuidado de alinhamento deverá desapparecer. Trata-se de marchar para o objectivo (ou termo do lance) sem interrupção. O grupo de combate que encontrar uma resistencia, seja de que natureza for, procura passar-lhe adeante utilizando passagem desenfiada, sempre lidando por seguir na direcção de marcha que lhe foi traçada.
Em regra, unidades especialmente designadas, ou as do segundo escalão, encarregar-se-hão de varrer as resistencias esparsas.
Si o grupo de combate não puder continuar progredindo sem neutralizar com os fogos a resistencia inimiga, avançarão resolutamente os fuzileiros, apoiados pelo tiro curvo das granadas de fuzil, e tratarão de alcançar uma posição de flanco de onde abrirão violento fogo, e sob o amparo deste o resto do grupo proseguirá, rumo ao objectivo. Os fuzileiros põem-se então a caminho, para de novo se constituirem em ponta, si houver necessidade.
Si todo o pelotão estiver detido pelo fogo inimigo, o commadantente ordena immediatamete uma manobra, baseada na combinação do fogo e do movimento dos grupos de combate.
327. Limpeza das organizações inimigas - Cabe ás unidades especialmente escaladas ou, na sua falta, á fracções de segundo escalão, ou de terceiro. Parte dos volteadores progride pelas trincheiras ou communicações precedidos os granadeiros por um homem prompto para fazer uso do fuzil. Outros volteadores seguem ao longo das mesmas. Os fuzileiros, postados em uma dobra do sólo, ou uma excavação de projectil, varrem os parapeitos e procuram apanhar de escarpa certos elementos do fosso, os volteadores, munidos de granadas de fuzil, bombardeiam a communicação inimiga, além do trecho ainda occupado, para impedir o reabastecimento dos defensores e a chegada de reforços. Reduzem-se, assim, um a um, os pequenos fócos de resistencia (44).
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(43) Velar pelo bom funccionamento do serviço de observação, fazer uso do binoculo e da bussola.
(44) Contra abrigos subterraneos, empregar si houver, os meios apropriados: granadas incendiarias, marmitas incendiarias, lança-chammas.
A reducção de fóco importante de resistencia organizado poderá custar duro combate, conduzido pelos processos habituaes.
328. Desenvolvimento do combate - As prescripções anteriores applicam-se tambem ao combate de infantaria não apoiada por fogos de acompanhamento de artilharia, poderosos e bem conjugados. E' certo que em taes casos as resistencias se accentuam, e a luta torna-se em geral mais renhida; mas, para o pelotão, esta reveste sempre a mesma fórma: seguir avante resolutamente, rumo ao objectivo; insinuar-se por entre as resistencias locaes, fixando-as, si for preciso, pelo emprego dos fogos dos fuzis metralhadores; abordar o obstaculo como remate de combinação de fogo e do movimento (movimento envolvente, si puder ser).
Executa-se a progressão como ficou dito, por grupos de combate (em atiradores ou em columna), todo o grupo a um tempo, si houver desenfiamento proprio, ou por lances curtos e rapidos (20 a 30 metros) de pequenas fracções, e até homem por homem, de cobertura em cobertura.
Sustam-se os contra-ataques inimigos, quasi sempre, primeiro pelo fogo, depois pelo movimento, que servirá para repelliI-os: o commandante do pelotão decidirá lançar seus cantra-ataque, tanto em proveito proprio como no do pelotão vizinho, forçado a deter-se. Taes sejam as circumstancias, elles surgirão da iniciativa dos commandantes de grupos de combate e até do espirito de camaradagem dos simples soldados.
Forçada uma resistencia por um pelotão, o commandante logo restabelece a ordem e segue avante.
329. Quando o pelotão for compellido a parar, sob nenhum pretexto abandonará o terreno, ainda que se veja contornado. As porfiadas lutas que travam os pequenos elementos aferrados ao terreno, proporcionam ao commandante da companhia, ou do batalhão, a possibilidade de renovar a offensiva com os meios que tem, livrar a fracção paralysada, e desenvolver a manobra que ideou.
330. Os grupos do segundo escalão do pelotão, e eventualmente do terceiro, absteem-se de reforçar expontaneamente o escalão da frente, emquanto a progressão deste não tiver sido detida, ou, pelo menos, retardada (45), salvo si for necessario intervir, devem, em compensação, intervir através de intervallo livre para fazer cahir as resistencias frontaes que se depararam aos vizinhos, ou para quebrar os contra-ataques que ameaçam os flancos do precedente escalão.
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(45) O reforçamento torna-se, porém, inevitavel quando o primeiro escalão não mais desenvolve a quantidade de fogos indispensavel á continuidade do movimento.
331. Patrulhas de combate (46) - A patrulha de combate, inutil quando o assalto se lança atrás de barragem rolante, ou quando a sua presença possa estorvar o fogo dos grupos de combate de primeiro escalão, é o orgão que se destina a tomar, manter e retomar o contacto. O numero dellas é tanto maior quanto mais coberto, ou mais accidentado o terreno.
A patrulha de combate deve ser bastante ligeira para facilmente dispersar-se no terreno, a ponto de se tornar quasi invulneravel. Todavia, deve ser sufficientemente forte para que o inimigo não possa desprezal-a.
A patrulha de combate póde comprehender todo um grupo de combate, mas frequentemente será constituida de um grupo reduzido, formado de uma arma automatica e, mais, para sua defesa á curta distancia, de alguns volteadores escolhidos.
