Legislação Informatizada - Decreto nº 14.543, de 16 de Dezembro de 1920 - Publicação Original
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Decreto nº 14.543, de 16 de Dezembro de 1920
Approva a primeira parte do regulamento para os exercicios e o combate da Infantaria
O Presidente da Republica dos Estados Unidos do Brasil, usando da autorização que lhe confere o art. 48, n. 1, da Constituição, resolve approvar a primeira parte do Regulamento para os exercicios e o combate da Infantaria, que com este baixa assignado pelo Dr. João Pandiá Calogeras, ministro de Estado da Guerra.
Rio de Janeiro, 16 de dezembro de 1920, 99º da Independencia e 32º da Republica.
EPITACIO PESSÔA.
João Pandiá
Calogeras.
O PRESENTE REGULAMENTO ENTRARÁ EM VIGOR PARA TODO O EXERCITO, A 1 DE JANEIRO DE 1921.
Sem duvida, baseia-se na utilização intensiva do armamento: metralhadoras, petrechos de acompanhamento, granadas de mão e de fuzil, e particularmente fuzis-metralhadores - que os Corpos ainda não possuem.
Impurta, entretanto, familiarizar todos os espiritos o mais cedo possivel com o emprego deste armamento, para que elle possa, logo após sua distribuição, ser utilizado e logicamente empregado.
Além disso, a noção de que o combate se conduz não com linhas de atiradores mas sim com grupos foi, durante a ultima guerra, anterior ao desenvolvimento do actual armamento dos grandes exercitos europeus.
Finalmente, convém divulgar com rapidez no Exercito, o «espirito» que prisidiu á concepção deste novo Regulamento, não só em referencia aos exercícios de ordem unida, maneabilidade e combate, como tambem no que concerne aos methodos de instrucção.
Até ao momento de receberem o novo material bellico, os Corpos constituirão simplesmente o grupo de combate com duas esquadras de volteadores (*). Todavia, e com o objectivo de preparar a tropa para o emprego do fuzil-metralhador, terá cabimento, em certos exercicios, figural-o por um fuzil commum, que utilize um signal convencional (farrapos, lenço, etc. ), e constituir-lhe a respectiva esquadra. Este processo deverá ser generalizado, á medida que os Corpos recebam os primeiros fuzis-metralhadores que lhes permittirão bem avaliar a realidade deste petrecho.
Relatorio apresentado ao Exmo. Sr. ministro da Guerra para servir de introducção ao Regulamento para os exercicios e o combate da Infantaria.
A experiencia da guerra mundial de 1914-1918 si por um lado mostrou, por assim dizer, a immutabilidade dos principios tacticos em que assenta a doutrina de guerra, tornou tambem patente, com toda a autoridade inherente á demonstração por factos, que os processos de combate devem acompanhar estrictamente a evolução dos diversos materiaes.
Esta se caracterisou, no que concerne á artilharia, pelo emprego de meios cada vez mais poderosos, efficazes a distancias cada vez maiores, capazes de actuar ao mesmo tempo em massa e com precisão e instantaneidade até então desconhecidas.
No que diz respeito á infantaria, orientou-se a evolução de preferencia para o dominio das armas automaticas de grande rapidez de fogo: o augmento de potencia por ellas adquirido e a sua larga dotação á tropa erigiram-nas em rainhas incontestadas do campo de batalha sempre que, em consequencia da proximidade dos dous adversarios, dos abrigos offerecidos pelo terreno ou de outra qualquer causa, não se achavam expostas ao fogo dos canhões inimigo.
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(*) E' o que se fará, até nova disposição, nas formações de 2ª linha.
A infantaria, além disso, ao mesmo tempo que era dotada de petrechos especiaes de acompanhamento, resuscitava as granadas de mão e passava a empregar as granadas de fuzil.
Appareceu, emfim, o carro de assalto arrazando em sua passagem os obstaculos de toda especie - até as mais espessas rêdes de arame farpado - destruindo os nucleos de resistencia, capaz de abrir caminho á infantaria e de acompanhal-a quasi por toda a parte.
Resultam dahi, sómente dessas condições de ordem tão geral e que só dizem respeito ao armamento propriamente dito, as seguintes consequencias:
1ª - O campo de batalha teve os limites singularmente dilatados e tornou-se mais difficil sua penetração;
2ª - O fogo de infantaria attingiu tal gráo de potencia, que qualquer progressão em terreno batido tem de ser extremamente lenta, difficil e custosa;
3ª - O assalto a arma branca com o apoio da granada, continua a ser sempre o fim supremo do combate, mas a manobra pelo flanco e pela retaguarda do inimigo assumiu peculiar importancia.
O aceesso do campo de batalha, por consequencia, a approximação até que se chegue a tomar contacto com a infantaria, tornou-se uma operação delicada, que póde começar a grande distancia do inimigo, algumas vezes a mais de 10 kilometros. Para isso, dados os meios de investigação do adversario e os seus recursos ultra-rapidos de transmissão de informações (aviões e T. S. F.), é necessaria uma infantaria particularmente maneavel e manobrista, habil na utilização do terreno e em disseminar-se instantaneamente em grupos imperceptiveis.
Os dous elementos de acção da infantaria - o fogo e o movimento - cuja combinação constitue a manobra elementar, esses conservaram todo o valor.
A acção pelo fogo, porém, tornou-se preponderante. Uma tropa tenaz na defesa, que haja conservado algumas metra-lhadoras intactas, não tem a receiar de um inimigo que chegue a cahir sobre ella, mesmo a curta distancia. Por mais arrojada que seja uma tropa, não poderá progredir impunemente atravez um terreno batido pelo fogo da infantaria inimiga. a não ser que o faça calar ou, o neutralise um fogo offensivo, que force o defensor a deixar de atirar.
As armas automaticas de grande rapidez de fogo é que tornaram tão absolutas as propriedades da infantaria: ellas constituem o seu meio de acção primordial. Em qualquer assumpto de organização e de tactica desta arma, tudo deve gravitar em torno delias.
A ARMA AUTOMATICA E O GRUPO DE COMBATE
A arma automatica é a alma e a razão de ser do grupo de combate. E' ella quem lhe dirige a accão em todas as circumstancias e todos os homens do grupo não são mais do que seus auxiliares, immediatos ou mediatos. Uns protegem-na a maior ou menor distancia e servem-na os outros, transportam-na e a reabastecem.
No campo de batalha, uma vez empenhado, o grupo só se detem nas posições que permitam o tiro efficaz da arma automatica.
O terreno, por conseguinte, é utilizado de posição de tiro em posição de tiro, e em cada uma dellas a arma automatica deve ter á sua disposição, immediatamente, uma quantidade sufficiente de munição e ser constantemente protegida.
O effectivo dos grupos foi fixado levando-se em conta as necessidades precedentes, E' indispensavel, porém, que o grupo seja tão reduzido quanto possivel, afim de tornar-se imperceptivel ao inimigo e esquivar-se ao seu fogo.
Um effectivo de 12 homens parece satisfazer os dados do problema; é facil aos homens abrigarem-se grupados em um ou dous bandos, ou então procurarem protecção e invisibilidade em um largo espaçamento entre si, sem que deixem de ver e ouvir os chefes.
Mappa de fixação do enquadramento effectivo normal organização especialidades eventuaes de cada homem no grupo de combate e o respectivo armamento
Graduações | Armamento | Sargentos | Cabos | Soldados | Observações |
Sargento commandante do grupo.................... | Fuzil......................... | 1 | |||
Cabo................................................................. | Fuzil......................... | - | 1 | - | Esquadra n. 1 (serviço da arma automatica). |
Atirador............................................................. | Pistola...................... | - | - | 1 | |
1º municiador.................................................... | Mosquetão............... | - | - | 1 | |
2º municiador.................................................... | Fuzil......................... | - | - | 1 | |
Municiadores auxiliares.................................... | Fuzil......................... | - | - | 3 | |
Cabo................................................................. | Fuzil......................... | - | 1 | - | Esquadra n. 2 (proteção da arma automatica). |
Volteadores....................................................... | Fuzil......................... | - | - | 4 | |
Granadeiro lançador (*)..................................... | Mosquetão............... | - | - | 1 | |
Granadeiro atirador (*)....................................... | Fuzil e boccal V. B... | - | - | 1 | |
Total maximo.................................................... | ................................. | 1 | 2 | 12 |
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(*) Podem ser simples volteadores, provisoriamente.
O PELOTÃO E A COMPANHIA
Do exposto se conclue que não existe mais o atirador isolado, pois que, no grupo de combate, cada soldado tem um dever particular de cumprir para, com a arma automatica. E' obvio que será sempre possivel formar partidas de gra-nadeiros ou volteadores, sem arma automatica, mas isso em caso excepcional (pequena patrulha, pequeno destacamento de ligação, etc.).
A solidariedade de combate, emfim, não se estabelece só-mente entre os homens de um mesmo grupo de combate; deve estabelecer-se tambem de grupo a grupo. Mas, para que esta se torne satisfactoria, bastará que o intervallo de dous grupos vizinhos possa ser bem efficazmente batido pelo fogo de um delles ou, até melhor ainda, que ambos possam cruzar os fogos na frente de cada um.
Esse intervallo tende, portanto, para um maximo e eis ahi o fim absoluto da linho de atiradores.
E' em grupos de combate que se peleja.
Um grupo empenhado, porem, só póde actuar sempre para a frente, voltado para o objectivo que lhe foi designado, maximé depois que cahe sob o fogo da infantaria inimiga. E' indispensavel, pois, que varios grupos operem de commum, accôrdo contra o mesmo objectivo, afim de ser possivel ma-nobrar contra o inimigo, primeiramente tomado uma frente mais extensa que a delle, rebatendo-o e envolvendo-o em seguida. Eis ahi porque se reunem varios grupos sob as ordens do mesmo chefe, para uma missão unica, constituindo um pelotão.
Chega-se por esse modo á concepção da companhia organizada com um certo numero de grupos de combate homogeneos, reunidos em partidas de 2, 3 ou 4 sob as ordens de um mesmo chefe: o commandante de pelotão.
A companhia, com effeito, constituiu sempre a unidade moral de combate e não seria acertado alterar essa feição.
Dest'arte o capitão manobra com a companhia e a faz combater por intermedio dos commandantes de pelotão.
A capacidade de acção da companhia depende do numero total de grupos de combate que a compõem: a importancia da missão que se lhe der e, em particular, no combate, a extensão da frente que lhe caberá atacar ou defender, devem ser determinadas de accôrdo com esse numero.
Da mesma fórma regula o capitão o emprego dos pelotões, cuja capacidade de acção depende tambem do numero de grupos de combate de que momentaneamente se compõem.
Ha, emfim, razão de grupar fixamente, junto ao capitão, todo o pessoal a quem se reserva papel particular em combate: agentes de ligação, sapadores, signaleiros, estafetas, etc.
Dahi decorrem facilidades para a instrucção dos homens designados para esse serviço especial e condições de ordem e boa execução do serviço na hora do combate, sem que se attente contra a integridade do effectivo dos grupos dos pelotões.
Grupamento analogo deve ser de antemão organizado junção ao commandante do Batalhão.
Esta noção da invariabilidade do effectivo do grupo de combate, ao passo que o numero de grupos de combate é estencialmente variavel na companhia ou no pelotão, e depende somente do effectivo total e do numero de armas automaticas que podem ser utilizadas, é particularmente fecunda.
A experiencia adquirida nos exercicios de tempo de paz, com especialidade, será, aproveitada integralmente na guerra, o que representa uma vantagem: tendo o grupo, com effeito, sempre as mesmas possibilidades de fogo e de reabastecimento, os chefes subalternos que aguçaram a presteza de espirito no manejo de um grupo em ligação com grupos vizinhos, em todas as situações e em todos os terrenos, não terão de adaptar-se as circurnstancias quando a companhia de tempo de paz for accrescida de todo o contingente de reservistas - continuarão sempre trabalhando na mesma escala.
Quanto á companhia, quando tiver numero maior de grupos estará em condições de receber do commandante do Batalhão frente de ataque ou de defesa mais extensa - mas, os processos e a densidade habitual de combate não soffrerão alteração alguma.
(A tabella que se segue, encontra-se na pagina seguinte)
O importante é que seja prohibido, em qualquer tempo, quando se fixarem os effectivos da companhia, reduzir o grupo abaixo de um effectivo minimo.
A organização normal apresentada no mappa junto foi feita tomando-se para base o grupo de combate precedentemente explicado, sendo os pelotões constituidos por 4 grupos e conservando a companhia a divisão actual em 3 pelotões de combate, mais uma secção de commando.
Notar-se-ha que o numero de sargentos foi consideravelmente augmentado em relação aos actuaes effectivos. E', com effeito, essencial:
1º, que cada grupo de combate seja commandado por um sargento, afim de conservar inteira autonomia e ser perfeitamente dirigido;
2º, que cada commandante de pelotão e de grupo não tenha absolutamente de se preoccupar, em combate, com as questões de disciplina e vigilancia dos homens: nessa occasião uns e outros, só devem ter olhos para o inimigo. Importa, pois, que dessas funcções de vigilancia, da mais alta importancia em combate, fique especialmente incumbido um sargento, que será, aliás, o substituto eventual do commandante do pelotão;
3º, que, em fim, á testa da secção de commando esteja um sargento de categoria e autoridade superiores ás dos outros graduados da companhia, apto a commandar um pelotão de combate.
O BATALHÃO
Applicando as considerações precedentes, o Batalhão deve comprehender:
1 Pelotão de Commando;
4 Companhias;
1 Pelotão de metralhadoras leves, de 3 secções de peças, mais um pega de reserva de material por secção. (Nos batalhões de caçadores: uma companhia de metralhadoras de 2 pelotões; um pelotão da metralhadoras pesadas, de 3 peças; um pelotão de metralhadoras leves de 2 secções de 2 peças (mais uma de reserva de material por secção).
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(1) Vd. pags. 11 e 12.
Uma ou varias secções de petrechos de acompanhamento, em principio, para o combate. (2)
O pelotão de commando está discriminado no mappa de effecvtivos junto, o qual fixa ao mesmo tempo a proveniencia do pessoal, que é tirado - quer do estado-maior do Batalhão, incluido em tempo nornal no pelotão de metralhadoras, quer das companhias do Batalhão ou da companhia extra-numeraria do Regimento ou, emfim, da artilharia que operar por conta do Batalhão.
(A tabella que se segue encontra-se na pagina seguinte)
O REGIMENTO
O Regimento comprehende:
3 batalhões com a organização já exposta, inclusive as 3 secções de petrechos de acompanhamento que se lhes juntarão para o combate, mas que, em virtude de razões de instrucção, são mantidas apupadas na companhia extranumeraria;
1 companhia de metralhadoras pesadas, com 4 secções de 2 peças (mais uma peça de reserva por,secção);
1 companhia extranumeraria, que comprehende o estado-maior do coronel e todos os serviços accessorios do commando (grupo de commando, ligações, signaleiros, telephonistas, telegraphia pelo sólo e sem fio), sapadores e artifices, conductores e pessoal do serviço de saude;
1 pelotão de exploradores montados (1 sargento, 2 cabos, 20 cavalleiros).
Além disso, para preenchimento dos primeiros claros inevitaveis no inicio de uma campanha, resultantes das primeiras fadigas impostas a homens ainda não acostumados a ellas e tambem para se ter immediatamente á mão um primeiro escalão de reforços, juntou-se ao regimento uma unidade supplementar, constituida na proporção de um grupo de combate por unidade de infantaria e um pelotão de metralhadoras ou sejam: 22 sargentos, 35 cabos, 214 soldados e mais os officiaes correspondentes a uma companhia, a saber:
1 capitão, ou 1º tenente apto a commandar a companhia;
5 subalternos (primeiros ou segundos tenentes).
Unidade identica é prevista para o grupo de Batalhões de Caçadores e ligada a um delles, como medida de ordem.
Em campanha, os Batalhões de Caçadores são reunidos por tres para formar um Grupo, cujo commando, previsto nos quadros de effectivos de guerra, é organizado de maneira que disponha dos meios complementares dos de commandante de Batalhão.
(As tabellas que se seguem, encontram-se nas paginas ns. 4940 e 4941.)
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(2) Esses petrechos de acompanhamento, agrupados no regimento para a instrucção, ficam, em principio, para o combate, á disposição dos commandantes de Batalhão, pelo menos dos batalhões que estão em combate. Normalmente a secção comprehende: l canhão de 37 e 1 morteiro Stockes (mais um morteiro Stckes de reserva). Normalmente o batalhão de caçadores comprehende uma secção de petrechos de acompanhamento.
OGANIZAÇÃO DA COMPANHIA EM TEMPO DE PAZ
E' obvio que a organização da companhia, tal como está, prevista para o combate, não poderia ser a mesma, em tempo de paz. Esta ultima, com effeito, é funcção do numero de unidadrs existentes e do numero de conscriptos que em cada anno serão incorporados; mas é preciso que permita uma passagem rapida e sem perturbação do pé de paz para o de guerra, pela simples entrada dos reservistas, graduados e soldados.
A noção de que o grupo de combate é ao mesmo tempo unidade de commando e de instrucção permitte resolver perfeitamente o problema, porque com um effectivo de paz de 80 a 90 homens, que é talvez o minimo admissivel, já se consegue constituir dous grupos de combate por pelotão e, ainda, o pessoal extranumerario previsto para a secção de commando, tambores e corneteiros, observadores e signaleiros, etc., pessoal capaz de desempenhar o papel de volante para que se mantenha normal o effectivo de combate ou de instrucção dos grupos.
Ora, dous grupos activos por pelotão de combate já constituem um nucleo sufficiente para receber um effectivo igual de reservistas, capazes de formar dous grupos. Mas, por alguns annos ainda, vae ser difficil encontrar fuzileiros-metralhadores entre os reservistas: será preciso nos corpos preparar com urgencia um numero de serventes da arma automatica duas ou tres vezes maior que o normal.
Do ponto de vista da instrucção, é indifferente o numero de grupos por pelotão, pois que o fim unico da instalacção da tropa é a instrucção dos grupos. Tudo o mais, pelotão, companhia, é questão de quadros. Resta examinar a possibilidade de fazer as evoluções da ordem unida, para o serviço ordinario, paradas, marchas etc.
