Legislação Informatizada - Decreto nº 14.623, de 11 de Janeiro de 1921 - Publicação Original

Veja também:

Decreto nº 14.623, de 11 de Janeiro de 1921

Approva as 1ª e 2ª partes do regulamento para os exercicios e o combate da cavallaria

O Presidente da Republica dos Estados Unidos do Brasil, usando da autorização que lhe confere o art. 48, n. 1, da Constituição, resolve approvar as 1ª e 2ª partes do regulamento para os exercicios e o combate da cavallaria, que com este baixa, assignado pelo Dr. João Pandiá Calogeras, ministro de estado da Guerra.

Rio de Janeiro, 11 de janeiro de 1921, 100º da Independencia e 33º da Republica.

EPITACIO PESSÔA.
João Pandiá Calogeras.

REGULAMENTO PARA OS EXERCICIOS E O COMBATE DA CAVALLARIA

CAPITULO I
INTRODUCÇÃO

     O regulamento estabelece preceitos para a instrucção da cavallaria, formações e evoluções e os principios fundamentaes de procedimento em combate.

     O fim da instrucção é preparar a tropa para a guerra. Para isso é preciso formar soldados vigorosos disciplinados e bons conhecedores de seus deveres em campanha, bem como desenvolver entre os officiaes a penetração e o espirito de resolução, o senso tactico e a iniciativa, que lhes permittirão tirar das unidades que commandarem o melhor partido possivel no combate.

     A instrucção deve ser dada com methodo, indo do mais facil para o mais difficil, sem precipitação e prestando-se toda a attenção até aos mais insignificantes pormenores.

     Tem para base a instrucção individual do homem e do cavallo, que deve ser minuciosa e cuidadosamente tratada.

     Na guerra só dá resultado o que é simples. Só se deem, portanto, ensinar formações simples, repetindo-as até que a tropa saiba executal-as com precisão e a mais completa segurança.

     Uma tropa foi instruida segundo bons principios, quando ella é capaz de fazer o que a guerra lhe exige, e quando nada tem de esquecer no campo de batalha do que aperndeu nos exercicios.

     A instrucção prepara a tropa para ser empregada como instrumento de combate; assim, tudo que não tenda a esse fim deve ser considerado inutil. E' necessario que a tropa que se instrue veja claramente a utilidade para a guerra de cada exercicio executado e dos preceitos estabelecidos.

     Na acção de armas combinadas, o exito do combate depende da cooperação de todas; por consequencia, cada uma deve esforçar-se em desenvolver e fazer brilsar suas propriedades especiaes.

     Todo commandante de tropa é responsavel pela fiel execução do regulamento, que estabelece as formações em que a cavallaria se subdivide, evoluciona e combate. Elle gosa da maior iniciativa na escolha dos meios, devendo estar exercitado em tomar disposições rapidamente, sem vacillar de accôrdo com qualquer situação particular, embora tenha de afastar-se das regras prescriptas.

     Deixando, porém, toda alatitude quanto aos meios, exige, comtudo, fiel execução da terminologia, dos commandos e dos processos da evolução, que devem ser uniformes e não podem ser modificados.

     A instrucção deve acostumar a tropa á extensão de sua missão no tempo e no espaço, obter os maiores reslutados da acção individual e procurar elevar a instrucção do corpo de officiaes acima das especialidades da arma, até aos conhecimentos militares geraes.

     O valor de uma tropa de cavallaria depende extraordinariamente da acção do commandante, cuja personalidade exerce decisiva influencia. O chefe audaz e valoroso será sempre, promptamente seguido pela tropa que commandar.

CAPITULO II
DO COMMANDO

O commando se faz:     

a) por vozes;
b) por signaes (gestos e apitos);
c) por transmissão de ordens;
d) por toques de corneta.
     
a)

Commando por vozes - As vozes de commando são empregadas em maior escala até ao esquadrão.

As vozes são: de advertencia que indica o movimento que se vae executar; e de execução que determina o cumprimento da ordem.

O tom das vozes de commando deve ser animado, distincto e de uma extensão proporcional á tropa.

As vozes de advertencia são prolongadas e devem ser pronunciadas com bastante clareza; as de execução devem ser dadas em tom grave e mais breves do que aquellas, sendo, entretanto, necessario prolongal-as um pouco para que o movimento ordenado communicando-se do homem ao cavallo, se possa fazer com calma.

As vozes dadas sem energia produzem execução sem vigor.

Toda voz de commando deve ser precedida da indicação: esquadra, pelotão, esquadrão, etc.; na instrucção, quando se trata de unidade não constituida, empregar-se-ha a indicação - escola.

Nos exercicios a pé deve-se usar o tom breve que a infantaria emprega.

b)

Signaes - Os gestos servem para o chefe dirigir silenciosamente a tropa subordinada ao seu commando immediato.

Tanto no combate como nos exercicios, empregam-se os signaes seguintes, para os quaes o chefe póde préviamente chamar attenção por meio do apito:

Attenção - braço estendido verticalmente. Todos os outros gestos de commando devem ser precedidos deste; quando não é seguido de outro significa - sentido!

Marche - O braço meio estendido, o punho na altura do hombro, levantar e abaixar duas ou tres vezes a mão fechada, verticalmente.

O mesmo gesto serve para commandar ao trote estando ao passo, ou ao galope estando ao trote, isto é, para augmentar o andamento.

Diminuir o andamento - Da posição - attenção - baixar lenta e completamente o braço estendido, a mão rigida para baixo. O mesmo gesto empregado na marcha ao passo significa - alto.

Em frente - Descer o braço estendido até que a mão fique na altura da cabeça e na direcção desejada.

Mudar de direcção - Com o braço estendido na direcção da marcha (posição do caso anterior) descrever um arco correspondente á conversão que se deve fazer e indicar vivamente, no fim do movimento, a nova direcção.

Preparar para apear - Da posição - attenção - baixar inteiramente o braço com vivacidade.

A pé - Repetir o gesto anterior.

Os dous gestos podem ser feitos sem intervallo.

Meia volta - Fazer o molinete do punho, estando na posição de attenção.

Em batalha - Inclinar o braço estendido á direita e á esquerda.

Forrageadores - Estender o braço horizontalmente para a frente e agital-o varias vezes da direita para a esquerda e reciprocamente.

Unir - Descrever um circulo com o braço levantado acima da cabeça.

Fazer avançar os cavallos de mão - Elevar os braços acima dos hombros repetidas vezes.

Esses signaes serão feitos com a espada, quando estiver desembainhada.

Com o apito - O apito é empregado nos trabalhos diarios da instrucção, durante as marcas e para chamar a attenção.

Sentido - Um silvo longo.

Marche ao passo - Alto:

Um silvo longo seguido de outro breve.

Ao trote ou accelerado - Successão de grupos de tres silvos breves.

Meia volta - Tres silvos longos successivos.

Reunir - Um trinado.

c)

Transmissão de ordens - A ordem é o meio principal de commando nas grandes unidades, a única em que se póde confiar, com alguma certeza em todas as circumstancias.

As ordens verbaes ou escriptas devem ser claras, simples e precisas.

Quem receber uma ordem para transmittir deve escutal-a com a maior attenção e repetil-a á autoridade que a deu, para mostrar que foi comprehendida; não empregará andadura viva logo ao partir, afim de permittir a quem o envia chamal-o com facilidade, si fôr mistér; apresentar-se-ha ao regressar dizendo dada a ordem! si não tiver que fazer outra communicação.

O portador de uma ordem não diminue o andamento ao passar por um superior, de qualquer graduação, caso isso possa prejudicar a execução, e justifica tal procedimento dizendo em voz alta: Serviço urgente!

d)

Toque de corneta - O emprego da corneta deve ser extremamente limitado e só admittido quando não possa originar algum engano, perigo que é mais temido na acção de conjunto de grandes massas.

  

CAPITULO III
RESPONSABILIDADE, DEVERES E ATTRIBUIÇÕES DE CADA POSTO

     O commandante do regimento é o principal responsavel pela instrucção de sua unidade.

     Assegura a execução do regulamento, deixando, comtudo, aos subordinados, o livre exercicio de suas funcções, para que sintam a responsabilidade e desenvolvam o espirito de iniciativa indispensavel na paz e na guerra.

     Os exercicios de applicação tactica, executados na carta ou no terreno, constituem grande parte da instrucção a cargo do commandante.

     O major fiscaliza, cuidadosamente, a instrucção do regimento, providenciando para que seja dada de accôrdo com os regulamentos em vigor e as ordens emanadas do coronel.

     O capital commandante, responsavel pelo preparo de sua unidade, gosa da maior iniciativa e liberdade na escolha de meios para a instrucção e educação dos commandados, cumprindo os regulamentos e os programmas approvados. Os chefes superiores só podem intervir quando notarem erros manifestos, desidia, atrazo na marcha da instrucção, ou quando observarem que a orientação seguida, se afasta das prescripções regulamentares: neste caso devem modifical-a, fundamentado o acto em boletim. A instrucção é ministrada por pelotão.

     Os subalternos são responsaveis, perante o commandante de esquadrão, pela educação moral e militar de seus commandados em todos os ramos da instrucção, bem como pelos respectivos uniformes e estado dos cavallos do pelotão.

CAPITULO IV
DEFINIÇÕES (1)

     Fileira - E' a reunião de soldados ao lado uns dos outros, na mesma linha; a pé, em ordem unida, cada soldado dista 0m,25 do visinho de fileira. Este intervallo é obtido collocando a mão esquerda fechada abaixo do quadril, de modo que sinta levemente, com o cotovello dobrado, o contacto do visinho. A cavallo cada soldado occupa na fileira mais ou menos um metro.

     A formatura habitual é e duas fileiras, mas tambem se fórma em uma.

     Fila - E' o conjunto de dous ou mais soldados, um atraz do outro a 0m,80 de distancia. O soldado da frente chama-se chefe de fila. Quando por qualquer circumstancia uma tropa composta de varias fileiras, possue uma fila incompleta, esta denomina-se quebrada. Si a formatura é em uma fileira cada fila fica reduzida a um homem e toma o nome de fila singela.

     Alas - São as metades de uma tropa em batalha; diz-se tambem das fracções extremas embora não attinjam a metade.

     Ala interior - E' a que se a apoia em outras tropas, e nas conversões, com ou sem mudança de formação, a que se acha mais proxima do centro da conversão; a outra é a ala exterior.

     Flanco - E' o lado direito ou esquerdo de uma tropa.

     Flanco defensivo ou guardaflanco - E' uma tropa disposta com o fim de proteger uma ala ou um flanco.

     Flanco offensivo - E' uma tropa que se destaca para ameaçar ou atacar o flanco inimigo.

     Perfilar - E' synonimo de alinhar. Diz-se tambem que o soldado está perfilado quando correctamente na posição de sentido.

     Alinhamento - E' a collocação de varios cavalleiros ou de varias unidades na mesma linha recta.

     Batalha - Quando os elementos de uma tropa estão em linha e juxtapostos.

     Ruputura - E' a evolução pela qual se passa da batalha á columna, ou se diminue a frente de uma columna.

     Desenvolvimento - E' a evolução por que uma tropa passa de uma formação cerrada a outra estendida.

     Forrageadores - São cavalleiros destacados de sua tropa, que operam isolados ou em pequenos grupos, com uma missão determinada.

     Pelotão - Compõe (2) de quatro esquerdas commandadas por cabos e das quaes uma armada de F. M.

     Esquadrão - Compõe-se (2) de quatro pelotões de combate e o grupo do capitão.
________________

     (1) Veja o mesmo assumpto no R. S. C.

     (2) Unidade de combate em effectivo de guerra.

     Regimento - Compõe-se (2) de quatro esquedrões, um pelotão de metralhadoras e o grupo do coronel.

     No regimento divisionario, um dos esquadrões geralmente destacado para representar o papel de esquadrão divisionario, propriamente dito.

TITULO I
Escola do cavalleiro a pé

CAPITULO I
GENERALIDADES

     1. Esta escola tem por fim dar ao cavalleiro postura militar, impor-lhe o habito de conservar-se attento e de obedecer promptamente, preparal-o para receber a instrucção do combate a cavallo, com a espada e com a lança, e de instruil-o no combate pelo fogo.

     Para obter progressos rapidos nesses exercicios, que constituem a base da instrucção do cavalleiro, é necessario que o ensino ministrado individualmente.

     O instructor executará pessoalmente cada movimento, explicando-o em poucas palavras, claras e precisas. Acostumará os cavalleiros a tomarem por si mesmos a posição ensinada, despertando-lhe a attenção pelo tom animado da explicação, evitando-lhes a repetição dos movimentos por meio tempo e, em tudo, procurando obter precisão, que só deve, entretanto, ser exigida gradativamente.

     A escola do cavalleiro a pé devide-se em quatro partes: Instrucção sem armas; Manejo de armas; Uso das armas; Instrucção para o combate a pé.

     Estes exercicios devem ser feitos concomitantemente com os previstos no regulamento especial para a educação physica, os quaes servem para desenvolver a força e a agilidade do cavalleiro, assegurando-lhe o dominio dos seus proprios movimentos.

     A nomenclatura do armamento será objecto de instrucção theorica e encontra-se nos annexos do presente regulamento.

CAPITULO II
INSTRUCÇÃO SEM ARMAS

     Sentido.

     Descançar.

     Ordinario-marche.

     Marcar passo; em frente.

     Trocar passo.

     Sem cadencia.

     Alto.

     Accelerado-marche.

     Direita (esquerda), meia volta-volver.

     2. A instrucção sem armas tem por fim preparar o cavalleiro para a correcção dos exercicios com armas, dando-lhe attitude e movimentos militares.

     3. Sentido - O solado, com a frente voltada para um ponto indicado, fica immovel e em silencio; os calcanhares unidos quanto o permitta a conformação physica do homem, as pontas dos pés voltadas para fóra, de modo que formem um angulo pouco menor que o recto.

     O peso do corpo fica distribuido igualmente pelos calcanhares e pontas dos pés; os joelhos ligeiramente tensos; a parte superior do corpo levantada, tornando o peito saliente, com os hombros na mesma altura e um pouco para traz, mas sem esforço; os braços naturalmente cahidos e ligeiramente curvos, com os cotovellos um pouco para frente; as mãos tocando levemente a parte superior da coxa, com os bordos das palmas e as pontas dos dedos; estes, unidos e curvos naturalmente, correspondendo o médio á costura do calção; o pescoço desembaraçado das espaduas, a cabeça erguida, o queixo ligeiramente approximado do pescoço e o olhar fixo para frente.

     4. Descançar! - A essa voz o soldado leva o pé esquerdo energicamente um pouco para a frente e conserva o outro no alinhamento, podendo, porém, trocar a posição dos pés. Fica dispensado de conservar a primitiva immobilidade.

     5. A' voz ou toque de sentido que tem por fim chamar a attenção da tropa, o soldado toma a posição do n. 3, batendo fortemente os calcanhares.

     Si fôr dada uma voz de advertencia sem que antes se tenha mandado sentido, o soldado por si mesmo tomará essa posição.

     6. Olhar á direita (esquerda) - O soldado, na posição do n. 3, volve rapidamente o rosto dirigindo o olhar para o lado direito (esquerdo).

     Olhar frente! O soldado retoma, por completo e vivamente, a posição do n. 3.

MARCHAS

     7. Fazem-se em passo ordinario e em passo sem cadencia.

     Ordinario-marche! - Leva-se o pé esquerdo para a frente, assentando-o primeiramente com o calcanhar se eleva, fazendo o peso do corpo recahir sobre o pé esquerdo.

     Leva-se, em seguida, o pé direito para a frente, collocando-o na mesma distancia e da mesma maneira que o esquerdo.

     Continua-se assim a marcha avançando em linha recta, perpendicularmente á linha dos hombros e sem cruzar as pernas; a cabeça deve se conservar levantada e os braços devem oscillar naturalmente.

     A grandeza do passo conta-se de um calcanhar a outro e a velocidade é de 114 passos por minuto, podendo ser augmentada até 120, quando fôr necessario.

     8. Marcar passo! (para desfilar) - O soldado parado ou em marcha marca a cadencia do passo, pisando no mesmo logar, sem levantar muito os joelhos e sem bater demasiadamente os pés.

     9. Em frente! - A voz de execução deve ser dada quando o pé esquerdo assenta no terreno; dá-se ainda um passo com o pé direito, rompendo depois a marcha com o pé esquerdo no passo ordinario.

     10. Trocar passo! - O soldado leva o pé que está atras ao lado do que acaba de tocar o chão, e torna a partir com este ultimo pé. Este movimento deve ser feito com vivacidade, e o soldado executal-o-á independente de ordem, para acertar passo com o dos camaradas.

     11. Sem cadencia! - Estando a tropa em marcha no passo ordinario, para dar-lhe maior commodidade, mandar-se-á - Sem cadencia! O soldado tomará o passo que mais convier á sua conformação e ao terreno, e marchará á vontade, sem as exigencias da cadencia, mas sem se atrazar na marcha e conservando attitude correcta.

     Para romper a marcha com esse passo, mandar-se-á - Sem cadencia-marche! e para passar desse passo ao ordinario dá-se a voz - Passo-ordinario!

     12. Alto! - No passo ordinario, a voz deve ser dada quando o pé direito assenta no terreno. O pé esquerdo vae a frente um passo e o direito une-se a elle com energia, batendo fortemente os calcanhares.

     No passo sem cadencia, á voz Alto! o homem dá mais um passo e une com energia, ao da frente, o pé que está á retaguarda.

MOVIMENTO ACCELERADOS

     13. Accelerado-marche! - A' voz de advertencia, o soldado levanta os ante-braços, encostando-os levemente ao corpo e formando com os braços angulos approximadamente rectos; as mãos fechadas sem esforço e um pouco voltadas para dentro, com o pollegar para cima.

     A' voz de execução, corre-se sem precipitação, partindo-se com o pé esquerdo, movendo-se os braços naturalmente para a frente e para traz, sem afastal-os do corpo.

     A grandeza do passo será, confórme o terreno, de 75 a 80 centimetros, e a cadencia de 170 a 180 passos por minuto.

     Si a tropa estiver marchando sem cadencia, mandar-se-á, antes da voz accelerado; passar ao passo ordinario.

     A' voz Alto! o soldado dá mais tres passos em accelerado e pára, unindo o pé que está á rectaguarda ao da frente.

     A' voz Passo ordinario! dá mais tres passos em accelerado e prosegue no passo ordinario.

     14. Marche-marche! - Os soldados correm com a maior velocidade que lhes fôr possivel, mas sem debandar; dahi passarão para o passo sem cadencia á voz - Sem cadencia! ou interromperão a marcha á voz - Alto!

VOLTAS
(A pé firme)

     15. Direita-volver - A' voz de execução se voltará para o lado indicado, de um quarto de circulo, sobre o calcanhar do pé direito e a planta do pé esquerdo e, terminada a volta, assenta-se a planta do pé direito no chão; une-se depois o pé esquerdo ao direito, batendo fortemente os calcanhares.

     Para volver á esquerda - esquerda-volver! se procederá de modo identico, mas sobre o calcanhar esquerdo e a planta do pé direito.

     16. Meia volta-volver! - A' voz de execução, volve-se pela equerda sobre o calcanhar esquerdo e a planta do pé direito, até mudar a frente para a retaguarda, e, terminada a volta, assenta-se a planta do pé esquerdo no chão, batendo fortemente os calcanhares.

     17. Oitavo a direita (esquerda) volver! Executa-se do mesmo modo que direita (esquerda)-volver! mas a volta é apenas de 45 gráos. (Em marcha)

     18. Direita (esquerda) volver! - A' voz de execução deve ser dada ao assentar em terra o pé direito (esquerdo); o pé esquerdo (direito) vae á frente do corpo um passo, e volve-se á direita (esquerda) sobre a planta do pé esquerdo (direito) proseguindo a marcha com o pé direito (esquerdo) na nova direcção.

     19. Oitavo á direita (esquerda) volver! - Executa-se segundo os mesmos principios, mas a rotação é apenas de 45 gráos.

     20. Meia volta-volver! - A voz de execução deve ser dada ao assentar o pé esquerdo; o pé direito vae a frente do corpo ainda um passo, gira-se vivamente pela esquerda sobre as plantas dos dous pés até mudar a frente para a retaguarda, e continua-se a marcha.

CAPITULO III
MANEJOS DE ARMAS

     Manejo da espada.

     Manejo do mosquetão.

     Manejo da bayoneta.

     21. O manejo d'armas comprehende os movimentos da espada e do mosquetão necessarios para o serviço a pé, assim como armar e desarmar bayoneta.

     Os movimentos do manejo da espada e do mosquetão executados com a precisão e a cadencia proprias para dar aos homens uma attitude militar, impõem-lhes o habito da prompta obediencia aos commandos. Por isso a execução correcta do manejo d'armas deve ser exigida.

     Os homens serão collocados em uma ou duas fileiras e alinhados segundo os principios prescriptos na escola do pelotão a pé.

MANEJOS DA ESPADA

     22. Sentido! (Espada embainhada) - O soldado toma a posição indicada no n. 3, tendo a espada fóra do gancho, com os copos para a esquerda, segura abaixo da braçadeira, com a mão esquerda apoiada contra a perna, o braço ligeiramente curvo, os dedos unidos, o pollegar entre a bainha e o corpo.

     A espada permanece cahida ao longo da perna, de maneira que, vista de lado, não ultrapasse o corpo. A distancia da extremidade da bainha ao sólo dependerá da estatura do homem.