Graças á arma automatica, e tambem ao apoio que lhe dão aos flancos as unidades que se encontram atrás della, a patrulha póde muitas vezer ser levada até algumas centenas do metros além da companhia.
As patrulhas de combate descobrem o inimigo, precisam o sitio em que elle se alojou, avaliam-lhe a força, descobrem-se lhe os orgãos de flanqueamento, e informam ao capitão. Esforçam-se em repellir contra os elementos que se acharem atrás, as fracas resistencias que se lhe oppuzerem, ameaçando, contornal-as, - dominando-as sempre pelo fogo.
Si não puderem fazer ceder a resistencia, e cobrem a approximação da companhia e facilitam a manobra immediata que esta vae fazer, ou lhe proporcionam estabelecer-se em uma base de partida, afim de passar ao ataque ou ao assalto.
DIRECÇÃO DO FOGO
332. O commandante do grupo de combate ha de estar sempre senhor do fogo de sua tropa, e muito especialmente do fogo da arma automatica.
Esta ultima elle a emprega com audacia, e não se arreceia de lançal-a para a frente, no papel de ponta offensiva, com o fito de neutralizar immediatamentes resistencias do inimigo.
Regular o consumo de munições e cuidar do reabastecimento, são deveres que se não devem esquecer.
333. Contra objectivos afastados não se emprega, em geral, o tiro de fuzil.
O fogo é, em regra, individual, e será aberto por iniciativa dos volteadores, ás distancias normaes de tiro de combate (400 metros contra homens isolados; 600 metros, contra pequenos grupos).
Ha casos, porém, em que o tiro dos volteadores será dirigido pelo cabo. Assim se pratica, por exemplo, quando se trata, no correr do ataque, mediante fogo tão concentrado quanto possivel, de fazer calar ou neutralizar o que o inimigo emprega para se oppôr á progressão da arma, automatica. Commanda, então, o cabo a abertura do fogo, indicando os objectivos, no momento em que o fuzil-metralhador está prestes a seguir para a frente, e manda cessal-o desde que o fuzil-metralhador tenha chegado á nova posição, voltando o tiro a ser individual.
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(46) Vd. Annexo n. 1
Recorre-se ao tiro collectivo, em summa, nas circumstancias em que for preciso supprir a falta da arma automatica.
334. O tiro collectivo dirigido pelo cabo e em regra a vontade (47), no objectivo que se indicar ao grupo ou á esquadra, cada volteador estreita o adversario que escolheu, atira no momento opportuno, muda de objectivo por sua propria iniciativa, si achar occasião favoravel.
O fogo de salva é fogo de disciplina (48), exepecional, e executa-se á noite, em circumstancias criticas, na perseguição, ou para reprimir os tiroteios desordenados. Os volteadores, ainda no fogo de salva, não são obrigados a disparar simultaneamente, á voz de commando para o fogo; empenham-se, ao contrario, em não atirar sinão quando tenham bem visado o objectivo.
O fogo de surpreza é fogo á vontade, executado por um grupo sob a fórma de subita e intensa rajada (fuzileiros e volteadores). O inopinado desta fuzilaria, de par com os effeitos mortiferos, póde produzir no adversario em movimento completa desmoralização. Dirigil-o-ha o commandante do grupo, tomando nelle parte todo o grupo.
Apresentando-se occasião favoravel para infligir ao adversario uma surpreza pelo fogo, o commandante do grupo indica a alça e o objectivo, manda preparar as armas sem ruido e leva os homens, quando necessario, á posição de tiro. Cada um certifica-se rapidamente do objectivo, escolhe o seu alvo particular e aponta; logo que o grupo esteja prompto, dá-se a ordem para o fogo.
335. Combate com os carros blindados - O commandante do pelotão não esquecerá que o carro blindado constitue poderosissimo petrecho de acompanhamento, mas que o fazel-o intervir, todavia, não dispensa o pelotão de manobrar.
A infantaria indica aos carros as resistencias que a estorvam, mediante signal convencionado (49) ou despachando um homem de ligação.
Com seus fogos, ella neutraliza as immediações do centro de resistencia que os carros estiverem atacando, e, si possivel, os centros vizinhos, emquanto outros carros não vierem para atacal-os.
Quando os carros voltam para vir procurar a infantaria que os não seguiu, ou para abrigar-se, cumprida a missão, em alguma coberta, sob nenhum pretexto deve o pelotão retrahir-se. E' questão de honra, nunca deixar cahir um carro nas mãos do inimigo.
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(47 e 48) Quanto aos commandos, ver o Regulamento de T'iro: «Fogo á vontade: a tal distancia: contra tal ponto; começar fogo!; Cessar fogo!»; - «Fogo de salva: a tal distancia; contra tal ponto; fogo! Cessar fogo!»
(49) Nomeadamente agitando, na direcção da resistencia, um fuzil com um lenço amarrado na bocca.
Si um carro for accommettido de perto, não se hesitará em empregar contra os assaltantes as balas ordinarias (não perfurante).
O pelotão emprestará ao carro, que estiver embaraçado na passagem de um obstaculo, alguns homens munidos de ferramenta, que lhe facilitarão o movimento abatendo o obstaculo.
TITULO IX
Processos de adestramento para o combate
CAPITULO I
INSTRUCÇÃO INDIVIDUAL E EXERCICIOS DE COMBATE
336. A instrucção individual, - instrucção do volteador, dos diversos especialistas e a dos graduados - deve ser minuciosamente assegurada e constantemente aperfeiçoada, tendo-se em vista o combate offensivo.
