Autora convidada: Eliana Alves Cruz
Eliana Alves Cruz é carioca, escritora, roteirista e jornalista pós-graduada em comunicação empresarial. Foi a ganhadora do Prêmio Jabuti 2022 na categoria Contos, pelo livro “A vestida” (Malê Editora).
Seu romance de estreia, "Água de barrela" (Malê Editora), ganhou o Prêmio Oliveira Silveira de 2015, da Fundação Cultural Palmares/Ministério da Cultura, e foi menção honrosa do Prêmio Thomas Skidmore 2018, do Arquivo Nacional e da universidade americana Brown University.
O segundo romance, "O crime do cais do Valongo" (Malê Editora), foi escolhido como um dos melhores do ano de 2018 pelos críticos do jornal "O Globo" e foi semifinal do Prêmio Oceanos 2019.
O romance "Nada digo de ti, que em ti não veja", lançado em junho de 2020 pela Editora Pallas, recebeu em 2022 prêmio da União Brasileira dos Escritores, e o romance “Solitária”, lançado pela Companhia das Letras em 2022, já está entre os mais vendidos da editora. A autora tem também dois livros infantis: "A copa frondosa da árvore" (Ed. Nandyalae) e "O desenho do mundo" (Ed. Bom de Ler).
Sinopse de "A vestida"
Crítica social, referências à ancestralidade africana, pesquisa histórica, ironia, insurgência poética e um cuidado com o enriquecimento humano dos personagens marcam a prosa de Eliana Alves Cruz. Seus personagens não estão soltos nos vãos da história, nos espaços invisíveis aos quais as vivências negras quase sempre foram relegadas. Muito ao contrário, eles estão intimamente comprometidos com a vida e o tempo, iniciados em terreno ficcional bem elaborado.
Não é diferente com "A vestida", primeiro livro de contos de Eliana Alves Cruz. Seja na cidade de Justiçópolis, do conto Cidade espelho, seja no desconforto de Flávio, personagem de Oito e oitenta, com o seu filho. Seja nas precipitações de Marilene, no conto Noite sem lua, ou nas de Doralice, no conto Peito de ferro. Tudo em "A vestida" leva à reflexão. .
Na obra, Eliana Alves Cruz tinge um rico painel do Brasil de ontem e de hoje, do país que não se move em questões que são centrais para a maioria de sua população.
Sinopse de "Solitária"
"Solitária" conta a história de duas mulheres negras, Mabel e Eunice, mãe e filha, que moram no trabalho, um condomínio de luxo desses encontrados em qualquer grande cidade brasileira. Eunice, a mãe, é testemunha-chave de um crime chocante ocorrido na casa dos patrões. Mabel, a filha, constrói o caminho que leva não apenas à elucidação deste crime, mas a uma mudança radical na vida das pessoas que cercam as protagonistas.
Em prosa ágil, Eliana Alves Cruz constrói uma miríade de histórias que revolve o imaginário do trabalho doméstico no Brasil ― ainda tão vinculado à época escravocrata ― e o relaciona a questões contemporâneas urgentes como a pandemia, o debate sobre ações afirmativas e a luta por direitos reprodutivos.
Testemunho de uma crucial mudança de sensibilidade no espírito de nosso tempo, "Solitária" dá provas do quão urgente se tornou elaborar ― sem meias palavras ― não apenas a história, mas as sobrevidas da escravidão colonial. Ao fazê-lo, mostra como é possível enfrentar o desafio moral e ético de abordar essas experiências de vida sem replicar gratuitamente a violência que a sustenta nem reencenar nenhum pacto oculto de subalternidade.
O Encontro com o Autor é promovido pelo Centro Cultural e pelo Centro de Documentação e Informação da Câmara dos Deputados e já está em sua 46ª edição.
Encontro com a Autora Eliana Alves Cruz
27 de março, segunda-feira, às 17h
Local: Auditório da TV Câmara - Edifício Principal da Câmara dos Deputados - Brasília/DF (entrada pela Chapelaria da Câmara)
Transmissão pelo canal da Câmara dos Deputados no YouTube
Informações: nucleodeliteratura@camara.leg.br