     Esta posição tambem é regulamentar para os officiaes.

     23. Ao iniciar a marcha, cada soldado, á respectiva voz do commando, inclina levemente a guarnição da espada para a frente, bastando para isto apertar os dedos que se acham unidos.

     A's vozes - Sentido! Olhar á direita! (esquerda) e Alto! retoma a posição do artigo anterior.

     A tropa armada de mosquetão conserva a espada no gancho.

     A posição do art. 22 é exigida para a continencia indidual e apresentações; e as do art. 23 para passeio e marchas isoladas.

     24. Desembainhar espadas! - O soldado volta a espada com a guarnição para a frente, cerrando os dedos da mão esquerda; a mão direita vae ao punho e, segurando-o fortemente com todos os dedos, tira a lamina com energia para fóra da bainha. A espada é trazida immediatamente para o lado direito, na vertical, ponta para cima, o dorso da lamina apoiado ao concavo do hombro, o punho junto ao quadril e o cotovello direito, sem constrangimento, para traz e um pouco para a direita. A espada fica segura pelos dedos polegar e indicador, auxiliados pelos outros, unidos e voltados naturalmente para baixo.

     A mão esquerda prende a bainha no gancho e conserva-se ao lado esquerdo, braço ligeiramente curvo.

     Esta é a posição da espada perfilada, tomada tambem á voz do perfilar-espadas!

     Si a tropa está em duas fileiras termerá o cuidado de fazer avançar um passo a primeira fileira, antes de mandar desembainhar-espadas!

     25. Apresentar espadas! - A mão direita traz a espada á frente do rosto, o cotovello unido ao corpo sem constrangimento, o punho na altura do pescoço, o gume voltado para a esquerda, a ponta para cima e a lamina na vertical.

     26. Os officiaes apresentam espadas em tres tempos:

     1º tempo - Posição do n. 25;

     2º tempo - Estende-se, em energia, o braço acima da cabeça;

     3º tempo - Deixa-se o braço cahir ao lado direito, com ás unhas para a frente, dedo pollegar ao longo do punho, os outros dedos unidos e cerrados, a ponta da espada para baixo e em frente á direita, sem tocar o sólo.

     A lamina deve ficar no prolongamento do braço.

     27. Embainhar espadas! - A mão direita, cerrando os dedos, leva a espada verticalmente á frente, ponta para cima e o ante-braço na horizontal; a mão esquerda tira a bainha do gancho, e, cerrando por sua vez os dedos, inclina-a com o bocal para a frente. Volta-se rapidamente a ponta da espada na direcção do dito boccal, levantando a mão direita quanto fôr necessario e, dirigindo os olhos para a bainha, introduz-se nella energicamente ao lado direito e o soldado toma a posição do n. 22.

     28. Descançar espadas! - A mão direita destaca a espada verticalmente, a 10 centimetros do hombro e ao mesmo tempo esquerdo segura a lamina logo acima da guarnição.

     A mão direita, com as costas para a frente, segura os copos. A mão esquerda volta promptamente ao lado, e entendendo-se o braço direito, leva-se a lamina á vertical com o dorso junto á axilla direita. E' a posição normal de marcha.

     A sentinella, quando armada de espada, poderá mantel-a na posição de descançar. A' aproximação de um official toma a posição de sentido, fazendo a continencia de accôrdo com o respectivo regulamento.

MANEJO DO MOSQUETÃO

     29. Sentido! - O mosquetão na vertical, com a bandoleira para a frente, a soleira no chão, junto ao pé direito pelo lado. de fóra, com o bico na altura da ponte, do pé, o braço direito estendido de modo que os cotovellos fiquem na mesma altura, a mão direita segura a arma entre o pollegar, por traz do cano, e os outros dedos ligeiramente curvos e unidos, ficando o index e o médio contra a bandoleira.

     Essa é a posição inicial, isto é, a posição em que o soldado colloca a arma; quando entra em fórma.

     A' voz de descançar! a arma conserva-se na mesma posição.

     30. A joelhar! - O soldado gira sobre a planta do pé direito, ao mesmo tempo que colloca o pé esquerdo cerca de um passo adeante do direito e põe o joelho direito em terra.

     A arma é levada perpendicularmente para a frente e para a direita do joelho direito, mantida pela mão direita na telha, proximo á alça de mira. A mão esquerda fica apoiada sobre o joelho esquerdo.

     31. Levantar! - O soldado levanta-se vivamente apoiando a mão esquerda no joelho e perfila-se unindo o pé direito ao esquerdo e trazendo a arma á posição de sentido.

     32. Deitar! - O soldado ajoelha (n. 30), passando ao mesmo tempo a arma para a mão esquerda, que a segura pelo seu centro de gravidade, com o cano um pouco levantado, inclinando o corpo para deante. Estende então o braço direito com a palma da mão proxima ao sólo e, inclinando para a direita e para baixo o joelho esquerdo, deita - se para deante. Os pontos de apoio successivos do corpo são: joelho esrquerdo, mão direita e cotovello esquerdo. Esses movimentos são executados sem interrupção. A arma descança no ante-braço esquerdo pela haste da coronha, entre as braçadeiras superior e inferior, com o cano voltado para a esquerda, segura pela mão direita na altura da telha: o corpo apoia-se nos ante-braços e fica um pouco levantado e o olhar dirigido para a frente.

     33. Levantar! - Pega-se o mosquetão com a mão esquerda, com a bocca do cano um pouco levantada; dispõe-se o peso do corpo de modo que utilise a mão direita, apoiada no terreno, encolhendo a perna direita, e approximando-a o mais possivel do corpo, sem levantar o busto acima do sólo.

     Auxiliado pela mão direita, o soldado levanta-se vivamente, colloca o pé esquerdo na frente, unindo-lhe o direito, ao mesmo tempo, a mão direita toma a arma e descança-a junto áppontta do pé direito.

     Depois de ajoelhados ou deitados, os soldados só se poderão mover á voz - á vontade! Não poderão conversar nem fumar e, quando deitados, erguer o busto.

     34. Hombro arma! - O soldado com a mão direita ergue o mosquetão e o conduz verticalmente ao lado esquerdo, com o cano voltado para a direita; apoia a soleira na palma da mão esquerda, com polIegar por cima do talão, unindo a arma á articulação do berço esquerdo, que fica estendido, com as costas da mão voltadas para a frente.

     Retirada a mão direita, que volta á posição do n. 3, passando junto á tunica; gira o cano do mosquetão para cima, ao mesmo tempo que ergue a mão esquerda, approximando-a do corpo, até que o braço esquerdo forme com o ante-braço uma abertura pouco maior que o angulo recto; o cotovello fica unido ao corpo e no plano das costas; a arma inclinada, no hombro, perpendicularmente á linha das espaduas.

     35. Apresentar armas! (Estando em hombro-arma!). A mão esquerda leva a arma á frente do corpo, voltando-se para a direita, ao mesmo tempo que a mão direita vae empunhal-a pelo delgado, com o pollegar voltado para o corpo.

     A mão esquerda abandonando a soleira do coice, vae segurar a arma na altura da alça de mira e por cima da bandoleira, de modo que a extremidade do pollegar, estendido ao longo do fuste toque a parte superior da alça, ao mesmo tempo que a direita voIta o cano da arma para o corpo, cobrindo a linha de botões da tunica.

     A direita segura o delgado com o dedo pollegar por detraz e os outros unidos pela frente e por baixo da bandoleira.

     O braço esquerdo fica ligeiramente afastado e o ante braço na horizontal, com o pulso unido ao corpo; o braço direito ligeiramente estendido e só levemente unido ao corpo.

     36. Hombro arma! - O soldado com as duas mãos gira o mosquetão, voltando o cano para a direita.

     A mão direita o conduz ao lado esquerdo, unindo-o á articulação do hombro; ao mesmo tempo que a esquerda, deixando a posição em que estava, vae receber a soleira na palma, como no n. 34, procedendo - se em seguida como ahi está estabelecido.

     37. Descançar arma! - A mão esquerda, girando o cano para a direita conduz a arma para baixo, distendendo completamente o braço; ao mesmo tempo, a mão direita vae segural-a na altura do hombro, o cotovelIo ligeiramente voItado para, baixo.

     A mão esquerda abandona a coronha e a mão direita traz a arma verticalmente, para a direita junto ao corpo, girando - a um pouco para a direita e afastando a bocca do cano para esse lado: quando a altura do homem exigir, deixa-se escorregar a arma para baixo. O dedo pollegar fica por detraz do cano ou da telha, o braço esquerdo na posição de sentido.

     O soldado colIoca rapidamente o bico da coronha na, altura da ponta do pé e une a arma ao corpo.

     38. Apresentar arma! - O soldado com a mão direita suspende a arma verticalmente até que a braçadeira inferior fique na altura de hombro direito vindo com a esquerda segural-a por cima da bandoleira, de modo que a extremidade do pollegar, estendido ao longo do fuste, toque a parte superior da alça.

     A. mão esquerda leva com energia a arma verticalmente para a frente do corpo, cobrindo a linha de botões da tunica, ao mesmo tempo que a mão direita vae segurar o delgado, por baixo da bandoleira, com o pollegar por detraz e os outros dedos unidos pela frente. O mais como no n. 35.

     39. Descançar arma! - Com a mão asquerda o soldado traz a arma verticalmente para junto do hombro direito, ao mesmo tempo que a mão direita, abandonando o delgado, vem segural-a na altura desse hombro, ficando na posição da primeira parte de apresentar arma!

     As duas mãos descem a arma ao longo do corpo até a terceira phase do n. 37, a mão esquerda volta á posição de sentido, procedendo-se no mais como nesse artigo.

     40. Em bandoleira arma! - A voz é dada na posição de descançar, ou durante a marcha sem cadencia. O soldado dá a extensão necessaria á bandoleira e, segurando-a, em seguida, com a, mão esquerda, enfia o braço direito entre ella e a arma, ficando esta no hombro direito, mantida verticalmente pela mão direita, que segura a bandoleira na altura do peito.

     Para descansar a arma o soldado com a mão esquerda segura a bandoleira, emquanto retira o braço direito da posição em que estava, e vae com a mão direita pegar a arma por cima da alça de mira, conduzindo-a á posição inicial; a mão esquerda volta ao seu logar.

     41. Tiracollo arma! - A execução do movimento na posição de descançar ou na marcha verifica-se sem cadencia. O soldado alonga a bandoleira e, segurando-a com a mão direita, faz passar entre ella e a arma o braço esquerdo e a cabeça, de modo que a descance contra as costas, com o cano para a direita e a coronha para a esquerda.

     Para descançar a arma o soldado com um movimento de hombros atira-a para a frente, segurando-a com a mão direita e desembaraçando successivamente o braço esquerdo e a cabeça. Encurta a bandoleira.

     42. Póde-se tambem mandar alongar bandoleira e encurtar bandoleira antes e depois destes ultimos movimentes.

     43. Em todo o manejo do mosquetão é prohibido bater com a mão na arma, assim como bater com força a soleira no solo. Só se exige rigorosa precisão e uniformidade nos manejos dos ns. 34, 35, 36; 37, 38 e 39. Ahi sómente os braços e as mãos entram em ação; a parte superior do corpo fica perfilada e immovel.

     Os soldados devem ser exercitados nas marchas e voltas, tanto armados com a espada, como com o mosquetão.

     Na marcha, em hombro-arma, o cotovello esquerdo apoia-se Ievemente ao corpo e o braço direito oscilla sem constrangimento.

     - Sempre que a arma estiver descançada, a voz de advertencia para as voltas a pé firme, pequenos deslocamentos para a frente, retaguarda ou lados, o soIdado suspenderá a arma sem voz especial para isso, curvando um pouco o braço direito, assim como descançará de novo a arma, uma vez terminada a volta ou o deslocamento

     - Nas marchas, tanto em ordem unida como aberta, á voz - alto! - os soldados descançarão as armas independentemente de outra voz.

     44. Accelerando-marche! A voz accelerado os homens suspendem armas. A' voz marche! procedem como no n. 13, conservando, porém, os braços immoveis.

     Quando se manda alto! ou passo ordinario! descança-se a, arma, no primeiro caso, ou faz-se bombro armas, no segundo.

     45. Marche-marche! - Nos movimentos de carreira tomados a esta voz, os homens carregam as armas suspensas pela mão direita.

     Quando se quizer que a tropa em marcha ajoelhe ou deite, supprime-se a voz - alto! - mandando-se simplesmente ajoelhar! ou deitar!

     Do mesmo modo, estando a tropa ajoelhado ou deitada e querendo-se que ella entre, rapidamente em marcha, mandar-se-ha sem, cadencia (ordinario) marche! accelerodo marche! ou ainda marehe-marche! No primeiro caso os homens levantam-se e correm, conduzindo, a arma como lhe fôr mais facil.

MANEJO DA BAYONETA

     46. Pode-se armar bayoneta estando a arma em qualquer posição e durante a marcha, á voz de commando ou toque respectivo, mas sempre á vontade ou marchando será cadencia. Logo que a bayoneta estiver armada, a arma voltará á posição primtiva.

     47. Armar beyoneta! - Com a arma descançada, o homem de pé ou de joelhos, a não esquerda segura o punho do sabre, tira-o da bainha e colloca-o na presilha; calca depois fortemente a bayoneta no encaixe, até ouvir funccionar a mola do retém.

     Partindo da posição - hombro-armas ou em marcha - o soldado procede primeiro corno em - descançar-arma - e em seguida, arma, a bayoneta.

     Deitado, o soldado armará a bayoneta como lhe for mais commodo

     48. Desarmar bayoneta! - O movimento executa-se em geral partindo da posição de descangar; a mão esquerda segura a arma na altura da braçadeira superior e com o dedo pollegar comprime o botão da mola do retém. A mão direita tira. o sabre e mete-o na bainha, para onde o soldado olha. Devei-se exerditar os soldados em fazer com a bayoneta armada todo o manejo dos ns. 29 a 39,

CAPITULO IV
USO DAS ARMAS

     Lança.

     Espada.

     Pistola.

     Mosquetão; bayoneta; granada; bocca. VB.

     Fuzil-metralhador. (*)

     49. A lança e a espada só se usam a cavallo Os exercicios a pé teem por fim simplesmente preparar os cavalleiros para o combate a cavallo. Servem para adestral-os no mecanismo dos ataques, desenvolver-lhes o vigor e mantel-os com o treinamento indispensavel.

     E' necessario que pela maneira de conduzir taes exercicios, elles tomem desde o primeiro dia um caracter offensivo e energico. A violencia. do ataque assegura o successo tanto no combate, individual, como na carga.

     Para o manejo da espada e da lança, os cavalleiros serão dispostos de preferencia cm duas fileiras, a, seis metros de distancia e voltados frente a frente. Esta disposição permitte ao instructor ver melhor a execução dos movimentos; além disso dá a cada, cavalleiro a facilidade de tomar como adversario um cavalleiro da fileira opposta.
_________________

     (*) O emprego das metralhadoras constitue objecto do um regulamento especial.

     Para tomar esta formação, o instructor, depois de levar a primeira fileira a seis metros da segunda e ordenar-Ihe meia volta, commanda para cada fileira: «De tal e tal cavalleiro, a tantos metros de intervallo». Os cavalleiros tomam o mais rapidamente possivel o intervallo indicado e voltam á frente.

     O intervallo necessario ao manejo da lança é de seis metros; de quatro para a espada.

     - Os exercicios de uso das armas de fogo e da bayoneta dão ao cavalleiro toda a instrucção necessaria para combater a pé. A importancia preponderante, tomada por este modo de actuar, exige que o cavalleiro seja nelle instruido e treinado cuidadosamente.

     - Os exercicios de uso das armas começam desde os primeiros dias da chegada dos recrutas, e são praticados diariamente.

     - E, necessario que os instructores sejam adestrados no ensino destas armas. O exemplo é a melhor explicação.

     - E' preciso habituar os cavalleiros a utilizar a lança e a espada com o mosquetão a tiracollo.

LANÇA

     50. A lança é uma arma essencialmente offensiva.

     Os exercicios devem ser conduzidos progressivamente, nas repetidos todos os dias, afim de que os cavalleiros adquiram a força e a agilidade indispensaveis.

     No começo dividem-se os cavalleiros em escolas de 10 a 12 homens para que os erros sejam mais perceptiveis.

     - Para marchar com a lança, o cavalleiro apoia a haste no hombro direito, segura-a com a mão direita abaixo do centro de gravidade, a ponta para cima e para traz.

     - Esta posição não se modifica quando fôr commandado - A vontade, Olhar á direita (esquerda). Ao fazer porém, alto a tropa toma a posição de perfilar-lanças.

     Os exercicios de marchas e voltas prescriptas na instrucção sem armas não devem ser feitos com a lança.

     51. Perfilar lanças - O cavalleiro, na posição de sentido, colloca a lança na vertical ao lado direito, com o conto apoiado no sólo junto ao pé direito, o segura-a sem esforço com a mão direita cabida naturalmente. O braço fica ligeiramente curvo, de maneira que o pellegar se conserve entre a lança e o corpo, e os outros dedos estendidos de lado de fóra.

     As duas mãos na mesma altura, como na posição sem armas.

     Esta é a posição da escola a pé guando passada em revista.

     A' voz - descançar, a lança permanece na mesma posição.

     52. Para os exercicio de uso da lança os cavalleiros são dispostos em uma ou duas fileira com intervallos e distancias que lhe permittam a independencia de movimentos.

     (Veja n. 49.)

     53. Os exercicios com a lança são feitos como a cavallo: a mão esquerda mantem-se fechada na altura da cintura como si tivesse as redeas, e a direita eleva-se, em todos os movimentos que o exijam, o sufficiente para simular a passagem da lança por cima da cabeça do cavallo.

     Segurando a lança, a mão póde tomar duas posições differentes:

     1ª, posição directa, quando o indicador e o pollegar ficam dirigidos para a ponta e o dedo minimo para o conto Esta posição póde ser tomada, com unhas abaixo, ou com unhas acima;

     2ª posição inversa, quando o indicador e o pollegar se acham voltados para o conto e o dedo minimo para a ponta da lança.

     A mudança de posição da mão é feita girando a lança em torno do punho e predendo-a firmemente entre o braço a corpo.

     54. Em guarda! - A mão direita empunha a lança na posição directa, unhas acima, pelo centro de gravidade, baixando a ponta até a horizontal, emquanto o pé direito se afasta do esquerdo um passo para a direita.

     A parte posterior da lança fica unida ao braço direito, um pouco acima, do cotovello, e presa entre o braço e o corpo.

     O tronco conserva-se vertical com o peso distribuido gelas duas pernas distendidas.

     O instructor prestará attenção para que a posição horizontal da lança seja mantida, sendo maior erro levantar a ponta da lança do que abaixal-a.

     Nos exercicios contra alvos, no combate individual, o posição de guarda O tomada sempre na direcção do objectivo, para onde deve olhar o lanceiro.

     55. Perfilar lança! - O cavalleiro une o pé direito ao esquerdo e toma a posição do n. 51.

GOLPES

     56. O lanceiro carrega a fundo, lanceando directamente o adversario. Os lançaços devem ser dados com vigor. O lanceiro alonga vivamente o braço, segurando fortemente a arma com a mão. Imprime-lhe toda impulsão possivel, tendo o cuidado de avançar com a espadua e não deter a arma sinão depois do braço estendido em todo o comprimento.

     Os lançaços são dirigidos de preferencia para a cintura e para a ilharga do adversario.

     Executado o golpe, a lança deve ser immediatamente desembaraçada, voltando o lanceiro á posição de guarda, com a mesma energia.

     A guarda é a posição de partida dos golpes que se seguem. Estes são executados olhando sempre na direcção do alvo.

     57. Em frente, á direita (esquerda) lancear! -

     A' voz - em frente á direita (esquerda) dar á ponta da lança a direcção indicada, voltando as unhas para baixo. A' voz - Lancear:

     1) impellir com força a lança para frente direita (esquerda), distendendo o braço em todo seu comprimento e girando as unhas para cima. Inclinar o busto na mesma direcção a perna direita (esquerda) curvada, joelho deste lado avançado, emquanto o outro distendido;

     2) retirar vivamente o corpo e a lança e retomar a guarda.

     O movimento de rotação da mão, que assegura a precisão do ataque, será objecto de attenção especial do instructor.

     58. A' direita (esquerda) lancear! - A.' voz á direita (esquerda) - dar á ponta da lança a direcção indicada, com as unhas para baixo, torcendo o tronco para esta direcção para onde ficará voltada a ponta do pé direito (esquerdo).

     A' voz lancear, executar o golpe conforme o numero anterior.

     59. A' rectaguarda, á direita, lancear! - A' voz - á retaguarda, á direita - dar á ponta da lança a direcção indicada, mudando a posição da mão (posição inversa).

     A' voz -- lancear:

     1) desferir o golpe mantendo a haste debaixo do braço durante a primeira parte do movimento, estendendo o braço em todo o seu comprimento e recuando o hombro direito;

     2) puxar a lança para a frente e fazer a pontaria descrever uma semi-circumferencia, o conto passando junto á perna direita; mudar a posição da mão (posição directa) e retomar a guarda.

     60. A' retaguarda, á esquerda - passar a ponta da lança para a esquerda e dar-lhe a direcção indicada, segurando-a com o indicador e o pollegar da mão esquerda; alongar o braço direito, de modo que esta mão agarre a lança na posição directa pelo meio da parte posterior arremessar curva do braço deste lado, para onde fica torcido o alto do a lança, por um movimento do indicador esquerdo para que corpo.