Os exercicios do grupo de combate constituem o objecto do Annexo n. 1 deste regulamento. O fim essencial desses exercicios é crear reflexos que não terão mais que funccionar no campo de batalha.
PELOTÃO E COMPANHIA
337. Os exercicios do pelotão e da companhia não devem ser mais que a repetição de episodios de combate. Necessitam de séria preparação, abrangendo reconhecimentos prévios, e até o arranjo do terreno.
A situação inicial será nitidamente estabelecida pelo director.
As posições inimigas indicam-se ou figuram-se por meios apropriados: bandeirolas, homens-balizas, etc. Representa-se algumas vezes o inimigo, mas este ha de proceder segundo as indicações de director; evitam-se as manobras de dupla acção (50).
Repetem-se os exercicios mal executados, levando-se em conta as observações feitas.
338. Comprehendem os exercicios:
- marchas em formação de approximação e de combate;
- sahidas de uma base de partida, organizada ou não;
- manobras contra resistencias;
- occupações e organizações rapidas de pontos de apoio (51), inclusive creação de communicações e mascaramento dos trabalhos que poderiam revelar á observação aérea as partes activas da organização;
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(50) Estas teem cabimento na «applicação», depois que a tropa estiver instruida, e não na instrucção.
(51) Demonstrar aos homens que - trabalhar, cavar a terra, construir abrigos, não só equivale a bater-se, como tem a vantagem de evitar perda graves. Ensinar aos graduados que um dos melhores meios de restaurar a ordem e readquirir o dominio sobre as respectivas unidades, depois do assalto, é emprehender immediatamente trabalhos de organizaão do terreno.
- operações de limpeza bem definidas (52); incursões;
- marcha das companhias de segundo escalão e de terceiro (protecção dos flancos das companhias de primeiro escalão; rebatimento contra nucleos de resistencia que não tenham cedido, engajamento em variadas hypotheses.
Frequentemente, o pelotão e a companhia serão exercitados em enfrentar os contra-ataques, que podem occorrer nas diversas phases da luta, e no restabelecimento em ordem depois de os ter contido com o fogo e repellido com o movimento.
339. O director prestará especial attenção:
1º, á combinação do fogo e do movimento (metralhadoras leves, e algumas vezes pesadas, canhões leves e morteiros de acompanhamento tomarão parte na manobra da companhia;
- ao emprego infensivo do fogo dos fuzis-metralhadores, audaciosamente lançados como ponta entre os ninhos de resistencia (53);
2º, ao mutuo e espontaneo apoio que se levem prestar aos grupos de combate, para baterem os intervallos que os separam e, cercando-as, fazem cahir as resistencias;
3º, ás condições em que sua esphera, organizam os serviços de observação, transmissão de informações, balizamento, assim como ao serviço dos respectivos agentes de ligação;
4º, ao cuidado que as unidades empregam para marchar nas direcções geraes que lhes foram indicadas (boa orientação, bussolas, pontos de referencia, marchas através do matto), servindo-se os quadros das cartas existentes;
5º, ao remuniciamento (sob os cuidados do capitão).
340. Os serventes das armas automaticas e dos petrechos de batalhão serão habituadas a contra-bater, no mais breve lapso de tempo, e com violencia, as metralhadoras inimigas que se revelam nas respectivas zonas de acção; a manter estreita ligação com as unidades de primeiro escalão e a apoial-as espontaneamente.
Reciprocamente, as unidades de primeiro escalão serão exercitadas em tirar partido do effeito de neutralização das metralhadoras, canhões leves e morteiros de acompanhamento.
BATALHÃO
A perfeita execução de conjunto e das particularidades será o alvo de todos os esforços. Estudar-se-ha separadamente a maneira de proceder de cada um dos elementos, e em cada uma das phases, do combate offensivo (batalhão de primeiro escalão, batalhão reservado, restabelecimento do contacto, perseguição, unidades de limpeza, remuniciamento.
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(52) Em um grupo de casas, por exemplo.
(53) Fuzis-metralhadores ou metralhadoras.
O director fará surgir variados incidentes na frente e nos flancos, habituará a tropa a voltar rapidamente á ordem, durante as paradas previstas, mandará organizar o terreno conquistada (54) e proceder a balisamentos da frente.
E' de capital importancia o adestramento do batalhão no combate, tanto de dia como de noite.
Estudar especialmente:
- a marcha de approximação; o ataque;
- o assalto da infantaria com o apoio ou não de carros blindados (lançando mão, na falta delles, de recursos de occasião), e sob as diversas hypotheses que se podem fazer a respeito do apoio de artilharia (55);
- á sahida de uma base de partida, o papel das metralhadoras e da artilharia, como apoio;
- as manobras do batalhão para fazer cahir as resistencias locaes, com o concurso mais ou menos limitado da artilharia.
342. Cada commandante de secção de metralhadoras, de canhçoes leves e de morteiros de acompanhamento será exercitado em proceder a respectiva unidade, combinando a acção desta com a dos grupos de combate que estiver apoiando. Acompanhado de um agente de ligação, reconhecerá as passagens desenfiadas, as successivas posições que lhe forem designadas, as posições de tiro, os objectivos que é preciso bater, os corredores favoraveis aos contra-ataques inimigos. A secção aprenderá a fazer lances rapidos por escalões de peça, a um signal convencionado.
