A bela e a fera ou a ferida grande demais, de Clarice Lispector
O encontro acontece no dia 10 de agosto, sexta-feira, das 12h30 às 13h30, na Sala de Estudos e Acessibilidade nº 17 da Biblioteca Pedro Aleixo, Anexo 2 da Câmara dos Deputados.
Há 20 vagas, preferencialmente para colegas do quadro da Câmara dos Deputados. As inscrições estão abertas pelo e-mail clubedeleitura@camara.leg.br. Mais informações pelo telefone 3216-5697.
A bela e a fera ou a ferida grande demais
Conto de Clarice Lispector, da coletânea Clarice na cabeceira
A princípio, não parece fácil ler a “psicológica” Clarice Lispector, a ucraniana brasileira (1920-1977). Mas ela mesma classificava sua escrita como simples, sem rodeios, direto ao ponto. Nem tanto assim, mas quase assim. A romancista, contista e cronista deixou uma extensa obra, para a eternidade.
O conto “A bela e a fera ou a ferida grande demais” discorre sobre o encontro fortuito entre a esposa socialite de um banqueiro e um mendigo maltrapilho numa calçada carioca da zona sul turística.
Segue um diálogo até cômico sobre o valor esperado de uma esmola. Segue uma reflexão “clariciana” sobre a sensação de que a riqueza da bela é uma facilidade que se mendiga, e há entre ela e a fera, o mendigo, ponto em comum. “Eram iguais porque haviam nascido e ambos morreriam. Eram, pois, irmãos.”
Nem tanto assim, porque tudo na vida da bela “havia sido macio como pulo de gato”. A do mendigo, uma grande ferida.
*O conto foi publicado originariamente no livro A bela e a fera.