     A' voz - lancear:

     1) desferir o golpe, fazendo arma deslizar pelo braço esquerdo no começo do movimento, vindo apoiar-se pelo conto contra o dito braçco;

     2) retirar novamente a lança e retomar a guarda.

     E' indispensavel que a lança se apoie contra o braço esquerdo para assegurar a presição do golpe.

     61. Em terra, á direita, lancear! - A' voz - em terra, á direita- mudar a posição da mão (posição inversa) e dar á ponta da lança a direcção indicada; elevar a mão direita á altura da face.

     A' voz - lancear:

     1) estender o braço verticalmente para cirna e executar o golpe com energia impulso da mão direita para baixo, descendo-a quanto fór necessario para attingir o alvo e, si preciso, inclinando o corpo para a frente;

     2) retirar vivamente a arma, elevando a mão direita a retomar a guarda.

     62. Pancada com o conto á direita (retaguarda, esquerda, em terra á direita) Arma! - O golpe é dado segundo os mesmos principios dos golpes de ponta, mas sem mudar a posição da mão.

     O lanceiro dirige o conto da lança para a cabeça ou peito do adversario, ou para a cabeça do seu cavallo.

     63. Pancada com a hasta, arma! A' voz -- pancada com a haste -- tomar a posição preparatoria apoiando a parte anterior da lança contra o hombro esquerdo (pancada á direita), ou a parte posterior conta o homoptata esquerdo (pancada á esquerda).

     A' voz -- arma.

     1) desferir o golpe com força auxiliado por impulso do corpo;

     2) voltar á guarda.

     Póde-se dar mais vigor á pancada com a lança á esquerda, levando a sua ponta para a direita, na posição prehaste apoiada de encontro ás costas. O golpe será desferido paratoria, destacando o braço do corpo, a parte posterior da vigorosamente da direita para a esquerda, levando o braço estendido vivamente na direcção do hombro esquerdo e deixando ao movimento toda a sua amplitude, para que a ponta da lança rode para traz até á altura do homoplata direito. A lança é trazida, por movimentos inversos, novamente á posição preparatoria e dahi á de guardar.

     A pancada com a lança á excepcional, mas constitue para o lanceiro a única maneira de utilizar sua arma quando muito proximo do adversario. Ella deve ser dirigida para o rosto ou clavicula do adversario, ou para a cabeça do seu cavallo.

     Nos exercicio não se deve dar pancadas com a haste contra objectivos.

     64. Os exercicios de uso de lança podem ser complicados combinando-se golpes 2 a 2. Aas combinações resultantes recebem o nome de golpes duplos. Ficará ao alvitro do instructor escolher as combinações mais efficazes.

     Os golpes acima são empregados sómente no combate individual. Na carga, o lanceiro limita-se a conservar a arma na direcção do adversario, segurando-a com vigor em baixo do braço.

EXERCICIOS CONTRA ALVOS

     65. Estes exercicios devem ser conduzidos parallelamente ao exercicios sem alvo.

     Elles teem fim habituar o cavalleiro a tomar sem hesitação a posição preparatoria para os golpes, a lancear energicamente o ponto designado ou escolhido, visando por cima da ponta da lança, e a retiral-a desembaraçando-a quando tenha penetrado no objectivo.

     Os movimentos são ensinados a pé firme e executados o mais cedo possivel em marcha. O instructor modificará frequentemente a fórma, as dimensões e a resistencia dos objectivos.(Vide annexos.)

     Ensinará ao cavalleiro que depois de um lançaço á direita, que tenha penetrado no objectivo, é preciso voltar o corpo para este lado, apoiando a parte posterior da lança nas costas e contra os rins, cedendo, si preciso, um pouco a mão, afim de poder desembaraçar a arma. Nos golpes á esquerda, elle deverá levantar rapidamente a lança depois de Ter tocado o alvo.

EXERCICIO DE DESTREZA
(Molinetes)

     66. No intuito de desenvolver a destreza dos lanceiros, devem fazer-se, além dos golpes, os exercicios chamados molinetes.

     Chamam-se molinetes, em exercicio de lança, os movimentos em que a ponta da arma descreve circumferencias.

     São quatro os molinetes admittidos:

     Molinete horizontal;

     Molinete vertical;

     Molinete lateral á direita (esquerda);

     Molinete em roda.

     Os molinetes, por isso que são gymnastica de destreza, devem, como os golpes, ser executados tanto com a mão direita como a esquerda.

     67. A posição de partida para os molinetes é a guarda. Enunciado o molinete, o lanceiro toma a posições preparatoria, começando o molinete á voz - começar! O molinete termina á voz - Em guarda! tendo os lanceiros o cuidado de completar previamente os movimentos.

     A lança passará á mão esquerda á voz - Lanças na mão esquerda!

     68. Molinete horizontal - 1) levar a parte posterior da lança até as costas por uma rotação conveniente, a ponta ficando dirigida para a direita (posição preparatoria);

     2) por um impulso da mão direita ajudado por ligeiro golpe de rins, rodar a lança, sempre segura por essa mão, por cima da cabeça, e leval-a, ao lado esquerdo, apoiando-a de encontro ao braço, com a ponta o mais possivel para a esquerda. Nesta passagem o braço direito deve ser energicamente estendido acima da cabeça;

     3) sem fazer uma, grande parada, inverter o sentido dos movimentos, rodando a lança novamente por cima da cabeça e trazendo-a ao lado direito com impulso, de modo que sua parte posterior encoste nas costas como em 1.

     69. Molinete vertical - 1) estender o braço horizontalmente para a frente as unhas voltados para a esquerda e um pouco para baixo, de sorte que a lança venha á frente do corpo, um pouco inclinada para a esquerda com a ponta para cima e o conto ligeiramente para a direita posição preparatoria);

     2) baixar a ponta da lança para a frente e descrever com ella uma circumferencia ao lido esquerdo, emquanto o conto, pelo movimento correspondente, descreve um arco de circumferencia ao lado direito e para a rectaguarda, vindo passar para a esquerda. A lança tom então, deste lado, posição analoga a anterior sendo a inclinação agora á direita;

     3) continuando o molinetc, baixar a ponta da lança para a frente, a qual descreve agora uma circumferencia ao lado direito; o conto virando pelo lado esquerdo no mesmo sentido, passa por cima e a lanaç sem á posição 1.

     O braço deve ser conservado, quanto possivel estendido á frente de corpo.

     70. Molinete lateral á direita (esquenta) - 1) estender o braço direito (esquerdo) com a lança segura na posição directa, horizontalmente á direita (esquerda), as unhas voltadas para a frente e um pouco para cima, de sorte que a lança tenha uma pequena inclinação para traz (posição preparatoria);

     2) imprimir á lonça uma rotação, de modo que a ponta descreva uma circumferencia de cima para baixo, passando pela frente; virar a mão, abandonando momentaneamente a lança cada vez que uma nova circumferencia vae começar, para poder dar impulso para novo giro. O braço deve ser mantido em extensão.

     71. Molinete em roda - 1) fazer a lança escorregar para a frente e segural-a pelo meio da parte posterior, prendendo conto debaixo do braço (posição preparatoria);

     2) dar-lhe uma rotação para a esquerda, fazendo-a rodar por cima da cabeça, além da qual se eleva o braço; virar a mão cada vez que uma circumferencia vae começar, para dar nova impulsão, mantendo o braço um pouco curvo.

     Para terminar o molinete, deixar a haste cahir sobre o ante-braço esquerdo, pela parte anterior.

     Este molinete tambem deve ser feito sem virar a mão, o que exige mais força.

EXERCICIO DE PREPARAÇÃO PARA O COMBATE

     72. Independentemente da habilidade equestre, o desembaraço com que o lanceiro passa de um galope a outro, por movimentos rapidos e seguros, tem a maior influencia no resultado do combate. Esta faculdade de manejar a arma de uma maneira instinctiva deve ser desenvolvida com o maior cuidado.

     - O instructor mostrará primeiramente ao lanceiro que a segurança do ataque depende da posição preparatoria. Ensinar-lhe-ha, em seguida, a passar de uma a outra por movimentos simples que exijam o menor dispendio de força. Segundo as circumstancias, fazem-se mudanças de posição de mão e movimentos de molinetes, auxiliando-os com o apoio do antebraço esquerdo.

     Os ataques serão sempre levados a fundo.

     O regulamento não cogita de pormenorizar os numerosos processos que se podem empregar; a experiencia os mostrará aos instructores, que despertarão a iniciativa nos cavalleiros, ensinando-lhes a descobril-os por si mesmo. Os exercicios diarios levarão os cavalleiros a applical-os instinctivamente.

     73. Estes exercicios são repetidos contra alvos. O instructor manda figurar os adversarios, rodeando o Ianceiro de objectivos, contra os quaes prescreve atirar effectivamente golpes determinados.

     Póde, enfim, dispôr em torno do lanceiro, munido de uma lança emolada, certo numero de cavalleiros que simulam ataques.

     Estes exercicios só devem ser realizados por cavalleiros que tenham mais de um anno de serviço.

     A ordem e a successão dos mesmos são regulados pelo instructor, de maneira que as difficuldades augmentem progressivamente e os tornem uma escola de presença de espirito e de decisão.

     A medida que progressos sejam conseguidos, repetir-se-hão estes exercicios em cavallos de pau, e depois em cavallos vivos, muito calmos.

ESPADA

     74. Para os exercicios do uso da espada os cavalleiros tomam a mesma disposição do n. 49. O intervallo para o emprego da espada é de quatro metros.

     Podem-se collocar os cavalleiros em duas fileiras, uma em frente da outra, de sorte que elles formem pares para exercicios.

     75. Em guarda! (Partindo da posição - perfilar espadas) - A mão direita, cerrando os dedos e com o pollegar estendido ao longo do punho, leva os copos da espada para a frente, com as unhas para baixo, o gume para a direita, o cotovello um pouco afastado do corpo, a ponta da espada na direcção do hombro direito do adversario e a lamina no prolongamento do ante-braço. O pé direito afasta-se um passo para a direita e na mesma linha do esquerdo e as pernas ficam estendidas. A mão esquerda á frente do corpo, na posição de segurar as rédeas.

     Desfaz-se esta posição á voz - Perfilar-espadas! - ou Embainhar-espadas!

     76. O cavalleiro que ataca procura aproximar-se do inimigo de frente para a direita, pondo-se em guarda como prescreve o numero anterior. A guarda modifica-se, porém segundo as direições em que se apresenta o adversario; devendo o cavalleiro, em todos os casos, ficar prompto para o ataque, e coberto.

     O instructor explicará estas posições collocando-se na situação do adversario.

     O cavalleiro deve ser exercitado no colIocar-se promptamente em condições de ataque, partindo de uma posição qualquer. Si tem a espada embainhada, elle a desembainhará, tomando immediatamente, a posição de guarda.

GOLPES

     Os golpes dividem-se: em golpes perfurantes ou pontas e golpes cortantes ou simplesmente golpes.

     - Em regra, todos os ataques se fazem por meio de pontas. Os golpes só devem ser empregados quando o espaço entre os dous adversarios não permitte o emprego da ponta.

     A ponta deve ser levada a effeito vivamente e a fundo, acompanhando o movimento do braço com o alto do corpo e avançando o hombro direito afim de dar o maior alcance possivel.

     Dirige-se a ponta para o peito ou flanco do adversario: para o ventre, pescoço ou axilla.

     Os golpes são desferidos alongando o braço em todo seu comprimento e imprimindo a maxima impulsão possivel á lamina, que deve cortar deslisando a partir do meio para a ponta.

     Si o adversario está em frente á direita, ou á esquerda,

     dá-se-lhe o golpe verticalmente na cabeça. Em todas as outras situações dá-se-lhe o golpe horizontalmente no pescoço, ou diagonalmente na mão das rédeas.

     Tanto nos golpes como nas pontas, a mão esquerda collocacìa como si tivesse as rédeas, deve conservar certa independencia para evitar toda a rijeza.

     78. Ponta em frente, á direita (esquerda) arma! - A' voz - ponta em frente, á direita (esquerda); dar á ponta da espada a direcção indicada.

     A' voz - arma!

     1) impellir com força a ponta da espada para a frente, sem mudar a posição da mão, alongando o braço em todo o seu comprimento, avançando o hombro e inclinando o busto na mesma direcção; a perna direita (esquerda) curvada, o joelho deste lado avançado, o outro distendido;

     2) retirar vivamente o corpo e o braço, e retomar a posição de guarda.

     79. Ponta á direita (esquerda) - arma! - A' voz - ponta á direita (esquerda) - dar á ponta da espada a direcção indicada, recuando o hombro direito (esquerdo) e girando a ponta do pé deste lado para fóra.

     A' voz - arma!

     1) dar o golpe em direcção da lamina, conforme está prescripto para ponta em frente, á direita (esquerda);

     2) retirar vivamente o corpo e o braço, e retomar a posição de guarda.

     Recuando sufficientemente o hombro direito, o cavalleiro poderá ativar uma ponta em um adversario que o ataca peIa rectaguarda, á direita.

     80. Golpe em frente, á direita (esquerda), arma! - A' voz - Golpe em frente, á direita - voltar o rosto para a direcção indicada; levantar a espada com o braço meio estendido, o punho acima da cabeça e a direita, a ponta para traz e para a esquerda (direita) e mais elevada que o punho, o gume para cima e na direcção do golpe que se quer desferir.

     A' voz - arma! - desferir um golpe verticalmente para a frente e para a direita (esquerda), distendendo totalmente o braço e dando á espada o maior impulso possivel; o braço (descreve um circulo que o reconduz á posição em guarda.

     81. Golpe á direita, arma! - A' voz - Golpe á direita - voltar o rosto para a direita; levar o gunho perto do hombro esquerdo, unhas para baixo, gume para a esquerda, braço dobrado.

     A' voz - arma! - desferir um golpe horizontalmente á direita, alongando totalmente o braço e dando á lamina o maior impulso possivel, com o busto acompanhando e apoiando o movimento do braço, perna direita dobrada, perna esquerda distendida; deixar a lamina voltar por cima da cabeça, reconduzindo-a á guarda, flexionando o cotovello e baixando o punho.

     82. Pode-se golpear horizontalmente em frente á esquerda, e á esquerda, seja tomando a mesma, posição inicial do golpe á direita, mas recuando mais o hombro esquerdo, seja partindo da posição preparatoria do golpe em frente, á esquerda.

PARADAS

     83. Não existe melhor parada do que a que consiste em atacar vigorosamente, a ponta da espada dirigida sempre para o hombro direito do adversario, afastando-lhe brutalmente a arma.

     Comtudo, as pontas e os golpes dos adversarios podem ser rebatidos com o forte da lamina, desviando, pela parte fraca, a arma do inimigo. Conforme a direcção do ataque que se tem de rebater, a parada póde ser á direita, á esquerda ou á cabeça.

EXERCICIOS CONTRA ALVOS

     84. Estes exercicios devem ser ministrados parallelamente com os exercicios sem alvos, empregando-se, sempre, quanto possivel, espadas velhas.

     Teem por fim habituar o cavalleiro a ajudar a impulsão dos golpes com o tronco, vencer as resistencias dos objectivos, julgar a que distancia, em cada caso, é mais conveniente tomar a posição preparatoria e depois alongar o braço, e dar-lhe tambem penetração e destreza necessarias para attingir o ponto do objectivo designado ou escolhido.

     Os exercicios serão feitos primeiramente a pé firme e depois em marcha.

EXERCICIOS DE DESTREZA
(Molinetes)

     85. São dous os molinetes com a espada:

     Molinete horizontal;

     Molinete vertical.

     Os molinetes devem ser executados tanto com a mão direita, como com a mão esquerda.

     Os cavalleiros executam estes exercicios, a principio, lentamente. O instructor exigirá em seguida uma execução mais perfeita e mais rapida, ensinando aos cavalleiros a facilitar

     a rotação da espada pela abertura e leve movimento dos dedos.

     Além da utilidade como exercicio de destreza, os molinetes encontram applicação em combate, quando as circumstancias tornam as pontas e os golpes impraticaveis e para vencer difficuldades no entrevero.

     86. A posição de partida para os molinetes é a de guarda. Enunciado o molinete. o cavalleiro toma a posição preparatoria, começando o movimento á voz - começar! O molinete termina á voz Em guarda tendo os cavalleiros o cuidado de completar previamente os movimentos.

     87. Molinete horizontal - 1) estender o braço para a frente, a mão na altura do rosto, as unhas ligeiramente para a direita, atravessando a lamina um pouco para a esquerda, a ponta na altura da cabeça (posição preparatoria);

     2) levar, por uma torção de pulso, a ponta da espada pela esquerda para a retaguarda e completar o circulo para a frente. Terminado o movimento as unhas estarão voltadas para cima, a lamina atravessada para a direita, com a ponta para esse lado:

     3) desfazer o movimento descrevendo um circulo em sentido contrario terminando na posição 1.

     88. Molinete vertical

     1) posição preparatoria como no molinete anterior;

     2) baixar a ponta da espada e descrever com ella uma circumferencia ao lado esquerdo. A arma toma, com a ponta para a direita uma posição analoga á preparatoria, as unhas para cima:

     3) continuar o molinete, baixar a ponta da espada, que descreve agora uma circumferencia pelo lado direito.

     89. Os exercicios de golpes espada e molinetes, gradativamente prolongados, darão aos cavalleiros o vigor indispensavel. É util exercital-os em molinetes e golpes com a mão esquerda.

EXERCICIOS DE PREPARAÇÃO PARA O COMBATE

     90. Espada contra espada - O instructor e os cavalIeiros são munidos de mascaras e espadas proprias para esgrima.

     O instructor colloca-se em frente de um cavaIleiro, a quem põe em guarda, e explica-lhe que para estar coberto deve ter constantemente a ponta da espada na direcção do hombro direito do adversario. Indica-lhe depois a região do corpo que se esforçará por attingir, insistindo na necessidade de olhar por cima da ponta da espada, e de atacar vivamente com a ponta, voltando promptmente á posição de guarda.

     Ensinará ao cavalleiro a julgar si o adversario está coberto.

     Si o adversario se descobre, seja em guarda, seja para dar um golpe em uma linha qualquer, atirar a fundo uma ponta no peito, no hombro ou no pescoço (golpe em tempo).

     Si o adversario está coberto, atirar uma ponta a fundo, afastando brutalmente o ferro, si o encontra.

     O instructor ensinará tambem ao cavalleiro como atacar e defender-se, quando muito proximo do adversario.

     91. Desde que o cavalleiro comprehenda esses principios, os mesmos exercicios serão feitos em marcha.

     O instructor indicará ao cavalleiro a direcção em que deve atacar. Ora deixa tocar, para desenvolver-lhe a penetração; ora, pára o golpe, para forçar o cavalleiro a executal-o com mais precisão ou atacar em outro ponto.

     Os exercicios de combate continuam depois, entregando-se os cavalleiros a monitores instruidos, depois um contra outro.

     O instructor inspecciona e corrige individuamente as faltas.

     92. Espada contra, lança, - Os exercicios de espada contra lança teem uma importancia particular.

     O instructor explica ao cavalleiro armado de espada as vantagens da sua arma, uma vez desviada a ponta da lança.

     Elle as demonstra, fazendo-o atacar um manequim munido de uma lança embolada, mantida na cintura presa por um annel, de modo que possa deslocar-se; e collocando-se por detraz, dirige a ponta da lança para o cavalleiro, segurando-a pelo centro Fará então o cavalleiro atacar, ora pela direita, ora pela esquerda.

     O cavalleiro pôr-se-ha em guarda, e, elevando ou desviando a ponta da lança, segundo esteja alta ou baixa, approximar-se-ha do manequim, atirando-lhe uma ponta.

     Estes exercicios que teem por fim dar calma ao cavalleiro munido de espada de esgrima e o instructor de uma lança embolada, são feitos a principio a pé firme e depois marchando.

     A' medida que progressos sejam conseguidos, repetir-se-ão estes exercercios em cavallos de pau, e depois em cavallos vivos, muito calmos.

PISTOLA

     93. A instrucção com a pistola é limitada ao modo de conduzil-a e ao indispensavel para a sua utilização.

     Como arma de defesa pessoal que é, deve ser empregada, em geral, a curta distancia para pôr o adversario immediatamente fóra de combate.

     Os officiaes e as praças que não sejam armadas de mosquestão devem estar em condições de utilizal-a em todas as circumstancias.

     94. Tirar pistola - Abrir o estojo e segurar a coronha da pistola com a mão direita em cheio contra a aza do rétem, de modo que os tres dedos, médio, annullar e minimo, occupem espaço entre o botão do ferrolho do carregador o parafuso de fixação da placa de madeira; o indicador abraçando a tecla do gatilho pela phalange média, e o pollegar tocando o dedo médio. O braço direito ficará cahido ao longo do corpo, com a bocca da arma voltada para o sólo e ligeiramente para a direita; o braço esquerdo cahido naturalmente.

     95. Carregar - Curvar ligeiramente o braço direito para suspender a pistola, segurando-a firmemente, e alongar o indicador pelo lado de fóra. Puxar com a mão esquerda os botões da joelheira, dobrando-a e trazendo o ferrolho para traz; e soltal-o nesta posição, deixando-os voltar ao seu logar primitivo.