Ora, o grupo póde formar em columna por dous (4) ou por um, as duas esquadras por um collocadas lado a lado ou uma atrás da outra; póde formar em linha em uma fileira, as esquadras collocadas lado a lado, ou em linha em duas fileiras, as esquadras collocadas uma atrás da outra. Dahi se póde concluir que dous grupos manobrando em conjunto podem, com a maior facilidade, tomar todas as formações habituaes da infantaria: em linha, em uma ou duas fileiras; em columna, por dous, ou por quatro.
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(3) Notadamente de um posto de T. S. F.
(4) A formação normal do grupo será em columna por dous, ficando as esquadras uma ao lado da outra.
<<ANEXO>> CLBR Vol. 03 2ª Parte Ano 1920 Págs. 1268-1 a 1268-4. (Tabelas Mappa do effectivo de guerra da companhia, Mappa do effectivo de guerra do batalhão, Regimento da infantaria e Batalhão de caçadores).
MAPPA DO EFFECTIVO NORMAL DA COMPANHIA COM DOUS GRUPOS DE COMBATE POR PELOTÃO, E UMA SECÇÃO DE COMMANDOPessoal | Sargentos | Cabos | Soldados | Observações |
3 pelotões de dous grupos............... | 9 | 12 | 72 | 3 cerra-filas. |
Secção de Commando: | ||||
Sargentos e cabos intendentes....... | 2 | |||
Cabo do material bellico.................. | .............. | 1 | ||
Signaleiros e observadores............. | .......... | ............... | 2 | |
Cozinheiros, alfaiate e sapateiro..... | ............... | .............. | 4 | |
Tambores e corneteiros................... | ............... | ............. | 3 | |
Ordenança do capitão...................... | ................ | ............... | 1 | |
Somma............................................. | 11 | 13 | 82 | Total, 106 |
Para a instrucção de pelotão, o capitão reune 2, 3 ou 4 grupos, á sua vontade, afim de exercitar os quadros na direcção de uma unidade cuja constituição em combate póde ser essencialmente variavel.
Em tempo de paz, os grupos que fazem parte da companhia teem a numeração impar de 1 a 11. Os grupos formados por occasião da mobilização e que elevam a 12 o total dos grupos da companhia, recebem a numeração par de 2 a 12.
O COMBATE
Combate offensivo - Defesa do terreno - Combate em retirada
O combate se apresenta, pois, como executado por um certo numero de grupos de combate dispostos em quinconcios irregulares, sem nenhuma ideia de alinhamento, batendo com seus fogos o terreno que lhes fica em frente e apoiando-se mutuamente.
E quer se trate de tomar um terreno occupado pelo inimigo, quer se trate de impedir que este venha occupar aquelle em que nos achamos, não ha motivo para que o modo de acção de um grupo de combate, tanto na sua frente como em relação aos grupos vizinhos, seja differente. O que póde variar é o objectivo que se tem em mira e é tambem a perfeição com que cada grupo de combate se póde postar, executando trabalhos mais completos de estabelecimento, em terrenos escolhidos com mais vagar. Não ha, pois, razão de se estabelecer uma distincção essencial entre as duas fórmas de combate (ofensiva e defensiva), porque são essencialmente comparaveis e até mesmo identicas emquanto se trata da acção propria dos, grupos empenhados.
A situação geral, por certo, póde ser nitidamente offensiva ou defensiva, no dominio tactico, porém no que diz reineito aos executantes, nenhuma distincção se impõe e não ha principios differentes regendo, uns, o combate offensivo, outros, o combate defensivo, no que concerne ao emprego dos fogos e dispositivo dos grupos. Offensivo ou defensivo, o combate se apresenta, pois, com uma perfeita unidade - e com isso a instrucção lucra em simplicidade. Bastará, com effeito que o grupo de combate seja exercitado no combate offensivo. O resto será uma questão de ordens ou de prescripções particulares.
Não teria cabimento, todavia, regulamentar o dispositivo dos grupos de combate - em sua frente e profundidade - de tal maneira que se pudesse suppol-o immutavel, sempre o mesmo, semelhante a um modelo imposto.
Na guerra, com effeito, jamais apparecem duas situações identicas e, sem levar em conta o estado moral da tropa e do adversario, o estado de fadiga e outra qualquer condição physica, ha o terreno que e sempre differente, a extensão da zona de acção designada... a Raridade do dia ou a escuridão da noite, a cerração...
Nem por isso deixa de ser muito commodo para fixar ideias e facilitar a instrucção, illustrar o texto com um exemplo da formação de combate para a companhia e para o batalhão exemplo que exprima em uma figura as duas phases principaes do combate: a APPROXITMAÇÃO e o ATAQUE, este ultimo comprehendendo o ATAQUE propriamente dito e o ASSALTO.
Fica, entretanto, bem entendido o seguinte:
1º, esses exemplos devem ser considerados só como exemplo e não como modelo rigido de formações typicas fundamentaes que absolutamente não existem:
2º, as distancias e os intervallos indicados podem ser modificados e, em partirular, consideravelmente, augmentadoa:
3º, o numero de escalões e o numero de grugos de combate em cada escalão podem variar;
4º, afóra os primeiros exercicios de iniciação e de demonstração, procurar-se-ha sempre collocar os grupos a distancias e em posições relativas taes, que correspondam exactamente ás xigencias do terreno em que se trabalha;
5º, emfim, nenhuma figura representa uma formação intangivel; ao contrario, cada dispositivo varia gradualmente desde a formação de approximação até á de assalto, que é o aspecto final da formação de combate.
Além de tudo, sendo sempre novas as situações, uma unica solução não póde convir a, todas ellas, cado, uma exige uma solução particular; e em qualquer gráo da escala hierarchica a ninguem se permite justificar uma disposição ou uma decisão tactica com um precedente ou appellando para o texto ou figura de uma publicação official. Em materia de tactica os textos, bem como os exemplos, servem para instruir os executantes e não para exculpal-os.
Notar-se-ha, tambem: ao passo que a companhia só tem elementos identicos, o Batalhão comprehende, ainda, elementos de propriedades e meios de acção bem differentes como sejam: metralhadoras, petrechos de acompanhamento, etc.
O numero de combinações torna-se incaIculavel.
Para deixar bem patente que não ha um esquema que possa independer da configuração do sólo, os exemplos da formação de combate do Batalhão foram representados em um trecho de carta, subordinados a determinada situação tactica.
Impõe-se, porém, uma outra observação a respeito das formações de combate, em particular da companhia: é que o mesmo dispositivo geral, pela simples dispersão dos grupos de combate em largura e em profundidade, convém tanto á offensiva como á defensiva. E ainda se adapta muito bem tanto a um serviço de segurança em marcha como em estação.
O commandante, sem duvida, em cada um desses casos terá de fixar as distancias de escalonamento e os differentes papeis - mas, si a companhia é maneavel, passará facil e rapidamente de um dispositivo defensivo para um de ataque e inversamente, mediante simples modificação de distancias e ordens, sem tocar na organização ou na vida propria da cellula elementar de combate que é o grupo.
E' a absoluta confirmação da unidade do combate já alludida.
Demais, não existe na realidade combate que seja offensivo de principio ao fim: e quanto ao combate meramente defensivo, só em casos particulares elle é deliberadamente posto em execução. Mas, ainda assim, comporta contra-ataques, quando se quer conservar a todo o transe certas partes de terreno em que se resolveu de antemão deter o esforço do inimigo, dissociar o seu dispositivo, batel-o: tal é a razão porque no presente regulamento esta fórma de combate foi intitulada - Defesa do Terreno.
Mas, do seu importantissimo papel no desfecho de um combate defensivo, não se deve concluir que o terreno possa ser algumas vezes inviolaveI por sua propria natureza: nenhuma posição, ainda mesmo protegida pelos mais difficeis obstaculos natureza ou artificiaes, possue tal propriedade. A unica barreira que infallivelmente detem o assaltante é a rêde completa e profunda de fogos, é a qualidade das tropas da defesa, no momento e no ponto em que se realiza o ataque.
Infantaria estabelecida em posição de primeira ordem, póde della ser expulsa por um adversario que se mette audaciosamente por passagens mal batidas. Ao contrario, a infantaria se aferrará victoriosamente a um terreno apparentemente desprovido de qualquer valor militar, si seus grupos de combate souberem nelle dispor-se, implantar-se e crear em derredor uma zona continua de morte.
Ha, emfim, situações tacticas particulares (tropas dos postos avançados), situações de ordem estrategica (tropas de cobertura), que exigem se faça um jogo especial de combate defensivo, sustentado em linhas successivas do terreno de antemão determinadas e mesmo algumas vezes occupadas com antecedencia; trata-se com effeito, de retardar o inimigo durante um tempo determinado e, ao mesmo passo, de infligir-lhe perdas. O terreno, dest'arte, não é cedido senão palmo a, palmo, de conformidade com determinações categoricas, algumas vezes mesmo depois de energicos contra-ataques: é o combate em retirada.
Mas, não é a consideração dessa fórma tão particular do combate que ha de prejudicar a perfeita unidade da sua concepção nem, por consequencia, a instrucção da infantaria.
AS DIVISÕES DO REGULAMENTO E OS METHODOS DE INSTRUCÇÃO
Nitidamente estabeIecidos os processos de combate, faz-se mister nelles exercitar primeiramente os soldados (combate do grupo) e depois as unidades (combata do pelotão, da companhia, do batalhão).
Isto requer uma previa instrucção technica:
Instrucção technica do homem;
Instrucção technica da tropa.
Esta instrucção technica constitue a primeira parte do Regulamento: foi já se o instrumento de combate.
Constituem a 2 parte do Regulamento os exercicios de combate e deu-se-lhe o titulo - A infantaria no combate: uma vez forjado o instrumento, façamol-o trabalhar.
PREPARAÇÃO TECHNICA DA INFANTARIA
A instrucção technica do homem abrange tudo o que o soldado deve saber em campanha para desempenhar o seu papel no grupo. Mas as necessidades actuaes da guerra exigem do soldado não só que seja traquejado nos exercicios corporaes, acostumado ás fadigas de toda sorte, de uma campanha, bom atirador de fuzil, etc., mas tambem que seja capaz de utilizar um fuzil-metralhador ou a metralhadora, de tirar com pistola, de lançar granadas á mão e com o fuzil, de fazer uso da bayoneta, de manejar a ferramenta sem grande fadiga, com rapidez.
Um regulamento de exercicios não póde ter a pretenção de misinar tudo isto sem tomar desenvolvimento demasiado o sem desviar-se do seu verdadeiro fim; frequentemente, o instructor terá necessidade de recorrer a um regulamento ou instrucção particular (de educação physica, tiro, metralhadoras, fuzil-metralhador, organização do terreno, etc).
ESCOLA DO SOLDADO
Nos limites de um regulamento de exercicios, a escola do Soldado sómente póde trazer a rapida exposição do, um methodo de adestramento physico, descrever minuciosamente, os movimentos com e sem arma os movimentos elementares do combate a, bayoneta, dar summariamente o modo de utilizar um fuzil-metralhador, ou uma metralhadora, de lançar uma granada, a mão ou fuzil, e emprego da ferramenta.
Em compensação, porém, esta parte deverá ser precedida da exposição minuciosa dos methodos de instrucção que, alás se applicam perfeitamente a todos os ramos da instrucção e merecem ser unificados. O commandante com effeito, é o instructor das na unidade. O mesmo instructor, pois deve ensinar materias bem differentes, bauridas no regulamento de exercicios e em varios outros. mas, embora differentes materias, nem por isso deixa de haver preceitas de instrucção e conselhos applicaveis a todas em geral. Em capitulo especial o regulamento de exercicios os põe em evidencia, o que permitte abreviar os outros.
Em particular a instrucção individual é dirigida como base da, instrucção da tropa. No começo nunca será demasiado o tempo que sé lhe consagrar: é o melhor meio de realizar mais tarde o adestramento collectivo com a maior rapidez e efficacia. E' igualmente o melhor meio de se descobrir e escolher criteriosamente os individuos expertos e de acção, que mais tarde darão valor ás companhias (candidatos a graduados, fuzileiros-metralhadores, granadeiros. etc.).
Neste ponto o regulamento ainda em vigor é plenamente satisfactorio e trata desenvolvidamente do assumpto.
EXERCICIOS COLLECTIVOS
Os exercicios collectivos comprehendem a ordem unida e os exercicios de maneabilidade.
Exercicios de ordem unida - Os exercicios de ordem unida ensinam os movimentos necessarios ás paradas, mas, incidentemente, educam a tropa na disciplina de fileira, desenvolvem o sentimento de cohesão e os reflexos da obediencia, elementos essenciaes na formação do soldado. Nas circumstancias criticas, as tropas que mais capricharam na ordem unida é que se mostram mais inabalaveis e mais arrojadas.
Além de tudo, a ordem unida é que faz a tropa apparecer em publico, quer nas paradas quer nas simples marchas do serviço ordinario, com aquelle ar energico e marcial que sempre desperta emoção nos espectadores.
E' preciso que o Exercito inspire á Nação confiança e orgulho. Para isto é indispensavel que cultive suas tradições de brilhante apresentação e de perfeita ordem, que são os signaes exteriores do seu valor e disciplina.
Para ser uma escola de parada e de educação militar, a ordem unida deve constar de movimentos pouco numerosos, simples, que se aprendam rapidamente. Deve ser codificada com pormenores tão precisos, que ninguem seja tentado a regulamental-a ainda mais com prejuizo da uniformidade em todas as unidades. Emfim, nella se deve antes procurar obter a correcção que a rapidez.
As vozes de commando são em dous tempos: de advertencia e de execução; os movimento devem ser executados com a maxima energia e, as mais das vezes, manda-se préviamente ombro-armas! A marcha é em passo cadenciado.
EXERCICIOS DE MANEABILIDADE
Os exercicios de maneabilidade correspondem a outra necessidade: teem por objecto ensinar á esquadra (de fuzileiros, de volteadores), ao grupo de combate, ao pelotão, á companhia, a technica dos movimentos flexiveis e rapidos que terão de empregar em combate. Taes exercicios consistem em deslocar-se rapidamente, dar a frente a uma direcção, avançar de todas as maneiras, preparar-se para abrir fogo, esconder-se no chão, unir, etc., a uma palavra, a um simples gesto do instructor. Executam-se estes movimentos em qualquer terreno na propria praça de exercicios, mas, o mais cedo e o mais frequentemente possivel, em terreno variado. E' logico, com effeito, dar-lhes para ponto de partida qualquer formação dependente das formações em columna de estrada ou de qualquer formação de reunião para combate e tal ponto de partida exclue naturalmente qualquer ideia de terreno especial de exercicios ou de manobras.
Só se fazem hypothese facticas extremamente simples (direcção do inimigo, effeito possivel do fogo de artilharia e, eventualmente, de infantaria), trata-se de uma gymnastica preparatoria do combate. O fim colIimado é desenvolver ao maximo a rapidez de comprehensão e de decisão dos quadros, a rapides de execução da tropa.
Essa rapidez não deve ser obtida com prejuizo da ordem, mas aqui não se busca mais a correcção e a execução absolutamente simultanea dos movimentos da ordem unida: na esquadra ou no grupo cada homem ganha o mais cedo que puder o seu novo posto, em ligação intima com os seus vizinhos e sem atrapalhal-os. Cada unidade procede da mesma fórma no conjunto de que faz parte, de maneira que realize o novo dispositivo determinado pelo commandante, levando em conta o terreno e os movimentos das unidades vizinhas.
A maneabilidade cria uma disciplina particular, que não é absolutamente a mesma da ordem unica, mas que exige igual attenção e os mesmos esforços de obediencia immediata. Não sendo as formações abertas um estado momentaneo em que sobreviverá como puder a disciplina da ordem unida. devendo ser antes consideradas como situação normal da tropa em campanha, em que póde e deve subsistir esta disciplina, da maneabilidade, cumpre desenvolvel-a com todo o desvelo.
A unidade de instrucção para a maneabilidade, tal como para o combate, é o grupo: sómente depois que elle já está instruido é que se faz manobrar o pelotão o a companhia.
Em relação á ordem unida e aos exercicios de combate, os exercicios de maneabilidade se caracterisam desta fórma:
- Emprego de uma vez de commando completada, si fôr necessario, por explicações ou indicações suppIementares acerca do movimento que vae ser executado, ou formação que se vae tomar, - e seguida de um gesto, signal convencionado ou silvo de apito - para que se desencadeie a execução immediata.
- Emprego constante da marcha sem cadencia;
- Porte da arma em bandoleira ou na mão.
- Execução por parte dos homens de movimentos que não podem ser semelhantes nem simultaneos.
EXERCICIO DE COMBATE
Os exercicios de combate são o coroamento de toda a instrucção. Elles occupam a maior parte do tempo, a partir do momento em que o recruta já está, mais téste. Só serão fructuosos si a, tropa já, tiver uma instrucção technica adiantada e os quadros um conhecimento completo do combate, tal como está descripto nos tres primeiros titulos da 2ª parte: eis ahi porque os processos de instrucção para o combate constituem o ultimo titulo do regulamento.
O espirito que deve presidir á direcção desses exercicios se deduz sufficientemente da doutrina tactica exposta com precisão no proprio regulamento e em particular neste relatorio, sendo desnecessario discorrer mais longamente sobre o assumpto.
O ponto mais delicado da tarefa do instructor será sempre a medida em que deverá, estimular a todas as audacias a iniciativa individual, mais que nunca necessaria, sem prejuizo da ideia indispensavel e fundamental de cohesão.
Os exercicios de combate são sempre feitos em terreno variado - a tropa com equipamento completo ou allliviado. Faz-se sempre uma hypothese tactica, tão simples quanto possivel. Deve ser prohibido formular hypotheses modificando a configuração do terreno que se vae utilizar; em todos os casos deve-se tomal-o tal qual é, sem sahir da realidade. QuaIquer convenção estabelecida, sob o pretexto de ensinar um processo que não seja imposto pelo proprio terreno, só serve para falscar as ideias e transviar o espirito de relance.
Por analogas razões, só muito excepcionalment terão cahimento os exercicios de dupla acção para as pequenas unidades, não se devendo, em regra, passar do caso de uma unidade enquadrada combatendo contra inimigo supposto ou figurado. O caso de unidade não enquadrada só se apresenta si a unidade vizinha se detem ou toma uma direcção divergente; entram então, em acção os destacamentos de ligação previstos como remedio, ou os fogos de protecção da artilharia, e das metralhadoras, desencadeados em proveito do flanco descoberto.
