Siron e Poteiro
Siron e Poteiro na Câmara
Abre no dia 21 de março (quarta-feira), às 11 horas, uma exposição conjunta de dois dos mais respeitados artistas plásticos do país, Siron Franco e Antônio Poteiro. A exposição ficará na galeria do 10º andar do Anexo 4 da Câmara e poderá ser visitada nos horários de expediente normal da Casa até o dia 19 de abril.
Gessiron Alves Franco, o Siron, além de artista se tornou um ativista de causas sociais. Polêmico, provocativo, corajoso. Foi ele que emprestou arte e prestígio para fazer ecoar a dor das vítimas do acidente com o Césio-137, em Goiânia, em 1987. Daí sua arte se moveu na direção da denúncia contra a devastação da natureza ou na defesa dos povos indígenas. Sobre sua série "Césio", Siron recebeu da crítica venezuelana Bélgica Rodrigues a qualificação de "A Guernica brasileira" - referência à obra de Picasso sobre a 2ª Guerra Mundial.
Antônio Batista de Souza, o Antônio Poteiro, é uma espécie de antípoda de Siron, que o estimulou a pintar, quando ganhava a vida como fabricante de potes, gamelas e bacias de barro. Daí se transformou num escultor que a crítica viria a definir como "insólito" ou "fantástico". Desde 1972 participa de exposição nacionais e no exterior para exibir um mundo bem próprio.
O crítico Frederico Morais escreveu, em 1983, que esse mundo "que Poteiro constrói em seus quadros e cerâmicas é rigorosamente lógico, a começar pela sua simetria. Nele temos o céu e a terra, o alto e o baixo, a esquerda e a direita, o dentro e o fora, Deus e o diabo, bem e o mal, o leve e o pesado".
Histórias e estilos distintos
Siron nasceu no dia 26 de julho de 1947 na Cidade de Goiás, antiga capital do estado. Sua família se transferiu para Goiânia em 1950. Em 1962 começam suas atividades artísticas como aluno do Estúdio ao Ar Livre e com a elaboração de retratos de madames da sociedade goianiense. A partir de 1967, começa a fazer seguidas viagens a Brasília para retratar figuras da alta sociedade.
No ano seguinte, três obras suas são aceitas na Segunda Bienal da Bahia, mostra que foi fechada pelo regime militar. Dois anos depois, sua pintura chega ao Museu de Arte Moderna de São Paulo. Nos anos seguintes suas telas são expostas em cidades como Roma, Londres, Nova York, Madrid, consolidando o reconhecimento internacional. O artista mora atualmente em Goiânia.
Antônio Poteiro, nasceu na Aldeia de Santa Cristina da Pousa, em Braga, Portugal, em 10 de outubro de 1925. É escultor, pintor e ceramista radicado em Goiânia e considerado um dos mestres da pintura primitiva no Brasil. Iniciou-se na vida artística como artesão, produzindo cerâmicas para o uso doméstico, máscaras e bonecos, de onde adveio o "Poteiro" de seu nome artístico.
Incentivado por Siron e Cléber Gouvea, começou a pintar em 1972. Em 1976, participou do documentário Artistas de Goiás, produzido pela Goiastur. Em 1978, lecionou cerâmica no Centro de Atividades do Sesc, no Rio de Janeiro. Dois anos depois, lecionou cerâmica nas feiras internacionais de Hannover e Düsseldorf.
Em 1983 foi produzido o documentário Antônio Poteiro: o Profeta do barro e das cores, dirigido por Antônio Eustáquio. Em 1985 recebeu o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA 1984) na categoria escultura. Em 1987 recebeu a Comenda Ofiacialato da Ordem do Mérito, concedida por Portugal. Um novo documentário sobre o artista foi produzido por Ronaldo Duque em 1991.
Em 1999 recebeu a Medalha Gustavo Ritter, do Conselho Estadual de Cultura de Goiás.
Serviço
Exposição de Siron Franco e Antônio Poteiro
De 21 de março, às 11 horas, até o dia 19 de abril
Local: Galeria do 10º andar da Câmara dos Deputados
Horários: de 9 às 18 horas (ou enquanto a Câmara estiver em sessão)
Dias: de 2ª a 6ª feira