     96. Preparar - Fazer um oitavo á esquerda, afastando o pé direito de meio passo para a direita, na nova posição: voltar a cabeça para a direita. Curvar o braço direito, trazendo a arma á altura do hombro direito, do qual fica afastada uns 10 cm.. com a bocca para cima e o guarda-matto para frente. Dobrar o braço esquerdo por traz das costas, ou descançar a mão espalmada contra o quadril desse Iado.

     97. Apontar - Estender o braço sem constrangimento na direcção do alvo, deixando-o ligeiramente curvo, para resistir ao recúo. Baixar a bocca da pistola, visando o alvo pela linha de mira.

     98. Fogo - Contendo a respiração, comprimir calmamente a tecla do gatilho no momento preciso em que a linha de mira passar pelo ponto de visada.

     - Disparada a arma, é preciso soltar immediatamente a tecla, estendendo o indicador até bater na contra-tecla.

     - Para introduzir o carregador segura-se a pistola com a mão direita na posição do n. 95, torcendo o braço, de modo que vire para cima o alojamento do carregador que é ahi introduzido, com as pontas das balas na direcção do cano, e comprimido até ouvir-se um estalido do botão de fixação.

     Para extrahir o carregador, segurar a pistola com a mão direita, voltando-a um pouco para a esquerda e apoiando o pollegar contra o botão de fixação; segurar com a mão esquerda o carregador pela sua parte inferior. Comprimir o botão e puxar o carregador para fóra do alojamento.

     99. Guardar pistola - Voltar á posição do n. 94 e metter a pistola no estojo.

MOSQUETÃO
Carregar e travar

     100. O carregamento e descarregamento da arma devem ser feitos com frequencia e cuidado para que o soldado possa executal-os com presteza e segurança em todas as posições, principalmente de joelhos e deitado, e tambem em marcha.

     Nestes exercicios convém manejar a arma com toda a cautela. Os movimentos para abrir e fechar a culatra e o funccionamento do registro de segurança só serão executados com cartuchos.

     Convém recorrer primeiramente ás cartucheiras da esquerda, as mais difficeis de utilizar no carregamento da arma.

     - Os movimentos para carregar e travar devem ser feitos á vontade, seguindo-se uns aos outros rapidamente, sem violencia nem precipitação.

     101. Carregar e travar - A este commando o soldado, de joelhos ou de pé, abre a cartucheira e com a mão direita leva a arma obliquamente á frente do corpo, conservando-lhe a bocca levantada e voltada para a esquerda.

     A mão esquerda segura a arma nessa posição pelo centro de gravidade com o pollegar pela esquerda e ao longo do fuste.

     Em seguida, com o pollegar e o index da mão direita, faz girar para a esquerda a alavanca do ferrolho e puxa-a uma só vez para traz, abrindo assim a culatra; com pollegar e o index tira da cartucheira um carregador cheio e o introduz convenientemente no receptor.

     Com o pollegar contra o cartucho superior, junto á lamina, e tendo os outros dedos por baixo da caixa do mecanismo, exerce uma compressão, de modo que os cartuchos deslisem na lamina e se accommodem no deposito, onde ficarão presos.

     A mão direita segura novamente a alavanca pelo corpo e pomo, empurra o cylindro para a frente, levando assim um cartucho á camara, e gira a alavanca para a direita, fechando, deste modo, a culatra.

     Depois, essa mão vae ao registro de segurança, pega a aza com o pollegar e o index e, voltando-a para a direita, trava, assim, a arma.

     Uma vez travada a arma, o soldado a conduz á posição que occupava primitivamente e fecha a cartucheira.

     - Em marcha, o soldado procederá do mesmo modo, sempre que tiver que carregar e travar a arma, mas procurando ter o cano, tanto quanto possivel, na direcção da frente.

     Quando deitado, o atirador volta-se um pouco para o lado esquerdo e apoia-se no cotovello, levando o mosquetão á frente.

     A mão direita vae á cartucheira por entre a arma e o corpo, e tira um carregador, com o qual carrega a arma; depois de carregada e travada, o atirador colloca a arma novamente sobre o ante-braço esquerdo com o cano para a esquerda.

     102. Retirar, travar, descançar arma! - Estando o soldado com a arma apontada e si não se quizer que faça fogo, commanda-se: Retirar arma!

     A' voz de advertencia, o soldado abre o olho esquerdo e estende o dedo indicador da mão direita. A' voz de execução, levanta a cabeça e leva a arma á frente do corpo, com o cano encostado ao quadril direito, a bocca na altura do peito, olhar fixo para frente. A mão esquerda segura a arma pelo centro de gravidade, com o pollegar pela esquerda e ao longo do fuste; a mão direita empunha bem o delgado, com o indicador introduzido no guarda matto sem tocar a tecla do gatilho.

     Não se devendo continuar o fogo, desta posição commanda-se: Travar arma!

     103. A' voz - travar, o soldado abaixa a cabeça para ver o ferrolho, abate a alça, si for o caso, e, em seguida, com a mão dierita, segura a aza do registo de segurança com o pollegar e o indicador.

     A' voz - arma, elle volta a aza do registo de segurança para a direita e ergue a cabeça.

     104. Descançar arma! - A' voz de advertencia, os soldados que estiverem ajoelhados ou deitados preparam-se para levantar e todos travam a arma, quando já não o tiverem feito. A' voz de execução, levantam-se e todos levam a arma á posição ordenada.

DESCARREGAR

     105. Descarregar! - Dá-se o commando com os homens na posição de descançar.

     O movimento é feito á vontade, mas só tem inicio após enunciado o commando. O soldado leva a arma á posição de carregar, dirige o olhar para o ferrolho, com a mão esquerda segura a arma na altura da caixa da culatra, conservando o dedo pollegar pela esquerda e os outros quatro pela direita, as pontas desses dedos por cima da caixa da culatra; a mão direita move o ferrolho, guiando-o para a esquerda e puxando-o lentamente para traz, extrahindo, assim, o cartucho da camara o qual é atirado contra os dedos da mão esqueda. De igual maneira descarrega todos os cartuchos contidos no deposito, para o que, por um movimento de «vae-vem» do ferrolho, sem guial-o, a mão direita fecha e abre a culatra completamente.

     A' medida que se for extrahindo cada cartucho, a mão direita recolhe-o convenientemente, e depois do ultimo; comprime com o index a tecla do gatilho, segurando a arma na mesma posição, emquanto a esquerda fecha a culatra, voltando a aIavanca para a direita.

     Depois desse movimento, o soldado leva a arma á posição primitiva.

     Esse exercicio deve ser feito tanto a pé firme como em marcha.

Bayoneta (1)
MARCHA PARA O ASSALTO

     106. A marcha para o assalto faz-se á voz - Para o assolto, marche-marche! Os homens seguram as armas pelo centro de gravidade com a mão direita e lançam-se para a frente em marche-marche.

     Ao encontrar o inimigo fazem - Cruzar bayoneta - que é a mesma posição de guarda, mas com o braço direito apoiado contra o corpo.

Granada

     108. A granada é a arma que permitte attingir inimigo abrigado contra o fogo das armas de trajectoria tensa. Seu alcance médio é de 20 a 30 metros.

     Todos os cavalleiros devem saber lançar granadas.

     A sua utilização póde ter cabimento toda vez que se trate de vencer uma resistencia local - (Vêr em annexo o uso da granada, e no regulamento de Gymnastica a parte relativa ao treinamento do lançamento).

Boccal VB

     109. O boccal VB tem por fim permittir o lançamento de uma granada especial a distancia superior ao alcance normal da granada de mão.

     A granada lançada com o auxilio do boccal póde attingir mais ou menos a 150 e 100 ms., com as propriedades e todas as vantagens da granada de mão. É a arma, que permitte a luta com successo contra a metralhadora, abordando-a pelos angulos mortos do seu campo de tiro, reduzindo-a ao silencio. (Vêr em annexo o emprego do boccal VB.)

Fuzil-metralhador

     107. O fuzil-metralhador é arma de fogo por excellencia da cavallaria. Mais leve que a metralhadora, não atira tão rapidamente como esta arma. Mais facil, porém, de transportar, permitte, todavia, fornecer, sobretudo ás pequenas e médias distancias (800 ms. ) fogos de uma efficacia sufficiente para deter o avanço inimigo. É a alma do grupo de combate.

     Todos os cavalleiros devem ser exercitados no tiro com o F. M.
________________

     (1) Veja o Regulamento de Instrucção Physica Militar - II parte - Adaptação ás especialidades.

     É utilizado:

     1º Tiro um a um - Este modo de operar, de uma velocidade de 80 tiros por minuto é muito efficaz e póde ser continuado por longo tempo:

     2º Tiro de metralhadora - Seja por séries curtas (2 a 3 tiros), ou longas (6 a 8), seja, em caso excepcional, em tiro continuo contra objectivo importante, muito visivel ou muito proximo, e que se torne necessario deter a todo custo.

     O uso propriamente dito do F. M. encontra-se em annexo do presente regulamento.

CAPITULO V

INSTRUCÇÃO INDIVIDUAL DO CAVALLEIRO PARA O COMBATE A PÉ

     110. Esta instrucção tem por fim preparar o cavalleiro a pé para occupar o seu logar no grupo de combate.

     O elemento essencial do grupo de combate é a arma automatica. Os homens que o constituem, sendo apenas seus auxiliares immediatos, uns a transportam, a servem e a reabastecem, outros a protegem a maior ou menor distancia, segundo as circumstancias.

     A instrucção individual do cavalleiro que combate a pé é destinada a ensinar-lhe a maneira de operar nas differentes eventualidades do combate e a collocal-o em situação de cumprir todas as missões que lhe podem ser attribuidas no grupo.

     É completada por uma instrucção especializada, cujo fim é aperfeiçoar certos cavalleiros particularmente escolhidos, tendo em vista suas aptidões, para desempenhar um papel determinado no grupo.

     111. Os exercicios de instrucção individual executar-se-hão em terreno variado. Será indispensavel que na proximidade de cada guarnição exista um terreno preparado para dar esta instrucção de combate. Semelhante terreno representará, na maior profundidade possivel, systemas de defesa successivas, comportando notadamente trincheiras-abrigo, rêdes de arame farpado, crateras de projectis organizadas, etc., com objectivos figurados ou representados.

     Comprehendem: 

     I - Utilização do terreno.
     II - Procura e designação dos objectivos.
     III - Regras de emprego de fogo.
     IV - Exercicios de ataque.

     112. O instructor prepara cada exercicio, dispondo com antecedencia no terreno os objectivos segundo o plano de instrucção.

     Nas primeiras sessões indica com precisão ao cavalleiro o procedimento que deve manter em relação a cada objectivo; o cavalleiro é, em seguida, liberto em plena iniciativa, limitando-se o instructor, a fazer surgir novos objectivos e novas circumstancias.

     Os erros commettidos são assignalados e explicados com cuidado.

UTILIZAÇÃO DO TERRENO

     113. O cavalleiro é exercitado em saber aproveitar o abrigo, por meio do instrumento de sapa portatil, de mavistas do inimigo, quer para estacionar, quer para avançar; o instructor ensina-lhe igualmente a procurar e melhorar o abrigo que Ihe offerece o terreno para se dissimular das neira que se proteja contra o fogo, conservando-se sempre nas melhores condições para atirar.

PROCURA E DESIGNAÇÃO DOS OBJECTIVOS

     114. O instructor aproveitará toda occasião para desenvolver o poder visual e as faculdade de observação do cavaIleiro, collocando-o progressivamente nas condições de procura cada vez mais difficeis.

     Começará por ensinar-lhe o reconhecimento do terreno e sua nomenclatura; em seguida, a achar um objectivo, cuja designação será feita por larguras de mãos ou de dedos em relação a um ponto muito visivel.

REGRAS DE EMPREGO DO FOGO

     115. O fuzil metralhador, arma de fogo por excellencia encarregada de cobrir de baIas o objectivo que é preciso destruir, atira contra os grupo inimigos que marcham, até que estes se deitem; procura, em seguida, as metralhadoras e abre fogo contra ellas para neutralizal-as ou obrigal-as a calar.

     O atirador do fuzil-metralhador é exercitado em atirar de flanco; póde assim melhor se dissimular e obter fogo mais efficaz.

     E' nas distancias inferiores a 1.000 metros que o fuzil-metralhador tem o melhor rendimento; por consequencia, o atirador só deverá tomar como objectivo além desta distancia, grupos importantes.

     O mosquetão é a arma de defesa, individual do cavalleiro. Este o utilização cada vez que possa collocar um adversario fóra de combate.

     O fogo do mosquetão não deverá ser empregado a mais de 600 metros contra um homem isolado a pé, e de 800 contra um cavalleiro.

     A granada de fuzil é empregada para attingir um inimigo abrigado; tem para alcance util de 150 a 180 metros.

     A granada de mão é utilizada para o mesmo fim; os resultados que se obteem com o seu emprego são antes de tudo funcção da destreza do cavalleiro. A instrucção do granadeiro deve ser dada á todos os cavalleiros.

EXERCICIOS DE COMBATE

     116. Estes exercicios comportam:

a) marcha de approximação
b) ataque pela combinação do fogo o do movimento;
c) execução do assalto.

     117. a) Marcha de approximação - O ataque e precedido de uma approximação que tem por fim levar as unidade encarregadas de executal-o tão perto quanto possivel de seus objectivos e dispol-as em face delles.

     Começa a approximação logo que a tropa entra na zona em que póde ser attingida pelos do os do adversario, especialmente pelos de artilharia.

     O cavalleiro será exercitado a progredir apezar dos fogos de artilharia.

     118. b) Ataque pelas combinação do fogos é do movimento - logo que o fogo da infantaria inimiga se torna sensivel a ponto de embaraçar o movimento, começa o ataque propriamente dito.

     Abre-se o fogo, para diminuir o do adversario, contra todos os pontos em que parece estar este alojado.

     O cavalleiro será adestrado em aproveitar todos os momentos em que o fogo diminuir por qualquer motivo, para avançar.

     119. c) Execução do assalto - O assalto é o acto final e decisivo do ataque. Tem por fim expulsar o inimigo definitivamente de suas posições, abordando-o a arma branca e a granadas.

     A execução assalto exige surpreza, vioIencia e rapidez.

     Não ha distancia normal para partir ao assalto. Todavia, em principio, não ha interesse em partir de menos de 200 ou 300 metros, quando o ataque está sendo apoiado pela artilharia, sob pena de impedil-a de atirar contra as primeiras linhas adversas.

     Além de 500 metros a cavallaria não está geralmente em condições de fornecer marcha continua em andamento vivo.

     O cavalleiro, atirador ou não de fuzil metralhador, será exercitado em atirar emquanto marcha contra todo inimigo que appareça deante de si e contra toda metralhadora que se manifestar.

     Chegado á posição que procurava attingir, o cavalleiro lança-se contra o inimigo, tocando com a bavoneta todo adversario que se apresentar.

     O exercicio termina quando o cavalleiro acaba de atravessar o objectivo indicado.

TITULO II
Escola do cavalleiro a cavallo

CAPITULO I
GENERALIDADES

     120. Esta escola tem por objecto fórmar, no menor espaço de tempo, cavalleiros adestrados para dirigir os seus cavallos e combater montados.

     Em vista da necessidade de tornar os cavalleiros mobilizaveis no fim de quatro mezes depois da incorporação, os instructores procurarão, antes do tudo, ministrar a instrucção tão pratica, quanto possivel, e nunca perder de vista o fim immediato que se deseja, alcançar.

     Primeiramente clarão aos cavalleiros confiança, flexibilidade e boa collocação na sella; ensinar-lhes - hão, em seguida, os meios de conduzirem os cavallos e depois de se servirem de suas armas quando montados.

     O methodo para dar instrucção á Escola do Cavalleiro a pé e applicavel á Escola do Cavalleiro a cavallo.

     A instrucção é individual. Todo movimento novo s objecto de uma lição particular, dada successivamente a cada cavalIeiro.

     No correr do trabalho, o instructor evita as observações geraes; corrige os erros, interpelando nominalmente os cavalleiros que os commetterem.

     Passa frequentemente de um cavalleiro a outro e multiplica os conselhos, inspirando - se nos principios desenvolvidos no regulamento, sem que jámais se considere obrigado a reproduzir litteralmente o texto.

     De modo algum, os differentes movimentos de flexionamento e volteio ou trote sem estribos, devem ser empregados como punição.

     O instructor não tem logar fixo; póde estar a pé ou a cavallo; para as primeiras lições é conveniente estar a pé, afim de melhor explicar os movimentos e corrigir mais facilmente os erros.

     Devo procurar na fertilidade do seu espirito as idéas que há de anunciar e as expressões que tem de applicar afim de despertar a intelligencia e a imaginação dos cavalleiros.

     Seu bom humor deve ser constante, seu ardor e sua fé persuasivos.

     A attitude do instructor deve sempre ser tal que possa servir de exemplo aos cavalleiros que se lhe confiam.

     Escolhem-se cavallos mansos para as primeiras lições. Os cavalleiros mudam de cavallo entre si seguidamente, mesmo no decorrer da instrucção, quando o instructor indicar.

     O trabalho começa e termina ao passo.

     121. No começo do trabalho ou depois de um repouso o instructor commanda - Sentido! A essa voz o cavalleiro retoma a posição regulamentar e ajusta as rédeas. Para fazer descançar a attenção dos cavalleiros, o instructor commanda: Escola, á vontade! A essa voz os cavalleiros alongam as rédeas sem mudar a andadura e não ficam obrigados a manter a posição regulamentar. E' necessario fazer frequentes descanços, principalmente no começo, aproveitando-os para interrogar os cavalleiros a respeito da instrucção que receberam.

     122. Em todos os exercicios o instructor se preocupará em variar as andaduras, de maneira que não fatigue nem os cavallos nem os cavalleiros.

     A instrucção equestre, que será continuada é aperfeiçoada para os cavalleiros e graduados com mais de um anno de serviço, comprehende: o trabalho preparatorio; o trabalho de bridão; o trabalho de freio, e o trabalho com armas.

     Na pratica, o trabalho preparatorio e o trabalho de bridão são effectuados quasi que simultaneamente; o volteio e o flexionamento são praticados durante todo o tempo da instrucção.

     O trabalho de freio deve começar desde o quarto mez do periodo de instrucção.

     Quando os recursos das unidades permittirem, ha vantagem em dar aos cavalleiros para, o trabalho de bridão, um bridão duplo, ou ao menos rédeas duplas, collocadas em um só bridão. Neste caso, o modo de segurar as rédeas é o indicado para o trabalho com freio.

CAPITULO II
TRABALHO PREPARATORIO

     123. Este trabalho tem por fim flexionar o cavalleiro, dar-lhe confiança e uma posição correceta, iniciando-o nos primeiros elementos de conducta:

     Conduzir o cavallo ao terreno;

     Saltar no cavallo e em terra;

     Ajustar e separar as rédeas - primeiros elementos de conducta;

     Posição do cavalleiro a cavallo;

     Flexionamentos;

     Volteio a pé firme (parado);

     Volteio a galope;

     Estribo;

     Montar a cavallo e apear;

     Trote elevado.

     124. Para esse, trabalho o instructor dispõe os cavalleiros e na pista atraz de um monitor, seja fazendo - os montar um cavallo bem adestrado seguro á guia, seja ainda fazendo acompanhar cada recruta por um soldado antigo montado que lhe segura o cavallo por meio de uma guia especial presa ao bridão.

     O instructor regula a ordem e o emprego dos diversos exercicios, segundo as aptidões e os defeitos dos cavalleiros que lhe são confiados.

     O trabalho preparatorio é executado no começo em um picadeiro ou campo fechado.

     Os cavalleiros para ahi conduzem os seus cavallos á mão e do mesmo modo reconduzem-nos para, as baias.

     Sempre que o cavallo vae ser conduzido á mão (mesmo por um homem montado) devem-se levantar os estribos, correndo-os até ao fundo do gancho dos loros e em seguida passando os loros por dentro delles.

     Sendo o primeiro resultado que se procura obter do cavalleiro a acquisição da confiança e o habito de ficar muito tempo montado, sem fádiga, é bom dar-lhe os estribos desde as primeiras aulas. Só se commanda - abandonar estribos! - primeiramente ao passo, depois nas andaduras mais fortes, quando, os cavalleiros já estão sufficientemente familia - rizados com os movimentos do cavallo.

     O instructor trabalha com o recruta no exterior desde que o seu adeantamento o permitta; o cavallo póde, então, ser primeiramente seguro á mão por um cavalleiro antigo, como já ficou dito.

CONDUZIR O CAVALLO A' MÃO

     125. O cavalleiro segura as rédeas do bridão na mão direita, a 15cm da bocca do cavallo, unhas abaixo, indicador entre as duas cannas das rédeas, mão levantada e firme (para impedir que o cavallo salte); a mão esquerda segura as rédeas pela ponta (pelo meio, si são cosidas).

     Para formar a escola no picadeiro, o instructor dispõe os cavalleiros na linha do centro, com intervallos de 3 m. Cada cavalleiro passa as rédeas pelo pescoço e se colloca lado esquerdo (lado de montar), com o flanco direito na altura da ganacha, posição de sentido, mão direita como se disse no paragrapho precedente.

     Os cavallos devem ficar perfilados, isto é, direitos, alinhados e perpendiculares ao alinhamento, (fileira).

     Um cavallo parado está direito, quando, aprumado nos quatro membros, tem a cabeça, o pescoço e o corpo na mesma direcção.