Muitas vezes, o commandantes de secção terá de proceder por sua propria conta, em proveito do batalhão e de batalhões vizinhos, tomando para objectivo a resistencia mais immediata, ou aquella que proporcionar ás ilhetas inimigas os flanqueamentos mais temerosos para o assaltante.
343. As transmissões de toda a especie serão estudadas de maneira completa. O serviço dos agentes de ligação, observadores, signaleiros, telephonistas, mensageiros de batalhão, exploradores montados (56) funccionarpa como em combate,
Deve-se tornar patente toda a importancia da convergencia dos esforços, e nomeadamente da coordenação das acções da infantaria e da artilharia. Os fogos de acompanhamento da artilharia se descolarão segundo as convenções estabelecidas (57).
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(54) Vd. as instrucções para organização de terreno.
(55) Representar a barragem volante (limite curvo), por homens que se destacam com a velocidade combinada agitando bandeirolas.
(56) Só se constituindo os exploradores montados na mobilização, é preciso juntar frequentemente cavalleiros aos batalhões e regimentos de infantaria, para as manobras previstas.
57) Vd, nota ao pé da pagina anterior.
Emquanto durar o exercicio, e commando, si for possivel, manterá um official e alguns graduados de artilharia destacados junto ao commandante do batalhão.
Cada exercicio deve ter fim proveitoso e proporcionar uma licção.
O director do exercicio procurará salientar toda a importancia da manobra, desenvolver o espirito de decisão dos quadros e a iniciativa de todos.
344. Tanto na ida, como na volta da manobra, o commandante do batalhão aproveitará os terrenos favoraveis para mandar executar alguns exercicios de evoluções por todo o batalhão ou separadamente, pelas unidades.O fim destes exercicios será tornar a tropa desembarcada, e consistirão em marchar ordenadamente fazendo rapidas mudanças de formação e direcção.
Os commandantes de companhia e os de pelotão, quando julgarem que isso seja util á conservação da disciplina de fileira, mandarão executar alguns movimentos muito simples e breves de ordem unida e um ou dous movimentos de manejo d'arma, exigindo a maior correcção. Em regra, taes movimentos serão feitos antes da tropa sahir de fórma, terminado o exercicio, ou depois que tiver regressado ao quartel.
345. O seguinte processo de instrucção tactica dá muito bons resultados:
Quando os grupos de combate já tiverem alguma instrucção, começar por um exercicio de batalhão que mostre em um caso concreto o objectivo da unidade de combate - o batalhão.
Cada companhia repete este exercicio na sessão seguinte no mesmo terreno e no mesmo sitio em que se achava na primeira vez, levando, porém, em conta as observações colhidas no correr do exercicio de batalhão.
Repete-se depois o exercicio para cada pelotão e grupo de cm]ombate, nas mesmas condições.
Sempre será pouco toda a importancia que se der a esses exercicios miudos de pelotão e grupo de combate: é muitas vezes em consequencia da manobra immediata e rapida (fixar a frente, ladearm cercar) dos pelotões e grupos, que cabem as resistencias locaes.
Emfim, repetir-se-ha o exercicios de batalhão a titulo de verificação dos exercicios das sub-unidades e de confirmação das criticas feitas da primeira vez.
Os quadros e a tropa serão assim levados á convicção de que as iniciativas que permittem resolver os incidentes da luta, devem manifestar-se no sentido indicado pelo commandante do batalhão, e de que todos os esforços da unidade devem tender para a realização da idéa de manobra do chefe.
346. Outro processo recommendavel é o de mandar repetir por determinada tropa (companhia, por exemplo) em presença dos quadros e até dos soldados das outras unidades (companhias), um exercicios que tiver tido optimo resultado. O director vae successivamente de fracção em fracção, chamando attenção para as faltas commettidas e para aquellas que foram evitadas, apontando a maneira de corrigir os movimentos feitos.
Cada companhia repete depois o exercicio por sua propria conta.
REGIMENTO
347. Os exercicios de regimento (marcha de approximação, ataque, passagem de escalões, aproveitamento do exito, perseguição) são, em regra, feitos com a artilharia. Quando esta não poder ser effectivamente representada, será figurada, de maneira que funccionem as ligações e transmissões.
O Coronel desenvolverá ao mais alto gráo a capacidade offensiva do regimento e o seu desembaraço na manobra.
CAPITULO II
EXERCICIOS DOS QUADROS
348. Convem, sempre que for possível, fazer com tropa os exercicios de combate das companhias e pelotões: todavia, quando não ha tropa disponivel, fazem-se exercicios de quadros para essas unidades.
Estes exercícios são principalmente uteis no batalhão e no regimento. E' essencial, como nos exercicio com tropa, partir de hypotheses simples, limitar o acto offensivo que se pretende estudar e cingir-se quanto possivel á realidade, deduzindo ao minimo a parte da imaginação. As ordens são dadas exactamente como em combate. Convirá muitas vezes representar todos os elementos, até ao pelotão, pelos respectivos commandantes, e alguns homens: cada um movendo-se no seu logar proprio de combate, e fazendo-se funccionar o dispositivo completo dos meios de transmissão.
Do modo geral, os exercicios de quadros constituem excellente preparação dos exercicios com tropa, quer se repita com esta o exercicio já estudado com os quadros, quer se tome para ponto de partida do exercicio com tropa, a situação a que se chegou no de quadros.