E' verdade que póde acontecer, embora muito raramente que uma pequena unidade esteja empenhada sem se achar enquadrada. As numerosas periopecias do combate que uma unidade enquadrada póde executar sempre para a frente chegam, entretanto, para dar aos exercicios de combate uma variedade e um interesse inexgotaveis.
Uma observação de ordem geral impõe-se como fecho deste relatorio.
O regulamento, dispondo em ordem logica do simples para o composto, todos os conhecimentos necessarios ao combate, de fórma alguma pretende impôr uma instrucção em fhases successivas, correspondentes ás suas divisões.
Bem ao contrario sendo os movimentos simples do campo de batalha o objecto final da instrucção e o exercicio normal do soldado instruido, é preciso lancar nellas o recruta o mais cedo possivel, sem esperar sua iniciação completa em todos os conhecimentos necessarios ao combate.
Não é indispensavel disciplinar o soldado préviamente pela ordem unido, antes de mettel-o no grupo: a instrucção em pleno campo tem sua disciplina especial e deve começar ao mesmo tempo que a da praça de exercicios.
Convém dar até a importante noção de direcção tão essencial em combate, antes da de alinhamento que só tem applicação nos movimentos de parada.
Tão pouco não tem cabimento dar sómente a instrucção collectiva depois da individual, na ordem de successão do regulamento, ambas começam desde os primeiros dias de instrucção e seguem parallelamente durante o anno todo.
PRIMEIRA PARTE
TITULO I
CAPITULO I
OBJECTlVO E PRINCIPIOS GERAES DA INSTRUCÇÃO
1. O unico objecto da instrucção da tropa é a preparação para a guerra.
Animadas da vontade de vencer, tendo absoluta confiança no armamento e no uso que delle sabem fazer, as tropas se mostrarão ardentes no ataque, tenazes e obstinadas na defesa, - terão enfim certeza do evito.
O armamento, porém, quanto mais se aperfeiçoa, mais exige o perfeito adestramento do pessoal que o deve manejar e tendo attingido um alto gráo de efficacia, cuja rapidez e alcance crescem continuamente, reclama dos commandantes subordinados maior iniciativa e espirito de decisão mais rapido. Até o soldado que maneja a arma automatica ou que a defende precisa de ter essas qualidades essenciaes. Desenvolvendo o gosto pelas responsabilidades e ensinando a não se ter receio dellas, a iniciativa, entretanto, não se cultiva com sacrificio da disciplina. Hoje mais do que nunca, é preciso que de alto a baixo na escala hierarchica cada um concorra para a missão commum, e, compenetrado da vontade do commandante e do fim collimado, se dedique á sua parte de collaboração.
O regulamento, pois se esforça em preparar quadros e soldados perfeitamente instruidos, homens de caracter e de discernimento, capazes de iniciativa, mas profundamente disciplinados.
2. A disciplina assenta no respeito de todos, especialmente dos quadros, pelas prescripções regulamentares.
E' prohibido, portanto, modificar ou completar com instrucções particulares as disposições deste regulamento.
3. O commando se exerce de conformidade com o seguinte principio: o Commando Superior marca o objectivo, indica suas intenções e fixa as missões dos escalões subordinados, deixando-lhes a, escolha dos meios de execução.
Afim de prevenir a má applicação desta iniciativa por parte dos quadros, certifica-se de que os meios escolhidos teem por mira directamente o objectivo marcado.
4. Este regulamento offerece os maios de, preparação de unidades adestradas, disciplinadas, manobristas, capazes de tirar do armamento o rendimento maximo, perfeitamente aptas para o combate moderno em quaesquer circumstancia. E' este o objectivo da primeira parte.
Uma vez que as tropas, sufficientemente instruidas e adestradas, já estão aptas para o combate, passam a exercitar-se nelle dentro nos limites de uma acção de guerra simples: é o objecto da segunda parte.
INSTRUCÇÃO DA TROPA
5. A instrução da tropa comprehende a Escola do Soldado, praticada individualmente, a preparatoria dos exercicios do Grupo e do Pelotão, e depois a Escola do Grupo, do Pelotão, da Companhia e das unidades maiores.
6. Os exercicios de ordem unida são feitos ma praça de exercicios; os de maneabilidade em terrenos variados, faceis a principio e gradativamente mais difficeis.
Os exercicios de combate se realizam sempre em terrenos variados.
7. Em todos os exercicios de oredem unida, o uniforme da tropa é o de exercicio, com ou sem mochila; esta e as cartucheiras com o carregamento completo ou mais ou menos alliviadas. O uniforme dos ifficiaes é tambem o de exercicio isto é, com cinto-talabarte e espada.
Desde o inicio dos exercicios de combate - e nos de maneabilidade, si tal fór ordenado - os homens formam com o equipamento de campanha mais ou menos alliviado. Os officiaes já não trazem espada e sim uma bengala ferrada, e mais revolver, binoculo, bussola, relogio e tranferidor.
8. A instrucção da tropa exige frequente repetição de actos identicos provocados por commandos identicos. E' esta repetição que origina e desenvolve nos soldados os reflexos da obediencia.
O commandante, portanto, deve exigir a estricta applicação das prescripções deste regulamento e prohibir o emprego de movimentos e commandos que não sejam regulamentares.
9. A unidade de direcção é indispensavel para assegurar a boa marcha da instrucção. Por outro lado, os commandantes subordinados teem um interesse immediato na instrucção de suas unidades.
10. Como regra geral, pois, todo o commanadante é o instructor da unidade que está sob suas ordens e o responsavel por ella: sob a direcção do capitão e de conformidade com as directrizes dadas pelo commandante do batalhão, o tenente instrue o pelotão. Quando falta um official, quem faz as suas vezes é o seu substituto directo na unidade que tem de ser instruida, seja, elle official ou sargento.
11. A instrucção é dada progressivamente, sem se esperar o esgotamento de um assumpto para passar a outro, partindo do simples para o composto.
Não se deve dal-a por partes successivas, correspondente ás divisões do regulamento; desde os primeiros dias a tropa deve ser progressivamente iniciada, ao mesmo tempo, nos diversos movimentos que lhe são necessarios no combate, na praça de exercicios e no serviço quotidiano. A instrucção individual, a do grupo, a ordem unida e a maneabilidade devem, pois ser guiadas parallelamente, na praça de exercicios e em terreno variado.
12. Considera-se o recruta mobilizavel e propmpto para estar em campanha, quando já sabe empregar com perfeição as armas que terá de manejar comforme ao papel que lhe competir no grupo de combate, quando é bom atirador de fuzil ou lançador de granadas, quando póde utilizar um fuzil-metralhador ou metralhadora.
INSTRUCÇÃO DE QUADROS
13. A instrucção dos quadros tem por fim familiarizar os commandantes de unidades com a applicação dos processos de combate, sob variadas hypoteses.
14. Essa instrucção cosnta na carta, exercicios de quadros no terreno, exercicios de combate, em geral de acção simples, evontualmente de dupla acção quando a instrucção da tropa já esteja bem solida, e a sua baso é o conhecimento dos regulamentos. Na sua maioria taes exercicios teem em mira o caso da unidade enquadrada, actuando sempre direito para a frente em uma zona bem determinada e em face de um objectivo proporcionado ao seu effectivo.
15. Os exercicios na carta e no terreno teem essencialmente por fim preparar os quadros para os exercicios com tropa. Convirá muitas vezes fazer exercicios de quadros, no terreno, com o funccionamento do dispositivo completo dos meios de transmissão, em que todos os elementos, até o pelotão, sejam representados pelos respectivos commandantes, collocando-se e movendo-se cada um no seu proprio logar de combate.
Logo que a tropa estiver instruida e executar correctamente na praça de exercicios os movimentos da ordem unida e em terrenos variados os da maneabilidade, começarão os exercicios de combate. Os commandantes de unidade nelles adquirem as qualidades de decisão e discernimento necessarias á adaptação dos processos as circumstancias de momento e a tropa continúa nelles a disciplinar-se e a aperfeiçoar a sua maneabilidade.
16. Uma vez instruidos os grupos de combate, os exercicios com tropa serão feitos, sempre que puder ser, com effectivos de guerra, afim de que os quadros adquiram a presteza de espirito indispensavel para manobrar com unidades que, na média do possivel, se conservam sempre semelhantes a si mesmas.
Admittindo-se, porém, uma organização invariavel para o grupo de combate, chega-se á conclusão de que a passagem dos offectivos de paz para os de guerra se obtem pelo accrescimo de grupos de combate, em numero sufficiente para formar pelotões de quatro e companhias de 12 grupos. Para constituir, portanto, pelotões com o effectivo de guerra, tomam-se na companhia quatro grupos completos - homens e quadros. Analogamente se procede no Batalhão ou no Regimento, para uma companhia ou batalhão, respectivamente.
17. Os exercicios organizados para os quadros subalternos da companhia devem ser muito simples e limitar-se ao combate do pelotão e da companhia.
18. Os exercicios organizados para os officiaes devem ser proporcionados ao respectivo posto. Os sargentos que tiverem sufficiente instrucção podem assistir certos desses exercicios, seja na carta, seja de quadros.
19. Os segundos tenentes devem ter capacidacte para commandar a companhia no terreno; os primeiros tenentes e capitães, o Batalhão; os officiaes superiores devem saber dirigir uma acção simples, comprehendendo o emprego das tres armas.
20. A todos os sargentos, bem como aos cabos que tenham a necessaria aptidão, se ensinam noções elementares de topographia; devem tambem ser capazes de fazer relatorios muito uccintos acompanhados de croquis summarios.
CAPITULO II
METHODO DE INSTRUCÇÃO
21. A instrucção da tropa começa na Escola do Soldado, concurrentemente com exercicios physicos, tiro e elementos do serviço em campanha.
22. O methodo indicado para esse começo da instrucção applica-se, nas suas regras geraes, a outra qualquer instrucção, tendo, portanto, um caracter de generalidade.
A escola do soldado comprehende tudo o que o soldado deve saber para tomar parte nos exercicios do grupo e combater enquadrado nelle. Mesmo quando os homens já estão bem habilitados nos exercicios do grupo, ordem unida e maneabilidade, não se interrompe a pratica da escola do soldado; consagram-se-lhe, então, algumas curtas sessões por semana, afim de manter nos soldados o habito da correcção na execução dos movimentos.
23. A constante pratica desse escola, por outro lado, proporciona ensejo de se desenvolverem as aptidões particulares de cada homem e permitte descobrir os individuos talhados para as diversas funcções do soldado no grupo ou aptos para graduados.
Desenvolvendo no homem os habitos de ordem, precisão e disciplina, que lhe são indispensaveis, a escola do soldado é a base da instrucção militar. Ao ensinal-a, nunca se peccará por excesso de cuidado ou de methodo.
INSTRUCÇÃO INDIVIDUAL
24. Assim como a escola do soldado é a base da instrucção militar, a instrucção individual é a base de toda a instrucção do soldado e até de sua educação completa.
Os soldados são reunidos para a instrucção em turmas tão pequenas quanto possivel, em principio equivalentes a uma esquadra. Cada soldado, porém, é individualmente vigiado pelo instructor, cabo ou sargento - ou official.
Os homens são collocados de fórma que não se incommodem uns aos outros (*). O instructor se colloca na frente da tropa, a distancia sufficiente para que todos os homens o vejam e possam facilmente ouvir suas explicações.
25. Lentamente o instructor mostra o movimento que vae ser executado, decompondo-o em tempos successivos; acompanha a execução de algumas breves explicações e chama a attenção para certos pormenores.
Manda que os homens o acompanhem na execução de cada tempo do movimento e certifica-se, assim, que comprehenderam sensivelmente o movimento que se trata de executar.
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(*) Formada a esquadra em linha em uma fileira (ou o grupo, excepcionalmente, em linha em duas fileiras), o instructor designa o homem base pelo nome e commando - «Tantos passos de intervallo entre os soldados (eventualmente «Tantos passos de distancia»), marche». Retomam-se os intervallos ou as distancias normaes á ordem «Cerrar os intervallos (distancias) entre os soldados, marche».
Manda em seguida que continuem a exercitar-se sós, á vontade esforçando-se por executar o movimento cada vez mais rapidamente, á medida que elle os revista e corrige. Essas correcções devem ser feitas em tom de commando, mas sem rudeza.
Afim de não fatigar a attenção dos homens, o instructor regula a successão dos movimentos ou dos tempos sem se demorar muito em cada um delles; exige, porém, que cada homem trabalhe sem descontinuar até a voz de «Descançar!». De cada vez exige um pouco mais de rapidez e precisão e sempre a mesma energia na execução dos movimentos, a mesma correcção das attitudes. Sufficientemente conhecidos os diversos tempos de um movimento, o instructor manda executal-o por completo, sem impor ainda a precisão e a correcção que exigirá depois.
26. Toda esta parte da instrucção inicial começa pela imitação do intructor e é dada sem vozes de commando.
Desde que o mecanismo dos movimentos já esteja suffucientemente sabido, começa a instrucção mediante commandos, a qual permitte ao instructor regular as condições de intensidade do trabalho, na medida do fim collimado, exercitar os homens na obediencia aos commandos a voz e por gestos.
Embora feitos mediante commandos, não se deixa a principio de decompor os movimentos e sómente depois de passa a executal-os sem decomposição.
A cadencia, lenta a principio, é progressivamente augmentada até á do passo.
Nos movimentos feitos por decomposição, executa-se o primeiro tempo ao commando de execução; os outros tempos se executam a um signal convencionado ou aos commandos «dous», «tres», etc.
27. Os movimentos com a bayoneta se fazem sem cadencia, mas com rapidez.
28. Os movimentos mal comprehendidos ou executados incorrectamente são de novo estudados pelo processo da instrucção individual, sem commandos.
29. Os movimentos se succedem sem outras interrupções além das impostas pela necessidade de descanços curtos e frequentes. O fim é obrigar os homens a trabalhar, disciplinar-lhes a vontade e enrijar-lhes os musculos pela repetição de movimentos commandados com energia e executados com vigor e precisão.
Para despertar emulação, é de bôa pratica mandar descançar os soldados que, antes dos seus camaradas, já conseguiram executar correctamente os movimentos ensinados.
INSTRUCÇÃO COLLECTIVA
30. A instrucção collectiva comprehende a escola do Grupo, a do Pelotão e a da Companhia. Ensinando o homem, já instruindo individualmente, a manobrar, a evoluir e a combater na fileira, em contacto com os camaradas, ao mesmo tempo que elles ou com um espirito de solidariedade, completa nesse sentido a instrucção individual.
31. No desenvolvimento da cohesão e da disciplina e na instrucção dos graduados, é capital a sua importancia. E' ella que prepara immediatamente a tropa para o combate, que lhe dá, além disso, o meio de se apresentar brilhantemente nas revistas e de apparecer correctamente em publico. Deve-se pratical-a durante todo o anno.
Na instrucção collectiva, a parte da ordem unida é dada na praça de exercicios; a maneabilidade é dada, em principio, em terrenos variados, podendo-se dar os primeiros exercicios de demonstracção na praça de exercicios.
32. Certos movimentos da escola do Grupo ou do Pelotão, como os alinhamentos, os movimentos de dar a frente a pé firma para um ponto, etc., podem ser executados por decomposição ou homem a homem. Desde que o mecanismo esteja sabido, os movimentos se executam em conjunto e com a maior rapidez possivel.
O instructor procura, então, variar os movimentos de maneira que possa desenvolver a attenção dos homens, sua presteza e segurança na execução. Commanda-os ora a voz, ora por gestos ou apito, sempre com calma, evitando toda a precipitação inutil, que tornaria a tropa nervosa e accarretaria desordem. Entre dous commandos successivos deve mediar um intervallo sufficiente para a execução.
33. Cada pelotão tem um sargento cerra-fila que vela pela perfeita execução dos movimentos e póde substituir o commandante do pelotão nas funcções de guia, quando este quizer pessoalmente verificar a execução dos movimentos que houver commandado.
34. As formações de reunião, proprias do serviço em tempo de paz, de que trata a primeira parte deste regulamento, devem ser consideradas como excepcionaes em campanha, onde o seu emprego, principalmente no Batalhão e Regimento, e até na Companhia, seria muito arriscado.
Mesmo fóra do alcance dos fogos possiveis da artilharia, devem ser proscriptas por muito visiveis aos observadores aereos, de aviões ou balões de observação, sendo preferiveis as reuniões chamadas articuladas, mais discretas, que orientam de antemão a unidade reunida para o seu destino provavel ou possivel.
CAPITULO III
DO COMMANDO
35. Além das vozes de commando e das ordens, empregam-se, para dirigir a tropa, signaes, advertencias, toques de corneta e silvos de apito.
36. As vozes de commando dividem-se geralmente em:
Voz de advertencia, definindo o movimento que vae ser executado;
Voz de execução.
A voz deve ser forte de altura proporcional á tropa que se commanda.
A voz de advertencia deve ser longa e pronunciada com bastante clareza; a de execução curta e energica; entre as duas deixa-se um espaço de tempo sufficiente para que todos se inteirem do que vão fazer.
As vozes dadas sem energia produzem uma execução sem vigor.
Toda voz de commando deve ser precedida da indicação: esquadra, grupo, pelotão, companhia, etc.; na instrucção, quando se tratar de unidades não constituidas, empregar-se-á a indicação - escola.
37. Tanto no combate como nos exercicios, empregam-se os signaes seguintes:
Attenção - Braço direito levantado verticalmente;
Avançar - Abaixar o braço (préviamente levantado na posição de attenção) na direcção da marcha, conservando-o horizontalmente nessa direcção alguns momentos;
Alto - Abaixar o braço préviamente levantado;
Reunir - Descrever um circulo com o braço levantado acima da cabeça e abaixal-o em seguida na direcção de marcha ou do ponto para o qual deve ficar voltada a frente;
Em atiradores - Elevar os braços á frente do corpo até á altura dos hombros e depois abril-os horizontalmente. Quando as circumstancias o exigirem, indicar em seguida, com o braço estendido, a direcção de marcha;
Cerrar intervallos - Estender os braços horizontalmente para os lados e leval-os assim immediatamente para os lados e leval-os assim immediatamente para a frente. Si for preciso indicar depois a direcção de marcha;
Mudar de direcção á esquerda (á direita) - Levantar o braço direito (esquerdo) para dar o signal de «Attenção», abaixal-o lateralmente até a altura do hombro e fazel-o em seguida girar lentamente para a esquerda (direita) até que a tropa tenha voltado a frente para a nova direcção; nesse momento, rapidamente, levantar o braço e estendel-o na direcção definitiva;
Accelerar o passo - Com o braço dobrado, o punho na altura do hombro, levantar e abaixar a mão varias vezes, verticalmente. Accelerar o proprio passo, ao mesmo tempo, si for possivel.
