Lucio Costa
Lucio Costa - O Gênio humanista que inventou Brasília - Totem do Hall da Taquigrafia - a partir de 01 de agosto de 2007
No documento “Brasília Revisitada”, escrito por Lúcio Costa em 1987, foi colocado como um dos pontos fundamentais para a preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília o respeito as quatro escalas que presidiram a própria concepção da cidade: a Monumental; a Residencial; a Gregária; e a Bucólica.
O termo escala é utilizado pelos arquitetos para estabelecer ordens de grandeza entre as coisas. Por exemplo: a relação de tamanho entre um arranha-céu e uma pessoa.
Para preservar Brasília, é necessário termos consciência de que uma escala é importante com os elementos que a compõem. As quatro escalas estabelecem os parâmetros determinantes de um padrão de qualidade de vida.
Escala Monumental – é aquela que contribui para a formação do sentido de Capital, onde a monumentabilidade confere aos edifícios seu valor simbólico. Constituída pelo Eixo Monumental, desde a Praça dos Três Poderes até a Praça do Buriti, incluindo as principais edificações que estão neste trajeto.
Escala Gregária – é aquela para onde convergem os fluxos no encontro dos eixos Rodoviário e Monumental. É o centro urbano onde se previu edifícios maiores e mais altos e o espaço urbano é disposto de forma a permitir um fluxo de circulação mais intensa. É a escala do encontro.
Escala Residencial – é aquela que define a relação entre os edifícios residências, onde se encontra uma proposta inovadora de Lucio Costa – as Superquadras. Neste caso, a relação entre os espaços edificados e os abertos é outra, respeitando as características do convívio cotidiano, por isso, a altura rígida das edificações possuírem seis pavimentos, além de uma extensa área verde de 20 metros emoldurando cada Superquadra.
Escala Bucólica - se constitui dos gramados, passeios, bosques e jardins da cidade que permeiam e envolvem as Superquadras, as Entrequadras, os diversos setores e os conjuntos de casa e comércios locais, e a cidade inteira, imprimindo a Brasília a qualidade de cidade-parque que ela é. Está por todo lugar, protegendo as áreas construídas umas das outras.
LUCIO COSTA
- O Gênio humanista que inventou Brasília –
Lúcio Marçal Ferreira Ribeiro Lima Costa, ou simplesmente, LÚCIO COSTA, o grande urbanista que criou Brasília.
1902 - O brasileiro que nasceu em Toulon, França, em 27 de março. Integralmente brasileiro, como ele mesmo afirmou.
1923 – Formou-se em arquitetura pela Escola Nacional de Belas Artes. Inicialmente, praticou uma arquitetura neoclássica, rompendo, em seguida, com essa formação historicista da escola, passando a receber influências da obra do arquiteto franco-suíço Le Corbusier.
Foi parceiro do arquiteto ucraniano Gregori Warchavchik que construiu o primeiro projeto modernista no Brasil.
1930 - Aos 28 anos, foi nomeado diretor da Escola Nacional de Belas Artes, onde implantou um curso de arquitetura moderna. Entre seus alunos estava o jovem Oscar Niemeyer.
1932 a 1936 – Período a que ele chamou “chômage” (em francês, desemprego) estudou a fundo as propostas e obras dos criadores, Gropius, Mies van der Rohe, Le Corbusier, fundadores da arquitetura moderna. É, também, em 1936, que iniciou um dos seus projetos mais conhecidos, o edifício-sede do Ministério da Educação e Saúde, em colaboração com Oscar Niemeyer,
Afonso Eduardo Reidy, Jorge Moreira, Carlos Leão e Ernani Vasconcellos. Um marco histórico, onde se aplicou pela primeira vez, em escala monumental, a adequação da arquitetura à nova tecnologia construtiva do concreto armado.
1937 - Assumiu a direção da Divisão de Estudos de Tombamento do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Sphan. Trabalhou, neste órgão, ao lado do poeta Carlos Drummond de Andrade, seu subordinado.
1938 - Projetou, ao lado de Oscar Niemeyer, o pavilhão brasileiro da New York Word’s Fair.
1957 - Há cinqüenta anos atrás, em 16 de março, vence o concurso nacional para elaboração do Plano Piloto de Basília.
No belíssimo Memorial Descritivo, ao final, em um pequeno trecho, assim descreveu sua criação:
...”É assim que, sendo monumental é também cômoda, eficiente, acolhedora e íntima. É ao mesmo tempo derramada e concisa, bucólica e urbana, lírica e funcional..”
1987 - Trinta anos depois, redige o documento “Brasília Revisitada”, onde ratifica, como urbanista da cidade, o respeito as quatro escalas que presidiram a própria concepção da cidade: a simbólica e colletiva, ou Monumental; a doméstica, ou Residencial; a de convívio, ou Gregária; e a de lazer, ou Bucólica, através da manutenção dos gabaritos e taxas de ocupação que as definem.
E, ao final, diz;
...” A cidade, que primeiro viveu dentro da minha cabeça, se soltou, já não me pertence, - pertence ao Brasil.”
1998 – No dia 13 de junho faleceu, aos 96 anos, na cidade do Rio de Janeiro.