Pinhole – Uma lata como máquina fotográfica

 

"Curvas Recurvas"
Pinhole – Uma lata como máquina fotográfica - José da Silva Rosa - 04/12/2007 a 31/01/2008 - Fotogaleria

 
pinhole 1.jpgA experiência de mais de 25 anos como fotógrafo profissional e uma curiosidade técnica apurada, que vem da formação tecnológica, dão a José da Silva Rosa um extenso conhecimento que se alastra pelo fotojornalismo e documentários, que ilustram uma infinidade de atividades de ONGs, empresas públicas, incluindo uma vasta documentação para ilustrar os projetos e programas sociais do Governo Federal. Foi com o espírito de inovação e ao mesmo de simplificação que surgiu o Projeto Fotolata. Uma lata qualquer, transformada em máquina fotográfica, pura e simplesmente. Partindo da idéia que remonta à invenção fotográfica, José Rosa há oito anos leva esta técnica - também chamada pinhole - aos Espaços Culturais e escolas públicas e particulares do Distrito Federal e de outros estados, como Goiás e São Paulo . São mais de 30 escolas participantes.

No projeto Foto Arte, o Espaço Cultural Zumbi dos Palmares mostra, de 4 de dezembro a 31 de janeiro, a exposição "Curvas Recurvas" do fotografo José Rosa feito dentro da técnica Pinhole, um tipo de fotografia que difere da convencional em vários aspectos, além da própria aparência e maneira de produção. Sua imagem apresenta uma curiosa combinação entre perspectiva e a infinita profundidade de campo, devido ao minúsculo furo que funciona como lente. O estático, o vazio, o efeito fantasmagórico e a sobreposição de imagens também estão presentes devido à necessária exposição prolongada. Em tempo de revoluções digitais e de redefinições de conceitos e paradigmas da arte fotográfica, a técnica pinhole traz grandes contribuições, levando o artista a construir novas linguagens, criando imagens que convidam o observador a adotar um novo olhar sobre a fotografia. Ao expor fotografias artesanais, podemos desencadear discussões sobre o comportamento da luz de forma filosófica, uma vez que o olhar é sempre subjetivo, e a câmera (lata/caixa), por não ter visor, faz com que o fotógrafo construa antes, como deve ser, o seu mundo imagético, para depois captá-lo.

Captura Capital

Zé Rosa usa o Pin Hole como ferramenta base de um projeto educativo em oficinas populares. A lata abre o olho de quem se reencanta com a imagem capturada. Abre a possibilidade de ser a quem nem sabia existir. Zé Rosa faz deste ofício um manifesto de expressão e linguagem: o ato extremamente simples do furo desobstruído consagra e proclama o humano como sujeito fundamental no uso de qualquer máquina.

O rigor, simples, das formas de Niemeyer interage na sensualidade orgânica das curvas – poesia concreta da mulher em idílio com o horizonte generoso e o céu aberto do Planalto. O Pin Hole faz-se aliança concreta por ser simples sem ser simplório, pois o olho do artista define os ângulos amorosos na bendita distorção curva da lata que dialoga com o curvo do arquiteto. Simples como um buraco no meio da lata. Complexo pelo olhar que revela o furinho. A Capital precisa ser capturada pelos que a amam para exorcizar tantos anos de capital decapitada. Crítico TT Catalão


Exposição fotográfica com técnica pinhole

Data: 04 de dezembro a 31 de janeiro de 2008

Local – Fotogaleria – Corredor da Presidência

Visitação – De Segunda a Sexta-feira, das 9h às 18 horas