Reformar um passo mais lento - Dar ao braço, estendido lateralmente á altura do hombro, um movimente lento e alternativo de cima para baixo e de baixo para cima;
Deitar - Levantar ambros os braços verticalmente e baixal-os depois ao longo do corpo;
Levantar - Elevar verticalmente ambos os braços, tendo-os estendido antes ao longo do corpo.
Estes signaes podem tambem ser feitos com a arma. Todos os outros exigirão uma convenção prévia em cada caso particular.
Quando for feito um signal a uma unidade qualquer, o commandante executa a ordem immediatamente.
Revelando os signaes de commando a presença do commandante, deve-se evitar em combate que o inimigo os perceba.
38. Os commandos por apito fazem-se mediante silvos longos, curtos ou breves e trinados.
Os longos indicam «attenção» ou «sentido» e são, de um modo geral, analogos a um commando preparatorio, explicado ou confirmado por um gesto do braço, feito conforme ás regras estabelecidas para os commandos por gestos.
Um silvo curto ou breve corresponde ao commando de execução.
Para accelerar o passo, empregam-se silvos breves repetidos.
«Sentido», «Attenção»: um silvo longo.
«Em frente - Marche!»: silvo longo seguido de outro breve.
«(Pelotão) - alto!»: silvo longo seguido de outro breve.
«Accelerar o passo»: silvos breves, repetidos.
39. Além disso, empregar-se-hão em combate os seguintes, que devem se conhecidos de todos os officiaes e que se podem executar mesmo deitado, com baideirolas, com o gorro, o braço, etc.:
AV - Avançar.
ATA - Alongar o tiro da nossa artilharia (quando feito da linha de fogo para a retaguarda).
MUN - Pede-se munição (quando feito da linha de fogo para a retaguarda).
MUN - Segue munição (quando feito da retaguarda para a linha de fogo).
ALT - Alto.
ASS - Vamos dar o assalto (da linha de fogo para a retaguarda).
ASS - O assalto está imminente (da retaguarda para a linha de fogo).
Estes signaes são feitos com o alphabeto Morse; ao transmittil-os o expedidor deve certificar-se de que foram perfeitamente comprehendidos e, para isso, o recebedor deve responder sempre com os signaes - entendido - ou - não entendido. (5)
Para o uso de outros signaes é preciso combinação prévia em cada caso particular.
40. Quando os meios acima indicados não são sufficientes, empregam-se as ordens verbaes ou escriptas; ellas devem ser claras, simples e precisas. O encarregado da transmissão de uma ordem verbal deve repetil-a logo que acabe de recebel-a e esforçar-se por empregar as mesmas palavras quando a transmittir; ao regressar se apresentará dizendo - dada a ordem - si não tiver de fazer outra communicação. Neste sentido será ministrada cuidadosa instrucção aos recrutas, desde a incorporação.
O portador de uma ordem não diminue o andamento ao passar por um superior, de qualquer graduação, caso isso possa prejudicar a execução, e justifica tal procedimento dizendo, em voz alta, - Serviço urgente!
41. Além destes meios de transmissão das ordens no campo de batalha, se empregam mais os seguintes: signaes opticos pelo alphabeto Morse; telephone; telegraphia pelo solo e sem fio, e, emfim, pombos correios.
_______________
(5) Veja instrucções sobre transmissões.
TITULO II
Escola do soldado
CAPITULO I
INSTRUCÇÃO SEM ARMA
Posições
42. Sentido! O soldado com a frente voltada para um ponto indicado, fica immovel e em silencio. Os calcanhares tão unidos quando o permitta a conformação physica do homem, as pontas dos pés voltadas para fóra, de modo que formem um angulo pouco menor que o recto.
O peso do corpo distribuido igualmente sobre os calcanhares e as plantas dos pés; os joelhos ligeiramente estendidos.
A parte superior do corpo levantada, tornando o peito saliente, com os hombros na mesma altura e um puco para traz, mas sem esforço. Os braços, naturalmente cahidos e ligeiramente curvos, com os cotovellos um pouco para a frente.
As mãos tocando levemente a parte superior da côxa, com os bordos das palmas e as pontas dos dedos; este unidos e curvos naturalmente, correspondendo o média á costura das calças.
O pescoço desembaraçado das espaduas, a cabeça erguida, o queixo ligeiramente approximado do pescoço e o olhar fixo para a frente.
43. Descançar! A essa voz o soldado leva a pé esquerdo, energicamente, um pouco para frente e conserva o outro no alinhamento, podendo, porém, inverter depois a posição dos pés. Fica dispensado de conservar a primitiva immobilidade.
44. A' voz ou toque de sentido - que tem por fim chamar a attençção da tropa - o soldado toma a posição do n. 42 batendo fortemente os calcanhares.
45. Si for dada uma voz de advertencia sem que antes se tenha mandado - sentido o soldado por si mesmo tomará essa posição.
Marchas
46. Fazem-se em passo ordinario e em passo sem cadencia.
47. Ordinario-marche! Leva-se o pé esquerdo para a frente, assentando-o primeiramente com o calcanhar, sem bater, a 75 centimetros do pé direito, cujo calcanhar se eleva, fazendo o peso do corpo recahir sobre o é esquerdo.
Leva-se, em seguida, o pé direito para a frente, collocando-o na mesma distancia e da mesma maneira que o esquerdo.
Continúa-se assim a marcha, avançando em linha recta, perpendicularmente á linha dos hombros e sem cruzar as pernas; a cabeça deve se conservar levantada e os braços devem oscillar naturalmente.
A grandeza do passo conta-se de um calcanhar ao outro, e a velocidade é de 114 passos por minuto, podendo ser augmentada até 120, quando for necessario.
48. Marcar-passo! (Para desfilar). O soldado parado ou em marcha marca a cadencia do passo, pisando no mesmo logar, sem levantar muito os joelhos e sem bater demasiadamente com os pés.
49. Em-frente! A voz de ser dada quando o pé esquerdo assenta no terreno; marca-se ainda um passo com o pé direito, rompendo depois a marcha com o esquerdo no passo ordinario.
50. Trocar passo! O soldado leva o pé que está atraz para o lado do que acaba de tocar o chão, e torna a partir com este ultimo pé; este movimento deve ser feito com vivacidade, e o soldado deve executal-o independentemente de ordem, para acertar o passo com o dos camaradas.
51. Sem codencia! Estando a tropa em marcha em passo ordinario, para lhe dar maior commodidade, se mandará:
- Sem cadencia! O soldado tomará o passo que mais mais convier á sua conformação e ao terreno, e marchará mais á vontade, sem as exigencias da cadencia, mas sem se atrazar na marcha e conservando attitude correcta.
Para romper a marcha com esse passo, si mandará - Sem cadencia - marche! e para passar desse passo ao ordinario, dá-se a voz - Passo ordinario!
Nas marchas em columna de estrada, á voz «Passo de estrada!» o soldado não tem mais obrigação de conservar a correcção de attitude; póde conservar, mas deve ter a preoccupação de manter a regularidade do andar. Retoma-se o passo cadenciado á voz: «Passo ordinario - marche!».
52. Alto! No passo ordinario a voz deve ser dada quando o pé direito assenta no terreno. O pé esquerdo vae á frente um passo e o direito une-se a elle com energia, batendo fortemente os calcanhares.
No passo sem cadencia, á voz Alto! o homem dá mais um passo e une com energia o pé que está á retaguarda ao da frente. Nas evoluções o soldado faz alto ou segue o passo sem cadencia, independente de voz, logo que chegue ao seu logar.
Movimentos accelerados
53. Accelerado - marche! A' voz de advertencia, o soldado levanta os ante-braços, encostando-os levemente ao corpo e formando com os braços, encostando-os levemente ao corpo e formando com os braços angulos approximadamente rectos; as mãos fechadas sem esforço e um pouco voltadas para dentro, com o pollegar para cima.
A' voz de execução, corre-se sem precipitação, partindo-se com o pé esquerdo, movendo-se os braços naturalmente para a frente e para traz, sem afastal-os do corpo.
A grandeza do passo será, conforme o terreno, de 75 a 80 centimetros, e a cadencia de 170 a 180 passos por minuto.
Si a tropa estiver marchando sem cadencia, se mandará antes da voz accelerado, passar ao passo ordinario.
54. A' voz Alto! o soldado dá mais tres passos em accelerado e pára, unindo o pé que está á reguarda ao da frente.
A' voz Passo ordinario! dá mais tres passos em accelerado e prosegue no passo ordinario.
55. Marche - marche ! Os soldados correm com a maior velocidade que lhes for possivel, mas sem debandar; dahi passarão para o passo sem cadencia á voz - Sem cadencia ! - ou interromperão a marcha á voz - Alto ! Nas evoluções e desenvolvimentos em marche-marche, porém, os soldados farão alto ou seguirão no passo sem cadencia, independente de vozes, logo que alcançarem seus logares.
VOLTAS
A pé firme56. Direita - volver ! A' voz de execução se voltará para o lado indicado, de um quarto de circulo, sobre o calcanhar do pé direito e a planta do pé esquerdo e terminada a volta, assenta-se a planta do pé direito no chão; une-se depois o pé esquerdo ao direito, batendo fortemente os calcanhares.
Para volver á esquerda - esquerda - volver! - se procederá de modo identico, mas sobre o calcanhar esquerdo e a planta do pé direito.
57. Meia volta - volver ! A' voz de execução, volve-se pela esquerda sobre o calcanhar esquerdo e a planta do pé direito, até mudar a frente para a retaguarda e terminando a volta assenta-se a planta do pé esquerdo no chão; une-se o pé direito ao esquerdo, batendo fortemente os calcanhares.
58. Oitavo á direita (esquerda) - volver ! mas a volta é apenas de 45 gráos.
b) Em marcha
59. Direita (esquerda) - volver ! A' voz de execução deve ser dada ao assentar em terra o pé direito (esquerdo); o pé esquerdo (direito) vae á frente do corpo um passo, e volve-se á direita (esquerda) sobre a planta do pé (direito) proseguindo a marcha com o pé direito (esquerdo), na nova direcção.
60. Oitavo á direito (esquerda) - volver ! Executa-se segundo os mesmos principios, mas a rotação é apenas de 45 gráos.
61. Meia volta - volver ! A voz de execução deve ser dada ao assentar o pé esquerdo; o pé direito vae á frente do corpo ainda um passo, gira-se vivamente pela esquerda sobre as plantas dos dous pés, até mudar a frente para a retaguarda, e continua-se a marcha.
CAPITULO II
INSTRUCÇÃO COM ARMA
Posição
62. Sentido ! O fuzil na vertical, com bandoleira para a frente, a soleira no chão, junto do pé direito, pelo lado de fóra, com o bico na altura da pota do pé. O braço estendido de modo que os cotovellos fiquem na mesma altura. A mão direita segura a arma entre o pollegar, por traz do cano ou detalha (conforme a altura do homem) e os outros dedos ligeiramente curvos e unidos, ficando o index e o médio sobre a bandoleira.
Esta é a posição inicial, isto é, a posição em que o soldado colloca a arma, quando entra em fórma.
A' voz de Descançar ! a arma conserva-se na mesma posição.
63. Ajoelhar ! O soldado gira sobre a planta do pé direito, ao mesmo tempo que colloca o pé esquerdo cerca de um passo adiante do direito, e põe o joelho direito em terra. A arma é levada perpendicularmente para a frente e para a direita do joelho direito, mantida pela mão direita na telha, proxima da alça de mira. A mão esquerda fica apoiada sobre o joelho esquerdo.
Levantar ! O soldado levanta-se vivamente, apoiando a mão esquerda no joelho, e perfila-se unindo o pé direito ao esquerdo, trazendo a arma para a posição de sentido.
64. Deitar ! O soldado ajoelha (n. 63), passando ao mesmo tempo a arma para a mão esquerda, que a segura pelo seu centro de gravidade, com o cano um pouco levantado, inclinando o corpo para diante. Estende então o braço direito com a palma da mão proxima ao solo e, inclinando para a direita e para baixo o joelho esquerdo, deita-se para diante; os pontos de apoio successivos do corpo são: o joelho esquerdo, a mão direita e o cotovello esquerdo. Esses movimentos são executados seguidamente e sem interrupção. A arma descança sobre o ante-braço esquerdo pela haste da coronha, entre as braçadeiras superior e inferior, com o cano voltado para esquerda, segura pela mão direita na altura da telha; o corpo apoia-se sobre os ante-braços.
A cabeça fica um pouco levantada e o olhar dirigido para a frente.
65. Levantar ! Pega-se o fuzil com a mão esquerda, com a boca do cano um pouco levantada, dispõe-se o peso do corpo de modo a utilizar a mão direita, que se apoia no terreno, encolhendo a perna direita e approximando-a o mais possivel do corpo, sem levantar o busto acima do solo. Auxiliado pela mão direita, o soldado levanta-se vivamente, colloca o pé esquerdo para diante, unindo-lhe o direito; ao mesmo tempo, a mão direita toma a arma e descança-a junto á ponta de pé direito.
66. Os soldados da primeira fileira, antes de deitar, (os da segunda, depois de levantar), devem dar um peso largo em frente.
67. Depois de ajoelhados ou deitados, os soldados só se poderão mover á voz - A' vontade !; não poderão conservar nem fumar: quando deitados, erguer o busto.
Manejo da arma
68. No manejo da arma sómente os braços e as mãos entram em acção; a parte superior do corpo fica perfilada e immovel. E' prohibido bater com a mão na arma afim de fazer ouvir o manejo, assim como bater com força com a soleira no solo.
Os diversos tempos de que se compuzer um movimento serão executados com precisão, seguindo-se uns aos outros na cadencia do passo ordinario. Sómente se exige rigorosa precisão e uniformidade nos manejos dos ns. 69 a 74.
69. Hombro - arma! O soldado com a mão direita ergue o fuzil e o conduz verticalmente ao lado esquerdo, com o cano voltado para a direita; apoia a soleira na palma da mão esquerda, com o pollegar por cima do talão, unindo a arma á articulação do braço esquerdo, o qual ficará estendido com as costas da mão voltadas para a frente.
Retira a mão direita, que volta á posição do n. 42, passando por junto á tunica; gira o cano do fuzil para cima ao mesmo tempo que ergue a mão esquerda, approximando-a do corpo, até que o braço esquerdo forme com o ante-braço uma abertura pouco maior que o anulo recto; o cotovello fica unido ao corpo e no plano das costas: a arma inclinada no hombro, perpendicularmente á linha das espaduas.
70. Apresentar - arma! Estando em hombro - arma! A mão esquerda leva a arma á frente do corpo, voltando-a para a direita, ao mesmo tempo que a mão direita vae empunhal-a pelo delgado, com o pollegar voltado para o corpo.
A mão esquerda abandonando a soleira do couce, vas segurar a arma na altura da alça de mira e por cima da bandoleira, de modo que a extremidade do pollegar, estendido ao longo do fuste, toque a parte superior da alça, ao mesmo tempo que a direita volta o cano da arma para o corpo, cobrindo a linha de botões da tunica. A direita segura o delgado com o dedo pollegar por detraz e os outros unidos pela frente e por debaixo da bandoleira. O braço esquerdo fica ligeiramente afastado e o antebraço na horisontal, com o pulso unido ao corpo; o braço direito ligeiramente estendido e só levemente unido ao corpo. A braçadeira inferior fica na altura da golla.
71. Hombro - arma! O soldado com as duas mãos gira o fuzil, voltando o cano para a direita.
A mão direita o conduz ao lado esquerdo, unindo-o á articulação do hombro, aos mesmo tempo que a esquerda, deixando a posição em que estava, vae receber a soleira na palma, como em 69, procedendo-se em seguida como nesse numero.
72. Descançar - arma! A mão esquerda, girando o cano para a direita, conduz a arma para baixo, distendido completamente o braço: ao mesmo tempo a mão direita vae segural-a na altura do hombro, o cotovello ligeiramente voltado para baixo.
A mão esquerda abandona a coronha e a mão direita traz a arma, em posição vertical, para o lado direito, passando-a pela frente do corpo, e fazendo-a girar um pouco para esse lado; quando a altura do homem exigir, deixa-se escorregar a arma para baixo. O dedo pollegar fica por traz do cano ou da telha.
O soldado traz o bico da soleira para junto da ponta do pé direito.
73. Apresentar - arma! O soldado com a mão direita suspende a arma verticalmente até que a braçadeira inferior fique na altura do hombro direito, vindo com a esquerda segural-a por cima da bandoleira, de modo que a extremidade do pollegar, estendido ao longo do fuste, toque a parte superior da alça.
A mão esquerda leva com energia a arma verticalmente, para a frente do corpo, cobrindo a linha dos botões da tunica, ao mesmo tempo que a mão direita vae segurar o delgado, por baixo da bandoleira, com o pollegar por detraz e os outros dedos unidos pela frente; o mais como em 70.
74. Descançar - arma! Com a mão esquerda o soldado traz a arma verticalmente para junto do hombro direito, ao mesmo tempo que a mão direita, abandonando o delgado, vem segural-a na altura desse hombro, ficando na posição da primeira parte de apresentar - arma!
As duas mãos descem a arma ao longo do corpo até á terceira posição no numero 72, a mão esquerda volta á posição de sentido, procedendo-se no mais como nesse numero.
75. Em bandoleira arma! A voz é dada na posição de descançar, ou durante a marcha sem cadencia. O soldado dá a extensão necessaria á bandoleira, e, segurando-a em seguida com a mão esquerda, enfia o braço direito entre ella e a arma, ficando esta no hombro direito, mantida verticalmente pela mão direita, que segura a bandoleira na altura do peito.
76. Para descançar a arma, o soldado com a mão esquerda segura a bandoleira, emquanto retira o braço direito da posição em que estava, e vae com a mão direita pegar a arma por cima da alça de mira, conduzindo-a á posição inicial; a mão esquerda volta a seu logar.
Quando não for mais necessario conservar a bandoleira distendida, mandar-se-á: Encurtar bandoleira! Póde-se tambem mandar - Alongar bandoleira! antes de commandar - Em bandoleira arma!
77. Olhar á direita (esquerda)! Exercita-se o soldado na posição de sentido, a pé firme ou em marcha, com ou sem arma, a voltar a cabeça para a direita (esquerda) ao commando «Olhar á - direita» (ou - á esquerda): a essa voz gira-se a cabeça ligeiramente á direita (esquerda) sem desviar á linha dos hombros, sem modificar a posição nem alterar o andamente.