O director do exercicio preparará um quadro das reacções inimigas, que sirva para provocar os incidentes de que decorrerão os ensinamentos da manobra. Os elementos que figuram o inimigo pautarão por esse quadro sua acção.
Por meio de notas o director regulará o funccionamento da arbitragem.
Consagrar-se-ão exercicios de quadros, de batalhão e regimento, exclusivamente ao deslocamento e ao jogo das transmissões, com especialidade das que asseguram a ligação com a artilharia e a aeronautica (exercicios de simples mecanismo, nos quaes participam os quadros dessa arma e desse serviço).
349. A instrucção tactica dos quadros inferiores será activamente impulsionada. Comprehenderá, nomeadamente, os seguintes pontos:
1º, estudo deste regulamento e annexos: instrucções sobre:
- regulamento para o Serviço de Campanha;
- emprego dos carros leves e respectiva manobra (58);
- organização do terreno;
- ligações e transmissões (59);
2º, leitura das cartas existentes;
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(58 e 59) As partes que interessam á Infantaria.
- estudo de photographias aereas;
- orientação (bussula, bussula luminosa); o uso da bussula deve ser praticado de dia e de noite nas pequenas unidade;
3º, redacção de ordens e participações, com croquis, no correr do combate;
4º, noções de organização e propriedades tacticas das differentes armas, muito especialmente da artilharia de campanha (60).
Chamar-se-ha constantemente a attenção dos quadros para a importancia primordial da ligação entre a infantaria e a artilharia, no combate, (ligação, material e moral, confiança e estima mutuas), e da intima cooperação da infantaria e dos carros.
CAPITULO III
INSTRUCÇÃO MORAL
350. Emfim, e acima de tudo, esforçar-se-hão os officiaes por levantar o moral da tropa. Si para elles já é um dever velar pela estricta disciplina exterior, mais importa ainda obter a disciplina que nasce do coração e do espirito.
Para isso é preciso que cada um conheça bam seus soldados, que se approxime delles em todas as circumstancia, - nas graves mais que em qualquer outra occasião. - é preci saber impor-se até inspirar-lhes respeito e affeição.
Na guerra tudo interessa ao soldado: nada, porém, o interessa mais do que perceber o que está fazendo e porque o faz.
Toda a fadiga, lhe parece facil de supportar se lhe parece necessaria e é com a mais bella abnegação que se curva toda a ordem bem justificada, ainda que seja para leval-o até o sacrificio da vida. Eis porque tanto importa que o official saiba fallar ao soldado.
Já dizia o velho proverbio: «E' bom que cada soldado conheça a sua manobra». Póde-se ter a certeza de que é na guerra, com especialidade, que o proverbio é verdadeiro - applicando-e, a maneira se executa melhor e mais alegremente.
A funcção moral do official é preponderanta na preparação para a guerra, e se exerce tanto no tempo de paz como em combate, mais ainda - será tanto mais facil em combate quanto melhor tiver sido desempenhada em tempo de paz.
Rio de Janeiro, 6 de abril de 1921. - João Pandiá Calogeras.
Exemplos de formação de combate
(Batalhão e Companhia)
Nota - O presente estudo tem simples como fito dar exemplo de formações de infantaria no quadro de um caso concreto.
_________________
(60) Os quadros de infantaria, e até unidades desta arma, assistirão a manobras e tiros de artilharia.
Não se estudará na cooperação da Artilharia que é supposta proteger a marcha de approximação e apoiar os ataques.
SITUAÇÃO
I. Uma divisão do Sul (vermelha) avança para atacar forças inimigas do Norte (azues), cuja frente reconhecida é assignalada pelas alturas de S. Fernando (cota 130) e S. Lenes. Esta frente parece ser a linha de defesa. Ha tropas avançadas em M. Crystal e nas ondulações do terreno ao Sul de S. Fernando.
A cavallaria inimiga está para os lados de Candiao Machado.
A amiga, para as bandas de Palma.
II. A divisão põe em linha os regimentos A. e C., que marchavam na testa de cada uma das suas duas brigadas.
Limite entre as zonas de acção dos dous regimentos: linha verde continua.
III. Regimento A - Tendo passado para a margem norte da Estrada geral para Cacequy com a vanguarda (I Batalhão), o Coronel N., Commandante do Regimento A., resolve:
1º, atacar o soliente sueste da linha inimiga de S. Fernando, com a vanguarda (I Batalhão);
2º, lançar tambem um ataque contra S. Leaes por M. Crystal, com o Batalhão testa do grosso (II Batalhão);
3º, manter em reserva o III Batalhão.
Limite entre os dous primeiros batalhões: linha verde descontinua.
Em consequencia desta resolução, o II Batalhão segue para as duas cotas 135 (ao norte da Estrada geral para Cacequy; uma a tres e a outra, a 5 kilometros a oeste de Telles), para actuar na direcção Palma-M. Crystal.
O I Batalhão executa a sua approximação.
O batalhão da direita do regimento C. partindo da elevação de João Adolpho, executa acção analoga á do I Batalhão do Regimento A.
A' sua esquerda, outro batalhão actua de Eurico, por Niderauer: ambos na direcção de S. Fernando e encostas sudoeste.
(As gravuras lithographicas foram publicadas no avulso e serão incluidas nas leis de 1921.)
CONVENÇÕES GRAPHICAS
PRIMEIRA PHASE DA APPROXIMAÇÃO
(Linhas descontinuas)
Companhia na primeira phase da approximação.