SALTAR NO CAVALLO E EM TERRA

     126. Ao Commando - por salto, a cavallo! - o cavalleiro faz direita-volver, segura á rédea esquerda com a mão esquerda, unhas abaixo, dá um passo á direita para se collocar na altura das espaduas do cavallo; ao mesmo tempo deslisa a mão direita ao longo da rédea esquerda até ao meio das rédeas e a esquerda até á altura da cernelha; cruza as rédeas, muito ligeiramente tensas, na mão esquerda que pega um punhado de crinas e deixa sahir as extremidades do lado do dedo minimo; colloca a mão direita no cepilho, tendo primeiramente cruzado os estribos adeante delle; levanta-se primeiramente apoiando-se nos punhos; demora um instante assim, escancha -se na sella sem choque; segura em cada mão, em cheio, uma rédea, pollegar preme-a de chapa contra a segunda junta do indicador, os punhos baixos, exactamente no prolongamento dos ante-braços respectivos, cerca de 25cm de afastamento (não mais), ambos defrontam-se, e as rédeas sabem pelo lado do pollegar ajustadas de modo que o cavalleiro sinta a bocca do cavallo (*).

     Nos primeiros dias não se manda montar por salto. E' preciso dar tempo que o recruta se desembarace pela gymnastica no cavallo do páo e no volteio.

     127. Ao commando - por salto, a pé - o cavalleiro passa as rédeas cruzadas par a mão esquerda, segura com ellas um punhado de crinas e colloca a mão direita no cepilho, tendo primeiramente cruzado os estribos, tudo como para saltar no cavallo; eleva- se nos punhos, passa a perna direita por cima da garupa, sem tocal-a, levando-a para o lado da esquerda; fica um instante assim e salta em terra em uma leve flexão, calcanhares unidos; retoma a posição de sentido (125).

     Nos primeiros exercicios fazem-se esses movimentos partes. Commandos: «por tempos, por salto, a cavallo, - um! dous! tres! quatro!»

     Ao commando - um! - executa-se tudo quanto está prescripto no n. 138, até á collocação da mão no cepilho; - dá-se o salto com apoio dos braços; tres! - cavalga-se; quatro! - tomam-se as rédeas.

     «Por tempos, por salto, a pé, - um! dous! tres! quatro!». Execução parcellada na ordem inversa.

     128. Para fazer os dous exercicios sem tempo de pausa, o instructor commanda - por salto, a pé e a cavallo.

     Os cavalleiros farão frequentemente estes exercicios de ambos os lados do cavallo, mas sempre a pé firme.

TOMAR AS RÉDEAS JUNTAS E SEPARAL-AS

     129. Ao commando: Rédeas na mão esquerda! collocar esta mão em frente ao meio do corpo, passar para ella a rédea direita, separando-a da mão esquerda pelo dedo minimo; deixar cahir a mão direita ao lado, atraz da perna, palma da mão para dentro.

     Faz-se do mesmo modo tomar ás rédeas na mão direita.

     Ao commando - separar rédeas! - segura - se na mão direita e rédea direita que está na mão esquerda e retoma-se o afastamento de cerca de 25cm (126).

     130. Para ajustar as rédeas o cavalleiro approxima os punhos e segura com uma das mãos, pelo pollegar e o indicador, por cima do pollegar da outra, a rédea que quer encurtar.

     131. O instructor faz abandonar e retomar as rédeas quando o julgar a proposito, aos commandos - abandonar rédeas; retomar rédeas! No primeiro caso o cavalleiro larga as rédeas atraz do cepilho - si são abertas dá um nó simples - e em seguida as abandona sobre o pescoço e deixa cahir as mãos aos lados.

     Só excepcionalmente se maudará abandonar as rédeas, tomando as precauções necessarias para evitar accidentes.

POSIÇÃO DO CAVALLEIRO A CAVALLO

     132. A posição abaixo discriminada deve ser tida como um typo do qual lado cavalleiro ha de approximar-se gradualmente:

     As nadegas assentam-se por igual na sella e o mais possivel para a frente;

     As coxas, voltadas sem esforço, de chapa, abarcam igualmente o cavallo, não se alongando sinão pelo proprio peso e mais o das pernas;.

     A dobra dos joelhos suave;

     As pernas livres e cahindo naturalmente, suas barrigas em contacto com o cavallo, sem o apertar, a ponta dos pés cahindo livremente quando o cavalleiro está sem estribos;

     A região renal sem rijeza e jamais cavada;

     O tronco desembaraçado, livre e erecto;

     Os hombros igualmente direitos;

     Os braços livres, cotovellos cahidos naturalmente;

     A cabeça levantada á vontade e desembaraçada das espaduas;

     Uma rédea do bridão em cada mão, como está dito no n. 126.

     133. Esta posição é susceptivel de ser modificada em casos differentes, intermittentemente, ou de maneira continúa.

     As partes do corpo representadas pelas pernas e o busto são moveis e devem actuar á vontade do cavalleiro, seja intermittentemente como ajudas para o governo do cavallo ou como meio de combater suas defesas, seja de fórma continúa como meio de adherir ao cavallo e aos seus movimentos.

     A coxa, ao contrario, deve ficar immovel e adherente á sella, salvo no trote elevado. Esta fixedez, deve ser conseguida não a custo da pressão nos joelhos, mas pela adherencia das nadegas, que é obtida com a flexibilidade dos rins e descontração das coxas.

     Si as nadegas ficam muito atrazadas, o cavalleiro não póde adherir ao movimento do cavallo e desloca o tronco para a frente. Remedeia - se este defeito fazendo-se escorregar as nadégas para baixo a procura do fundo da sella.

     Si as coxas estão muito levantadas (horizontaes) o cavalleiro fica de cadeira, seu poder sobre o cavallo é diminuido; si estão muito cahidas (verticaes) o cavalleiro fica de forquilha, sente-se contrafeito.

     Em resumo, o cavalleiro deve conservar-se assentado com as coxas baixas.

     Os differentes defeitos, de posição se combatem por flexionamentos apropriados.

FLEXIONAMENTOS

     134. Os exercicios de gymnastica designados sob o nome de flexionamentos teem por fim obter, uns a flexibilidade dos rins, outros a independencia das diversas partes do corpo.

     O instructor vela especialmente por que o movimento da parte do corgo visada no exercicio não reaja contra qualquer das outras. Por exemplo, um exercicio do braço esquerdo não deverá desarranjar nem o braço direito, nem a posição da região renal, nem a das pernas.

     135. Os flexionamentos aqui indicados recommendam-se, como os mais uteis, mas não são os unicos em que os cavalleiros possam ser exercitados.

     O instructor tem a faculdade de applicar outros exercicios adequados - para avariar o trabalho e manter vivo o interesse dos instruendos.

     E' bom todo o movimento que, occupando a attenção do cavalleiro, faça-o esquecer-se de que está a cavallo e, por isto mesmo, trará sua descontracção.

     Attinge-se o objectivo mediante a frequencia e variedade da gymnastica, mas evite o instructor, prolongar um exercicio até á fadiga, pois esta causará forçosamente a contracção. Evite igualmente todo o movimento que tenha: como consequencia sahirem as nadegas da sella ou ficarem cavados os rins.

     136. Os flexionamentos, enunciada a especie, são iniciados ao commando: Começar.

     O exercicio prosegue, repete-se, até ao commando: Alto!

     Os cavalleiros juntam as rédeas, separam-nas, abandonam e retomam-nas conforme fôr necessario e sem commando.

     137. Elevação das coxas - Elevar os joelhos sómente quanto baste para destacar da sella as coxas e as pernas, inclinando muito levemente o tronco para traz. O instructor manda que o cavalleiro estenda as coxas para a frente, sem exagero, segurando-se um instante no cepilho.

     Tal posição força o cavalleiro a se equilibrar a cavallo pela flexibilidade. Uma vez bem achado o equilibrio ele reconduz suavemente as coxas á posição na sella, com o cuidado de não alterar então a posição dos rins.

     Esse exercicio dá, posição aos rins e lhes imprime fórma que devem ter; Só se executa ao passo e ao trote curto.

     138. Rotação da coxa direita (esquerdo) - Afastar o joelho direito (esquerdo), leval-o para traz, estendendo a perna, torcer o joelho para dentro o mais possivel e recollocar a coxa de chapa na sella.

     130. Flexão dos rins - A' indicação acariciar o cavallo no flanco direito (esquerdo), dobra-se na sella impellindo as nadegas para a frente, flexionam - se es rins, cintura reentrante do lado direito (esquerdo) sem inclinação de lado, depois deste - se o mais possivel a mão direita (esquerda) ao longo do flanco do cavallo.

     140. Rotação dos rins - A' indicação acariciar o cavallo na anca direita (esquerda) com a mão esquerda (direita), volta-se na sella sem deslocar o assunto nem as coxas e executa-se o afago mandado, tendo o cuidado de manter a cabeça levantada e evitando afastar o cotovelo esquerdo (direito) e pendurar-se nas rédea.

     141. Movimento giratorio do braço direito (esquerdo) - Descrever com o braço estendido, movimento lento e uniforme, giros de baixo para cima e da frente para traz, mantendo a cabeça direita e levantada quando o braço deste.

     142. Flexão da perna direita (esquerda) - Dobrar lentamente a perna sem deslocar o joelho nem o resto do corpo.

     143. Movimento giratorio dos pés - Fazer que cada pé descreva, por um movimento lento e uniforme, giros da baixo para cima e de fóra para dentro, sem deslocar a perna.

     144. Flexionamento em marcha - A gymnastica aprendida a pé firme é repetida nas tres andaduras, salvo as excepções previstas.

     Para pôr a escola em marcha, o instructor designa um cavalleiro antigo para servir de testa e o faz percorrer a vista; depois manda desfilar os cavalleiros por um, atraz desse guia.

     O instructor limita suas explicações aos principios do governo indispensaveis para pòr o cavallo em movimento e fazel-o parar; os cavalleiros se limitam a deixar os cavallos seguirem aos que os precedem.

     145. O trote deve ser primeiramente muito moderado: e levado á cadencia. regulamentar (*) quando o cavalleiros tenham adquirido bastante assento para conservar nesta andadura uma posição regular.

     146. Logo que o trote tenha dado aos cavalleiros um começo de solidez e um primeiro habito de andadura viva, e instructor começa a fazel-os trabalhar ao galope. As primeiras lições de galope são dadas em um grande circulo, afim de que os cavallos tenham menos tendencia de tomar a mão ao cavalleiro. São uutilizados os estribos até que os cavalleiros tenham bastante confiança. Logo que o instructor julgar sufficiente o progresso, manda cruzar estribos. O galope deve ser empregada desde cedo; é a andadura mais favoravel para dar cavalleiro o assento e flexibilizar-lhe a região renal.
_______________

     (*) A velocidade regulamentar do trote e de 220 ms. por minuto. (Veja n. 213).

     147. Desde que o instructor manda tomar as rédeas, enssina ao cavalleiro a conservar o contacto com a bocca do cavallo o a deixar-lhe a liberdade de pescoço acompanhando com as mãos os movimentos deste por flexões alternativas dos punhos.

     A cadencia do passo largo é facil do acompanhar com as rédeas levemente tensas; ao cabo de muito tempo o cavalleiro segue instinetivamente o movimento do pescoço. Tomado este habito, facilmente ele fará o mesmo nas andaduras vivas. Este exercicio supprime a dureza dos braços e hombros, origem habitual da dureza da mão.

VOLTEIO

     148. O volteio é a gymnastica especial do cavalleiro; desenvolvendo e conservando flexibilidade, confiança e energia, proporciona-lhe meios para sahir de certas situações difficeis.

TRABALHO A PÉ FIRME

     149. O trabalho se executa primeiramente sem impulsão, e depois com impulsão, e póde ser feito em pello, ou com a sella regulamentar.

     As preccauções necessarias são tomadas para evitar os accidentes, quando os cavallos isso exigirem, devendo ser collocados auxiliares já na frente, já no lado opposto áquelle em que se faz o movimento, já nos dous lados quando o trabalho é executado pela garupa, occasião em que se deve levantar um dos membros anteriors do cavallo.

TRABALHO SEM IMPULSÃO

     150. Montar por sello, em terra:

     Este movimento se executa como o prescripto no n. o cavalleiro collocando a mão direita no garrote si o cavallo estiver em pello.

     151. Estando o cavalleiro a cavallo, passar a perna direita para fazer frente á esquerda (ou retaguarda).

     Passar a perna direita por cima do pescoço para fazer frente á esquerda. Estando assentado frente á esquerda, girar passando a perna esquerda por cima da garupa com garupa com ou sem auxilio das mãos, para fazer frente á retaguarda.

     152. Montar com o balanço da perna direita:

     Collocar atraz e proximo á espadua esquerda do cavallo e com a mesma frente tomar um punhado de crina com a mão esquerda, e collocar a direita no garrote, si em pello, ou collocar as duas mãos no cepilho, si com a sella regulamentar; afastar a perna direita para a retaguarda, balancear essa perna e lançar-se energicamente para cima, elevando-se nos pulsos e baixando a cabeça para cavalgar, passando a perna direita por cima da garupa.

     153. Montar de lado, por salto;

     Como para o montar por salto, assentando, porém, de lado.

     154. Estando assentado de lado, cavalgar ou transpor o cavallo:

     Collocar a mão direita no garrote, si o cavallo estiver em pello, ou no cepilho, si estiver com a sella regulamentar: tomar um punhado de crina com a mão esquerda, elevar-se nós pulsos baixando a cabeça e a parte superior do corpo; estender as pernas juntas por cima da garupa do cavallo para cavalgal-o ou para saltar em terra á direita.

     155. Transpôr o cavallo:

     Collocar-se como para montar por salto, elevar - se nos pulsos, inclinando o corpo para o pescoço; lançar as pernas unidas e estendidas por cima da garupa, o corpo sustentado nos braços bem tesos; tocar o terreno junto á espadua direita; calcanhares unidos.

     156. Montar com uma só mão:

     Tomar um punhado de crina com a mão esquerda, collocar-se adiante da espadua esquerda do cavallo, o ante-braço esquerdo ligado ao pescoço, a espadua direito, voltada ligeiramente para o lado direito; lançar-se energicamente" avançando a espadua direita e separando a perna direita para cavalgar.

     157. Montar, frente á rectaguarda:

     Collocar a mão esquerda no cepilho e a direita na patilha, si o cavallo estiver com a sella, ou a mão esquerda no garrote e a direita no dorso, á distancia conveniente, si o cavallo estiver em pello; lançar -se energicamente para cima, elevando-se nos pulsos; abandonar o cepilho ou o garrote e girar em torno do braço direito, a espadua esquerda dando-lhe impulso, para a rectaguarda, estender a perna esquerda para fazel-a passar por cima do pescoço, e cavalgar frente á retaguarda. Este movimento como os precedentes, deve ser executado pelo lado direito, fazendo as modificações correspondentes.

     158. Tesouras:

     Estando montado, collocar as mãos direita a esquerda á direita e esquerda do garrote, si o cavallo estiver em pello, eu do cepilho, si estiver com a sella; elevar-se nos pulsos balancando as pernas, baixando a cabeça e, inclinando a parte superior do corpo para frente e flexionando os braços cruzar as pernas, girando, de modo a cavalgar com a frente para a retaguarda.

     Para voltar á frente primitiva, desfazer o movimento do mesmo modo, collocando as mãos separadas na garupa, si o cavallo em pello, ou na partilha, si o cavallo com a sella regulamentar.

TRABALHO COM IMPULSÃO

     159. Montar de lado por saltar no cavallo de lado: Tomar impulso, dar uma batida para elevar-se, a mão esquerda do lado esquerdo do garrote, si em peloo, ou do cepilho, si com a sella, amão direita do lado direito e assntar de lado.

     160. Montar pela garupa:

     Tomar impulsão, dar uma batida, collocar as mão na parte alta da garupa, elevar-se e montar com o corpo para a frente.

     162. Saltar na garupa e em teraa:

     Saltar como do precedente, passando a perna direita (esquerda) por cima da garupa para juntal-a á outra, e tocar o chão do lado esquesdo (direito).

     163. Saltar de joelho (ou de pé) na garupa:

     O mesmo movimento que precedentemente, elevando as mãos e pernas de modo que possa ficar de joelho ou de pé.

TRABALHO AO GALOPE

     164. Este trabalhose executa com a sella de colteiro, ou com a sella regulamentar, não equiparada. Com a sella equipada, os soldados armados e equipados devem fazer os movimentos de montar por salto e em terra.

     165. Montar por salto e em terra:

     Empregando a cilha de colteio, o cavallo galopando em circulo mantido pela guia, segurar um alça em cada mão sem deixar a esádua esquerda afastar-se para rectaquarda: acompanhar o cavallo bem unido a elle, junto á cilha, marchando com a perna correspondente á mão com que marcha o cavallo, cavalga dando a batida o mais adiante possivel com os pés unidos. Elevar-se nos pulsos e saltar em terra á altura da espadua.

     Devem-se exercitar os cavalleiros em cavalgar aproveitando a mesma batida do saltp.

     Empregando a sella regulamentar, e com um cavallo calmo testa para dar a direcção, segurar o cepilho com as duas mãos, a direita do lado direito e a esquerda do lado esquerdo e o mais como foi dito acima.

     166. Estando montado, saltar em terra passando a perna exterior por cima do pescoço, e mentar aproveitando a mesma batida do salto.

     O emprego da sella de volteio ou da sella regulamentar deve ser feito como o precedente, abandonar as alças ou o cepilho para passar a perna; separal-as e novo e saltar em terra e mantar.

     Deve-se fazer saltar em terra e assentar frente á direita e frente á esquerda.

     167. Tesouras:

     Memos meior que os indecados precedentemente.

     168. Montar frente á rectaguarda:

     O emprego da salla e volteio, ou da sella regulamentar como em 166, segurar as alças da sella, ou o capilho com as duas mãos, e collocar-se como foi precedentemente; elevar-se energicamente nos pulsos, girar em torno da perna para montar, fazendo frente á rectaguarda, ocasião em que a mão esquerda abandona a alça ou o cepilho.

     169. outros movimentos podem ser exercitados, tendo por objectivo o desenvolvimento do cavalleiro, como: montar por salto, com a perna direita pela frente; montar em oitavo á esquerda; mantar em espiral; mantar em oitavo á frente; transpôr sem dar a batida; montar com a perna esquerda; montar com o balanço da perna direita frente á rectaguarda; com ou sem o abondono das mãos; montar com o auxilio da lança, etc.

ESTRIBUS

     170. Quando o cavalleiro está em boa posição, julgam-se os estribos bem ajustados si a solteira respectiva fica mais ou menos a 0m,01 acima do salto da botina.

     Os estribos só devem supportar o peso das pernas e ser enfiados até ao terço do pé, e o calcanhar mais baixo que a ponta.

     Enfiado o pé no estribo, o ramo anterior deste deve ficar para fóra; assim o lóro assenta de chapa.

     O apoio excessivo nos estribos desarranja o asento e contrahe a perna, prejudicando-lhe a liberdade de acção.

     Si o cavalleiro não enfia os estribos sufficientemente, arrisca perdel-os; si os enfia demasiado, tem menos flexixibilidade para o trote elevado.

     O calcanhar fica naturalmente mais baixo que a ponta do pé, desde que não esteja contrahida a articulação do tornozello.

     No galope largo, na carga, para o emprego das armas e para sallar obstaculos o cavalleiro enfia os estribos a fundo.

     171. O instructor exercita os cavalleiros em abandonar e retormar os estribos, primeiro ao passo, depois gradualmente nas outras andaduras.

     - Quando a adandono deve ser demorado, para trabalho sem estribos, o instructor mandar cruza estribus. Estes ficam cruzados adeante do cepulho.

     Ensina-lhe tembem a ajustal-os, durante os descanços e quando a pé, cada um marcando com o braço o comprimento do lóro.

     O instructor volta com frequencia ao trabalho sem estribos, sobretudo no golpe e para saltar obstaculos.

MONTAR A CAVALLO E APEAR

     172. O cavalleiro estando a pé na posição de sentido, ao commando - A cavallo - faz direita volver, dá um passo á direita para se collocar na altura da espadua do cavallo, toma na mão esquerda as rédeas e um punhado de crinas, como para montar por salto; enfia o pé esquerdo a fundo no estribo, com o auxilio da mão direita, si for preciso; approxima-se do cavallo de mancira que o joelho esquerdo se apoie contra a sella; colloca a mão direita no lado direito da patilha; eleva-se por um impulso da perna direita e ajudado pela trazção de ambos um pouco inclinado para a frente, para impedir que a sella rede; leva o pé direito ao lado do esquerdo; muda a mão direita para o cepulho, passa a perna direita por cima da garupa, senta-se suavemente na sella, toma uma rédea em cada mão, enfia o estribo direito e corrige o esquerdo.

     O instructor recommenda aos cavalleiros que evitem tocar com a ponta do pé esquerdo-o codilho ou as costellas do cavallo ao se erguerem no estribo; esta impericia engendra quasi todas as defesas no montar.

     173. Ao commando - A pé - o cavalleiro passa a rédea direita para a mão esquerda, que vae segurar um punhado de crina, descalça o estribo direito e colloca a mão direita no cepulho; eleva-se no estribo esquerdo, passa a perna direita por cima da garupa sem tocar o cavalo, dobrando um pouco o joelho; muda a mão direita para o lado da patilha, colloca o pé direito ao lado do esquerdo, o joelho esquerdo firme na sella, o tronco um pouco inclinado para a frente; desce levemente á terra, calcanhares na mesma linha e retoma a posição de sentido.