Volta-se a cabeça á posição normal ao commando «Olhar - frente!».
Armar e desarmar bayoneta
78. Póde-se armar bayoneta estando a arma em qualquer posição e durante a marcha, á voz de commando ou ao toque respectivo, mas sempre á vontade ou marchando sem cadencia. Logo que a bayoneta estiver armada, a arma voltará á posição primitiva.
Nos exercicios em tempo de paz, não se armará bayoneta, bastando fazer exercicios individuaes desse movimento.
79. Armar bayoneta! Com a arma descançada, o homem de pé ou de joelhos, a mão esquerda segura o punho do sabre, com as costas da mão para a frente, tira-o da bainha e colloca-o na presilha, inclinando para isso, com a mão direita, o cano um pouco para a frente do corpo. Calça-se fortemente a bayoneta, introduzindo a presilha no encaixe, até ouvir funccionar a móla do retém.
80. Desarmar bayoneta! O movimento executa-se em geral partindo da posição de descançar; a mão direita segura a arma na altura da braçadeira superior, inclinando-a um pouco para a frente do corpo, e com o dedo pollegar comprime o botão da mola do retém. A mão esquerda tira o sabre e mette-o na bainha, que o soldado olha, por um movimento inverso ao do numero 79.
CAPITULO III
CONHECIMENTOS GERAES
81. Lançar uma granada de mão provida do dispositivo de inflammação automatica:
1º Agarrar a granada com a mão direita, com a espoleta para cima e o annel da chaveta de segurança voltada para o peito. Introduzir o pollegar esquerdo no annel até á articulação da primeira phalange.
A alavanca de desprendimento, mantida sem esforço, apoia-se na palma da mão.
2º Retirar a chaveta por deslocamento do anel no sentido em que se movem os ponteiros de um relogio; produz-se uma torsão dos ramos, da qual resulta o afastamento do gancho de retenção: a chaveta, sae então por si mesma.
A partir desse momento a granada está armada e é indispensavel applicar-lhe fortemente a mão, afim de evitar que a alavanca se escape.
3º Visar o objectivo com o braço esquerdo estendido, e arremessar a granada por balanceamento leteral do corpo (instrucção sobre as granadas).
82. Atirar a granada de fuzil V. B. - Ajustar o boccal ao fuzil. Introduzir a fundo a granada V. B., de modo a assentar o culote na parte troncoconica do boccal.
Carregar a arma com o cartucho regulamentar e atirar.
Recommendações - Conservar o interior do boccal sempre muito bem limpo e ligeiramente lubrificado. Desenferrujar por completo o corpo da granada, quando esta operação se impuzer.
83. Atirar com o fuzil-metralhador Madsen:
1º Carregar a arma - Introduzir um carregador na tremonha, calcando-o sufficientemente para fixal-o por meio da aldraba e do batente de cartuchos.
2º Apontar a arma - Dirigir a linha de mira para o pé do alvo, como com um fuzil ordinario, depois de levar o cursor a graduação conveniente da alça.
3º Atirar:
a) Tiro simples - Dispor o registro da tecla de modo que sua parte anterior fique saliente no guarda-mato.
Mover para traz a manivela de armar.
Puxar a tecla (um cartucho introduz-se na camara).
Soltar a tecla e puxal-a novamente: o tiro parte. E' necessario abandonar o gatilho após cada disparo.
b) Tiro automatico - Afastar o registro da tecla fazendo-o entrar no respectivo alojamento.
Mover para traz a manivela de armar. Accionar a fundo o gatilho: os disparos succedem-se ininterruptamente até o penultimo cartucho do carregador. O tiro cessa então.
Subsrituir o carregador.
84. Atirar com a metralhadora Hotchkiss:
1º Carregar a arma - Armar, movendo para traz, a alavanca respectiva.
Introduzir no corredor de alimentação uma fita de 24 cartuchos, com a parte em que estes se dispõem voltada para cima, e empurral-a naturalmente, sem precipitação, inclinando-a um pouco - extremidade livre em plano mais alto que a que está na arma.
A passagem das fitas effectua-se com um intervallo médio de tres a quatro segundos.
2º Apontar a arma - Dispor a alça na graduação correspondente á distancia dada. Levantar a alavanca de aperto em direcção, afrouxar o parafuso de aperto em altura, dirigir a linha de mira para o objectivo.
3º Atirar - Agir sobre o gatilho, conservando a pontaria.
85. Emprego de ferramenta:
Quer isoladamente, a titulo de exercicio de aprendizagem e de adestramento, quer em turmas munidas da ferramenta portatil ou da grossa, de parque, os soldados são exercitados manejo dos seus instrumentos de sapa.
Na turma, é de um metro a extensão da tarefa, de cada homem; cada um, por pouca que seja a sua pratica, deve conseguir em uma hora, em terreno médio, remover cerca de meio metro cubico de terra.
Os exercicios de manejo da ferramenta devem ser frequentes; no grupo de combate aprenderão os homens a implantar-se rapidamente no solo, e no pelotão a cavar obras de conjunto (trincheiras de genero das parallelas e ramaes).
Em todos os exercicios de combate e de maneabilidade, a ferramenta vae presa no cinturão.
Tambem devem aprender os soldados a collocar rêdes de arame e outras defesas necessorias (especialmente abatizes), a construir abrigos faceis e as diversas obras de fcahina.
TITULO III
Escola do grupo
CAPITULO I
FORMAÇÕES
86. Definições. Chama-se «fileiras» á reunião de soldados collocados em uma mesma linha, separados por intervallos de 80 centimetros, tendo todos a frente voltada para o mesmo ponto afastado. Para que a collocação seja boa, é preciso que cada um estendendo o braço esquerdo horizontalmente, no sentido da fileira, possa apoiar a extremidade dos dedos da mão estendida (6) na extremidade do hombro direito do visinho e que, para cada homem, todos os restantes da fileira, do lado do alinhamento, fiquem occultos pelo visinho desse lado.
________________
(6) Eventualmente a palma da mão para os homens de grande altura.
87. Chama-se «fila» á reunião de dous ou mais homens collocados uns atras dos outros, cobrindo-se á distancia de 80 centimetros, contados da mochila ou das costas do homem da primeira fileiria ao peito do da segunda; o da segunda estará bem collocado atraz do da primeira, quando este lhe encobrir o objectivo afastado a que se deve fazer frente ou para o qual se deve marchar.
Dahi resulta que os homens, em linha ou em columna ficam separados uns dos outros por espaços de 80 centimetros, tanto no sentido dos intervallos como no das distancias. Na formação em columna de estrada, porém, si o exige a estreiteza da estrada ou senda, o intervallo das filas póde ser reduzido a 25 centimetros.
O mesmo se póde fazer nas formações em linha, para revistas (vide «Instrucções para as revistas e desfiles» e nota ao art. 97) (7).
88. Formações. São as seguintes as formações do grupo:
1º Quer em columna por dous (linha de columnas de esquadras por 1), as duas esquadras em columna por 1, lado a lado, os homens de ambas dous a dous á mesma altura e a 80 centimetros uns dos outros. O commandante do grupo a dous passos na frente da 1ª esquadra, podendo a 2ª estar indifferentemente á direita ou á esquerda da 1ª. E' esta a formação habitual do grupo.
Quer em columna por um: as duas esquadras uma atraz da outra, sem maior separação que a de 80 centimetros. O commandante do grupo a 2 passos na frente da esquadra testa, que é sempre, em principio, a esquadra n. 1.
89. 2º. Em linha em duas fileiras, ou em linha em uma fileira: é a formação a que se passa, estando em columna por 2, ou por 1, volvendo á direita ou á esquerda. Os homens ficam separados por intervallos e distancias de 80 centimetros, o commandante do grupo se colloca a dous passos de intervallo, sempre no prolongamento da 1ª fileira (á direita ou á esquerda, conforme o alinhamento ou o sentido da marcha).
Nestas formações os cabos ficam na fileira (á direita ou á esquerda de suas esquadras).
90. As esquadras são numeradas: a da arma automatica tem o n. 1, a dos volteadores o n. 2, e nellas os homens se collocam nesta ordem:
Esquadra n. 1: 1º municiador, fuzileiro-atirador, 2º municiador e os tres municiadores auxiliares.
Esquadra n. 2: granadeiro lançador, os 4 volteadores e o granadeiro atirador.
91. Em cada esquadra os homens são numerados de 1 a 6.
92. Para os exercicios de ordem unida, os homens são, na medida do possivel, armados com o fuzil ordinario. Da mesma fórma se procede nas revistas solemnes, paradas, guardas de honra, ete. Nesses casos como tambem no inicio da instrucção, quando os soldados não receberam as funcções especiaes respectivas, - póde-se metter os homens em fórma por altura da direita para a esquerda, em cada esquadra.
93. As formações em linha em uma ou em duas fileiras, não teem o menor interesse tactico. São formações para as revistas, paradas, guardas ao prestarem continencia, etc. Sómente por este motivo são admittidas e dahi a collocação do commandante do grupo no prolongamento da fileira.
As formações em columna são as formações-typos para a reunião. São as mais commodas para a marcha em todos os terrenos e prestam-se admiravelmente, sobretudo a columna por 2, a todas as necessidades do combate.
94. A Reunião do grupo se faz sempre em columna por 2; a base é a esquadra n. 1.
A pé firme ou em marcha, o respectivo commandante dá a frente para a direcção em que o grupo se deve deslocar ou segundo a qual deve marchar. Indica, em principio, um ponto de direcção bem distincto, a voz ou por gesto, da seguinte fórma: «Frente para (tal ponto)»; faz o signal e commanda «Reunir, columna por dous (ou por um); segunda esquadra á direita (ou á esquerda)!».
_______________
(7) Vide a nota ao art. 24, ao pé da pag. 54, para as disposições que se devem tomar na instrucção individual.
Com a maxima rapidez, os cabos se collocam atraz do commandante do grupo, o da primeira esquadra dous passos á retaguarda delle; os homens á retaguarda dos cabos, nos logares habituaes.
CAPITULO II
EXERCICIOS DE ORDEM UNIDA
95. Os exercicios de ordem unida comprehendem todos os exercicios individuaes mencionados na escola do soldado que podem ser feitos em conjuncto (movimentos com e sem arma, marchas, etc.), inclusive o movimento de olhar á direita (esquerda), em marcha, empregado como continencia (8) e todos os movimentos para se passar de uma formação á outra.
96. Exige-se na sua execução a mais perfeita simultaneidade e a maior energia. Os homens, em principio, são todos armados com o fuzil commum. Os commandos são feitos em dous tempos e o ultimo marca e execução do movimento. Nos movimentos mencionados na escola do soldado, substitue-se a voz preparatoria «Grupo» por «Escola» ou «Esquadra».
97. Alinhamentos - E' essencial que o grupo, em linha em uma ou duas fileiras, esteja exercitado em alinhar-se muito rapidamente, collocando-se os homens exactamento na mesma linha, dando a frente para o mesmo ponto afastado, precisamente a 80 centimetros de intervallo e de distancia uns dos outros.
Os alinhamentos são dados pela direita, esquerda ou centro, seja qual for a direcção para onde esteja voltada a frente. O commandante do grupo colloca préviamente na nova linha o homem da direita (esquerda ou centro), a não ser que simplesmente queira rectificar o alinhamento na posição occupada. Em seguida commanda: «Pela direita (esquerda ou centro), perfilar!».
Os homens da primeira fileira estendem immediatamente o braço esquerdo para o lado e na horizontal; cada um vae apoiar o hombro direito (ou a extremidade dos dedos da mão esquerda) na extremidade dos dedos da mão do vizinho da direita (ou no hombro direito do vizinho da esquerda) (9). Cada homem, tendo assim tomado o respectivo intervallo, volta a cabeça para o lado da base afim de chegar ao logar na linha - e estará bem collocado quando a linha dos olhos e a dos hombros estiverem na direcção das do vizinho do lado da base. Assim, todos os homens darão a frente para o mesmo ponto afastado.
Depois de tomarem o intervallo e se alinharem, os homens descem o braço á posição primitiva e, ao commando «Firme!», voltam a cabeça para a frente.
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(8) Vd. «Instrucções para as inspecções, revistas e desfiles».
(9) Eventualmente a palma da mão para os homens de grande altura.
Para as revista, tanto nas formações em linha como em columna, os intervallos dos homens na fileira podem ser reduzidos a 25 centimetros. Para isto, ao chegar ao terreno e depois de tomada a formação préviamente determinada, procede-se immediatamente ao alinhamento (em regra por pelotão) com intervallos de 25 centimetros, á voz «Sem intercallo, pela direita (esquerda) - perfilar!».
Ao commando «Perfilar» os homens collocam o punho esquerdo fechado contra o cinturão, acima do quadril, o braço no prolongamento do hombro, e chegam-se para o lado do alinhamento até sentirem o contacto do cotvello do vizinho. Ao commando «Firme!» descem o braço á posição inicial.
Retomam-se os intervallos regulamentares ao commando «Retomar os intervallos entre os soldados - Marchel» Os homens retomam os intervallos e alinham-se conforme as prrscripções acima estabelecidas.
Frequentemente, entretanto, os intervallos são retomados em marcha. Metter-se-ha a tropa em columna por 4 (si ainda não estiver nessa formação) mediante uma volta á direita (esquerda) e mandar-se-ha hombro-arma. A tropa será posta, em marcha mediante os commandos regulamentares, precedidos da ordem: «Retomar em marcha os intervallos entre os soldados».
98. Estando o grupo em duas fileiras, os homens da segunda se collocam exactamento á retaguarda e a 80 centimetros dos seus chefes de fila e, voltando a cabeça para o lado da base, verificam si estão bem na mesma linha, tornando a voltal-a para a frente ao mesmo tempo que os da primeira fileira.
99. Os alinhamentos são ensinados homem por homem, fila por fila, esquadra por esquadra, e emfim a todo o grupo.
100. Os movimentos em marcha se executam nas formações em columna, a passo cadenciado, mandando-se préviamente hombro-armas; depois de fazerem alto, os soldados, independentemente de commando, descançam a ara (10).
101. Sómente quando é pequeno o espaço que se tem de percorrer é que se faz o deslocamento em linha (rectificação do alinhamento nas revistas, collocação da tropa no logar). Em taes casos, previne-se aos homens que não levem a arma ao hombro, advertindo: «Arma suspensal». Os homens suspendem ligeiramente a arma e apoiam o punho no quadril (11).
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(10) A' voz accelerado ou marche-marche os homens suspendem as armas, tornando a collocal-as no hombro ao tomarem o passo ordinario ou sem cadencia.
(11) Nos movinentos de maneabilidade e nos de combate, isto é, a partir do momento em que começa a approximação, quando já se gosa da liberdade necessaria, os homens seguram a arma pelo centro de gravidade, entre a alça e a caixa da culatra, a boca do cano mais elevada que o couee. Os soldados assim levam a arma á indicação d ocommandante do grupo ou pelotão: «Arma na mão», que não se deve confundir com a outra: «Arma suspensa».
102. Para deslocamentos mais consideraveis, estando a tropa em linha, passa-se á columna volvendo á direita ou á esquerda; dirige-se está para a posição que tem de occupar, de maneira que lá chegue perpendicularmente á direcção para onde deve ficar voltada a nova linha; manda-se fazer alto no ponto preciso, volta-se á linha volvendo á esquerda ou á direita - e rectifica-se o alinhamento. Como regra geral, logo que se manda descançar depois de quaesquer movimentos feitos em marcha, cada homem rectifica a posição em fórma.
103. Os Destocamentos se effectuam, pois, sempre em columna. O guia da marcha é o commandante do grupo, que marca de cada vez a voz e por gesto, qual a direcção para onde se deve voltar a frente ou para onde se vae marchar, direcção essa que deve ser indicada por um ponto do terreno. Esta indicação se faz, como para reunir o grupo, da seguinte fórma: «Frente para tal ponto!»
O cabo da primeira esquadra segue nas pegadas do commandante do grupo, mantendo-se á distancia regulamentar, e o resto do grupo acompanha o movimento.
104. Para mudar a direcção da marcha, o commandante do grupo indica o novo ponto para o qual se deve marchar ou voltar a frente, commandando em seguida: «Mudar de direcção pa direita (esquerda) - Marche!».
Elle proprio muda de direcção, tendo o cuidado de retardar o passo para evitar o alongamento da columna. O grupo acompanha-lhe os movimentos; os homens da primeira esquadra mudam de direcção no mesmo ponto que o comandante do grupo. (Em columna por um, todos os homens do grupo mudam de direcção no mesmo ponto).
105. O grupo tambem póde, a pé firme, voltar a frente para uma nova direcção. O commandante se colloca na frente de grupo, voltado para a nova direcção; designa-a pela voz e por um gesto e commanda: «Frente para tal ponto - Marche!»
A este ultimo commando o cabo da primeira esquadra vae, tão depressa quanto possivel, collocar-se dous passos á rectaguarda do commandante do grupo, com a frente voltada para o ponto indicado; o da segunda e todos os homens do grupo acompanham rapidamente esse movimento.
Si o novo ponto de direcção estiver a 90º para a direita ou esquerda, o commandante do grupo procede da mesma fórma, commandando, porém: «Frente para a direita (esquerda) - Marche!».
106. O grupo só marcha invertido para a rectaguarda a titulo de exercicio de maneabilidade ou para ganhar terreno.
Ao commando: «Meia-volta - Marche!» os cabos não mudam de logar. Só o commandante do grupo vae tomar o seu logar normal a dous passos na frente da primeira esquadra (12) - ou a dous passos á direita (esquerda) na alinhamento da primeira fileira.
107. Passagem de uma formação a outra. Em principio a passagem de uma formação em linha para outra em columna, e vice-versa, faz-se a pé firme por uma simples volta á direita ou á esquerda, seguida ou precedida de um deslocamento com ou sem mudança de direcção.
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(12) Ou da esquedra testa, si é uma columna por um.
108. As passagens de uma columna para outra, e, excepcionalmente de uma formação em linha para outra tambem em linha, fazem-se quanto possivel e marcha, afim de que nenhuma esquadra seja obrigada a retrogradar ou fazer meia volta.
Tomada a nova formação, manda-se o grupo fazer alto, si tal for o caso.
