Victor Brecheret - "Bailarina"
Victor Brecheret
Bailarina / Ballerina, c. 1920
Bronze fundido / Cast bronze
70 x 60 x 30 cm
Acervo Câmara dos Deputados / Chamber of Deputies Collection
"Escultura em bronze polido, representando a fase parisiense do escultor, em que prevalecia a delicadeza das formas e a sutileza com que tratava os temas femininos. Nessa época (anos 20), morava em Paris e trabalhava ao lado de mestres como Bourdelle, que buscavam a beleza através do brilho. Seu trabalho demonstra alterações de forma e superfície, muito próximas das desenvolvidas por todos os artistas importantes desse tempo. Era uma busca de modo renovador de representar os temas tradicionais. Bailarina é uma das expressões mais importantes do período." (Sandra Brecheret Pellegrini)
Victor Brecheret
1894, Farnese, Itália – 1955, São Paulo, SP
Escultor. Victor Brecheret nasceu em Farnese, Itália, em 1894 e veio para o Brasil em 1904, instalando-se em São Paulo. Em 1912 entrou para o Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo onde aprendeu desenho, modelagem, entalhe em madeira e escultura. No ano seguinte viajou para Roma para estudar escultura, onde permaneceu por cinco anos. Em 1914, como aprendiz do escultor Arturo Dazzi, teve uma formação técnica atrelada à tradição clássica da escultura de Michelangelo e ao naturalismo de Auguste Rodin, e conheceu a linguagem heroica e o imaginário épico do artista croata Ivan Mestrovic.
De volta ao Brasil, em 1919, montou seu ateliê no Palácio das Indústrias. No ano seguinte foi descoberto por críticos e artistas modernistas, que se entusiasmaram com sua arte nova, antiacadêmica e diferente do que se produzia na cena paulista da época. Criou relação com Di Cavalcanti, Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Menotti Del Picchia, artistas do movimento modernista. Em 1920 expôs uma maquete do Monumento às Bandeiras, mas a obra só foi reformulada e retomada em 1936 para ser finalmente inaugurada em 1953. Em 1921 mudou-se para Paris com uma bolsa de estudos de cinco anos do Pensionato Artístico do Estado de São Paulo, quando estudou os princípios de grandes artistas europeus da época, como Henry Moore, Constantin Brancusi, Antoine Bourdelle e Aristide Maillol. Participou da Semana de Arte Moderna de 1922 mesmo ausente do país, expondo suas obras no Teatro Municipal de São Paulo. Expôs no Salon d'Automne, no Salon de la Société des Artistes Français - Section de Sculpture et Gravure sur Pierre e no Salon des Indépendents. Em 1932 fundou a Sociedade Pró-Arte Moderna (SPAM) com outros artistas. Viveu em Paris por 15 anos, com diversas vindas ao Brasil, retornando definitivamente a São Paulo em 1936. Dedicou-se à execução do Monumento às Bandeiras, que seria considerada sua obra-prima, e começou a se interessar por construir uma iconografia escultórica brasileira. Nos anos 1940 e 1950, realizou esculturas para locais públicos, fachadas e baixos-relevos, entre outras obras. Aprofundou-se na arte folclórica e religiosa indígena e começou a introduzir aspectos das culturas e artes indígenas brasileiras em seus trabalhos, feitos em terracota, bronze e pedra com incisões.
Foi considerado o introdutor do modernismo na escultura brasileira.
Fontes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Victor_Brecheret , em 14/6/19.
https://www.escritoriodearte.com/artista/victor-brecheret , em 14/6/19 (que teve como fonte: ANTONIA, Maria. Brecheret fala de arte. In: BRECHERET: 60 anos de notícia. São Paulo: s.n., 1976. p.93-95.)
https://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa1634/victor-brecheret , em 14/6/19.