     Os cavalleiros são exercitados em montar e apear tambem pelo lado esquerdo.

TROTE ELEVADO

     174. O trote elevado é, de modo geral, o unico empregado quando os cavalleiros usam os estribos e conhecem a pratica dessa andadura.

     Os principios em que se baseia são os seguintes:

     Estando o cavallo ao trote, o cavalleiro inclina ligeiramente o trnco para a frente, depois apoiando-se nos estribos, mas conservando a adherencia dos joelhos á sella deixa-se levantar por uma reação do cavallo, mantem o assento afastado da sella durante a rescção seguinte e assim prosegue sempre evitando uma reacção em duas.

     A principio, facillita-se ao cavalleiro o mecanismo do trote elevado, quer fazendo-o acariciar o pescoço do cavalho, o que obriga a inclinar o corpo para a frente, quer fazendo-o segurar um punhado de crinas.

     175. A boa execução do trote elevado exige que o assento se levante moderadamente, que o contacto da sella seja retomado suavemente sem choque, o apoio nos estribos franco, a articulação do pé flexivel e o calcanhar mantido mais baixo que a ponta do pé.

CAPITULO III
TRABALHO DE BRIDÃO

     176. Assumpto:

     Aspernas e as rédeas.

     O passo.

     Marchar e parar.

     Volta á direita (esquerda).

     Marchar á mão direita (esquerda).

     Marchar em circulo.

     O trote.

     O golope.

     Mudança de andadura.

     Cortar o pecadeiro.

     Mudar da mão.

     Linha quebrada.

     Volta.

     Meia volta:

     Meia volta invertida.

     Alongar e encurtar.

     Recuar e para.

     Sahir da fileira.

     Passar e saltar obstaculos.

     Trabalho ou terreno variado.

PRESCRIPÇÕES GERAES

     177. Quando os cavalleiros estiveremfamiilarizados com o movimento do cavallo em todas as andaduras, o instructor fal-os no emprego das ajudas, augmentar-lhes a confiaça e a flexibilidade, e consolidar-lhes o assento.

     Repousam em effeitos muito simples, as lições indicadas nos exercicios de bridão, unico que os recrutas devem aprender.

     E' assencial que só se deem ao recrutas cavallos bem adestrados e obedientes.

     O instructor voltar frequentemente aos flexionamentos e manda que nas pausas de «á contade» cada cavalleiro execute os que lhe indicou com o particularmente proprios para corrigir seus defeitos de posição.

     Os cavallos estão sem esporas.

     O trabalho executa-se no picadeiro ou no exterior, em rectangulos, cujos cantos são mercados por bandeirolas bem altas e visiceis.

     Estes rectangulos terão as dimensões sufficientes para que a escola possa trabalhar á contade, ficando sob as vistas do instructor e ao alcance de sua voz. O instructor muda de terreno sempre que as pista fiquem marcadas a ponto dos cavallos as percorrerem machinalmente; evita o traçar novo retangulo parallelamente aos rectangulos vizinhos ou ás linhas do terreno, afim de que deade o começo o cavalleiro seja forçado a governar seu cavallo.

     178. O trabalho de bridão comporta principalmente exercicios com distancias indeterminadas (trabalho individual). O caracter destes exercicios consiste na independecia absoluta dos cavalleiros entre si e na continua obrigação que lhe cabe de conservar a direcção e de manter o cavallo em andadura invariavel durante a marcha na pista e na execução dos movimentos.

     O rectangulo serve só para balisar direcção; cada qual trabalha como si estiver só, sem preocupação de distancia nem de alinhamento. Os movimentos executam-se em um ponto qualquer do terreno assim balisado.

     Os commandos não obrigam á obediencia immediata: O cavalleiro só deve iniciar a execução no momento em que seu logar na pista e o estado de preparação de seu cavallo o puzerem em boas condições de fazer regulamente o movimento commandado.

     Todos devem, além disto, escolher cominho de modo que não vão de encontro aos vizinhos; a iniciativa de todos fica assim estimulada. Quando se cruzam, os cavalleiros tomam sempre a direita, salvo no movimento de mudança de mão executado á esquerda.

     Para reunir os cavalleiros em escola o instructor commanda: Testa F... (nome), por um, em escola, a seus logares

     O cavalleiro designado continúa a seguir a pista conservando a andadura ou mudando-a para a indicada. Os outros vão no memso andamento e pelo caminho mais curto formar atraz delle, por um, na ordem estabelecida, a 1m,50 de destancia.

     179. Para dar uma explicação a todos os cavalleiros simultaneamente, o instructor commanda; Escolar reunir! Os cavalleiros vem, consercando a andadura ou tomando a designada, reunir-se em frente delle.

     180. Si os cavalleiros estiverem formados em escola por um ou grupados em torno do instructor podem se de novo distribuidos na pista á indicação: Trabalho individual; mão direita (esquerda). Os homens trabalham com distancias inderteminadas.

     Si já estão trabalho individual á mão direita (esquerda) e o instructor que que mudem de mão, commandará simplesmente: Mão esquerda! (direita).

     181. Habitualmente os cavalleiros serão conduzidos ao local do trabalho e reconduzidos ao quartel em columna por dous ou por quatro.

     O instructor aproveira estas occasiões para lhes ensinar a remper a mrcha e as formações indicadas na ordem unida.

AS PERNAS E AS RÉDEAS

     182. Chamam-se ajudas os meios de acção de que dispõe o cavalleiro para governar o cavallo: são essencialmente as pernas e as rédeas.

     183. As pernas servem para impedir o cavallo para a frente augmentar o andamento, ou obter o deslocamento lateral do postnão.

     Actuam por uma pressão da barriga da perna. Si essa pressão não basta, o cavalleiro augmenta a acção por meio de batidas.

     A espora é destinada a augmentar ainda, quando necessaria, a acção das pernas.

     E' assencial obter e manter no cavallo a perfeita obediencia ás pernas. A acção simultanea e igual das duas pernas deve responder pelo avançar; á acção predominanate de uma perna pelo deslocar a garupa para o lado opposro.

     Obtida a obediencia, cessa logo a indicação.

     184. As rédeas transmittem ao cavallo as indicações da mão do cavalleiro para diminuir ou annullar o andamento, ou para modificar a direcção.

     Chama-se contacto um apoio leve da bocca do cavallo na mão do cavalleiro.; este apoio deve ser constante.

     O cavalleiro segura as rédeas a mão cheia, o pollegar fechado cntra a Segunda junta do indicador. Graças aos outros dedos que ficam frouxos, como mólas, e á flexibilidade dos punhos, dos braços e dos hombros, elle acompanha suavemente, de rédeas tensas, os movimentos da cabela do cavallo,sem perturbal-os e sem se antecipar: então se diz que a mão é passiva. E assim é, emquanto o cavalleiro não tem de modificar a andadura ou a direcção.

     185. Para diminuir ao annullar o andamento, o cavalleiro opera cercando e afroxando alternativamente os dedos, as mãos sempre muitos baixas, e conservando o contacto no intervallo das acções.

     186. A acção da mão para modificar a direcção póde ser de duas fórmas:

     1º Quando o cavalleiro afasta a rédia direita, a cabeça e o pescoço são levados para a direita e o cavallo volta-se para este lado: diz-se então que o cavalleiro actúa pela rédea de abertura.

     Esta acção deve fazer-se levantando francamente a mão á direcita, o punho conservado no prolongamento do antebraço e evitando toda trazção de deante para trz.

     2º Quando o cavalleiro apoia a rédea esquerda contra o pescoço da cavallo, a cabeça póde inclinar-se para a esquerda, mas o pescoço é forçado para a rideira e o cavallo actúa pela rédea contraria ou de apoio.

     E' a acção normal do cavalleiro militar, que geralmente só dispõe de uma das mão para gorvernar o cavallo.

     A rédea contraria deve actuar sem tracção, de deante para traz, e, como a rédea directa, intermittente.

     187. Todas as acções de rédeas devem diminuir de intensidade logo que há um começo de obedjencia e sessar completamente uma vez obtido o resultado que se quer.

     188. O instructor inspira-se nas considerações precedentes para ensinar aos cavalleiros e emprego das pernas e das rédeas.

     Desde o começo deve preocupar-se em vigiar a maneira de applicação das ajudas.

     A mão deve sempre ficar baixa. E, afim de que as indicações das ajudas sejam perfeitamente nitidas para o cavallo e não haja contradicção alguma, nunca deve haver simultaneamente acção das rédeas directas pedindo diminuição do andamento ou alto e das pernas, que devem sempre provocar o movimento para a frente. Eis a condição essencial para a conservação da clama indispensavel ao cavallo de tropa.

     Durante o trabalho de bridão os cavalleiros devem ser exercitados em governar sua montada só com a mão esquerda (direita).

     A aprendizagam das ajudas se obtem por meio das lições abaixo descrimanadas.

O PASSO

     189. O paso é uma andadura em que os pés se levantam successivamente e assentam no chão na mesma ordem em que se levantam. Si o pé anterior direito inicia a marcha, os outros se levantam na seguinte ordem: posterior esquerdo, enterior esquerdo, posterior direito; e na mesma ordem assentam novemante no chão.

     O passo deve ser franco; sua velocidade é de 10 metros por minuto.

MARCHAR E PARAR

     190. Estando para, o cavalleiro ao commando - Marche - cerra as pernas, actuando mais ou menos energicamente, segundo a sensibilidade do cavallo, até que este parta ao passo. A mão fica passica.

     191. Estando ao passom o cavalleiro ao commando - Alto, assenta-se mais fundo, distendendo o tronco, e actúa pals rédeas directas até que i cavallo pare.

VOLTAR Á DIREITA (ESQUERDA)

     192. Ao commando - A' direita! (esquerda) - o cavalleiro leva os dous punhos á dirita, depois marcha em frente na nova direcção quando terminado o quarto de volta.

     Quando o cavalleiro tem as rpédeas separadas utiliza simultaneamente a rédea de abertura e a redea contraria; si estão juntas na mão esquerda (direita) é só a rédea contraria que actúa. A acção das rédeas para voltar-se faz-se conforme aos principios dados acima. O cavalleiro leva os punhos pra a direcção que pretende seguir, deslocando-se apenas da quantidade necessaia.

     Si o cavallo procurar diminuir o andamento, o cavalleiro cerra as pernaa de modo que o mantenha durante e após o movimento.

     193. O oitavo á direita! (esquerda) representa a metade do - á direita (esquerda).

     194. A meia volta executa-se ao commando: pela direita (esquerda) á retaguarda! Juxtapondo dous á direita (esquerda) consecutivos. Os cavalleiros designados acham-se uma vez terminado o movimento, em uma pista interior parallela á em que vinham e trabalham em sentido opposto ao de seus camaradas. Elles retomam a pista mediante um movimento regular, indicado pelo instructor.

     195. O cavalleiro marcha á mão direita (esquerda) quando tem o lado direito (esquerdo) voltado para o interior do picadeiro.

     Ao commando - Mão direita (esquerda) - o cavalleiro impelle o cavallo para o frente e assim continúa até chegar á pista, onde volta para o lado indicado. Os cavalleiros distribuem-se por toda a pista com distancia á vontade. Devem esforçar-se por manter francamente a mesma direcção, conservando os cavallos direitos, em andamento uniforme e desembaraçado, afim de obter marcha direita para ponto determinados; collocam-se signaes particulares nas paredes do picadeiro, ou lados do rectangulo, para servirem de pontos de direcção.

     O instructor terá o cuidado de velar por que a passagem dos contos se faça regulamente ao passo e ao trote; ao galope permittirá aos cavalleiros que arredondem os cavallos, em taes limites que possam continuar a governar seus cavallos.

     196. Quando um calleiro está demasiado perto do que o precede, o instructor manda-o, em momento opportuno, cortar o picadeiro, afim de tomar na pista opposta um logar conveniente, os cavalleiros chegam a executar esse movimento por iniciativa propria, quando necessario, mas devem evitar que o caso aconteça.

     197. Logo que os cavalleiros saibam governar as montadas segundo os principiuos respectivos, o instructor póe-nos frequentemente em trabalho individual no interior do picadeiro ou do rectangulo, circulando por iniciativa propria fóra das pistas e na andadura ordenada.

     198. O instructor trina tambem os homens no exercicio de se dirigirem individualmente, em andadura determinada, a um ponto esignado ao longe.

     Este exercicio começa o mais cedo possivel, prosegue durante todo o curso da instrucção e é combinado progressivamente com o salto de obstaculos e o emprego das armas.

MARCHAR EM CIRCULO

     199. Estando os cavalleiros em marcha, por um, ao commando - Em circulo, o cavalleiro testa, sequido dos outros, descreve um circulo entra as duas pistas grandes.

     Os homens empenham-se por conservar o mesmo gráo de inclinação que seus cavallos, evitando que o corpo fique torcido com o lado exterior atrazado.

     200. Ao cammando - Todo o picadeiro, o cavalleiro testa retoma a pista total, conservando a mão; os outros seguem-n'o

O TROTE

     201. O trote é uma andadura na qual o cavallo dá batidas igualmente espqçadas e executadas successivmente pelos bipedes diagonaes.

     Sua velocidade regulamentar é de 220 metros por minuto.

     O trote é a andadura mais apropriadas aos percursos longos.

     Quando trota sem estribos, o cavalleiro deve suavisar as reacções com a flexibilidade dos rins.

     Com os estribos, faz sempre uso do trote elevado.

O GALOPE

     202. O galope é a andadura mais rapida. O cavalleiro nãi deve empregal-a sem necessidade nos trajectos longas, principalmente nas estradas, quando o cavallo está carregado.

     Entretanto, quando a velocidade regulamentar do trote não é sufficiente, deve, de preferencia, tomar o galope a alongar o trote.

     203. Há tres especies de galope:

     O galope ordinario, cuja velocidade é de 320 metros por minuto;

     O galope curto, cuja velocidade é menor e

     O galope largo, cuja velocidade é de 420 metros.

     204. Diz-se que um cavallo galopa á direita quando o pé anterior direito assenta na frente do anterior esquerdo e o posterior direito na frente do posterior esquerdo.

     Quando isso se dá em sentido inverso diz-se que a cavallo galopa á esquerda.

     Cada batida do galope se faz em tres tempos e á separada da seguinte por uma pausa.

     Considerando o cavallo que galopa á direita, marca-se o primeiro tempo quando o posterior assenta no terreno; o segundo quando assentam simulrtaneamente o anterior esquerdo e posterior direito (diagonal esquerdo), e o terceiro tempo quando assenta o anterior direito.

     Quando o cavallo galopa á esquerda, os tempos são: posterior-direito, diagonal-direito, anterior-esquerdo.

     205. Um cavallo galopa certo quando galopa á direita voltando á direita, ou á esquerda voltado á esquerda; galopa galso quando glopa á direita voltando á esquerda ou inversamente.

     Um cavallo galopa desunido quando galopa á direita com os pés da frente e a esquerda com os trazeiros ou inversamente.

     206. Começa-se o galope em circulo porque os cavallos partem assim com mais calma e porque este porcesso supprime a difficuldade de regular o andamento, permittindo a cada cavalleiro descrever um circulo maior ou menor, conforme a velocidade de seu cavallo.

     Obtido o galope, o cavalleiro trata de acertar a cadencia com seu cavallo. Os rins e as pernas ligam-se ao rythmo da andadura; as mão acompanham suavemente e sem exagero os movimentos do pescoço.

     207. Durante o galope, commanda-se frequentemente: A' vantade! Os cavalleiros executam os exercicios de flexibilidade ordenados; abandonam-se completamente ao movimento do cavallo e adquirem assim desembaraço e adherencia á sella.

     E' nos tempos de galopes prolongados, em cavallos calmos e distendidos, que se obtem este resultado mais facilmente.

MUDANÇA DE ANDADURA

     208. Estando parado ou marchando a passo, para tomar o trote ou galope empregam-se, até conseguir a andadura desejada, os meios prescriptos para iniciar a marcha a passo.

     Para passar a uma andadura inferior ou fazer alto emprega-se, até que se obtenha o resultado, os meios prescriptos para fazer alto quando se marcha a passo.

     Estes movimento são executados aos commandos: Ao trote! Ao galope! Ao trote! Ao passo! A-l-t-o!

CORTAR O PECADEIRO

     209. Este movimento, feito á mão esquerda, compõe-se de dous á esquerda (direita) ligados por uma linha recta perpendicular ao lado maior.

     Executa-se ao commando; Cortar o picadeiro! e só se corta no sentido da largura. Os cavalleiros que se acharem no lado menor só o executam depois de passado o canto.

     210. Ao commando -Cortar o picadeiro e mudar de mão, os cavalleiros fazem a Segunda conversão em sentido contrario á primeiro, de modo que tomem a pista na mão opposta.

MUDANÇA DE MÃO

     211. Ao commando - Mudar de mão, cada cavalleiro, depois de Ter passado o canto e marchado tres passos no lado maior, segue obliquamente e vae tomar a pista grande opposta, na nova mão, em um ponto que fique a seis passos aquem do canto. Os cavalleiros que não tiverem começado o movimento quando outros já os alcançarem no sentido opposto deizarão livre a pista exterior e executarão o movimento por uma pista interior.

LINHA QUEBRADA

     212. compões-se de mudanças de direcção feiras alternativamente obliquas á direita e á esquerda repetidas umcerto numero de vezes na maior extensão picadeiro. Os cavalleiro que estão ã mão direita, ao commando - Linha quebrada (uma, duas, tres vezes), tomam direcção obliqua á direita; depois de haverem percorrido a extensão desejada mudam a direcção para a esquerda, marchamm uma extensão igual á anterior, voltam á direita, e assim por deante ao longo dos lados maiores.

     Este movimento cessa ao commando: Todo o picadeiro!

VOLTA

     213. A volta é um circulo que se descreve, uma vez tangenciando a pista.

     Ao commando - Volta, o cavalleiro descreve um circulo de diametro inferior á metade do lado menor do picadeiro e retoma a pista no ponto em que a havia deixado. Mantém o cavallo no circulo fazendo uso constante dos meios prescriptos para á direita (esquerda).

MEIA VOLTA

     214. A meia volta compõe-se de um semi-circulo seguido de um oitavo.

     Ao commando - Meia volta, o cavalleiro descreve um semi-circulo do diametro da volta e depois, por um oitavo, reforma a pista na mão opposta á que seguia anteriormente.

MEIA VOLTA INVERTIDA

     215. A meia volta invertido compõe-se de um oitavo seguido de um semi-circulo.

     O cavalleiro que marcha á mão esquerda, ao commando - Meia volta dirige o cavallo segundo um oitavo á esquerda e depois de haver assim andado cinco ou seis passos executa um semi-circulo á direita para retomar a pista á mão direita.

     Sendo o objectivo deste movimento ensinar o cavalleiro a dominar a garupa de sua montada, elle fará, no inicio do semi-circulo, predominar a acção da perna direita, cujo effeito deve ser impellir a garupa para a esquerda. A mão direita o movimento se faz de maneira inversa.

     O effeito da perna interior dá ao cavalleiro um meio de obrigar a voltar um cavallo que resiste a indicação só das rédeas.

ALONGAR E ENCURTAR

     216. Para alongar ou encurtar uma andadura, o cavalleiro emprega os meios prescriptos para romper a marcha ao passo ou, quando ao passo, fazer alto, até conseguir o augmento ou diminuição que deseja.

     217. O cavallo quando alonga o passo augmenta pouco a pouco a amplitude da oscillação do pescoço, na medida correspondente; accelera o movimento do pescoço á medida que apressa a successão dos passo.

     O cavalleiro facilita estes diferentes movimentos dando maior liberdade ao cavallo. Conserva o contacto para que possa, sem choque, exercer um acção de rédea directa quando sentir o cavallo prestes a tomar o trote.

     218. Para encurtar, o cavalleiro deve actuar de modo que o cavallo caminhe a passo grave, diminuindo-lhe a amplitude e a frequencia dos movimentos.

     219. Para alongar e encurtar o trote, o cavalleiro actua segundo os mesmos principios.

     Nos exercicios de alongar o trote, que devem ser de curta duração, os cavalleiros procuram estender immediatamente a andadura e, si for preciso, passam adeante dos que estão na frente.

     220. Os exercicios de alongar e encurtar constituem para o cavalleiro uma excellente verificação do emprego das ajudas, e da correlata obediencia pelo cavallo, mas, na pratica o cavalleiro isolado só deve fazer uso das andaduras nas velocidades regulamentares.

     221. O instructor ordena no picadeiro augmentos e diminuições de cadencia do galope; mas o galope ordinario e o largo, só se executam no trabalho pelas grandes linhas.

     222. Os exercicios precedentes executam-se aos commandos - Alongar! Encurtar!

     A velocidade normal da andadura é retomada aos commandos: Ao passo! Ao trote! Ao galope!

RECUAR E CESSAR DE RECUAR

     223. Ao commando - Recuar, actua-se pelas rédeas directas até que o cavallo comece a recuar e continua-se por acções successivas para evitar o acuamento.

     Ao commando - Alto, cessa e acção das rédeas.

     O cavalleiro evita cuidadosamente levantar a cabeça do cavallo, pois a posição elevada da cabeça abaixa os rins, e por isso torna o recuar mais difficil.

     Si o cavallo desvia a garupa para um lado, o cavalleiro augmenta a acção da rédea do mesmo lado, embora abrindo-a de modo que endireite o cavallo oppondo a espadua á garupa. Esta acção pode ser secundada ou mesmo substituida pela rédea de apoio.