109. Para mudar de formação, o commandante de grupo indica a nova formação e commanda «Marche!»;a esquadra que tem de executar algum movimento, o faz ao commando do respectivo cabo, de accôrdo eo os principios precedentes.
110. Durante a instrucção o commandante do grupo póde confiar as funcções de guia a qualquer dos cabos, afim de verificar pessoalmente a execução dos movimentos. Um homem designado substitue então o cabo nas funcções de commandante de esquadra.
Em todas as formações o guia se colloca no logar do commandante do grupo.
111. Sarilhos. Em collumna por dous ou em linha em duas fileiras o grupo fórma os sarilhos ao commando de «Ensarilhar - armas!», A' voz de advertencia as duas esquadras se voltam uma para a outra; os sarilhos são formados por grupos de quatro homens numerados 1 - 2, 3 - 4, 5 - 6; em cada grupo os homens collocam as armas junto ao calcanhar do pé exterior, com o cano voltado para a direita.
A' voz - armas! - os dous soldados da fileira da frente cruzam as armas pelas varetas e depois, successivamente, os soldados da 2ª fileira ou da esquerda dos grupos 1- 2, 3 - 4, 5 - 6, pela vareta do chefe de fila contrario.
Logo que ensarilhem as armas, volvem á frente.
112. Para arrear as mochilas, manda-se Desequipar! - ellas são conllocadas, alinhadas, na frente dos homens. A' voz - Equipar! - os homens retomam-nas.
113. A' voz - Em fórma! - ou ao toque de reunir, a tropa entra em fórma sem barulho, os homens retomando seus logares no sarilho, na posição de descançar.
114. Desensarilhar - armas! A' voz de advertencia, as duas esquadras voltam-se uma para a outra. A' de execução, cada homen toma sua arma, desmanchando o sarilho, sem puxar violentamente a arma, volve á frente e toma a posição de descançar.
115. Si o fuzileiro-metralhador está com o respectivo fuzil, troca-se primeiramente pela arma do cabo de sua esquadra e depois ensarilha. O cabo da esquadra de volteadores encosta a arma no primeiro sarilho, em que se encosta tambem a arma automaticamente, si houver. No caso contrario, os dous cabos encostam as armas no sarilho mais proximo.
116. Não se encostam mais de duas armas no mesmo sarilho.
117. Sahir de fórma. Ao commando «Fóra de fórma - Marche!», os homens se dispersam levando as armas si não as ensarilham ou si não receberam ordem de collocal-as sobre as mochilas. Si as ensarilharam, todos sahem de fórma passando para o mesmo lado do sarilho, afim de deixarem livre a passagem.
118. E' prohibido atravessar os sarilhos.
CAPITULO III
EXERCICIOS DE MANEABILIDADE
119. Os exercicios de maneabilidade teem por base as mesmas formações da ordem unida, attendendo-se, porém, ao que se segue.
120. Nas columnas por dous abre-se o intervallo entre as esquadras, em principio durante a marcha, á voz: «A tantos passos de intervallo - Marche!», precedida, si for preciso indicação da direcção de marcha; a esquadra base - esquadra n. 1 - põe-se em marcha ou continúa a marchar atraz do commandante do grupo; a outra, conduzida pelo respectivo cabo, ganha o intervallo indicado e regula em seguida o seu movimento pelo da base.
Modificam-se os intervallos procedendo analogamente, á voz: «A tantos passos, abrir (cerrar) intervallos - Marche!»
Para voltar á formação regulamentar por dous, sem intervallo, o commandante do grupo ordena «Columna por dous - Marche!»
121. Estando o grupo em columna por um e em marcha, pode-se abrir a distancia entre as duas esquadras á voz: «A tantos passos de distancia - Marche!» A esquadra testa continúa marchando atraz do commandante do grupo, a outra se detém até ser attingida a distancia ordenada, retomando então a marcha.
Modifica-se a distancia á voz: «A tantos passos, cerrar (abrir) a distancia - Marche!», e reforma-se a columna por um sem distancia, á voz «Columna por um - Marche!».
122. As distancias entre os homens na esquadra podem ser modificadas á ordem: «A tantos passos, arir (cerrar) as distancias entre os soldados - Marche!», dada pelo commandante do grupo e pelo cabo. Retomam-se as distancias normaes á ordem «Cerrar as distancias entre os soldados - Marche!».
123. Para escalonar a 2ª esquadra em relação á primeira, o commandante do grupo dá á voz: «A tantos passos de intervallo e de distancia - Marche!».
Si quizer que a 2ª esquadra vá na frente da primeira, commanda: «2ª esquadra na frente. A tantos passos de intervallo e de distancia - Marche!».
Quando for preciso indicar ou alterar a a posição da 2ª esquadra em relação á primeira, o commandante do grupo ordena: «2ª esquadra á direita (esquerda) (na frente). A tantos passos de intervallo e de distancia - Marche!».
124. O objecto dos exercicios de manebilidade é a preparação do grupo para o combate mediante uma gymnastica apropriada, em terrenos quanto possivel variados, pela qual se procura habilital-o - e tambem os soldados que o compõem - a corresponder com a maxima rapidez ás ordens dadas.
Procura-se obter a rapidez de execução, sempre conservando a cohesão e a ordem.
As ordens dadas inspiram-se nas fórmas do terreno e no fim especial que tem em miras o commandante do grupo ou o director do exercicio; tratar-se-há muitas vezes de manter os homens attentos pela execução de movimentos simples: accelerar ou retardar o passo, marchar, parar, precipitar-se para a frente todo o grupo ao mesmo tempo, esquadra por esquadra, homem por homem; tratar-se-ha outras vezes de voltar a frente Subitamente para direcções imprevistas, de desapparecer confundindo-se com o sólo, de ficar prompto para abrir fogo, de cobrir a arma automatica em uma direcção dada, etc.; marchar escalonadamente por esquadras, ou dispersamente para se irem reagrupar atraz de um abrigo, etc.
Diversidade das ordens execução rapida, desembaraçada, sem confusão, dos movimentos na occasião azada, taes são os caracteristicas de um exercicio de maneabilidade bem dirigido e bem executado.
125. Mais do que nunca nesses exercicios o commandante do grupo é o guia da tropa, o rabo o guia da esquadra.
A base é sempre a esquadra da arma automatica.
Frequentemente o commandante precederá o grupo e dará ordem ao commandante da primeira esquadra de seguil-o á distancia que indicar; neste caso póde empregar um ou mais municiadores auxiliares da primeira esquadra como explorares do terreno, para seguridade pessoal, ou tambem como agentes da ligação.
A esquadra base se mantém á distancia prescripta, mais ou menos, conforme as condições do terreno que tem de pecorrer ou de occupar a outra esquadra conserva a distancia e o intervallo prescripto tambem conforme ao terreno. Em particular o grupo ou as esquadras não são obrigados a parar estreitamente na posição em que se acham, quando recebem do commandante a voz de «alto»: procuram antes na vizinhança do sitio em que se encontram, o melhor abrigo ou cobertura, as mais favoraveis posições de tiro.
Os commandos preparatorios são feitos a voz e por gestos e comportam todas as explicações necessarias os de execução, quer a voz, quer de modo mais geral por gesto ou apito.
Marcha-se sem cadencia, a arma em bandoleira ou simplesmente na mão.
Na execução dos exercicios do maneabilidade e de combate os homens levam a arma na mão (vd. nota ao artigo 101).
126. Para passar rapidamente a uma formação de ataque, o commandante do grupo commanda; Formação de ataque; 2º esquadra á direita (esquadra, ou, sim for preciso, na frente á direita (esquerda), tantos passos de intervallo, tantos de distancia - Marche! » (13).
A esquadra base é sempre a de fuzileiro.
O cabo da esquadra de fuzileiro se conserva atraz do commandante do grupo, á mesma distancia a que já vinha ou á distancia que este lhe indicar e, por sua vez commanda: «Formação de ataque -Marche!»
Immediatamente a esquadra se dispões desta fórma; atraz do cabo o 1º municiador (14), tendo A direita e a 5 passos de intervallo o fuzileiro-atirador prompto para assestar o fuzil: a 10 passos atraz deste o 2º municiador; os outros municiadores, excepto aquele ou áquelles que o commandante do grupo tenha, deixado a seu serviço, vão collocar-se á altura do cabo, do lado opposto ao da esquadra de volteadores, tomando, entre si, de homem a homem, o intervallo de cinco passos.
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(13) Si as distancias e intervallos necessarios já existem entre as esquadras em columnas, o commandante do grupo ordena simplesmente: «Formação de ataque - Marche».
A indicação «tantos passos de distancia» corresponde ao caso em que a esquadra de volteadores deve achar-se escalonda, em relação á esquadra de fuzileiro.
Rapidamente o outro cabo conduz a esquadra de volteadores ao ponto que ella deve occupar e commando: «Em atiradores - Marche!».
Immediatamente a esquadra toma a seguinte disposição: atraz do cabo o granadeiro lançador, como centro da esquadra; os dous primeiros volteadores á direita, os dous outros á esquerda do granadeiro-lançador, todos a 5 passos de intervallo; o granadeiro-atirador 10 passos atraz do lançador.
127. A formação do numero anterior é a formação normal, que tem por fim enfrentar rapidamente uma situação inopinada; por isso mesmo com ella devem estar bem familiarizados os grupos de combate.
Cumpre não esquecer, porém, que os commandantes dos grupos teem toda a liberdade de modifical-o, tanto desde o principio como no decurso da progresso do ataque.
128. Durante. o ataque, o commandante do grupo se collocar no logar que julgar mais conveniente, nomeadamente á frente da primeira esquadra, emquanto não se abrir o fogo, ou ao lado do cabo dessa esquadra: os cabos, igualmente e collocam quer á frente das suas esquadras, para conduzil-as, quer no meio de seus homens, um ao lado do 1º municiador, o outro ao lado do granadeiro.
129. Contam-se os intervallos das esquadras do homem da direita da esquadra da esquerda ao homem da esquerda da esquadra da direita: os intervallos dos homens se contam a partir do homem-base (1º municiador ou granadeiro) e nunca devem ser menores de cinco passos, podendo, entretanto, ser augmentados si a frente o permittir. Para isto os cabos commandam: «A tantos passos, em atiradores - Marche!» ou «A tantos passos, abrir os intervallos entre os saldados - Marche!». Reduzem-se ns intervallos a cinco passos á ordem: «Cerrar os intervallos entre e os soldados - Marche!»(15).
Mesmo para o assalto, os intervallos das esquadras não devem ser menores de 10 passos.
130. Póde-se tomar a formação de ataque tanto na direcção da marcha como em outra qualquer. Neste ultimo caso o commandante do grupo indica a nova direcção dizendo, antes de comandar a formação: «Frente para o ponto!».
As duas esquadras voltam a frente para o ponto indicado e se dispõem na formação precedentemente explicada. Em todo o caso, nenhuma esquadra deve recuar.
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(14) Em principio, é o 1º municiador quem prepara o assento do fuzil-metralhador.
(15) Tendo-se aberto os intervallos, póde-se tornar a cerral-os, mas nunca reduzil-os a menos de 5 passos, á ordem: «A tantos passos, cerrar os intervallos entre os soldados - Marche! ».
Si a nova direcção faz com a da marcha um angulo de cerca de 90º, o commandante do grupo, em vez de «Frente para tal ponto», commanda «Frente para a direita (esquerda)».
131. Para tornar a dar ao grupo uma nova formação de approximação ou de reunião atraz de um abrigo, o commandante indica a nova direcção (si houver), a formação que se vae tomar, a disposição em que quer que a tropa se reuna;
FORMAÇÃO DO PELOTÃO
1- Columna por quatro
os cabos tornam a grupar as esquadras na formação prescripta, e conduzem-nas até ao logar onde devem ficar, dispondo-as com a frente voltada para a direcção indicada.
132. Por ser de especial importancia, deve-se nos exercicios insistir com os homens para que tomem entre si pelo menos o intervallo de cinco passos e o conservem, no minimo, durante os deslocamentos. Em virtude da natural tendencia que tem os soldados de se chegarem uns para os outros ou para junto do commandante, será um bom exercicio determinar frequentemente intervallos maiores de cinco passos.
133. Frequentemente, ao desenrolar-se um exercicio de maneabilidade e de combate, far-se-ha a supposição de que os graduados foram mortos ou feridos.
Nos grupos de combate, o cabo mais antigo automaticamente substitue o commandante; os homens incumbidos de substituir os cabos são effectivamente designados pelos commandantes de pelotões para os casos de guerra ou manobras, mas taes designações podem ser alteradas em certos exercicios, afim de que adquiram a necessaria pratico todos os saldados com capacidade para as funcções de cabo.
134. Taes exercicios, em que o saldado goza, a despeito de tudo de certa liberdade e relativa independencia, devem terminar por outros de ordem unida, afim de reintegrar-o na ideia exacta de cohesão e disciplinas de fileira.
TITULO IV
Escola do pelotão
CAPITULO I
FORMAÇÕES
O pelotão póde formar:
135. Em, columna de grupos por dous, os grupos uns atraz dos outros, a dous passos de distancia (*), em columna por dous; os commandantes de grupos sempre nos logares normaes á frente da 1ª esquadras das respectivas fracções, o sargento cerra-fila á retaguarda da fila esquerda do pelotão a dous passos.
136. Em columna por quatro, os grupos em columna por dous collocados dous a uns atrás dos outros, á distancia de dous passos (16); o sargento cerra-fila a dous passos á retaguarda da fila da esquerda.
Esta columna dupla de grupos, como tambem é chamada, é a formação normal do pelotão.
Em cada grupo as primeiras esquadras (armas automatica) são collocadas no interior da formação.
O pelotão póde ainda:
137. Formar uma columna por quatro constituida pela Linha de columnas de grupos por um, collocados lado a lado.
138. Tomar todas as formações em linha originadas das formações precedentes mediante uma volta á esquerda (direita); assim se obtém as formações em linha em duas fileiras e em quatro fileiras.
139. Nas formações em linha que são apenas formações de revista, os commandantes de grupos ficam no alinhamento da primeira fileira das respectivas fracções ou ahi se vão collocar si estiverem cm outro ponto, a dous passos de intervallo(17).
(17) Contados do homem da direita (esquerda) ao commandante do grupo.
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(16) Contados do ultimo homem de um grupo ao commandante do grupo seguinte.
140. O commandante do pelotão, em todas as formações em columna, colloca-se a quatro passos na frente do commandante do grupo base, voltando para o ponto de direcção. Nas formações em linha, fica no alinhamento da primeira fileira, a quatro passos do intervallo (18).
141. As formações em linha não teem nenhuma importancia tactica e, como as do grupo, são proprias para paradas, revistas, guardas de honra, etc.
142. A formação por quatro, em Columna dupla de grupos, e a formação tipo de reunião e de marcha. Satisfaz a todas as necessidades habituiaes, inclusive a formação da columna de estrada, cerrando-se nesta, eventualmente, os intervallos das filas até 25 centimetros. E' a formação que melhor se presta á marcha em todos os terrenos, na imminencia do combate, tamando-se progressivamente entre os grupos os intervallos e distancias exigidos pela situação. Offerece ainda felicidade á passagem rapida para um dispositivo escalonado dos grupos em relação ao grupo base.
REUNIÃO
143. A pé firme ou em marcha, o commandante do pelotão dá a frente para a direcção em que o grupo se deve collocar ou para a qual deve marchar.
Indica, em principio um ponto de direcção bem distincto, a voz em Segunda o signal e commanda «Reunir!».
O commandante do primeiro grupo colloca-se quatro passos á retaguarda do commandante do pelotão e o grupo se reune atras delle, a segunda esquadra á esquerda da primeira; o commandante do segundo grupo de collocar 80 centimentros á direita do commandante do primeiro e o respectivo grupo se reune atrás delle, a Segunda esquadra á direita das primeira.
O 3º grupo e o 4º se reunem á respectiva distancia, o 3º atrás do primeiro e o 4º atrás do segundo.
O sargento cerra-fila occupa o seu logar dous passos atrás da fila esquerda pelotão e vigia a execução de movimento.
Si o commandante do pelotão quizer, excepcionalmente, tomar para base outro grupo que não o primeiro, o indicará da seguinte fórma: 2º grupo e 1º na testa; 3º e 4º na cauda. Em tal caso o grupo base é sempre o citado em primeiro logar (neste exemplo o 2º); dos que devem formar na cauda, e citado em primeiro logar se collocar á retaguarda do grupo base.
________________
(17) Contado do homem da direita (esquerda) ao commandante do grupo.
(18) Contados do commandante do grupo ao do pelotão.
CAPITULO II
EXERCICIOS DE ORDEM UNIDA
144. O Pelotão em columna executa todos os movimentos individuaes mencionados na escola do soldado e que o grupo tambem executa, fazendo-se os mesmos commandos o applicando-se os mesmos processos salvo a substituições da voz preparatoria *Grupo" por *Pelotão", quando fôr necessario.
145. Os alinhamentos do Pelotão em linha merecerão especial cuidado, para as revistas, desfiles, guardas de honra, porque é preciso que o Pelotão esteja em condições de se apresentar impeccavelmente e de occupar muito exactamente uma linha marcada no terreno por outros Pelotões já collocados ou por estacas.
Para esse fim já estando o Pelotão em linha em pouco atraz da posição que vae occupar, o seu commandante manda alinhar, pelas unidades já collocadas, o grupo mais proximo ou, si fôr preciso, pessoalmente o linha. Commanda em seguida aos outros grupos: *Pelo grupo da direita (esquerda), perfilar!". Cada commandante alinha o seu grupo pelo que serve de base. O commandante do pelotão verifica o conjucto, fazendo as ractificações necessarias (19).
146. Movimentos do Pelotão em columna por 4 (columnas dupla de grupos).
O guia do Pelotão na marcha é o commandante, o qual especifica de cada vez, pela voz e pelo gesto, a direcção para onde está voltada a sua frente ou para onde vae marchando, direcção essa que será nitidamente indicada por um ponto do terreno da seguinte fórma; * Frente para tal ponto!". O commandante do grupo-base segue as pegadas do commandante de Pelotão: os outros grupos acompanham o movimento.
147. Para mudar de direcção, o Commandante do Pelotão indica o novo ponto para onde vae marchar e para o qual se deve voltar a frente, commandando em seguida: *Mudar de direcção á direita (esquerda) - Marche!".
Pessoalmente muda de direcção, tendo o cuidado de retardar o passo para evitar o alongamento da columna. O Pelotão acompanha-lhe o movimento: a esquadra que serve de base e a que marcha atraz della vão mudar de direcção no mesmo ponto.
