Autora convidada: Verenilde Pereira

O Encontro com a Autora recebe Verenilde Pereira, que escreveu o romance de ficção afro-indígena “Um rio sem fim”. O programa tem transmissão ao vivo no dia 25 de agosto às 19h pelo canal da Câmara dos Deputados no YouTube.
15/08/2022 11h35

Verenilde Santos Pereira nasceu no Amazonas em 1956. É de origem indígena pelo lado paterno e filha de mãe negra. Como escritora, publicou o romance “Um rio sem fim” e o livro de contos “Não da maneira como aconteceu”. Acaba de escrever outro romance, intitulado “É teu o nosso desencontro”, que será publicado ainda este ano ou no próximo. Também para este ano está prevista a publicação do texto A singularidade forjada sobre os Waimiri-Atroari, em uma edição sobre o trabalho de orientação da prof. Laura Rita Segato. A edição será pela UnB.

 

Sobre Um rio sem fim

“Em pouco mais de cem páginas, o romance conta a história de uma missão religiosa no norte da Amazônia e as consequências para os nativos da região. Em um refinado trabalho de linguagem, surgem a representação de grupos marginalizados, a decolonialidade, a violência como testemunho, as intersecções no lugar de fala, assim como as fronteiras entre a voz ficcional e o discurso acadêmico. E uma grande novidade: levada ao centro da narrativa, aparece uma personagem afro-indígena, assim como sua autora. Seria, então, Um Rio sem Fim precursor da literatura afro-indígena? Creio que sim”.  (Rodrigo Simon - Folha de S. Paulo)

 

Verenilde é autora da pesquisa de doutorado orientada pela professora Rita Laura Segato defendida em 2013 na Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília (UnB) cujo título é “Violência e singularidade jornalística: o massacre da Expedição Calleri”. O tema trata da representação midiática dos Waimiri-Atroari sobre o conflito entre este grupo étnico e a missão católica, em 1968, na época da construção da BR-174 (Manaus — Boa Vista), episódio marcante pelo fato de os membros da expedição terem sido mortos.

Como jornalista especializada na questão indígena e ambiental, ela atuou nos jornais A Crítica, A Notícia e Jornal do Comércio, em Manaus, tendo como coberturas relevantes a entrada do garimpo na área de Surucucus em Roraima e no Alto Rio Negro, no Amazonas. Fez também a cobertura sobre a morte de Chico Mendes para o jornal A Província do Pará, em Belém. Escreveu para o Le Monde sobre os Guarani Kayowá.

Verenilde Pereira participou da criação do primeiro jornal voltado exclusivamente para a questão indígena, chamado Porantim (que em Sateré Mawé significa remo mágico). O jornal foi criado no final dos anos 70, início dos 80, em Manaus. Como professora, lecionou em uma escola no Seringal Catipari, no rio Purus, no Amazonas, onde lecionou para indígenas da etnia Apurinã, ribeirinhos e seringueiros. Lecionou em faculdades de jornalismo (Uniceub, Universidade Católica e Uninorte) em Brasília e Manaus, respectivamente. Participou da criação do grupo Kukuro de apoio à causa indígena em Manaus e de diversas campanhas de resistência desses povos, como a Campanha de Resistência Yanomami e Waimiri-Atroari. 

É autora do texto Outros Escritos, inserido na obra “Novas reflexões indigenistas”, publicado no final do ano passado pela Operação Amazônia Nativa.

 

O Encontro com o Autor é promovido pelo Centro Cultural e pelo Centro de Documentação e Informação da Câmara dos Deputados e já está em sua 42ª edição. 

 

Encontro com a Autora Verenilde Pereira

25 de agosto, quinta-feira, às 19h

Transmissão pelo canal da Câmara dos Deputados no YouTube e pela página facebook.com/CamaraCultural

Informações:

O público poderá mandar perguntas pelo chat do canal

 

Assista aqui à íntegra da entrevista.