Na mostra destacam-se obras produzidas entre o final dos anos 1960 e início dos anos 1970, período em que d’Arcanchy se debruçou sobre a serigrafia, gravuras em metal e gravações em placas de aço inoxidável. Nelas, a artista abordou temáticas do imaginário popular brasileiro, como o futebol, o carnaval e as religiões, e questões de escopo global, como a viagem à Lua e a corrida espacial — trabalhos que foram associados à Nova Figuração, vertente caracterizada pelo retorno da representação icônica no campo das artes plásticas, embora a produção da artista mantivesse uma tensão entre a figuração e a abstração geométrica.

A pintora, gravurista e ceramista Neusa d’Arcanchy (Rio de Janeiro, 1924) conquistou considerável prestígio no cenário artístico brasileiro, especialmente entre as décadas de 1960 e 1970. Participou de diversos salões, mostras individuais e coletivas, nacionais e internacionais, conquistando prêmios dentro e fora do eixo Rio—São Paulo. Em 1973, integrou a XII Bienal Internacional de São Paulo e, no exterior, suas obras circularam nas principais capitais e cidades europeias.

Sua produção se desenvolveu ao longo de quase 50 anos, experimentando diversas linguagens e técnicas. A pesquisadora Marcella Imparato explica que o percurso artístico de d’Arcanchy avançava de forma consistente, consolidando-se no debate artístico de maior relevo da época. Contudo, sua transferência para Brasília dificultou a circulação e permanência no eixo Rio-São Paulo, o que contribuiu para um relativo ofuscamento de sua trajetória. A mostra visa preencher uma lacuna historiográfica, resgatando o trabalho dessa importante artista.

Registro fotográfico da mostra

Fotos: Clauder Diniz / Câmara dos Deputados

Exposição "Neusa d’Arcanchy: a abstração geométrica e o imaginário popular"

Visitação: de 12 de maio a 10 de julho de 2025, segunda a sexta, das 9h às 17h

Abertura: 15 de maio, às 18h

Local: Galeria Décimo – Anexo IV da Câmara dos Deputados

Entrada franca