148. O Pelotão também póde, a pé firme, voltar a frente para uma nova direcção.
O commandante se colloca na frente do Pelotão voltado para a nova direcção, indicando-a pela voz e pelo gesto, e ordena: *Frente para tal ponto - Marche!".
O commandante do grupo base vae com toda a rapidez collocar-se quatro passos á retaguarda do Commandante do pelotão, voltado para o ponto indicado, e os grupos acompanham o movimento.
Si o novo ponto de direcção fica a 90º para a direita ou para a esquerda o commandante do pelotão procede da mêsma fórma, commandando porém: *Frente para a direita (esquerda) - Marche!". (20).
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(19) - Vd. art. 97.
(20) - Os movimentos do pelotão em columna de grupos por dous ou em linha de columnas de grupos por um se fazem de modo analogo.
149. O Pelotão em marcha póde formar a columna de grupos por 2 quer na direcção da marcha, quer em outra qualquer.
O commandante do pelotão indica, si for preciso, a nova direcção, designa a nova base (si não fôr mais o primeiro grupo e commanda: Columna de grupos por dous - Marcher!"
O grupo base continúa marchando nas pegadas do Commandante do Pelotão, os outros retardam insensivelmente o andamento, e a entrada na columna faz-se nesta ordem: grupo que marcha á mesma altura do grupo base, depois o que segue immediatamente e, emfim, o grupo restante do pelotão.
Semelhantemente, para reformar a columma dupla de grupos. Commandante do Pelotão, depois de indicar a nova direcção, si fôr preciso, commanda: «columna dupla de grupos - Marche!»
O grupo testa continúa nas pegadas do Commandante do Pelotão retardando a marcha, o que vem immediatamente atraz alonga um pouco passo e vae pela direita emparelhar com o primeiro: da mesma fórma procede o grupo da cauda indo pela direita emparelhar com o que precede, e ambos depois os dous alongado o passo cerram á distancia regulamentar contra os dous grupos da testa.
O Commandante do Pelotão póde ordenar que a entrada dos grupos se faça pela esquerda e não pela direita. (21).
150. Linha de columnas de grupos. Por processo analogos o Commandante do pelotão, excepcionalmente póde mandar passar columnas dupla de grupos para linha de columnas de grupos por um ordenando: *Linha de columnas de grupo por 1 - Marche!".
Os grupos da canta entram pela direita e esquerda, todos formam em columnas por um e cerram em seguida os intervallos para o lado do grupo base.
Volta-se á formação normal á voz "Columnas dupla de grupos - Marche!".
Os grupos se afastam sem interromper a marcha, até que haja o espaço necessario para formarem em columna por dous: os grupos exteriores retardam o passo afim de tomarem os respectivos logares na nova formação.
151. Passagem da columna por 4 á linha em 4 ou 2 fifileiras. O commandante põe o Pelotão em marcha e o conduz ao ponto onde deve ficar de maneira a lá chegar em uma direcção perpendicular áquella para onde vae ficar voltada a linha.
Os commandante de Pelotão e de grupo avançam até á altura da primeira fileira, si já ahi não acharem.
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(21) - Para isso dirá: *Tal e tal grupo pela esquerda*
152. Para reformar a columna por 4, partido da, linha em dias fileiras, forma-se primeiramente a columna por dous mediante uma volta á direita (esquerda), rompe-se a marcha mudando ou não de direcção e passa-se á columna por 4 como já ficou precedentemente explicado.
Todos estes movimentos teem applicação nas revistas e na collocação das tropas para os desfiles.
153. Deve-se ter sempre em vista, porém, que todos os deslocamentos se fazem, em columna. Para os deslocamentos importantes o pelotão em linha toma esta formação - só para pequenos deslocamentos, de alguns passos, é que o Pelotão se move em linha (entrar no alinhamento, rectificar a posição, etc.) e o faz pelos mesmos processos do grupo.
164. Observações. Em todos os movimentos o guia do Pelotão é o Commandante; o sargento cerra-fila vigia a execução.
Mas, durante a instrucção, o Commandante do Pelotão póde confiar ao sargento cerra-fila as funcções de guia; pessoalmente, vigia, então, a execução dos movimentos e faz as observações que se tornarem necessarias.
Si os grupos teem de manobrar separadamente, fazem-no de conformidade com as prescripções da Escola do grupo no que diz respeito aos commandos e sua execução.
Todos os movimentos precedentes o pelotão os executa, seja qual for a collocação relativa das esquadras em linha ou em columna.
Designam-se os grupos pelos numeros proprios ou pelos nomes dos respectivos commandantes.
155. Sarilhos. Formam-se os sarilhos por grupo de combate (estado estes em principio, em linha em duas fileiras ou em columna por dous), cada um ensarilhando como está prescripto na respectiva escola. Os, commandantes de grupos e o sargento cerra-fila encostam as armar nos sarilhos mais proximos , em que já não estejam encostados dous fuzis ( fuzil ordinario ou fuzil-metralhador).
O Pelotão estando em linha em quatro fileiras ou em columna por quatro ( columna dupla, columna de estrada com ou sem intervallos de 80 centimetros), ensarilha tambem as armas por grupos de combate.
156. Sahir de fórma. Si não ensarilharam as armas ou si não receberam ordem de collocal-as sobre as mochilas, os homens levam-nas ao sahirem de fórma; tendo ensarilhado, sahem de fórma passando todos para o mesmo lado da estrada ou senda, para não embaraçarem o transito.
E' prohibido atravessar os sarilhos.
CAPITULO III
EXERCICIOS DE MANEABILIDADE
157. Os exercicios de maneabilidade do pelotão teem o mesmo caracter que os do grupo. Exigindo ainda mais diversidade, uma coordenação mais completa dos grupos, maior flexibilidade, são geralmente de execução mais difficil e impõem aos executantes, distribuidos em espaço maior, mais acurada attenção. Realizam-se as mais das vezes subordinados a uma hypothese muito simples relativa á direcção do inimigo e ao risco de fogo de artilharia ou eventualmente de infantaria.
158. O principio contido na conhecida exclamação «Sigam-me!» e a noção do grupo base, bastam entretanto para dar ao pelotão todas as formações possiveis, especialmente todas as formações de approximação adequadas ás diversas situações do pelotão na companhia 9planta de vanguarda, em reserva, em uma ala, etc.).
Permittem este principio e esta noção que se passe de uma formação a outra, á vontade do commandante do pelotão, na direcção da marcha ou em outra qualquer.
159. Modificam-se as distancias e intervallos conforme o terreno ou a vontade do commandante; á medida das circumstancias, os proprios grupos marcham ora por 2 ora por 1, variando os intervallos e as distancias das esquadras e dos homens.
O commandante do Pelotão dá as indicações necessarias. Accelera-se ou retarda-se o passo conforme a occasião; a progressão póde ser feita por lances de todos o pelotão ao mesmo tempo, ou grupo por grupo, esquadra por esquadra e até, si for preciso, homem por homem.
160. A passagem das cristas demandas constantes attenção; conforme o caso, póde-se transpol-as de surpreza, todo o pelotão ao mesmo tempo, ou por grupos, esquadras e até um homem de cada vez, mas em pontos differentes.
Igualmente é preciso tomar disposições particulares em cada caso, para sahir do matto, cuja orla constitue uma linha cortando o terreno.
Os pontos obrigatorios de passagem (ponte, garganta estreita estrada que é preciso cruzar, etc.), visiveis de longe, serão abordados com precaução e transportes de conformidade com as circumstancias imaginadas. E' preciso estudar tambem a marcha atravez do matto, especialmente do matto cerrado, a travessia das zonas pantanosas, etc.
161. Os exercicios de maneabilidade offerecem uma variedade infinita, e não só constituiem uma excellente escola para a tropa como são de inestimavel calor pratico para o commadante; a este cumpre entreter constantemente a attenção dos homens e captar-lhes o interesse pela diversidade dos movimentos.
162. Em synthese, o commandante do pelotão indica as formações que a tropa vae tomar, fixa os intervallos e distancias, guarda-se, si for preciso, para a frente ou para os flancos, empregado nesse serviço de cobertura um grupo de combate ou uma patrulha - e nunca se esquece de dar uma direcção de marcha e de designar o grupo base. Os commandos são feitos a voz ou por gestos; os de execução em regra por gesto ou apito.
Na parte que lhes diz respeito os commandante de grupo applicam as prescripções que lhes foram estabelecidas na maneabilidade do grupo. Depois de ter dado todas as explicações precisas, o commandante do pelotão póde ainda adeantar-se, acompanhado, si for necessario, de alguns homens que lhe servem de explorados ou agentes de ligação. Em tal caso póde tambem commandar por intermedio deste ultimos; um gesto ou silvo de apito marca a execução das prescripções dadas.
Os commandantes de grupos conduzem suas fracções de accôrdo com as ordens recebidas, com a maior rapidez possivel e na melhor ordem.
163. A titulo de exemplo, a figura junto indica algumas das formações que o pelotão póde tomar, nas quaes as distancias e intervallos são essencialmente variaveis. Em principio, quando se estudam as formações de approximação em terreno descoberto, os intervallos dos grupos não devem ultrapassar um limite minimo, além do qual, de mdo geral, o cone de estilhaço ou de balas de um mesmo projectil pudesse attingir dous grupos vizinhos. A separação tambem não deve exceder um limite maximo, além do qual se torne impossivel o cruzamento efficaz dos fogos das armas automaticas, a não ser que o intervallo seja batido por outro grupo mais á retaguarda.
164. Querendo o commandante do pelotão passar rapitamente de uma dessas formações de aproximação para uma de ataque com a totalidade dos grupos ou sómente com parte delles, commanda: « Formação de ataque - Marche! » ou «Taes e taes grupos (tal grupo), formação de ataque - Marche! ».
Todos ou sómente os grupos indicados, tomam a formação prescripta na escola do grupo, ao commando «Marche» de commandante do pelotão, que póde fazel-o verbalmente por gesto ou por apito, salvo si a ordem for trazida por um agente de ligação e deva ser cumprida immediatamente - ou ao ser attingido determinado ponto do terreno.
Tambem se póde mandar que todo o pelotão ou os grupos indicados tomem a formação de ataque, voltando a frente para a direita, esquerda ou para determinado ponto.
Si é todo o pelotão que vae tomar a formação de ataque o respectivo commandante explica si dispositivo inicial deve ser conservado ou si os grupos, executado cada um o seu movimento, devem tomar em consequencia disso outro escalonamento ou abrir entre si novas distancias ou intervallos.
Todas as explicações necessarias serão dadas a tal respeito.
165. A constante preocupação dos commandantes de grupos será deixarem enquadrada a arma automatica: as esquadras de volteadores serão, pois, sempre estendidas para as alas.
166. Para retomar uma formação de approximação ou ordenar a reunião do pelotão, o commandante se serve dos meios prescriptos na Escola do Pelotão.
167. Como os exercicios de maneabilidade do grupo, os do pelotão devem rematar por exercicios de ordem unida.
TYPOS DE FORMAÇÃO DE MANEABILIDADE DO PELOTÃO
Distancias e intervallos entre os grupos de combate e as esquadras, essencialmente variaveis.
<<ANEXO>> CLBR Vol. 03 2ª Parte Ano 1920 Págs. 1309 a 1311 Figuras. (Formações dos grupos, Pelotão em columna dupla, Pelotão em lozango, Pelotão em escalão, Pelotão em triangulo, Pelotão em xadrez e Pelotão em trapezio).
TITULO V
A companhia e as unidades maiores
CAPITULO I
A COMPANHIA
168. Organização e enquadramento. De conformidade com o mappa do effectivo de guerra que vem na introducção deste regulamento, o effectivo de praças da companhia se distribue por tres pelotões de combate e uma secção de commando.
Nos exercicios de ordem unida, lança-se mão dos soldados e graduados da secção de commando (com excepção dos corneteiros e tambores) para substituir os homens que faltam.
169. Os pelotões guardam sempre os respectivos numeros, mas podem ser designados pelos nomes, dos commandantes. Póde o capitçao designal-os tambem pelas expressões - pelotão testa (ou da direita), pelotão centro, pelotão cauda (ou da esquerda).
FORMAÇÕES
170. Formação regular de reunião só ha uma para companhia: é a reunião em linha de pelotões em columna por 4, abreviadamente linha de pelotão por 4. Nella os pelotões, em columna dupla de grupos, ficam a 4 passos de intervallo; o capitão a 8 passos na frente do commandante do pelotão base.
171. Si é preciso diminuir a frente por falta de espaço, a companhia póde formar em columna dupla de pelotões por 4, (os pelotões em columna dupla de grupos); neste caso uma das columnas, a da direita ou a da esquerda só tem um pelotão. Salvo ordem em contrario, o terceiro pelotão se colloca a 4 passos atraz do pelotão da direita (22).
172. A companhia tambem póde formar em columna por 4, constituida pelos pelotões em columna por 4, uns atraz dos outros, a 4 passos de distancia (22).
Essa é a columna de estrada, mas não se deve esquecer que se passa á formação dos pelotões por 4 partindo da columna dupla de grupos - e só muito excepcionalmente se poderá fazel-o partindo da linha de columnas de grupos por 1.
173. Quando a secção de commando do capitão se acha em fórma, o que acontece especialmente nos exercicios de maneabilidade e de combate, salvo ordem em contrario occupa os seguintes lugares, sempre formada por 4:0
- Na linha de pelotões por 4: á esquerda e a 4 passos de intervallo do pelotão da esquerda;
- Na columna dupla de pelotões por 4: atraz do pelotão da esquerda; o 3º pelotão se acha então sempre atraz do pelotão da direita;
- Na columna por 4: na cauda da companhia.
174. Em todas as formações, o capitão se colloca a 8 passos na frente do commandante do pelotão que escolheu para base - ou para dar a direcção, ou na frente do commandante do pelotão testa.
Os corneteiros e tambores, si não estiverem munidos na banda do batalhão, marcham na testa ou na cauda da companhia (para desfile de companhia isolada, 10 passos na frente do capitão).
175. Tambem póde a companhia formar em linha e 4 ou 2 fileiras, para revistas, guardas de honra, etc.
Passa-se á formação em linha em 4 fileiras mediante uma simples volta á esquerda (direita), depois de se ter feito alto com a companhia em columna, perpendicularmente á direcção para que vae ficar voltada, um pouco atraz da posição em que vae ficar a linha. Em seguida manda-se perfilar.
Para formar a «linha em duas fileiras», o capitão durante a marcha manda passar á columna por dous (23), fazendo-o cada pelotão como está prescripto na respectiva escola; os outros movimentos são identicos ao da linha em 4 fileiras.
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(22) Contados do ultimo homem de um pelotão ao commandante do outro.
(23) Voz: «Por pelotão, columna de grupos por 2 - Marche !».
Reforma-se a columna por 2 ou por 4 procedendo inversamente: faz-se primeiramente a pé firme uma volta á direita (esquerda) e rompe-se depois a marcha seguindo no mesmo sentido da frente, perpendicularmente a ella ou tomando a direcção de um ponto indicado; retoma-se durante a marcha, si necessario for, a formação por 4.
REUNIÃO
176. A pé firme ou em marcha, o capitçao, voltado para a direcção a que a companhia deve dar a frente ou para onde deve marchar, indica essa direcção (24), a formação que se vae tomar (25), designa o pelotão base (26), faz o signal e commanda «Reunir».
O commandante do pelotão base vae se collocar a 8 passos á retaguarda do capitão, voltado para o mesmo ponto de direcção e reune atraz de si o pelotão como está prescripto na respectiva escola. Os outros vão tomar o logar que lhes compete na formação ordenada e reunme por sua vez seus pelotões (em columna dupla de grupos).
MOVIMENTOS DA COMPANHIA
177. A companhia executa ao commando do capitão todos os movimentos, elementar es estabelecidos para o grupo e para o pelotão, substituindo-se quando for preciso a voz de prevenção «Pelotão» ou «Grupos» por «Companhia».
Nos movimentos em que os pelotões devem todos preceder da mesma maneira, a companhia manobra directamente só á voz do capitão; os commandantes de pelotão não interveem com commandos intermediarios.
O contrario se dá nos movimentos em que os pelotões não procedem da mesma maneira, não rompem a marcha nem fazem alto ao mesmo tempo; só obedece ao commando do capitão o que deve executal-o immediatamente, os outros executam-no depois, ao commando dos respectivos officiaes. Estes devem ser prevenidos pelos seus commandantes, que lhes advertirão «Ao meu commando».
178. Tomam-se os alinhamentos pelo pelotão base, eventualmente pelo pelotão da direita (esquerda) por indicação do capitão. O pelotão base será préviamente disposto com a frente para a direcção dada e correctamente alinhado.
179. A passagem de uma para outra das tres formações faz-se aos commandos de «Linha de pelotões por 4; Columna dupla de pelotões por 4; Columna por 4» (27), seguidos da indicação do pelotão base (si tiver cabimento) e do commando «Marche».
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(24) «Frente para tal ponto».
(25) Linha de pelotões por 4; columna de pelotões por 4; columna por 4.
(26) Exemplo: «Base, 1º pelotão, 2º pelotão á direita (esquerda)». (Salvo ordem em contrario, o 3º, pelotão se colloca atraz do pelotão da direita).
(27) Precedidos, si tiver caibimento, da indicação da nova direcção: «Frente para tal ponto».
Na passagem de uma formação em linha de columnas para a columna, são os pelotões que se acham á direita do pelotão base os que se collocam immediatamente á retaguarda delle.
Na passagem de uma formação em columna para outra em linha de columna, é sempre o pelotão que se acha á retaguarda do pelotão da testa que se vae collocar á direita delle.
180. Sendo a companhia a verdadeira unidade moral de combate e o ambito normal da vida quotidiana, é preciso reunil-a toda, frequentemente, desde os primeiros dias da chegada dos recrutas, e fazel-a trabalhar em ordem unida, nem que seja para executar os movimentos elementares da escola do soldado que tenham cabimento.
EXERCICIOS DE MANEABILIDADE
181. Os exercicios de maleabilidade da Companhia têm particular importancia.
Subordinam-se ás mesmas idéas e collimam o mesmo fim que os do pelotão e do grupo, obedecendo aos mesmos principios e ás mesmas regras de execução.
O Capitão, em particular, escolhe o pelotão base, pelo qual se regulam os movimentos dos outros de accôrdo com as prescripções de escola de pelotão.
