Isabel Pons – Percurso de uma exímia gravadora

Aberta até 27 de novembro na Galeria Décimo, exposição reúne 42 obras de uma das maiores gravuristas brasileiras
21/10/2025 13h55

A Câmara dos Deputados expõe, de 23 de outubro a 27 de novembro, uma seleção de trabalhos da gravurista hispano-brasileira Isabel Pons (Barcelona, 1912 – Rio de Janeiro, 2002). Primeira mostra individual da artista nas últimas três décadas, a retrospectiva é composta por mais de quarenta gravuras em metal.

Promovida pelo Centro Cultural, com curadoria do colecionador e pesquisador Oto Reifschneider, a exposição contém obras que casam abstrações com elementos figurativos, como anjos, emigrantes, jabutis, gafanhotos, crianças e brinquedos. A artista e professora soube explorar, em seus trabalhos, tanto temas religiosos quanto matérias de seu tempo, como a corrida ao espaço e a cultura pop. Porém, o que mais sobressaiu na criação de Pons foram as cores, texturas e tramas, aliadas ao arquétipo do pássaro, que simboliza a liberdade.

                      

História

A história de Isabel Pons se confunde com a história da gravura brasileira e com o reconhecimento do país como referência na gravura artística, a partir dos anos 1960. De origem catalã, Pons teve seus estudos formais e se estabeleceu como retratista ainda em terras ibéricas. De passagem pelo Brasil, a caminho de Buenos Aires, ela se encantou pelo Rio de Janeiro e decidiu ficar. Seu traço e seus temas se modificaram nessa imersão tropical e, quando descobriu a gravura, durante o primeiro ateliê do Museu de Arte Moderna, tomou um novo rumo nas artes.

Naturalizou-se brasileira em 1958 e, ao contrário de muitos artistas que adotaram o Brasil em detrimento de sua terra natal, Isabel manteve os laços com a Espanha e, ao longo dos anos, foi convidada a expor em diversas ocasiões, tanto em Madri quanto em Barcelona, ganhando inclusive prêmios e comendas. Esse esforço contribuiu para uma forte presença de sua obra na Europa.

Isabel participou de exposições coletivas e individuais em países como Suécia, Itália, Argentina, Bélgica, França, Japão, Alemanha, Angola, Israel e Polônia, entre outros, tendo sido uma das gravadoras mais premiadas da história brasileira. Em 1960, recebeu a medalha de ouro, assim como Fayga Ostrower e Iberê Camargo, na II Bienal do México. No mesmo ano foi premiada no IX Salão Nacional de Arte Moderna. Em 1961 ganhou o prêmio de Melhor Gravador Nacional e, no ano seguinte, na XXXI Bienal de Veneza, o Prêmio Fiat, junto com Gilvan Samico. Em 1963, ganhou uma sala especial na VII Bienal Internacional de São Paulo. Ao longo da década de 1970, seu nome continuou em destaque, com importantes premiações nas bienais de Cracóvia e São Paulo.

 

Serviço:

Exposição “Isabel Pons – Percurso de uma exímia gravadora”

Visitação: de 23 de outubro a 27 de novembro, segunda a sexta, das 9h às 17h

Local: Galeria Décimo / Anexo IV, 10º andar, Câmara dos Deputados - Brasília/DF