Capitão e secção de commando.
Destacamento mixto de ligação, comprehendo dous grupos de combate, tirados de cada um dos dous batalhões vizinhos, e que vae, em regra, marchando pela divisa entre as zonas de acção destas unidades.
Pelotão de metralhadoras.
Petrechos de acompanhamento (canhão de 37 e Stokes).
Commandante de Batalhão e pelotões de commando.
SEGUNDA PHASE DA APPROXIMAÇÃO
(Linhas continuas)
Companhias que continuam a approximação (3ª e 4ª).
Companhias que passam ao ataque (1º e 2º).
Nota - No ataque da cóta 125 e da epsecie de promontorio que a prolonga para oéste, o commandante do Batalhão lançou a 2ª companhia (direita do dispositivo de approximação em losango) como escalão offensivo, á direita da companhia de vanguarda (1ª), cujo ataque é feito sempre direito para a frente.
A 4ª companhia vae occupar o logar da 2ª, transmudando-se em columna dupla o dispositivo de todo o batalhão, anteriormente em losango.
Destacamento mixto de ligação levado até á altura da 2ª companhia, ao qual se juntou uma secção de metralhadoras leves.
Petrechos de acompanhamento.
Capitão e commandante do Batalhão.
APPROXIMAÇÃO
I Batalhão do Regimento A
1º 1ª Phase: rompendo da linha 125-135, o batalhão atravessa a estrada de ferro para Cacequy.
2º 2ª Phase: transposto pelo batalhão o affluente sul do arroio Caiboaté, a 1ª companhia que o precede como vanguarda ataca alguns elementos inimigos, que occupam a cota 125 e a especie de promontorio que a prolonga para oeste; apoiada pela 2ª companhia consegue apoderar-se da elevação, coroa-lhe a crista, mas d'ahi não póde mais passar. As 3ª e 4ª companhias continuam a approximação.
- O conjunto dessas duas phases constituem o engajamento.
(As gravuras lithographicas foram publicadas no avulso e serão incluidas nas leis de 1921).
ATAQUE
I Batalhão do Regimento A
O commandante do Batalhão ataca o saliente suéste das posições inimigas, por ambos os lados da estrada para o Passo de Itaum (Ibicuhy).
(O II Batalhão do Regimento apoderou-se de M. Crystal).
O Batalhão da direita do Regimento C atravessou o arroio Caibouté e progrediu até meia encosta das ondulações de São Fernando.
O batalhão de reserva do Regimento vae para a região ao norte da cóta 120 (ao norte da estrada de ferro para Cacequy).
P. C. do regimento da altura 115
Dispositivo de ataque de batalhão
Em primeiro escalão de ataque, o commandante, do batalhão dispõe, a partir da direita:
1º, a segunda companhia que ataca parallelamente á estrada coberta exteriormente pelo destacamento mixto de ligação, reforçado com uma seccão de metralhadoras leves, cujos objectivos são os elementos inimigos, a léste da mesma estrada;
2º, a primeira companhia (ex-vanguarda), que, deixando o seu pelotão da direita no terreno conquistado, avança para o ataque com dous pelotões.
Objectivo: a estrada e suas immediações, na posição avançada do inimigo;
3º, a terceira companhia, que tomou logar na esquerda do dispositivo e ataca pela vertente léste da quebrada.
Objectivo: a garupa de morro a sudoéste, da estrada, que domina a quebrada. Cobre-se á esquerda o destacamento mixto de ligação.
Em reserva até segunda ordem, a, 4ª, compaphia, seguindo a direcção principal, isto é, o eixo da estrada.
Preparação do ataque - Executam-na:
- as duas secções disponiveis de metralhadoras leves, que atiram da crista 125 (alça 1.200 metros);
- o canhão de 37 e o morteiro Stokes, ambos em, posições mascaradas: o primeiro postado na cota 125; o segundo, no sector da 3ª.
P. C. do commandante do Batalhão, cota 125, encosta sul, proximo á estrada.
(Companhias do batalbão reserva do regimento representadas em amarello.)
P C. do Coronel.
(As gravuras lithographicas foram publicadas no avulso e serão incluidas nas leis de 1921).
ASSALTO
III Batalhão do Regimento A
Até ao fim do dia não foi possivel tomar as posições inimigas, Atraz da linha a que puderam chegar as trepas do ataque, o batalhão reserva toma no decurso da noite um dispositivo de assalto, no intento de atacar ao ratar do dia o saliente inimigo cortado pela estrada para o Passo do Itau, effectuando uma passagem de escalão relativamente ao I Batalhão que soffreu graves perdas.
O assalto do batalhão (III) desenvolver-se-há ao mesmo tempo que a acção parallela do regimento da esquerda, e coincidirá com o ataque do II Batalhão contra S. Leaes.
Dispositivo de assalto do III Batalhão (amarello)
A intenção do Coronel Commandante do Regimento é fazer cahir o saliente inimigo que fica mesmo na estrada de Ibicuby, saliente que parece ser o esteio da resistencia inimiga.
Por isso, ao raiar do dia, o III Batalhão effectuando a passagem de escalão pela esquerda do I Batalhão contra o saliente pelas duas faces, a leste e oeste da estrada, aproveirar-se-ha o bom exito em qualquer das faces em que elle se manifeste.