     Si o cavallo resiste ao recúo, dá-se um ou dous passos em frente para mover o postmão, depois aproveita-se este deslocamento para retomar a acção das rédeas.

     224. A aprendizagem das ajudas pelo cavalleiro se faz, não só por mudanças de andadura e de cadencia, como tambem pelos differentes exercicios abaixo discriminados.

     Quando os cavalleiros empregam correctamente as ajudas, o instrutor manda-os executar, a titulo de aperfeiçoamento, mudanças de direcção combinadas com mudanças de andadura.

SAHIR DE FÓRMA

     225. O instructor dispõe os cavalleiros em fileira em uma das extremidades do picadeiros, depois ordena-lhes que a deixem mediante uma simples advertencia.

     A fileira forma-se o commando: Em linha! Os cavalleiros vão pelo caminho mais curto collocar-se em linha, em uma fileira, atraz do instructor, ao passo ou na andadura indicada.

     O instructor manda em seguida e successivamente a cada cavalleiro que saia da fileira. O cavalleiro designado impelle o cavallo para deante, evitando surprehendel-o ou actuar de subito, e segue em frente, perpendicularmente á fileira, indicando em voz alta o ponto de direcção.

     Chegando á pista, toma-a na mão commando ou pára no ponto indicado.

     Este movimento póde ser executado em marcha e em qualquer andadura.

     E iniciado sempre ao passo quando a fileira está a pé firme. Não se toma outra andadura, si tal for o caso, sem que o cavallo se haja destacado franemente da fileira.

     Os cavalleiros habituam-se desse modo a atravessar a fileira, quer no sentido da marcha, quer no sentido contrario. Estes exercicios desenvolvem a franqueza e a docilidades do cavallo, é importante repetil-os com frequencia.

     O instructor evita formar a tropa parallelamente aos lados do picadeiro ou as linhas do terreno. Dest'arte, obriga os cavalleiros a adquirirem o habito de collocar-se na direcção do chefe e de dirigir os cavallos independentemente das linhas do terreno.

TRANSPOSIÇÃO E SALTOS DE OBSTACULOS

     226. O fim deste trabalho é preparar o cavalleiro para transpor os obstaculos de qualquer natureza que possa encontrar em terreno variado, ficando senhor da andadura e direcção.

     O salto de obstaculos é tambem um excellente meio de instrucção. Confirma o assento, desenvolve a leveza da mão e dos braços, assim como a potencia das pernas e augmenta a audacia e a solidez.

     A familiarização com os obstaculos deve começar muito cedo e continuar durante todo o curso da instrucção. A progressão será regulada com prudencia e methodo, pois toda precipitação arrisca comprometter a confiança do cavalleiro e a franqueza do cavallo.

     227. Este trabalho comporta duas partes bem distinctas:

     A gymnastica do salto;

     Conduzir o cavallo ao obstaculo.

     228. Gymnastica do salto - Os cavalleiros se familiarizam com a gymnastica, do salto passando na pista do picadeiro, primeiro por cima de barras postas no chão e depois por pequenos obstaculos, sem qualquer preoccupação de conducta.

     Nesse exercicio o instructor esforça-se por obter que os cavalleiros conservem o assento, permaneçam na sella graças á flexibilidade dos rins e, sobretudo, mantenham as mãos baixas e passivas, permittindo assim que o cavallo utiliza o balanço do pescoço como maromba.

     O cavallo que no obstaculo dispõe livremente da cabeça e do pescoço, salta corajosamente com calma e sem fadiga.

     O cavalleiro habitua-se a fazer systema com elle, qualquer,

     que seja a modificação no rythmo da andadura.

     O salto executa-se segundo estes principios:

     Chegando perto do obstaculo cerram-se as pernas, conservando o corpo direito, a mão baixo e passiva; no momento em que o cavallo pica o salto, inclina-se ligeiramente o tronco para a frente, encolhendo a cintura e mantendo as nadegas na sella; depois senta-se sem deslocar os punhos quando o cavallo se inclina para aterrar.

     229. Conduzir o cavallo ao obstaculo - Quando os cavalleiros estiverem sufficientemente familiarizados com a gymnastica do salto e com o emprego das ajudas, o instructor ensina-lhes a conduzir o cavallo ao obstaculo, mandando-os saltar individualmente obstacuIos colIocados fóra das pistas.

    O cavallo deve saltar em principio, sem mudar a andadura em que marchava precedentemente.

     Abordando o obstaculo, o cavalleiro fixa o ponto em que deve saltar e para elle conduz o cavallo direito, rédeas separadas, pernas cerradas, para garantir a impulsão.

     230. Si o cavallo hesita ao chegar perto do obstaculo, convém contrariar-lhe a resistencia estimulando-o vigorosamente com as pernas.

     Si o cavallo refuga, deve-se obrigal-o a parar, descontrahil-o, depois leval-o direito ao obstaculo e estimulal-o com ajuda das pernas, para fazel-o saltar.

     Si O cavallo pára de subito perto do obstacullo, torna-se a ganhar distancia e obriga-se o animal a recomeçar o movimento para a frente.

     Si apoiando-se fortemente no boccado, o cavallo se lança para o obstaculo com demasiado impeto, isto é, dispara, é preciso moderal-o, sem, entretanto, contrariar o natural impulso que opportunamente deve tomar para o salto.

     Com qualquer cavallo que manifeste falta de calma ou de coragem, é necessario recomeçar o ensino, voltando aos saltos de pequenos obstaculos.

     231. A principio, os homens devem se utilizar dos estribos nos exercicios de salto, mas, logo que estejam habituados, isto é, logo que hajam adquirido confiança e tenham a mão sufficientemente segura, deve-se exercital-os freqüentemente sem estribos, afim de terem mais assento e não ficarem desamparados quando precisarem transpor algum obstaculo e se encontrem privados daquelle apoio.

     232. Dous são os typos principaes de obstaculos que se teem de transpor:

     1º, os que dão logar a saltos em largura, taes como fossos, sangas, etc.;

     2º, os que dão logar a saltos em altura, taes como cercas, barreiras, muros, banquetas, etc.

     As dimensões vão sendo augmentadas proporcionalmente aos progressos que os homens apresentem e podem ser limitados ao maximo de 2m,50 para os obstaculos em largura e de 1m,00 para os obstaculos em altura.

     Os obstaculos artificiaes devem ter sempre uma frente de extensão sufficiente para que o cavallo não seja tentado a desviar-se pela direita ou pela esquerda.

     E de regra abordar os obstaculos em altura a galope moderado, e os obstaculos em largura a galope um tanto alongado. Principalmente quando se trata de transpor obstaculos em largura, o andamento deve augmentar progressivamente, de maneira que o cavallo tenha todo o natural impulso no momento em que pica o salto.

     O cavallo deve estar bem na mão, antes durante e após o salto.

     233. Os homens são exercitados nos saltos em conjuncto, saltando primeiramente por dous e depois por quatro, a grandes distancias.

     A conservação das distancias é um meio de constatar que esse exercicio não traz perturbação ao governo do cavallo.

     Uma trópa deve transpor os obstaculos que se apresentem no caminho, sem mudar a andadura, nem a formação.

TRABALHO EM TERRENO

     234. O trabalho em terreno variado tem por fim habitual os homens a governar os cavallos em todos os terrenos, familiarizal-os com os obstaculos que se encontram no exterior e ensinar-lhes a regular a marcha de modo que poupem montarias, quando tenham de percorrer grandes distancias.

     Esse trabalho começa cedo; suas difficuldades, como as do salto de obstaculos, são graduadas pelos progressos dos homens, sendo sempre o objectivo augmentar-lhes a confiança e a destreza.

     O instructor conduz a Escola ás estradas, aos caminhos existentes em terrenos cultivados, atravez dos campos, aos bosques e mattas enfim aos terrenos mais variados a que possa leval-a.

     Reparte-a em pequenos grupos, cada um commandado por um sargento ou graduado; cada commandante de grupo regula a andadura deste, fazendo-o passar exactamente pelos sitios escolhidos pelo guia da escola.

     235. O instructor ensina a seus homens os principios de conduzir o cavallo, que deverão observar quando estejam entregues a si proprios.

     Esses exercicios são os seguintes:

     Ao deixar o cavallo á baia respectiva, fazel-o marchar a passo durante um tempo mais ou menos longo, para que se firme nas pernas:

     Variar as andaduras, sem jamais sahir da cadencia regulamentar;

     Escolher para os andamentos vivos, os terrenos mais ou menos horizontaes, porque as subidas exigem maior esforço do cavallo e as descidas o expõem a ferimentos pelos arreios;

     Seguir uma progressão crescente na duração dos tempos de andamentos vivos;

     Subordinar a duração dos tempos intermediarios de passo ao gráo de rapidez com que o cavalleiro deve effectuar o percurso total;

     Procurar, em todas as circumstancias, as partes menos duras do terreno para poupar os membros do cavallo;

     Preferir, entretanto, um terreno, duro, porém plano e único, a um terreno muito pesado ou desigual, por consequencia, em estradas calçadas, dar preferencia aos lados e não ao meio do calçamento;

     Emfim, terminar por um tempo de passo, que deve ser tanto mais prolongado quanto maior e mais severo tenha sido o percurso, pois o cavallo deve voltar á baia com o pello secco e a respiração normal.

     236. A esses principios geraes, que devem ser praticamente demonstrados, o instructor accrescentará os conselhos que lhe suggerirem sua experiencia e as observações que possam resultar da natureza e do estado do terreno. As prescripções seguintes teem por mira a maior parte dos casos que podem apresentar:

     Para subir uma fórte inclinação do terreno, ceder a mão logo que se tenha dado ao cavallo a direcção, que seguir, inclinar o busto para a frente e agarrar um punhado de crinas no meio do pescoço, por cima das rédeas.

     Para descer uma inclinação que tambem seja fórte, deixar as rédeas se estenderem e dar ao cavallo toda a liberdade, inclinar o corpo para traz e, si for necessario, segurar na patilha com a mão direita.

     As subidas fortes devem ser vencidas com toda a calma, principalmente si forem longas.

     Evitar-se-há subir ou descer obliquamente sobretudo quando o sólo estiver escorregadio.

     A iniciativa deve ser deixada ao cavallo nos terrenos difficeis; seu instincto é um guia mais seguro que as ajudas do cavalleiro.

     Atravessando um terreno alagadiço, marchar lentamente e evitar metter os cavallos em fila. Si o cavallo se atola, fica inquieto e procura se desembaraçar aos saltos, o homem deve apear e conduzil-o á mão.

     O cavalleiro deve recorrer a todos os meios para poupar o cavallo, principalmente quando leva o equipamento; tambem é de seu interesse passar a maior parte dos obstaculos naturaes em vez de saltal-os.

     Nos sitios particularmente difficeis, o homem apêa e, conduzindo á mão o cavallo, fal-o passar atraz de si.

     Todos os cavallos devem estar habituados a passar assim, conduzidos á mão, toda sorte de obstaculos.

CAPITULO IV
TRABALHO DE FREIO

     237. Emquanto o freio completo (bocado do freio e bocado do bridão) não se tenha tornado regulamentar, o trabalho do freio comportará simplesmente a continuação de todos os exercicios do trabalho do bridão, explicando ao cavalleiro que o meio de acção do qual elle dispõe é mais poderoso.

     238. Assumptos:

     Modo de segurar e manejar as redeas.

     Uso e effeito do freio e do bridão.

     Emprego da espóra.

     Repetição com o freio do trabalho de bridão.

     Meia volta pelo centro.

     Trabalho com distancias fixas.

     Mudar do bipede diagonal ao trote elevado.

     Trabalhos em grandes linhas.

     239. O trabalho de freio é a parte principal da instrucção equestre.

     O instructor faz começar esse trabalho logo que os homens tenham adquirido assento e um conhecimento sufficiente da acção das ajudas.

     240. O cavalleiro conduz seu cavallo ao terreno á mão segurando as redeas do bridão; as quatro redeas passadas no pescoço do cavallo.

     No montar e no apear, procede-se com as quatro rédeas como ficou estabelecido para as do bridão.

     Depois de apear e antes de conduzir o cavallo á baia deve-se soltar a babella.

MODO DE SEGURAR E MANEJAR AS RÉDEAS

     241. O manejo das rédeas sendo uma das bases da equitação, o instructor exercita os homens neste manejo, quer com o cavallo a pé, quer marchando em todas as andaduras.

     Normalmente o cavalleiro militar segura as redeas do freio e do bridão com a mão esquerda, na posição seguintes:

     As rédeas do freio ficam separadas pelo quarto dedo (o annullar); a rédea esquerda do bridão segura á mão cheia, fica sob o dedo minimo, e a direita entre o terceiro dedo e o indicador; as extremidades das rédeas do freio e do bridão sahem entre o pollegar e o indicador è pendem á direita do pescoço do cavallo, o pollegar bem firme contra a segunda junta do indicador para impedir que as redeas escorreguem; o cotovello naturalmente descido, a mão baixa, os dedos com as unhos voltadas para o corpo.

     O modo de segurar as redeas acima descripto é o usado pelo cavalheiro no combate, em que se serve da mão direita para o emprego da arma. Por consequencia deve ser inteiramente desembaraçado em governar assim seu cavallo.

     242. O instructor mostra aos homens que elles podem:

     1º, governar o cavallo com o freio, afrouxando as redeas do bridão, modo este que é o normal de governar nas evoluções e em combate;

     2º, governar o cavallo pelo bridão afrouxando as redeas do freio, modo excepcional de governo, empregado apenas com cavallo que encapota;

     3º, governar o cavallo com as quatro rédeas, sentindo o apoio no freio e no bridão; é o modo de governar na estrada, nos descanços (á vontade) e no salto de obstaculos; tambem se emprega com cavallos de bocca especialmente sensivel.

     243. Desde que o cavalleiro não tenha que fazer uso immediato de suas armas, freqüentemente lhe será vantajoso governar a duas mãos. Neste caso, tomará na mão direita a redea direita do bridão ou as duas redeas direitas.

     Para tomar a redea direita do bridão na mão direita, o cavalleiro ao commando „mão direita no bridão" segura essa redea, com o dedo médio da mão direita a qual vem á altura da mão esquerda; a extremidade da redea sae do lado do pollegar. Para segurar as duas redeas direitas na mão direita, o cavalleiro ao commando „mão direita nas redeas direitas" toma essas redeas com a mão toda, separando-as pelo dedo minimo.

     Esse modo de segurar as redeas é empregado principalmente em terreno variado, para o salto de obstaculo, para fazer galopar o cavallo, etc. Quer se tome na mão direita a redea direita do bridão, quer se tomem as duas redeas direitas, a mão esquerda deixa deslisar a redea ou redeas tomadas pela mão direita, mas não as abandona.

     Em certos casos, quando um cavallo resiste ou se defende, o cavalleiro separa na mão direita as duas redeas direitas, fazendo a mão esquerda abandonal-as completamente.

     Esta posição de redeas é tomada, nos exercicios, á voz:

     Separar redeas!

     244. Durante os descanços e nas estradas, os homens podem trazer as redeas quer „separadas", quer na mão esquerda, quer na mão direita. Assim se evita que fiquem de travez na sella e dêem aos cavallos falsa flexão de pescoço.

     Para deixar o cavallo á vontade, marchando a passo ou estando parado, devem-se afrouxar os dedos, sem afastar a mão de seu logar, de modo que seja permittida a distenção completa do pescoço.

     Quando o cavalleiro tem a Iança ou a espada na mão, póde, si fôr necessario, utilisar a mão direita para ajustar as redeas ou separal-as momentaneamente, mas terá cuidado em manter levantada a ponta de sua arma afim de não ferir os camaradas.

     245. Para „ajustar as redeas", pegal-as com o pollegar e o indicador da mão direita, acima do pollegar da mão esquerda, entreabrir os dedos da mão esquerda, elevar a mão direita, sentir ligeiramente o apoio do freio e fechar depois a mão esquerda.

     246. Os homens devem ser exercitados frequentemente em passar do governo a quatro redeas ao governo apenas com a redea do freio e reciprocamente. Para "encurtar as redeas" e ega-se entre o pollegar e o indicador da mão direita acima do pollegar da mão esquerda, as redeas que se deseja encurtar. Para „alongar as redeas" (dar redeas ao cavallo), pega-se entre o pollegar e o indicador da mão direita, abaixo da mão esquerda, aquellas que se deseja alongar. Esses movimentos devem ser executados deslocando-se o menos possivel as mãos.

USO E EFFEITO DO FREIO E DO BRIDÃO

     247. Os effeitos das redeas do freio são anologos aos das redeas do bridão, porém mais accentuados, ainda mesmo quando produzidos por mais leves acções da mão.

     O freio actua contra as barras e em grande parte deve sua potencia ao ponto de apoio que Ihe dá a barbella, emquanto que o bridão actúa contra, a commissura dos beiços do cavallo e directamente.

     248. Para demonstrar aos homens esses effeitos, o instructor manda segurar, primeiramente só as redeas do bridão e executar assim alguns movimentos simples; em seguida sómente as redeas do freio e executar os mesmos movimentos.

     Mostra. então, a differença entre os dous meios de governo.

     Depois, o instructor faz os homens manejarem só com a mão esquerda as redeas do freio e termina essa parte da insrucção peIo emprego das quatro redeas, seguras como ficou determinado (241) .

     249. O effeito das redeas do freio resulta de quatro movimentos principaes que a mão póde executar, indo á frente, atraz, á direita, ou á esquerda.

     Si a mão vae á frente sua acção diminue até se tornar nulla: limita-se, neste caso, a não se oppôr ao movimento do cavallo para a frente.

     Si a mão vem atraz, as duas redeas ficam igualmente tensas; a pressão recebida pelas barras do cavallo abriga-o a diminuir o andamento ou mesmo a executar o movimento retrogrado (redea directa).

     Si a mão vae á direita, a redea direita torna-se frouxa e não actúa mais: a redea esquerda torna-se tensa, encurva o pescoço do cavallo para a esquerda, mas fazendo recahir todo o peso á direita, assim obriga o cavallo a voltar á direita (redea contraria ou de apoio).

     Si a mão vae á esquerda o effeito é inverso.

     Os effeitos da „redea contraria" produzidos por uma só mão, podem não ser sufficientes para conseguir mudança de direcção. Nesse caso o cavalleiro póde separar as redeas para utilisar a „redea de abertura".

     Servindo-se alternativamente do freio e do bridão, o cavalleiro poupa a bocca do cavallo que forceja nas redeas, pois assim procedendo o cavalleiro actúa ora contra as barras, ora contra a commissura dos beiços.

     Em todos os movimentos, o cavalleiro conserva o braço dobrado, devendo a flexibilidade das articulações do punho, do cotovello e da espadua contribuir para suavisar o effeito produzido pela mão.

USO DA ESPÓRA

     250. A espóra é um recurso que completa o effeito das pernas, augmentando sua potencia.

     O cavalleiro a emprega atraz e perto da cilha por acções francas, simples ou repetidas, segundo a sensibilidade e o gráo de submissão do cavallo.

REPETIÇÃO DAS LIÇÕES DE BRIDÃO NO TRABALHO DE FREIO

     251. Todos os exercicios do trabalho de bridão são repetidos no trabalho de freio. Esta repetição tem por fim aperfeiçoar os homens no emprego das ajudas, procurando a correcção dos movimentos e a regularidade das andaduras.

     Os movimentos devem ser executados de conformidade com os principios do trabalho de bridão, porém, levando-se em conta a differença já assignalada, entre a potencia do freio e a do bridão.

     252. Na execução das meias voltas e das meias voltas invertidas, o instructor utilisa as obliquas dessas duas figuras, para ensinar aos homens a deslocar a garupa de seus cavallos.

     Por exemplo, na meia volta á mão direita, no momento de entrar no oitavo, o cavalleira leva a perna esquerda atraz, para impellir a garupa para a direita, de modo que o cavallo avance cruzando, ligeiramente, suas pernas, mas continuando parallelo á pista. O movimento assim feito e limitado a alguns passos. A mão se mantém passiva, si o cavallo não augmenta o andamento; no caso contrario a mão actúa, directamente.

     A m a-volta e meia-volta invertida, executadas com um raio cada vez menor, constituem preparação para a meia-volta pelo centro.

MEIA-VOLTA PELO CENTRO

     253. A meia-volta pelo centro consiste em rodar o cavalIo em torno da seu eixo, deslocando as espaduas para um lado e a garupa para outro.

     Ao commando: A direita (esquerda); meia volta pelo centro, pára-se o cavallo, leva-se, a mão atraz e á direita (esquerda), afim de deslocar as espaduas do animal para a direita (esquerda): ao mesmo tempo actua-se com a perna direita (esquerda) afim de impellir a garupa para a esquerda (direita).

     Para conservar ao cavallo toda a sua franqueza é essencial fazel-o avançar com vivacidade logo que haja terminado a meia-volta pelo centro.

     254. Afim de tornar os homens bem seguros do mecanismo da meia-volta pelo centro e obter, a calma e regularidade necessarias, esse movimento é, no começo da praticagem, executado lentamente, mas a rapidez com que deve ser exigidos augmentará progressivamente, até chegar ao gráo indispensavel para o seu emprego no combate individual.

TRABALHO COM DISTANCIAS FIXAS

     255. O trabalho com distancia fixa ou em escola por um, comporta a repetição dos movimentos do trabalho individual, mas a execução deve seguir logo ao commando e os homens são obrigados a se regularem pela testa da escola.