182. O que o Capitão deve ter em mira é deixar a Companhia perfeitamente desembaraçada, capaz de voltar-se para qualquer direcção, apta a enfrentar todas as situações que demandem o intelligente aproveitamento do terreno e imponham a necessidade das formações menos vulneraveis sob o fogo de artilharia e desde os primeiros alcances do fogo de infantaria (28).
O principal objectivo dos exercicios de maneabilidade é a pratica das formações de approximação, a progressão dellas no terreno, o estacionamento momentaneo, a continuação da marcha, o alargamento no sentido da frente ou um escalonamento mais aberto, a passagem de um para outro dispositivo, a mudança de direcção, a passagem para um dispositivo de ataque ou de assalto. Realizam-se taes exercicios subordinados a uma hypothese muito simples relaltiva á direcção do inimigo e ao risco de fogo de artilharia e eventualmente de infantaria.
183. Tendo tomado uma formação de approximação, o capitão terá especial cuidado de ordenar a tal ou taes pelotões que se disponham em uma formação de ataque no sentido de marcha; a tal outro, collocado em uma ala do dispositivo de approximação, que proceda da mesma fórma, dando, porém, á frente para uma direcção mais á direita ou á esquerda e até 90º para um ou outro lado.
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(28) Estes exercicios de maneabilidade correspondem, pois, em principio, ás formações de «approximação» até ao momento em que a intensidade, do fogo de infantaria inimiga obriga responder-lhe e passar ao «ataque» - O estudo do ataque depende dos «Exercicios de Combate».
Semelhantemente, estando a companhia em formação de approximação, poder-se-ha exercital-a em dar a frente rapidamente para uma direcção indicada, ordenando logo depois o Capitão a certos pelotões, ou a toda a Companhia, formações de ataque.
Verbalmente, si for possivel, ou por intermedio de seus agentes de ligação, cumpre ao Capitão dar todas as explicações a respeito da formação, quer se trate de conservar a antiga ou de tomar uma nova.
Na parte que lhes toca executar, os commandantes de pelotões procederão de conformidade com as prescripções da escola do pelotão.
184. O Capitão faz os commandos a voz, por gestos ou apito, nas mesmas condições que o commandante de pelotão, mas quasi sempre será obrigado a empregar agentes de ligação e a recorrer até ás ordens escriptas. Esta necessidade reclamará frequentemente a constituição da Secção de Commando ou, pelo menos, da fracção que tem a seu cargo, a transmissão das ordens. Será até conveniente constituil-a toda, tão frequentemente quanto possivel, e fazer funccionar todos os seus orgãos.
O Capitão poderá dar ordens para serem executadas logo que forem recebidas ou sómente depois de um signal convencionado ou silvo de apito, e até mesmo a uma hora aprazada ou ao ser attingida uma linha do terreno.
Constituem taes exercicios uma excellente escola não só para a tropa, que assim consolidará a pratica dos movimentos já executados no pelotão e no grupo, mas tambem para os quadros, que terão de conformar-se com a vontade do Capitão e de amoldar suas intenções á disciplian.
185. Todos estes exercicios começarão partindo-se da columna de estrada por 4, ou da formação de reunião em linha de pelotões por 4, ou da columna dupla de pelotões por 4.
A figura junto representa a maior parte das formações que é possivel tomar; cumpre, porém, ter sempre presente que os intervallos e distancias são essencialmente variaveis e que os pelotões, representados esqueleticamente, na realidade devem dispôr-se em formações adequadas, prescrevendo-se absolutamente a columna por 4 sempre que se tenha de executar uma approximação.
186. Deve ser habitual rematar estes exercicios por algumas formações e exercicios de ordem unida, manejo armas, etc.
TYPOS DE FORMAÇÕES DE MANEABILIDADE DA COMPANHIA
(As distancias indicadas representam minimos que não devem ser reduzidos, salvo o caso de utilização de trilhas ou coberturas)
Companhia em triangulo, com o vertice para a frente
Pelotões em colluna dupla de grupos, 1º Pel. Base, 2º á direita; distancia e intervallo 100 m.
Companhia em triangulo, com o vertice para a retaguarda
Base a secção de commando - 1º Pel. á esquerda, 2º á direita: intervallo 100 m. 3º Pel. á retaguarda; distancia 200 m.
Companhia em escalão, a esquerda avançada, 1º Pel. na frente - distancia 50 m, intervallo 100 m.
Colluna dupla de pelotões
Base, 1º Pel. á direita, 3º á retaguarda - Intervallo 200 m. Distancia 100 m.
CAPITULO II
O BATALHÃO
187. Compõe-se o Batalhão de 4 companhias de 3 pelotões e de um pelotão de metralhadoras (29); organicamente dispõe ainda, para o combate, de uma secção de petrechos de acompanhamento que comprehende um canhão de 37 e um canhão Stockes.
FORMAÇÕES
188. A reunão do batalhão se faz em «Columna dupla» (as companhias em linha de pelotões por 4). Póde tambem formar em Linha de companhias ou em Columnas de Batalhão (as companhias umas ao lado das outras ou umas atraz das outras em linha de pelotões por 4).
E, emfim, ainda podem as companhias estar umas atraz das outras em columna por 4. Neste ultimo caso o proprio Batalhão está tambem em columna por 4: é a columna de estrada.
Conforme as indicações do commandante do Batalhão, o pelotão de metralhadoras se colloca quer á altura da companhia da esquerda, nas formações em linha de columnas (columna dupla ou linha de companhias), quer na cauda de uma das columnas da columna dupla, da columna de batalhão, ou da columna por 4.
Todavia, nas reuniões que antecedem a marcha para o combate o pelotão de metralhadoras póde occupar qualquer logar, de accôrdo com as necessidades tacticas.
189. A linha desenvolvida, em 2 ou 4 fileiras, emprega-se nas revistas e guardas de honra, constituem-na as companhias dispostas umas ao lado das outras.
190. Designam-se às companhias pelos respectivos numeros ou pelos nomes dos commandantes.
191. Os intervallos das companhias e as distancias que as separam, salvo indicação contraria, são de 10 passo (30).
192. O logar do commandante é a frente da companhia encarregada da direcção, a 12 passos do capitão. Si o batalhão estiver subordinado a um outro, a companhia de direcção será a que se achar mais proxima deste outro.
O ajudante colloca-se á esquerda do commandante ou no logar que este designar.
O sargento commandante do grupo de commando com o pelotão de commando, si este estiver em fórma, marcha ao lado da companhia de direcção.
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(29) Companhia de metralhadoras, nos Batalhões de caçadores.
(30) Conta-se a distancia da ultima fileira de uma companhia ao commandante da seguinte: o intervallo, do homem da esquerda de uma ao homem da direita da que se seguir para a esquerda. Comtudo, nas formações em linha desenvolvida, originadas de formações em columna, manteem-se como intervallos as proprias distancias destas ultimas.
Os corneteiros e tambores irão para a testa ou cauda do batalhão, de conformidade com as ordens recebidas (a 10 passos na frente do commandante do Batalhão, contada a distancia deste á ultima fileira dos tambores e corneteiros, ou a 10 passos atraz da ultinia unidade do batalhão, contada a diatancia da, ultima fileira o sargento corneteiro).
MOVIMENTOS DO BATALHÃO
193. O Batalhão passa da columna de estrada para uma formação de reunião; de uma formação de reunião para outra para uma formarção aberta escalonada; modifica a formação durante a marcha, applicando nas linhas geraes os principics estabelecidos na Escola do Pelotão ou da Companhia.
O commandante indica: a direcção a unidade base (a não ser que esteja collocado diante della), determina qual a formação que se vae tomar (31, e dá, si for preciso, as indicações complementares para a execução do movimento, especialmente as de distancias e intervallos.
Nos exercicios de ordem unida a execução geral do movimento se produz ao commando «Marche» feito pelo commandante do Batalhão, mas as companhias não rompem a marcha nem fazem olto sinão ao commando dos capitães (32).
194. Para dispor a sua unidade em uma formação de runião o commandante se adianta e vae reconhecer o sitio onde ella terá de estabelecer-se, ou dá esta incumbencia ao ajudante.
Escolhido um ponto para orientar a reunião, fica com a frente voltada para elle, ou manda que o faça o ajudante, e indica a formação.
O capitão da companhia base adianta-se, vae collocar-se a 12 passos á retaguarda do commandante do Batalhão ou do ajudante e reune depois sua unidade de accôrdo com os principios estabelecidos na escola da companhia; os ontros capitães reunem as suas no ponto em que ellas se acham, si já não estiverem reunidas, a conduzem-nas ao logar que devem occupar na formação ordenada, mas tambem podem ir collocar-se nas posições que lhes competem na formação do Batalhão e reunil-as atraz de si.
195. A reunião póde ser feita em marcha.
196. Passa-se de uma formação para outra tomando todo o Batalhão ou certas companhias qualquer direcção e como regra geral, avançando, continuando a marchar ou fazendo alto; a mudança de formação sem ganhar terreno, é rara excepção.
197. Os commandos são feitos quer a voz, como ficou dito no n. 193, quer por gesto, da mesma fórma que os da capitão, ou mais commummente, sobre tudo quando se trata de maneabilidade, mediante ordens levadas aos commandantes de companhia. Neste caso, si a ordem deve ser immediatamente exeputada traz a nota «Execução».
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(31) Columna dupla; linba de companhias; columna de batalhão.
(32) Querendo o commandante do batalhão que um movimento seja executado em conjunto por todo o batalhão, previne «Ao meu commando». Nos casos em que o commando ««marche» não comporta uma execução de conjuncto, em vez de se lhe dar entonação breve, dá-se á pronuncia tom agudo e prolongado.
198. Quando se passa de uma formação em linha de columnas para outra em columna, vão collocar-se immediatamente á retaguarda da base as companhias que se acham á sua direita.
199. Na passagem de uma formação em columna para uma linha de columnas, a companhia que se acha immediatamente depois da testa colloca-se sempre á sua direita; as outras entram pela esquerda.
Si o commandante do Batalhão quizer que o movimento seja feito de outra maneira, deverá, indical-a nos commandos preparatorios.
200. A pratica dos movimentos do Batalhão em ordem unida será, reduzida ao estrictamente indispensavel para esta unidade se apresentar com correcção nas revistas e desfiles.
CAPITULO III
O REGIMENTO E A BRIGADA
201. Compõe-se o Regimento de tres batalhões com os respectivos petréchos de acompanhamento e pelotões de metralhadores leves, uma companhia extranumeraria, uma de metralhadoras pesadas e um grupo de exploradores montados; a Brigada tem dous regimentos, podendo eventualmente comprehender tambem batalhões de cagadores.
Na reunião do Regimento os batalhões ficam dispostos successivamente, em profundidade, ou uns ao lado dos outros; o mesmo se dá com os regimentos na Brigada.
O Coronel ou o General de Brigada determinarão como se devem dispôr os batalhões e, si tiver cabimento, em que formações: bem como marcarão os intervallos e as distancias.
Nas marchas de estrada os batalhões e regimentos vão collocados uns atraz dos outros, em columna de estrada, separados os primeiros por 30 metros de distancia (contados do ultimo homem ou da ultima viatura, de um batalhão ao commando da banda de corneteiros e tambores ou ao commandante do seguinte) e os ultimos por 60 (contados do ultimo homem ou da ultima viatura de um regimento á musica. (33) ou ao commandante do seguinte).
202. De um modo geral, a execução dos movimentos do Regimento e da Brigada obedece aos principios estabelecidos para o batalhão.
CAPITULO IV
COLUMNAS DE ESTRADA
203. Em columna de estrada as tropas marcham em geral por quatro, seguindo quanto possivel o lado direito da estrada ou senda, afim de deixarem livre ao transito o lado esquerdo.
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(33) Quando a musica está, em fórma, marcha a 10 metros na frente do Coronel (distancia contada a partir da, ultima fileira da musica) ou a 10 metros atraz do ultimo elemento (distancia contada da ultima fileira ao mestre da banda de musica)
Si o exige a estreiteza da estrada, os intervallos das quadras são reduzidos a 25 centimetros á indicação «Cerrar os intervallos das filas». A columna de estrada, pelo mesmo motivo tambem póde ser formada pela successão das columnas de grupos por dous; torna-se, então, a columna de estrada por dous. Permittindo-o o estado das estradas e do terreno, afim de arejar as columnas nas épocas de grande calor póde-se separar a columna por quatro em duas columnas por dous, marchando á mesma altura mas deixando livre ao transito o meio da estrada
204. Fraccionam-se as columnas de estrada de maneira que seus differentes elementos possam articular-se, isto possam marchar livremente, sem soffrer a influencia dos que os precedem. Para isso os batalhões marcham a 30 metros uns dos outros, e as companhias a 10 passos (34).
205 O Commandante do batalhão não tem logar fixo na columna; vae ora na testa, ora na cauda, mas o seu pessoal de commando marcha na testa do batalhão, em principio com o ajudante.
206 O capitáo se conserva onde julgar a sua presença necessaria, quasi sempre na cauda da columna (35).
Os commandantes de pelotão se collocam no logar donde melhor possam vigiar suas fracções, em principio na cauda.
O commandante do pelotão testa, porém, marcha á, frente da primeira fileira do pelotão e se encarrega de manter a regularidade do andamento, evitando a repercussão dos refluxos da marcha que se produzem na frente.
Os cerra-filas marcham nos seus logares habituaes, á retaguarda dos pelotões.
207. Os corneteiros pódem ir na testa ou na cauda da companhia, mas quasi sempre vão reunidos na testa ou na cauda do batalhão constituindo a banda. A musica, quando se acha em forma, marcha á frente do regimento (36).
208. Em cada companhia um sargento equipedo como as praças simples, á frente do primeiro pelotão, regula a marcha sob a vigilancia do commandante do pelotão. Alongando ou encurtando insensivelmente o passo, procura evitar a repercussão dos refluxos da marcha das tropas que o precedem, sem ficar na obrigação de conservar rigidamente invariavel, emquanto marcha, a distancia regular de 18 passos que deve separal-o da companhia antecedente.
209. Os homens mrcham sem cadencia no «posso de estrada», com a arma em bandoleira em um ou em outro hombro, sem obrigação de guardar silencio, devendo, porem, manter-se muito exactamente nos seus logares na fileira Toma-se esse passo, á voz «Passo de estrada».
Marchando no passo de estrada toma o passo cadenciado á voz «Passo ordinario - Marche !». Os homens rectificam a posição e tomam a passo cadenciade, os officiaes reoccupam os seus logares mercados na columna por quatro.
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(34) Dez passos da cauda de uma ao capitão da seguinte, o qual marcha elle proprio oito passos na frente do commandante do seu pelotão testá.
(35) Bem entendido, quando se não trata de marcha para o combate.
(36) Vide a nota ao n. 201, ao pé da pagina 154.
Para atravessar as localidades a tropa deixa o passo de estrada e toma o passo cadenciado, á ordem dos commandantes de batalhão.
210. Emprega-se o apito durante a marcha para as ordens relativas ás disposições precedentes.
211. Disciplina de marcha. Diminuir o alongamento é o fim principal da disciplina de marcha, que será tanto mais rigorosa quanto mais importante fôr a columan.
Cada homem deve marchar no seu logar; a distancia entre as fileiras de quatro naõ deve ser augmentada, toda a vez que se faz alto as distancias de pelotão, de companhia a companhia, de batalhão serão exactamente rectificadas.
Para o mesmo fim, alguns minutos antes e depois de cada alto põe-se a tropa no passo cadenciado, para deixal-a bem na mão.
Os gritos de «Alto» «Marche», «A' direita», etc., são prohibidos e mesmo outro qualquer, bem como assobiar.
Qualquer homem a quem, excepcionalmente, o commandante do pelotão haja dado licença para sahir de fórma por alguns momentos, passa o fuzil ao vizinho e dave voltar o mais breve possivel. Os doentes só pódem ficar para traz com uma autorização por escripto do commandante do pelotão.
212. Alto horario. A' hora cincoenta, isto é, dez minutos, antes de soar cada hora, faz-se um alto de 10 minutos, salvo ordem em contrario. A' hora exacta manda-se a testa de cada batalhão fazer alto ou roper a marcha; as testa de cada batalhão fazer alto ou romper a marcha as companhias cerram á distancias regulamentar da precedente, conservam-se em columna por quatro e ensarilham as armas, a não ser que os homens hajam recebido ordem de pôr a mochila no chão deante de cada um, com o fuzil por cima.
Durante o alto, os homens ficam todos á direita dos sarinhos.
Quando se está na imminencia de entrar em combate ou se marcha com essa intenção supprimem-se os altos horarios: a tropa descança, conforme a situação, em sitio faveraveis.
Em certo terrenos, nas épocas de grande calor, ettc., póde ser vantajoso fazer um alto de cinco minutos ao cabo de cada cinte e cinco minutos de marcha.
213. Grande alto. Si o exige a extensão da marcha, faz-se um grande alto, em geral de uma hora, depois de vencimentos dous terços ou tres quartos do caminho, nas immediação de um ponto onde hája agua. Annuncia-se com alguns minutos de antecedencia o fim do grande alto, afim de que cada um se prepare para partir, ainda que a hora da partida, como succede frequentemente, haja sido marcada ao se fazer alto.
214. descanço prolongado. Nas marchas de longa duração, em circumstancias penosas, póde-se dar á tropa um descanço prolongado, de algumas horas.
215. Marchas é noite Ligação. Afim de não se desviar do itinerario, cada elemento não perde de vista o precedente ou com elle se articula por uma cadeia de homens de ligação.
Quando um elemento se destaca da columna, previne o elemento seguinte, afim de que este e os outros que marcham após não o sigam.
216. Encotro de um avião inimigo. Para escapar á observação de um aviação inimigo, é preciso deter a tropa e ordenar-lhe que fique immovel, a não ser que as circumstancias tacticas ou as necessidade da disciplina de marcha, em uma columna importante, não o permittam. Sendo preciso continuar ao recomeçar o movimento, faz-se a tropa avançar através das lavouras combrias, seguir ao longo das linhas de separação de plantações differentes, dos renques de arvores, etc.
217. Parada imprevista. Sempre que uma tropa é obrigada a parar inopinadamente, deverá desembaraçar a estrada especialmente si se dirige para um ponto inicial marcado para a formação de uma columna de estrada.
Rio de Janeiro, 16 de dezembro de 1920. - João Pandiá Calogeras.
- Diário Oficial da União - Seção 1 - 12/3/1921, Página 4935 (Publicação Original)