O III Batalhão atacará, pois, em columna dupla: duas companhias em primeiro escalão, duas em segundo. Na segundo parte da noite elle tomará o dispositivo adequado á retaguarda e á esquerda do I Batalhão: o primeiro escalão nas encostas da primeira garupa de morro, que desce da estrada para o fumo da quebrada (orientada segundo a linha nordéste-sudoéste); o segundo escalão 500 metros á retaguarda. Objectivo da companhia da esquerda: o lado oéste do saliente; da companhia da direita, o lado léste.
As metralhadoras leves acompanham o Batalhão afim de coroar a posição.
Pelo fim do dia o cammandante do I Batalhão poude reconstituir uma reserva formada de algumas unidades, e, mormente com ellas; dispoz a sua direita em escalão e assegurem a posse da cóta 125.
P. G. do Commandante do II Batalhão entre as companhias de primeiro escalão ao romper o assalto; posteriormente esse P. C. irá avançando com o 2º escalão, timando a estrada com eixo do deslocamento.
P. C. do Coronel: cóla 125.
(As gravuras lithographicas foram publicadas no avulso e serão incluidas nas leis de 1921.
Companhia de metralhadoras pesadas de Regimento
Nos croquis plecendentes não se poude figurar a companhia de metralhadoras pesadas regimental.
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Durantes as phases 1 e 2 (approximação). A comapanhia de metralhadora, em formação aberta e escalonada, marchou nas immediações do eixo de deslocamento do Coronel, mas ou menos na lturas do batalhão de reserva (III/A).
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Durante a phase 3 (ataque), poder-se-hia empregal-a em parte, quer para apoiar o ataque, do II/A, quer o do I/A, Continuando o Coronel a reunir á sua disposição uma ou varias secções.
Admittindo que o apoio tivesse sido prestado somente ao I/A, póde-se conceher o emprego da companhia de metralhadoras pesadas da seguintes forma:
Repartida pela duas margnes da estrada de Iblicyhy, nas immediações da cota 125, escalonada por secções, a companhia dirige os seus fogos, empregando o tiro indirecto:
1º, para a linha principal de defesa, na parte que constitue a frente de ataque (tomando objectivos successivos); admittindo realizafas as condições de segurança de tiro necessarias para as tropas;
2º, para as encostas norte do alto de são Fernando (cota 130) e para as grotas que ficam a 1 kilometro e a 600 metros ao sul do alto da cota 120 (grotas entre S. Fernando e São Leaes), por onde podem desembocar os contra-ataque inimigo.
(Regulam-se os tiros, de conformidade com o horario dos de artilharia).
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Finalmente, durante o assalto do III/A (phase 4), a companhia de matralhadoras pesadas particupa na acção:
- no correr da noite escalona-se da crista 125 á crista que fica a 800 metros mais ao norte (zona de acção de I/A); desta ultima crista actúa com seus fogos de flanco contra os defendores do alto da cota 130 a oéste da estrada. As secções que ficaram na cota 125, sem que deixem de participar na acção commum, ficam á disposição do Coronel commandante do regimento.
(Regulam-se os horarios dos tiros, de conformidade com o horarios dos de artilharias).
Observações
1ª As metralhadoras actuando inicialmente em tiro indirecto, incumbem-se no decurso do desenvolvimento da acção, das missões de tiro directo indicadas pelas circumstancias.
2ª Os deslocamentos progressivos necessarios para coroar a posição conquistada são previstos com antecedencia.
3ª Si a falta de cartas não permitte organizar o tiro indirecto, dá-se a essas metralhadoras missõe de tiro directo a grande distancia.
EXEMPLOS DE FORMAÇÕES SCHEMATICAS DE VARIAS COMPANHIAS EM DIFERENTES SITUAÇÕES (COMBATE E DEFESA DO TERRENO)
COMPANHIA EM FORMAÇÃO DE ATAQUE
(1ª companhia)
A companhia vanguarda do Batalhão (1ª campanhia) depois de atravessar o arroio Carboaté, é recebida a tiros de fuzil e metralhadoras) que partem da cota 125. A companhia toma a formação de ataque.
(Croquis n. 1)
Legenda
Capitão.
Commandante de pelotão.
Esq. de volteadores desenvolvida (isto é, em formação de ataque.
Esq. de volteadores em columna.
Commandante de grupo.
Cabo.
Esq. de fuzil metralhador.
Escala: 4 quadriculas = 100 ms.
(As gravuras lithographicas foram publicadas no avulso e serão incluidas nas leis de 1921).
A MESMA COMPANHIA EM FORMAÇÃO DE ASSALTO
(Croquis n. 2)
Indicação das possibilidades de fogo da arma automatica (parada e em marcha).
Escala: 4 quadriculas = 100ms.
(As gravuras lithographicas foram publicadas no avulso e serão incluidas nas leis de 1921).
FORMAÇÃO DE ATAQUE DA 2ª COMPANHIA
(CROQUIS N. 3)
Escola: 4 quadriculas 100 ms.
(As gravuras lithographicas foram publicadas no avulso e serão incluidas nas leis de 1921).
ASSALTO DO 3º BATALHÃO
AS DUAS COMPANHIAS EM PRIMEIRO ESCALÃO DE ASSALTO
(Croquis n. 4)
A comp. Da esquerda, que tem 2 pelotão em primeiro escalão, colloca o pelotão da esquerda em escalão retrahido, afim de ligar-se ao movimento das unidades que estão á sua esquerda. A Comp. da direita que procura manobrar pela direita, escalona nesta direcção os seus pelotões.
Escala: 4 quadriculas 100 ms.