     Esse trabalho, portanto, exige dos homens mais exactidão e mais precisão no emprego das ajudas e serve de preparação ao trabalho de conjuncto. Para o instructor, é a verificação dos resultados obtidos. Elle reune os homens em uma ou duas escolas por um, indicando para cada escola um testa e designando qual dos dous deve servir para regular o procedimento do outro.

     Os homens seguem o respectivo testa e todos passam, succesivamente, pelos mesmos logares me que elle passar, conservando suas distancias (1m,50).

MUDAR DO BIPEDE DIAGONAL NO TROTE ELEVADO

     256. Marchando o cavalleiro ao trote elevado, diz-se que elle trota no bipede diagonal direito (esquerdo) quando, depois de se levantar na sella, torna a assentar no momento em que o cavallo pousa no chão o membro anterior direito (esquerdo).

     Há interesse em ensinar ao cavalleiro a trotar tanto em um como em outro diagonal, pois assim os membros do cavallo trabalham por igual e tornam-se menores as probabilidades de ferimentos pelos arreios.

     O instructor ensina o cavalleiro a conhecer em que diagonal vae trotando.

     Em seguida, para ensinar-lhe a mudar de diagonal, o instructor manda que diminua o apoio nos estribos e deixe o assento receber na sella duas reacções consecutivas, em vez de uma só; o cavalleiro passará, assim, a trotar no diagonal contrario aquelle em que trotava.

TRABALHO EM GRANDES LINHAS

     257. O trabalho em grandes linhas é executado em um rectangulo de dimensões extensas. Os homens são ahi exercitados em todas as andaduras, mas os exercicios são limitados ás mudanças de direcção e aos alongamentos e encurtamentos de andadura.

     O objectivo desses exercicios é complexo: confirmar o cavallo na marcha em linha recta, augmentar-lhe o desembaraço, por deixal-o mais separado dos outros e regular-Ihe as andaduras; habituar o cavalleiro áos galopes ordinario e alongado; exercitar os homens em grupos formados em uma só fileira, servir de preparação ao trabalho de conjuncto e habitual-os a se regularem nos seus movimentos por um chefe; emfim, fazer os homens e os cavallos adquirirem a calma indispensavel nos andamentos vivos.

     Os homens, guardando entre si grandes distancias, são dispostos em todo o perimetro do rectangulo. Quando formam grupos, um cavalleiro do centro (designado) serve de guia,devendo, portanto, os outros se regularem por elle.

     O instructor limita-se a determinar ao cavalheiro ou ao grupo que passa defronte delle qual a andadura ou o movimento que deseja; os outros homens ou grupos imitam-no.

     Aproveita-se esse trabalho para habituar os homens a executar os commandos pelo apito e por toquesde corneta.

     258. Os cantos do rectangulo são marcados por bandeirolas altas e bem visiveis. Para permittir ao instructor verificar as andaduras, as dimensões do rectangulo são fixadas em 220 metros para os grandes lados e 100 metros para os pequenos. Essas duas dimensões representam, respectivamente, as distancias que o cavallo percorre em um minuto ao trote e ao passo.

     Sommadas, representam, levando-se em conta o arredondamento dos cantos, a distancia que se deve percorrer em um minuto ao galope.

     Para ter a distancia que se deve percorrer em um minuto a galope alongado, basta accrescentar á referida somma o comprimento do outro lado pequeno.

     No trabalho a galope, todos os esforços do instructor tenderão a obter andamento calmo e uniforme, o que exige muitos exercicios.

     Desde que os cavallos executem com calma o galope ordinario, passam a ser exercitados no galope alongado.

     259. Em seguida, preparam-se os homens para a carga, exercitando-os no galope a toda a velocidade (galope de carga), em uma extensão de 60 a 80 metros. O movimento é executado individualmente. Cada cavalleiro, á voz dada pelo instructor, dá ao cavallo a liberdade necessaria para estender o pescoço, conservando, porém, o apoio no freio e faz alongar o galope, o mais possivel, gritando ao mesmo tempo: Carga!

     Para carregar, o cavalleiro inclina o busto para a frente, enfia os estribos a fundo para augmentar o apoio, faz o cavallo sentir a espora, si fôr necessario, e continúa a avançar na direcção dada. A principio, o exercicio é facilitado grupando-se os homens por dous. Para passar do «golpe de carga» ao «galope ordinario», empregam-se os meios já prescriptos para encurtar o andamento.

     Afim de não fatigar os cavallos por cargas amiudadas ou executadas em terreno duro, os exercicios de carga individual devem ser repartidos pelas diversas aulas e executados sempre em uma «pista» ou parte do terreno para, isso especialmente preparada e conservada.

     260. A velocidade de andaduras deve ser regulada pelos dados do seguinte quadro:

Andaduras

Passo

Trote

Galope

Galope largo

Metros percorridos em um  minuto ..........................

100

220

3320

420

Minutos e segundo empregados em percorrer um kilometro approximadamente ...................................

10

4,33

3,07

2,23

     261. Os exercicios em grandes rectangulos são utilmente completados pelo trabalho em quadros moveis.

     Nesse trabalho, os homens, formados em fileiras de quatro, guardam entre si tres ou quatro metros de distancia e de intervallo. O instructor fal-os marchar em todas as direcções e andaduras e executar os movimento do trabalho de freio e tambem exercicio de manejo e emprego das armas. A boa execução do trabalho exige que cada cavalleiro conserve, rigorosamente, o seu logar em relação aos outros e que os movimentos sejam feitos em conjunto e correctamente.

CAPITULO V
MANEJO E USO DA ESPADA
Trabalho com armas

     262. desembainhar espadas - Enfiar o punho direito no fiador, segurar o punho da espada á mão cheia e executar o movimento, tal como está descripto no manejo da espada a pé, collocando o punho direito no alto da coxa, o corpo perfilado.

     263. Embainhar-espada - Elevar o punho direito em frente ao hombro direito, baixar a lamina á direita do pescoço do cavallo, inclinar, ligeiramente, a cabeça á direita, fixando os olhos no boccal da bainha e nella introduzindo a lamina; retirar o punho do fiador, voltar o olhar para a frente.

     264. Apresentar-espada - Como a pé.

     265. Em guarda - Como a pé.

     266. Exercicios de destreza - pontos e golpes - Como a pé..

ATAQUES

     267. A posição a cavallo e a maneira de dar a ponta são differentes, segundo o cavalleiro carrega em linha, ou em combate individualmente.

     Na carga o cavalleiro se inclina para o pescoço do cavalleiro, o braço completamente estendido, o punho do sabre seguro em cheio; a ponta, dirigida para o adversario, com a vontade de abater pelo choque.

     No combate individual, a violencia com que o cavalleiro se lança contra o adversario, lhe assegura, immediatamente, a superioridade: não deve nunca deixar-se preceder no ataque.

     As pontas são dadas com a maior energia auxiliando-as com o tronco. A guarda é retomada entre os ataques.

     O cavalleiro deve estar sempre senhor da andadura e do governo do seu cavallo, para investir conta todo adversario que passar ao seu alcance e o collocar fóra de combate.

     Os exercicios de ataque na carga com a espada se executam como está prescripto para os exercicios de carga individual no trabalho com freio.

     268. Ao commando - Para o ataque, o cavalleiro levanta a espada estendendo o braço em todo o seu comprimento.

     269. Ao commando - Carga, que elles repetem muitas vezes e em altas vozes, os cavalleiros da primeira fileira executem o que está prescripto no n. 267.

     Os cavalleiros da segunda fileira, assim como os que teem deante de si officiaes ou graduados, conservam a posição da espada que tenham tomado ao commando: Para o ataques!

     Ao commando - Reunir, os cavalleiros perfilam espadas.

     Para os exercicios de ataque no combate individual, o instructor manda executar a pé firme e marchando em todas as andaduras, os ataques e os flexionamentos cujo mecanismo foi demonstrado na instrucção a pé.

EXERCICIOS CONTRA ALVOS

     270. Os exercicios de ataque são repetidos contra os objectivos, empregando exclusivamente espadas velhas.

     O cavalleiro applica no objectivo que lhe é designado, os golpes indicados pelo instructor. Contra um objectivo que represente um homem deitado desfere o golpe de cima para baixo, a lamina cahindo verticalmente.

     Exercita-se em seguida em tocar diversos objectivos de differentes tamanhos dispostos em linha recta.

     271. Os exercicios de ataque na carga são combinados com exercicios que figuram o combate individual ou o entrevero.

     O instructor colloca uma série de alvos em linha recta, seguida de outros dispostos de modo irregular.

     O cavalleiro toca os primeiros alvos na andadura da carga. Diminue, em seguida, o andamento do cavallo e toca á vontade os outros objectivos.

     272. Póde-se aperfeiçoar a destreza dos cavalleiros utilizando alvos moveis, collocados em apparelhos ou em cavallos.

MANEJO E USO DA LANÇA
(Manejo da lança)

     273. A lança é utilizada durante a instrucção e o serviço a cavallo, por todo graduado ou cavalleiro com ella armado.

     O lanceiro, a pé, conduz o cavallo ao terreno, apoiando a lança contra o hombro esquerdo.

     274. Sentido - Colloca-se o cavalleiro do lado de montar, o flanco direito na altura da ganacha do cavallo, como a pé, e segura as rédeas com a mão direita a 15 cm, da bocca do cavallo.

     A arma na vertical, do lado esquerdo, cuja mão a segura pelo punho.

Montar e apear

     275. A cavallo - Monta-se como está prescripto, a mão esquerda empunhando as crinas e as redeas sem abandonar a lança; depois de montado segura-se a lança com a mão direita, por cima da mão esquerda que a abandona sem largar as rédeas; passa-se a lança de uma só vez por cima do pescoço do cavallo entre as redéas e o corpo, descendo-a até collocal-a no cachimbo; a mão direita sobre então á altura do punho para tomar a posição de lança perfilada a cavallo.

     276. - A pé - Retira-se a lança do cachimbo, a mão direita a ergue passando-a verticalmente por cima do pescoço entre as rédeas e o corpo; deixa-se que a lança escorregue até ao chão, o conto a 0m,30 na frente do pé esquerdo do cavallo; a mão esquerda vem finalmente segural-a.

     Apeia-se como está prescripto, a mão esquerda não abandona a lança que toma em seguida a posição de perfilar lança a pé.

     277. Perfilar lança - O conto ao cachimbo, a lança segura pela mão direita na altura do meio do punho os dedos pouco cerrados.

     A posição da lança perfilada é tomada para as paradas e os desfiles, e em manobra quando fôr determinado.

     278. Lança baixa (baixar lança) - Retirar a lança do cachimbo e inclinar a ponta para a frente na altura a orelha direita do cavallo, a haste o mais perto possivel do pescoço, o punho apoiado no alto da coxa.

     A posição de lança é tomada toda vez que a tropa manobra e quando se deseja diminuir a visibilidade.

     Na passagem de bosque, o lanceiro tendo a lança baixa póde, excepcionalmente deixar o conto tocar no chão e segura a lança perto da ponta, com o punho apoiado perto da coxa.

     279. Lança obliqua - Retira-se do cachimbo a lança que vem collocar-se na coxa direita, a mão no centro de gravidade, a ponta para a frente e para a esquerda, a haste apoiada no ante-braço esquerdo.

     A posição da lança obliqua é tomada quando o lanceiro desempenha uma missão isolada e nas formações em ordem dispensa ou aberta.

     280. Lanças no fiador - Leve-se a lança com a mão direita para a mão esquerda, sem retiral-a do cachimbo, o pollegar e o indicador da mão esquerda a recebem, os outros dedos fechados para não abandonar as rédeas; passa-se o braço direito no fiador e enfia-se até ao cotovello; a mão esquerda abandona a lança que é jogada para traz por um movimento do braço direito.

     A posição de lança no fiador só póde ser tomada nas marchas de estrada e em manobra, dada á respectiva voz.

     E' necessario que o fiador da lança esteja sempre bem ajustado e que a lança esteja em uma posição quasi vertical afim de evitar que o conto não leve a perna do cavalleiro para frente.

     281. Perfilar lança, - Leve-se a lança para a frente por um movimento do braço direito; segura-se com o pollegar o primeiro dedo da mão esquerda, os outros dedos fechados para não abandonar as rédeas; retira-se o braço do fiador; segura-se em cheio, com a mão direita a lança, que é abandonada pela esquerda e fica-se na posição de perfilar lança.

     282. Ao commando - Perfilar lança, os officiaes e os homens da tropa não armados de lança desembainham a espada.

     283. Apresentar lança - E tando na posição de perfilar lanças, o cavalleiro estende o braço direito para a frente, á direita, de modo que conserve a lança inclinada e sem que o conto saia do cachimbo.

     Volta-se á posição de «perfilar lança» pelo movimento inverso.

     Quando a tropa presta continencia, ao commando - Apresentar armas, os officciaes e sargentos apresentam espadas e os lanceiros lanças.

     284. Emprego da lança «em guarda» - Como a pé.

     Exercicios de destreza e golpes - Como a pé.

ATAQUES

     285. A posição a cavallo e a maneira de dar o lançaço são differentes, conforme o lanceiro carrega em batalha ou combate individualmente.

     286. Na carga, o lanceiro inclina o corpo ligeiramente para a frente e mantem a arma fortemente sob a axila até ao momento do choque.

     287. No combate individual applica os principios de violenta offensiva prescriptos para o emprego da espada.

     Para garantir a precisão do ataque, deve dar á haste a direcção da posição preparatoria e visar o objectivo por cima da ponta. Para dar ao golpe todo o vigor, augmenta a força do braço com o peso do corpo e, nos golpes em frente, com a impulsão do cavallo instigado energicamente com as pernas.

     288. Os exercicios de ataque, na carga com a lança, se executam como está prescripto para os exercicios de carga individual no trabalho com freio.

     Ao commando - Para o ataque, o lanceiro eleva a lança estendendo o braço em todo o seu comprimento. Ao commando - Carga, que elles repetem varias vezes e em altas vozes, os cavalleiros da primeira fileira executam o que está prescripto (286). Os cavalleiros da segunda fileira trazem a mão direita á altura da mão esquerda, a lança vertical, promptos para cahir em guarda.

     Os lanceiros que teem diante de si officiaes, conservam suas armas com a ponta para cima.

     Ao commando - Reunir, o lanceiro traz a lança novamente para a vertical.

     289. Para os exercicios de ataque no combate individual, o instructor manda executar como está prescripto (n. 287), a pé firme; e, marchando em todas andaduras, os ataques e exercicios de destreza, cujo mechanismo foi demonstrando a pé. Os golpes sem alvos são sempre dados com a maior energia.

Exercicios contra alvos

     290. Oxercicios de ataque são repetidos contra alvos segundo os principios enunciados para o emprego da espada.

     Faz-se lancear, primeiramente, os objectivos pouco resistentes para dar golpe de vista ao cavalleiro.

     Para lhe ensinar a resistir ao choque e desembaraçar a arma, segundo os processos indicados a pé, inutilizam-se, em seguida, alvos mais resistentes.

     Quando o lanceiro passa muito perto do objectivo no ataque, em andamentos vivos, póde deixar o conto da lança elevar-se. Leva-o em seguida para a frente, dobrando o punho, prende a arma fortemente contra a axilla direita, segura-a com a mão direita na posição inversa, o pollegar em direcção ao conto, retoma novamente a guarda.

EXERCICIOS DE COMBATE

     291. A docilidade do cavallo e a habilidade do cavalleiro em conduzir tem uma importancia preponderante no combate á arma branca.

     Estes resultados devem ser preparados desde o inicio da instrucção equestre, e aperfeiçoados durante todo o tempo de serviço.

     Quando os soldados novos se servem sufficientemente bem de suas ajudas, são postos, frequentemente, no trabalho á vontade e exercicios em executar correntemente, segundo a iniciativa propria a cortar o picadeiro, voltas e meias voltas nas tres andaduras.

     292. Estes exercicios são continuados, reunindo os cavalleiros dous a dous. Dá-se-lhes o habito de marchar em direcções oppostas, cruzando-se em todos os sentidos, primeiramente conduzindo os cavallos com ambas as mãos, depois com uma só mão.

     293. Finalmente o instructor dispensa toda a Escola em um espaço cada vez mais restricto, os cavalleiros exercitando-se em conservar as andaduras, ficando senhores dos cavallos.

     Páram instantaneamente á voz - Alto!

PERSEGUIÇÃO

     294. Dous cavalleiros são oppostos um ao outro. O fim do exercicio para cada cavalleiro é tomar o lado esquerdo do adversario e tocal-o na espadua esquerda com a mão direita. Para isto a Escola é disposta em duas fileiras, em frente uma da outra e convenientemente afastadas.

     Os dous cavalleiros designados marcham ao encontro um do outro, e começam o exercicio. A perseguição se executa a trote e depois a galope curto.

     Os cavalleiros evitam as paradas subitaneas. O cavalleiro attingido grita „tocado" e entra em fórma.

COMBATE INDIVIDUAL

     295. Excluem-se destes exercicios os cavalleiros cuja preparação equestre é provisoriamente insufficiente dos cavallos impressionaveis, cujo adestramento não esteja perfeito.

     296. O instructor e os cavalleiros são munidos de mascaras e luvas, armados de espadas de laminas flexiveis ou pequenas varas.

     As lanças ou as varas são cuidadosamente emboladas.

     Os ataques contra um adversario são demonstrados individualmente pelo instructor que segue a progressão estabelecida para os exercicios a pé. Completa-a pela indicação das andaduras. Os cavalleiros são em seguida oppostos um ao outro.

     O modo de execução é o mesmo que o prescripto para a perseguição. O combate cessa desde que um dos cavalleiros tenha sido attingido.

     297. Quer o cavalleiro se bata com o sabre ou com a lança, a maior segurança do successo reside em uma offensiva vigorosa e directa.

     Si o cavalleiro não foi bem succedido no primeiro ataque, retoma a offensiva e continúa o combate regulando a tactica pelas propriedades da arma que emprega, - espada ou lança.

     Não dá folga ao adversario, acossa-o de perto, aproveita sempre as occasiões favoraveis para attingil-o e multiplica os ataques até que o tenha posto fóra de combate.

     298. O cavalleiro armado de espada é forte do lado direito e fraco do lado esquerdo. Procura, pois, no ataque, deixar o adversario á direita para abordal-o pela esquerda. Contra um lanceiro, muda de subito a direcção dos seus ataques. Afasta a ponta da lança e procura corpo a corpo.

     299. O lanceiro que combate contra um adversario armado de espada, póde ficar em guarda e com a ponta baixa até ao ultimo momento. A impulsão do cavallo, a guarda e o lançaço formam então um só ataque.

     A pancada com a haste, ou conto, e os molinetes servem para o lanceiro se desembaraçar de diversos adversarios. Toca-os, em seguida, separadamente.

     300. Em um combate real póde ser vantajoso ferir o cavallo do adversario, principalmente na cabeça. Estes golpes são prohibidos na instrucção.

COMBATE NO ENTREVERO

     301. Os exercicios de entrevero preparam os cavalleiros para combater em ligação com os camaradas.

     Estes exercicios são sempre vigiados por um official e só se executam com espada. Os cavalleiros protegidos como para o combate individual, são dispostos como para os exercicios de perseguição: uma das fileiras de camisa e outra de tunica.

     A indicação - Combate, as duas fileiras se abordam. Cada cavalleiro procura tocar o adversario no primeiro encontro. Todo cavalleiro attingido diz „tocado" e retira-se.

     O cavalleiro que toca um adversario, precipita-se immediatamente contra outros; muitos cavalleiros combinam seus esforços contra o mesmo da fileira opposta. O objcetivo de cada partido é collocar o outro fóra de combate, no menor tempo.

     302. A tactica dos lanceiros no combate, deve consistir em ficar a certa distancia uns dos outros para utilizar os, recursos de suas armas; os cavalleiros armados de sabre procurarão obrigal-os a se juntarem para tolher-lhes os meios de ataque.

     303. O instructor se esforçará por tornar os cavalleiros vigorosos no ENTREVERO.

     A bravura individual e a camaradagem de combate asseguram o ascendente moral da tropa.

     O sangue frio permitte seguir o desenrolar do combate, ouvir as ordens e proceder com intelligencia.

     Nas situações desvantajosas, a tenacidade permitte que os soccorros cheguem com opportunidade e que se retome o ascendente.

USO DO MOSQUETÃO

     304. Para executar o tiro a cavallo, o cavalleiro colloca-se obliquamente á direita em relação á direcção do objectivo.

     Para levar a arma ao hombro deixa correr as rédeas na mão esquerda e aponta, collocando o cano na direcção da espadua esquerda do cavallo. Ajusta as rédeas depois de ter feito o tiro.

     O cavalleiro deve estar exercitado em apear rapidamente e em atirar, tendo a rédea no braço. Este processo póde achar applicação no decorrer de missões individuaes e especialmente quando o cavalleiro está seprado do seu adversario por um obstaculo.

USO DA PISTOLA

     305. Executa-se como está prescripto a pé. O cavalleiro estando com a espada desembainhada e querendo fazer uso da pistola, deixa a espada cahir, ficando segura pelo fiador.

Rio de Janeiro, 11 de janeiro de 1921. - João Pandiá Calogeras.


Este texto não substitui o original publicado no Coleção de Leis do Brasil de 1921


Publicação:
  • Coleção de Leis do Brasil - 1921, Página 32 Vol. 2 (Publicação Original)