(As gravuras lithographicas foram poblicadas no avulso e serão incluidas nas leis de 1921).
DEFESA DO TERRENO
A 1ª companhia (testa) apodera-se da cota 125 (oéste da cota) e logo a organiza para consolidar a conquista.
(Croquis n. 5)
Legenda
Volteadores.
Fuzil-metralhador.
Pessoal de commando
Capitão.
Commandante de pelotão.
Observador.
Possibilidades de fogos do fuzil-metralhador.
Escala: 4 quadriculas = 100 ms.
(As gravuras lithographicas foram publicadas no avulso e serão incluidas ns leis de 1921).
DEFESA DO TERRENO
(croquis n. 6)
A 2ª Comp. no coto 125 (Região leste da cota)
Escala: 4 quadriculas = 100 ms.
(As gravuras lithographicas foram publicas no avulso e serão incluidas nas leis de 1921).
APPENDICES
APPENDICE N. 1
Singnaes distinctivos
Além da bandeira, o Regimento de Infantaria possue amda, como as grandes unidades, um pavilhão de commando (R. S. C. 134); e assim tambem os batalhões e companhias.
Assim como a Bandeira, imagem da Patria e symbolo da Ronra, é a alma do Regimento, os pavilhões das unidades inferiores são a alma dessas unidades. São elles que recebem as rescompensas collectivas (61); formam em todas as cerimonias em que figura a Bandeira, assim como tomam tambem parte nas formaturas para que for escalada toda a unidade, ou parte della: a sua presença serve para entreter o espirito de corpo, que é um precioso estimulo, não só qundo se trata de dedicar sorpo e alma no campo de batalha, mas igualmente quando se trata do serviço quotidiano e do bom aspecto da tropa.
Em companha servem para indicar os postos de commando dos Coroneis commandantes de batalhão ou de companhia, tanto nos acantonamentos e bivaques, como no campo de batalha. Neste ultimo caso, é preciso Ter o cuidado de accultal-os ás vistas possiveis do inimigo.
O pavilhão do commando do Coronel é conduzido pelo 2º amanuense; o sargento adjunto de infantaria conduz o do commandante de batalhão, e o cabo commandante do grupo de ligação, o do Capitão. Não se lhes dá quarda especial. Marcham, em regra, com o pessoal de commando, ou na testa das unidades á retaguarda dos respectivos commandantes. Desfraldam-se os pavilhões ao atravessar as cidades e por accasião das continencias. (Quando ás revistas e desfiles, vd. Instrucções respectivas).
(As gravuras lithophicas foram publicadas no avulso e serão incluidas nas leis da 1921).
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(61) Vd. R. S. C. 233.
APPENDICE N. 2
Formações de bivaque da companhia (*)
As exigencias de ordem tactica (maior ou menor proximidade do inimigo, necessidade de fartar ás vistas aereas as reuniões de tropas, etc.), impõem formaçõe de bivaque essencialmente irregular, adaptadas ás formas do terreno e aos abrigos existentes, quer seja forçoso aproveitar, ou ás cobertas cujas orlas seja preciso utilizar.
Deve-se sempre evitar fórmas geometricas, ou demadiadamente regulares.
A companhia poderá, pois, ser levada a adoptar formaçõe de bivaque derivadas das formações - em linhas de pelotões por 4, em columna dupla, em columna por 4, e, emfim, de qualquer formação de mancabilidade.
O essencial, além da conformidade com as exigencias tacticas, será deixar entre os pelotões da companhia o espaço necessario á disposição methodica e commoda dos sarilhos e por 40 de fundo.
(As gravuras lithographicas foram publicadas no avulso o serão incluidas nas leis de 1921.)
Tomada a formação adequada ao terreno e ás cobertas, de conformidade com as idicações do Capitão, os pelotões estabelecem-se da seguinte maneira:
1º, em cada pelotão os grupos de comabate de cauda são se collocar a 18 passos á rtaguarda;
2º, ensarilham-se as armas como está prescripto no art. 155;
3º, os grupos se collocar depois de 6 pessos da linha dos sarilhos; cada esquadra ecterior se colloca, por sua vez, a 6 passos de intervllo ou de distancia da esquadra interior (conforme seja parallela ou perpendicular á frente a disposição das barracas);
4º, cada esquedras, emfim arma barraca.
Os sargentos ficam alojados com uma das suas esquadras.
Os officiaes ficam na frente ou no interior da formação perto do Capitão, junto do qual ficará igualmente o pessoal de commando.
O trem de combate e o cavallo da montada do Capitão ficarão á retaguarda daformação, salvo si os tens forem reunidos por batalhão; habitualmente, o logar das cozins pe nos flancos.
Desde que se chega ao sitio fixado, tomando-se as mais severas medidas de hygiene e, em particular, providencia-se logo para a organização de latrinas, etc.
Da installacção das roupas no bivaque, como no acantonamento, dá-se conta em parte é autoridade superior.
Ao lado do pessoal de commando se estabelece, quando fôr necessario, uma guarda de policia, afim de manter a ordem e todas as prescripções habituaes de policia, guardas os sarilhos, viaturas, etc.
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(*) Vd. R. S. C. 143.
<<ANEXO>> CLBR Vol. 03 Ano 1921 Pág. 624-1 Figuras (Signaes Distinctivos das Unidades de Infantaria).
- Diário Oficial da União - Seção 1 - 1/7/1921, Página 12659 (Publicação Original)